domingo, abril 30, 2017

Ecos de Belém

Hoje há jogo com o Paços de Ferreira e de acordo com os resultados já conhecidos um ponto basta para garantirmos (matemáticamente) a permanência na primeira Liga. Acabei o período com ponto final, não é ponto de exclamação ou admiração, nem sequer é parágrafo. É gramática e não mudo de linha. Continuo pois a escrever sobre uma época para esquecer ou lembrar consoante o sentido de responsabilidade de cada um. O novo treinador, ou se quiserem, o mais recente, abordou as últimas quatro jornadas com um discurso positivo: - são quatro jogos para ganhar! Gosto deste discurso. Quanto à convocatória vou fazer alguns comentários tanto mais que já se falam em aquisições garantidas. Começamos pela espinha dorsal que é o que interessa numa equipa de futebol e assim chegamos ao fim do campeonato sem um guarda-redes de classe indiscutível e sem uma dupla de centrais firme e rotinada, onde se combine a necessária experiência com a juventude promissora. Seguimos para o triângulo das Bermudas, aquele espaço, ou buraco, onde a defesa se une, ou não, e onde as bolas não se podem perder, mas sim, ganhar, para iniciar as transições. E a convocatória não me sossega. Uma alteração já se viu no último jogo e com a qual concordo – Miguel Rosa tem que sair das alas e jogar perto da área adversária. Betinho aparece mais uma vez na convocatória e é caso para dizer – ou joga ou então… tem que ir jogar para outro lado! Não vale a pena manter jogadores teóricos no plantel. O resto do pessoal é para dar o litro do primeiro ao último minuto. Com cabecinha. Na hora de atacar, não se esqueçam que Maurides joga bem de cabeça.
Quanto às aquisições espero que sejam efectivas, sem empréstimos que se sobreponham aos interesses do Belenenses, ou seja, sem dependências, pois estamos fartos delas.



Saudações azuis 

quarta-feira, abril 26, 2017

A violência no futebol e os panos quentes!

Já estou farto de escrever sobre isto mas face à reincidência dos protagonistas e ao silêncio covarde dos responsáveis sou obrigado a regressar ao assunto. O primeiro responsável é o presidente desta república bananal que cultiva afectos misturados com relativismos inaceitáveis. É a efígie e o exemplo do regime. O segundo responsável é o governo que fecha os olhos à desigualdade monstruosa que se vai cavando entre os clubes, à satelização total a que se assiste (referi-me a este aspecto no último postal), e à asfixiante propaganda de Benfica, Sporting e Porto em todos os media, incluindo os do estado! Propaganda facciosa e infantil que ultrapassa todos os limites do bom gosto e da liberdade de expressão. E já agora invoco a constituição inconstitucional que temos para dizer que os citados programas promovem a desigualdade entre os clubes afectando também por essa via a verdade desportiva. Dir-se-á que têm audiência e eu concordo. E até acrescento, cada vez maior, como qualquer programa pornográfico teria.

As sementes da violência são estas e as consequências decorrem todas daqui. Daqui decorrem as relações promiscuas entre a política e o futebol, entre o futebol e a banca, nacionalizada ou a nacionalizar, as ligações suspeitas com as grandes empresas do estado e não só, sabendo-se como se sabe que o futebol é intocável e por isso o biombo ideal para todas as traficâncias. Os apitos dourados ou de outra cor são apenas episódios da clubite e não se destinam a fazer justiça ou endireitar ou que quer que seja, como se comprova pelo estado da nação. 

É claro que há-de haver sempre um idiota qualquer a defender o futebol e os seus tachos. Ele argumentará que fomos campeões europeus o que prova a excelência da respectiva organização. A esse apenas respondo que a Grécia também foi campeã europeia e atiro-lhe a seguinte questão: - porque será que clubes como por exemplo o Ajax, com mais títulos europeus que o Benfica, tem andado arredado dos grandes palcos?! Será por falta de dinheiro?! Ou será que só gasta aquilo que pode?! Esta é para pensar. Para pensar na corrupção e na aldrabice que é o nosso futebol. Para pensar na irresponsabilidade dos seus principais dirigentes. Subitamente muito activos! Deixei para o fim estes dois senhores – presidentes da Federação e da Liga – homens já medalhados ou a medalhar, dirigentes vocacionados para grandes feitos mas incapazes de resolverem as questões comezinhas que os países civilizados já resolveram. E resolveram a bem do desportivismo e da pacificação dos respectivos campeonatos. E tratando-se de uma indústria por forma a não ser deficitária.

Assim pergunta-se, para quando a centralização dos direitos televisivos, a limitação drástica do número de jogadores vinculados aos clubes, e uma justiça independente dos mesmos?! E já agora como tencionam eles próprios tornarem-se independentes dos clubes. Dos grandes clubes. É que ser eleito pelos clubes ou pelas associações não tem garantido essa independência!

O resto, as claques, a guerrilha verbal, resolvidos aqueles problemas, tudo o mais virá por acréscimo. E não é preciso inventar nada, copiem a Inglaterra porque foi ela que inventou o futebol.


Saudações desportivas

terça-feira, abril 25, 2017

Assim vai o futebol indígena…

Neste dia em que não sabemos bem o que celebrar será talvez indicado fazer o ponto da situação sobre o futebol indígena. Até porque estamos perto do fim do campeonato, uma prova que como vem sendo habitual se joga mais fora das quatro linhas do que dentro. Vamos lá então:

Dos três candidatos o Benfica não terá grandes dificuldades em ser novamente campeão. Tem um bom treinador, tem os melhores avançados e tem a melhor ‘estrutura’, expressão que descodificada quer dizer que é ele quem mais ordena! Ao longo das minhas crónicas já dei vários exemplos sobre este poder mas podemos sempre acrescentar outros, como a impunidade do flagrante delito no caso de Samaris. Talvez seja castigado no fim do campeonato.

Mas o Benfica também tem sido ajudado pelos seus adversários directos. Na última jornada só faltou estenderem a passadeira! Mas vejamos o que aconteceu e ficam já apresentados Porto e Sporting.

O Porto tem um psicólogo no lugar do treinador, psicólogo que a cada jogo decisivo dá uma parte de avanço, e a atrapalhação é tanta que não me admira, que no fim, venha ele próprio a precisar de um verdadeiro psicólogo!

O Sporting apesar de ter falhado quase todas as contratações para esta época teve este fim-de-semana uma oportunidade de ouro para se aproximar do topo da tabela. Mas falhou. E falhou porque Jorge Jesus deixou no banco o ás de trunfo – Podence! Na minha opinião o jogador mais entusiasmante deste campeonato e com a vantagem de já ter despachado o Benfica na Taça da Liga! O miúdo só entrou a dez minutos do fim, altura em que o Benfica já só pensava em defender, mas mesmo assim ainda arrancou um cartão amarelo ao Luizão. Jesus teve medo e apostou na defesa. Um erro quando se defronta uma equipa que tem no ataque o seu ponto forte.

Vistos os candidatos vejamos o que acontece com os outros:

Como bem constatou Domingos Paciência, os campeonatos em Portugal são um atentado à inteligência e ao desportivismo. Na verdade, espalhados pelas duas Ligas profissionais, jogam mais de trezentos jogadores vinculados aos chamados três grandes! São naturalmente os melhores, e esta situação subverte completamente a verdade desportiva. Por outro lado impossibilita a ascensão de qualquer outro clube! Ou seja, quem é pequeno tem que continuar a ser pequeno e quem é grande tem que continuar a ser grande! E estamos a falar de futebol. Imaginem o resto.

E volto ao princípio da crónica: - é isto, é esta desigualdade, que vamos celebrar no 25 de Abril?!


Saudações azuis

segunda-feira, abril 24, 2017

A realidade e os objectivos

A realidade ficou á vista de todos na Madeira. Também está visível na contabilidade do goal-average, 22 golos marcados e 39 sofridos! Estes números (o segundo pior ataque da Liga!) e uma defesa que tem vindo a sofrer muitos golos, são números que apontam para a descida de divisão. Portanto os trinta e dois pontos alcançados, e que ainda não garantem a permanência, são mesmo assim um milagre! Mas não há milagres no futebol, aqui e ali a sorte e o azar podem bater à porta, mas não é sempre. E o Belenenses tinha realmente alguns jogadores na sua espinha dorsal que faziam a diferença. Refiro-me antes de mais ao guarda – redes Joel Pereira, cuja entrada na equipa correspondeu ao nosso melhor período, assim como o Palhinha, um trinco que disfarçava no jogo aéreo algumas deficiências dos centrais. Escrevi em tempos que o Palhinha não me entusiasmava, nomeadamente na transição ofensiva, mas tenho que reconhecer que teve um papel importante nos poucos golos que sofremos até Janeiro. Na Madeira assistimos a cruzamentos em que os centrais estão de frente para a bola e mesmo assim são batidos! O trinco também não ajuda e estou a falar do sueco Persson, demasiado lento a fazer-se aos lances. Quanto ao Cristiano, ao contrário do Joel, não sabe sair da baliza.
Depois temos um meio campo fraquinho e um ataque inexistente. Como referi noutro postal nestas condições insistir em jogar de igual para igual com adversários melhor apetrechados é certo e sabido que vamos sofrer muitos golos. Foi o que aconteceu neste jogo só aparentemente dividido.

Passemos aos objectivos entretanto enunciados pelo presidente da SAD e que li no jornal Record. Objectivos menores e além do mais discutíveis. Menores porque Rui Pedro Soares pode dizer mil vezes que sem ele o Belenenses estava nos distritais, o que até pode ser verdade, mas também não é mentira, e isso digo-lho eu, que mesmo nos distritais o Belenenses tem um ADN, ou seja, uma marca, que só é comparável com os outros três rivais. Portanto ou se rentabiliza uma marca destas como deve ser ou andamos a perder tempo e a destruir aquilo que resta.

Objectivos discutíveis no sentido em que quarenta pontos ainda podem fazer uma série de equipas que passaram este campeonato perto da linha de água. O Belenenses se ganhar em casa ao Paços de Ferreira e ao Moreirense quase que lá chega. Para dizer que este objectivo pode servir para o Chaves mas não serve para o Belenenses. Como também não serve o discurso da Taça de Portugal, um toque de demagogia na medida em que se trata de uma prova aleatória onde não se podem nem se devem criar muitas expectativas.

Da entrevista concorda-se com a análise que faz às infra estruturas que faltam ao futebol azul, e à necessidade de uma equipa B*. Referir também que concordamos que é preciso fazer alguma coisa pelo futebol português, cada vez mais corrupto, cada vez mais violento dentro e fora das quatro linhas, um futebol polvo que tem o seu epicentro nos poderes públicos, nas ligações perigosas entre a banca nacionalizada, as empresas públicas e alguns clubes de futebol. E na impunidade que se assiste. Impunidade para a qual contribuem os media que mais parecem papagaios ao serviço dos infractores. Pena é que o Belenenses atendendo á situação de guerra civil em que vive não possa dar o seu contributo positivo e regenerador.

Saudações azuis


* Sugeri em tempos a reabilitação de um campeonato de reservas organizado pela Associação de Futebol de Lisboa que teria por certo mais interesse e mais público que as equipas B que para além de interferirem com a verdade desportiva na Liga secundária, são um projecto dispendioso e estafante. 

quarta-feira, abril 19, 2017

O código da cidade: - Belenenses first!

Tenho retardado uma natural reacção aos últimos acontecimentos muito embora já contasse com eles. O treinador é sempre o elo mais fraco e no caso de Quim Machado fica a pairar algum sentimento de injustiça. Os meios que lhe foram dados, e que ele aceitou, foram profundamente alterados em Janeiro e Quim Machado, tal como já tinha acontecido em Setúbal, não é homem para fazer milagres. Pois bem, teremos agora a oportunidade, com um novo treinador, e nos cinco jogos que faltam, de verificar se o problema é do treinador ou de quem os escolhe! Ou então, e inclino-me mais para esta hipótese, há um problema básico de meios. Meios que não se coadunam com os objectivos enunciados, objectivos que não se coadunam com a história do clube, meios que coloquem o Belenenses no lugar que é o seu. O código da cidade só faz sentido se o Belenenses (e os seus interesses) estiverem em primeiro lugar!

Saudações azuis

domingo, abril 16, 2017

Páscoa e passagem para o futuro!

A via-sacra cumpriu-se, não vamos crucificar o treinador, temos que encarar os jogos que faltam dentro da nossa realidade mas já com os olhos no futuro.
A nossa realidade enquadra-se na realidade do campeonato onde a antiga vantagem de jogar em casa acabou definitivamente. Basta olhar para os resultados de mais uma jornada. Os motivos são vários e não vamos dissecá-los agora. O que sabemos é que se há clube que encarnou essa característica ao longo da época, esse clube é o Belenenses. Foi nos jogos fora que obtivemos alguns pontos preciosos que neste momento nos permitem, embora no limite, continuar na primeira Liga. Por isso cabe à SAD e não ao treinador dar o peito às balas explicando aos adeptos que não temos equipa nem argumentos para mais. E que substituir o treinador nesta altura não vai alterar nada. No entanto precisamos de alguma serenidade, e este é um recado para o treinador. Quim Machado não pode pôr-se a inventar uma equipa de ataque, que não tem, nem jogar num 4-2-4 suicida, com avançados a mais e defesas a menos. Nem oito nem oitenta. O que se viu contra o Estoril foi um disparate.

Portanto e para o próximo jogo temos que voltar a usar dois trincos que defendam e não percam bolas (nem tempo) em individualismos desnecessários e fatais. Dois trincos que cubram os avanços dos laterais e dois alas que quando a equipa perde a bola têm que recuar e depressa. Lá na frente um ponta de lança mais fixo ou mais móvel consoante o adversário e o jogo em questão. Estou convencido que assim, e nos cinco jogos que faltam, talvez cheguemos perto dos quarenta pontos.

Sobre o futuro a SAD já deve ter percebido que tem que dar a volta à situação porque o Belenenses, mesmo no estado em que se encontra, não é um clube que se satisfaça com estes objectivos. O Belenenses ou cresce ou morre. Não há meio-termo. E tal como diz o povo – ‘quem não pode, arreia’!


Saudações azuis 


Nota: Não falei no terceiro homem de meio campo, peça chave na ligação entre os sectores. Estou a milhas dos bastidores da equipa, não recebo qualquer cartilha, converso apenas com os meus botões, mas talvez esteja na hora de lançar o jovem Bernardo e ver no que dá. 

quarta-feira, abril 12, 2017

O futebol em flagrante delito!

Incapaz de fazer justiça num caso de flagrante delito, que toda a gente viu, a justiça desportiva foi ela própria apanhada em flagrante delito! Invocando, como sempre acontece em Portugal, um legalismo qualquer, prepara-se para deixar o agressor impune em termos de justiça útil, beneficiando assim o clube do agressor que como se adivinha o poderá utilizar para os fins que entender! Quanto ao agressor já sabe que, desde que o árbitro não veja, pode continuar a agredir os adversários porque a penalização só acontecerá quando o campeonato acabar. E nessa altura o mais provável é já ter sido transferido para um outro campeonato salvaguardando os interesses do actual clube! Melhor ou pior do que isto é impossível.

Estas são as notícias que tenho e que ainda não vi contraditadas. A partir daqui começa a contagem decrescente para a impugnação deste campeonato. O motivo é simples: - a justiça do futebol está a proteger os infractores e a atraiçoar a verdade desportiva.


Saudações azuis



Nota básica. Este é um caso que seria resolvido em dois dias num qualquer país civilizado. O argumento ridículo da moldura penal é apenas isso, um subterfúgio ridículo.

segunda-feira, abril 10, 2017

Noticiário azul sem cartilha!

A tradição é o saber acumulado e só os burros não percebem o que isso é. E não percebem porque são burros. No passado sábado o Belenenses entrou em campo sem a bandeira do Porto e ninguém terá dado por isso. Inclusivé eu! Li hoje a notícia e li também a justificação. Segundo consta a falha deveu-se ao facto de o Belenenses contar com o empréstimo de uma bandeira por parte do clube anfitrião. Uma explicação pouco consistente. Convém estar mais atento ao essencial e o essencial não são os jogadores ou os treinadores que perdem e ganham. Muito menos os dirigentes. O essencial é o espírito desportivo sem o qual acaba a competição e começa a guerra.

E é de guerra que vamos falar a seguir, guerrilha dentro e fora das quatro linhas com os comentadores televisivos afectos ao Benfica a exagerarem na dose e a mentirem. Aliás a mentira é neste Portugal a moeda corrente, uma moeda falsa e sem cotação internacional. É fácil de distinguir porque tem a efígie da república a amamentar a corrupção e a batota! E para que haja batota todos os dias é necessário preparar os tansos que gostam de ser enganados. ‘E são tantos que não podem ser tantos’, como diria o poeta!

Não se trata de informação prestada aos comentadores por parte dos clubes, o que seria natural e legítimo, não, não é nada disso, estamos a falar de instruções para unificar a opinião sobre os lances do próprio jogo! Instrução para papagaios que se fazem passar por comentadores que pensam pela própria cabeça quando afinal não têm cabeça! Isto acontece na televisão pública, paga pelos contribuintes, e acontece nas televisões privadas cuja concessão não se destina a atraiçoar a verdade desportiva. Suponho eu, mas se calhar estou enganado.

E por hoje já chega.


Saudações azuis

domingo, abril 09, 2017

Sem ataque!

O futebol tem destas coisas foi concebido para marcar golos na baliza adversária mas o Belenenses esta época tem sido dos clubes mais rebeldes nesta matéria. Ontem por exemplo passou o jogo todo a ignorar aquela regra básica! Em Janeiro para ultrapassar a rebeldia fomos buscar Maurides e Juanto e na verdade os golos apareceram, não muitos é certo porque para chegar ao golo há necessidade de alguns trabalhos preparatórios. Esses nascem sobretudo no meio campo zona do terreno onde somos realmente fraquinhos. Mas voltando ao jogo de ontem constata-se que nem Maurides nem Juanto jogaram! Minto, Juanto entrou a poucos minutos do fim quando o resultado já estava definido e mesmo assim ainda ameaçou a baliza de Casillas.

Não sou contra as alterações efectuadas acho até que é preciso renovar e arriscar mas há uma altura em que devemos corrigir o tiro e substituir quem de facto não está a render. Substituir sem esperar pelo fim do jogo. Quim Machado disse que a manta era curta e na verdade é. Não nos esquecemos que estávamos a defrontar o Porto a quem é muito difícil marcar golos. Mas por exemplo, Fábio Nunes esteve sempre pouco inspirado, e nem a troca de flanco com Diogo Viana foi tentada! São pormenores mas que às vezes mudam muito.

Enfim, fosse como fosse, precisamos de melhorar a qualidade da equipa se quisermos voltar a sonhar com vitórias contra os nossos rivais. Precisamos de mais jogadores como Edgar Ié para todas as zonas do campo, jogadores com outra velocidade de execução e pensamento, pese a inexperiência que aqui e ali revelou. A experiência adquire-se jogando.

Resultado final: Porto 3 – Belenenses 0



Saudações azuis 

sábado, abril 08, 2017

Nacional benfiquismo outra vez?!

Temos os papagaios na televisão a debitarem a cartilha pré-escolar, sim, claro, o Jonas foi empurrado e o campo era a descer, o Samaris pregou um soco no Teles mas é grego e não fala português, além disso foi aos dois minutos e o árbitro Xistra ainda estava a aquecer os motores para a grande arbitragem que a comunicação social exaltou! Mas temos mais, temos o Pizzi que só vai levar o quinto amarelo no fim do campeonato e temos tanta gente embevecida a pintar o país de encarnado! Que lindo! E por falar em encarnado começa a perceber-se que ou o governo intervém e entrega as transmissões televisivas à Federação ou à Liga, ou vamos continuar a assistir ao tratamento das imagens consoante os interesses dos clubes que as transmitem. Com as consequências que se adivinham no que toca à verdade desportiva. Coragem, precisa-se, para ver se deixamos de ser um país subdesenvolvido e na mão de gente sem escrúpulos. E a seguir o que é que temos?! Temos o Canelas para entreter o pessoal,  e temos as claques, umas mais legais do que outras mas todas elas a actuarem em roda livre e a custarem um balúrdio aos cofres do estado em termos de segurança. Estou a pensar nos contribuintes. A guerra está instalada e o que diz o meirinho da justiça?! Que não é video árbitro! Pois não mas se quer acabar com a violência no futebol tem que agir em relação ao árbitro que conseguiu realizar uma grande arbitragem mas deixou passar lances violentos e provocadores dentro das quatro linhas! Lances que não mereceram repetição do tal canal! Gosto muito de futebol mas do nacional benfiquismo estou farto. Foram os quarenta e oito anos da outra senhora e parece que voltámos ao mesmo.


Saudações azuis  

quarta-feira, abril 05, 2017

Para além do ruído…

Quando saí do estádio, naturalmente desapontado, formavam-se pequenos grupos de adeptos que davam largas à sua frustração. Como eu os compreendo… De um desses grupos elevou-se uma voz que, gesticulando, afirmava: – eu quero lá saber da SAD ou da Direcção, eu quero é saber do Clube de Futebol ‘Os Belenenses’! Também eu, disse baixinho para os meus botões.

Na verdade é surrealista aproveitar cada vitória para enaltecer a SAD e cada derrota para a escarnecer. Pior ainda é contabilizar as derrotas a crédito de uma Direcção que nada tem a ver com o futebol profissional. Mas é isto que se passa e não pode continuar sob pena de acabarmos com o que resta do clube. Por isso deixo aqui um aviso à navegação – apoiarei um candidato que faça jus àquelas palavras que ouvi à saída do estádio. O Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ acima de tudo!


Saudações azuis  

segunda-feira, abril 03, 2017

As camisolas já não jogam…

A tarde convidativa levou a esperança azul até ao Restelo e de facto quando Juanto inaugurou o marcador as bancadas agitaram-se a lembrar velhos tempos! Um golo dividido entre a aselhice do guarda – redes forasteiro e o oportunismo do avançado belenense. Mas foi um golo importante, um golo que dava alento face às dificuldades que vamos experimentando nos jogos em casa, dificuldade geral, diga-se, pois nesta jornada apenas o Vitória de Setúbal e o Chaves fizeram valer a ‘vantagem’ de jogar em casa! E isto devia dar que pensar pois reflecte não só um grande equilíbrio entre as equipas (refiro-me evidentemente às quinze* equipas que lutam para não descer) como reflecte também o aparecimento de uma nova geração de treinadores que sabem trabalhar as equipas e lutam pelos resultados sem quaisquer complexos!

Aliás o duelo visível, especialmente na segunda parte, foi entre Quim Machado e Nuno Manta, com este a levar a melhor, enquanto os adeptos azuis vociferavam contra as substituições que se faziam, contra as que não se faziam, sem perceberem bem o que estava a acontecer. Daí a frustração final, ainda por cima uma derrota no último minuto, derrota ditada por um penalty num lance infeliz de Edgar Ié, ele que foi dos que mais remou contra a maré.

Mas voltando ao duelo de treinadores, a primeira parte foi ganha por Quim Machado. Deslocou o sueco Persson para o lado esquerdo servindo de tampão às subidas de Florent e através desse flanco o Belenenses foi construindo algumas jogadas perigosas. Não muitas pois para além do golo só me lembro de uma perdida de Juanto, seriam os dois a zero, ao concluir por alto um cruzamento rasteiro e atrasado de Miguel Rosa.

No entanto na primeira parte nem tudo foram rosas! Bem pelo contrário, o Feirense teve muito espaço no corredor central e fez daí alguns disparos que poderiam ter sido fatais. E comprova-se o que escrevi no último postal – os bons trincos nunca são demais! Ou seja, Persson e Vítor Gomes juntos, não fazem um bom trinco. Outro erro de casting de Quim Machado teve a ver com o terceiro homem do meio campo! Nem é Juanto, nem pode ser Miguel Rosa, e sendo assim seria aquela fragilidade que nos haveria de arruinar na segunda parte. No banco, em condições de força mental, só havia Bernardo mas não foi ele que entrou.

E veio a segunda parte e com ela a desorientação. Quim Machado aproveitava cada interrupção para chamar Vítor Gomes á linha e dava-lhe instruções que pelos vistos ele não compreendia! Nuno Manta estava menos inquieto e queria mudar o resultado. O Feirense ameaçava o empate e em duas jogadas pelo lado direito só não marcou por milagre. Florent recuperava a posição cada vez com mais dificuldade e nas alas mantínhamos Camará e Miguel Rosa que não atacavam nem defendiam. Quanto a Maurides e se fosse por este jogo diria que não o reconheci! E o empate chegou naturalmente.

Posso agora fazer a psicanálise das substituições: - eu, doente na bancada, gritei para que ninguém me ouvisse – mete o Mica Pinto e segura o empate na ala esquerda! Mas o Belenenses não pode fazer substituições dessas. O Belenenses ainda é um grande clube quando se trata de deveres e Quim Machado apostou noutras opções. Ouviu um coro de assobios (e impropérios) quando trocou o apagadíssimo Maurides por Tiago Caeiro mas aí nem podia fazer outra coisa. Não é possível jogar com onze avançados.

E para a vitória de Nuno Manta ser completa as declarações finais de ambos os treinadores são sintomáticas. O treinador do Feirense disse que precisava de mais dois pontos porque os trinta e cinco que amealharam ainda não garantiam matemáticamente a manutenção. Quim Machado por seu turno referiu que os trinta e dois pontos que conseguimos já garantem a manutenção. Embora tenha reconhecido que isso não satisfaz o grau de exigência dos adeptos do Belenenses.

E não satisfaz mesmo!


Resultado final: Belenenses 1 - Feirense 2


Saudações azuis



* Pode discutir-se se o Braga se vai consolidar definitivamente como o quarto grande. Eu duvido e continuo convencido que só o Belenenses pode aspirar a esse estatuto. Noutras circunstâncias, claro.