sexta-feira, maio 02, 2008

O elo mais fraco


Costuma dizer-se que o clube é dos sócios e que os sócios são o clube, mas isso é retórica. O clube não é dos sócios, senão daquele grupo restrito de onde saem as direcções e de onde saem também aqueles que nas assembleias fazem oposição sistemática, na esperança de serem futuramente contemplados com as 'delícias' do poder. É assim que funcionam as sociedades democráticas que não têm ou perderam a representação do desígnio fundador. E isto que vale para clubes vale para outros tipos de comunidades humanas, incluindo a chamada comunidade estatal.
Depois e para além destes que disputam o poder existem ainda uns quantos com mentalidade de escudeiros e que pouco ganhando com a situação, acodem diligentemente em defesa dos seus chefes de castelo ou de quina. Só então aparecem os outros associados, uma enorme maioria que vive o clube de ouvido nervoso encostado ao transistor ou defronte da televisão esperneando e barafustando!
Não cometo a injustiça de afirmar que aqueles que se fazem eleger não amam o clube ou que quem os rodeia não sofre como os outros com as derrotas, nem caio na tentação de me julgar mais belenense do que eles, mas a verdade é que quem manda no clube há longos anos tem saído do tal grupo restrito.
E não me venham com a parábola dos sacrifícios, ou com a estúpida pergunta, porque é que não te candidatas, eu estou simplesmente a constatar um facto indesmentível, a realidade fala por mim, ainda houve alguns, bem intencionados mas ingénuos, que tentaram, mas foram de imediato cilindrados pelo grupo dominante, e afastam-se porque sabem que não têm a mínima hipótese de ganhar o clube. Para isso teriam que concorrer contra tudo e contra todos e isso é utópico.
Portanto, o diagnóstico está feito, o elo mais fraco está definido, o clube nestas condições, ou seja, com este tipo de 'elites' não pode almejar muito mais. É a vida.
E eu não terei também muito mais que escrever...

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