terça-feira, junho 29, 2010

Os imbecis

É para isto que serve um blog, para descarregar raivas e frustrações, minhas naturalmente, quem não gosta não lê, mas fica registado. Daqui a alguns anos pode ser que este texto desconexo ganhe algum sentido! Acontece muito.
Perdemos quando não podíamos perder, contra uma selecção que faz bilros o tempo todo. Perdemos a jogar práticamente em casa, e quando se joga em casa enfrenta-se o adversário olhos nos olhos, não ficamos à espera dele, recuados, dando-lhe esse suplemento vitamínico que ele à partida não tinha. Perdemos porque não podemos depender de um jogador, por mais credenciado que seja, alimentando ilusões e expectativas que a realidade se encarregou de desfazer. Cristiano Ronaldo bem quis corresponder mas tudo lhe saía mal, ao ponto de parecer um principiante a jogar à bola!
E não foi só neste jogo, foi em todos.
Perdemos porque não houve a coragem de denunciar o exibicionismo dos livres tipo play station, lances que poderiam ter sido melhor aproveitados já que dispomos de grandes especialistas no jogo aéreo. Especialistas que íam lá à frente... em vão! E depois aqueles locutores enervantes mais preocupados em ‘vender’ o ‘benfiquista’ Coentrão do que em valorizar a selecção portuguesa. É também por aqui que perdemos, e é por aqui que nos tornamos minúsculos.
Ilacções positivas, duas, o que já não é mau: - evitamos que a propaganda republicana (mais o seu centenário) contamine o que resta da unidade nacional; e espero eu, esperamos todos, que durante uns tempos o Ronaldo nos poupe aos saltinhos de calcanhar e outras imbecilidades semelhantes. Se jogar à bola, simples, pode ser que para a próxima... venha a ser útil à equipa portuguesa.

sábado, junho 26, 2010

Visto de Marte

Visto de longe, com a nitidez que só a distância consente, este campeonato do mundo revela coisas curiosas! Evidências que escapam aos analistas politicamente correctos.

Se começarmos pelos que ultrapassaram a fase de grupos, reparamos em três selecções siamesas, separadas à nascença pelas fracturas continentais. Estamos a falar da Coreia do Sul, do Japão e do Chile! Tão parecidas na maneira de jogar, a mesma rapidez no intuito de superarem a falta de robustez física, um colectivismo feroz, e mesmo assim, as mesmas dificuldades para se apurarem! Recorde-se que apesar do seu futebol electrizante, a equipa dos Andes esteve sempre à mercê do ferrolho suíço. Mas o ferrolho é isso mesmo, é um ‘relógio’ que não serve para atacar.

Seguem-se as colónias ibéricas, uma mistura de habilidade e força, temperada pela manha do colonizador. Ficaram confortavelmente instaladas nos primeiros lugares e são favoritas. Umas mais que as outras.

Um capítulo para os europeus e aqui temos que clarificar o que se vê de Marte: - vemos claramente a Inglaterra e a Holanda, os donos das minas, e vemos a Alemanha, que sempre quis meter o pé em África. O duelo que se avizinha tem ressonâncias que nem as vuvuzelas conseguem silenciar. A Alemanha, menos forte que o costume, tudo indica que será de novo vencida em terras africanas.
Ah, falta a Espanha! Em África, castelhano... só em Ceuta. A gente trata do assunto.

E chegámos finalmente a África!
Aqui cabe distinguir a única selecção africana que se apurou, e com grande naturalidade – Portugal! É certo que o Ghana também conseguiu passar mas o Ghana não é uma selecção que represente África, é apenas uma selecção de africanos, neste caso ‘ashantis’ do golfo da Guiné. O que é substancialmente diferente. As outras selecções de africanos foram todas afastadas, como era previsível, incluindo o misto franco-guineense que representava a França!
Aliás, isto é tão verdade que o próprio Mandela não teve dúvidas em receber os portugueses num gesto carregado de simbolismo. Foi como se dissesse – vá, joguem e ganhem que é a única maneira de África ganhar!

Não posso terminar sem uma palavra para o madeirense Ronaldo – eh pá, passa a bola!

Saudações desportivas

sexta-feira, junho 18, 2010

A verdade nua e crua

Sem subterfúgios, resolveu um dos candidatos dizer aquilo que muitos sabiam e todos temiam - o Clube de Futebol "Os Belenenses" há muito que não cumpre o seu objecto social, há muito que não tem condições para competir nas ligas profissionais de futebol, pelo menos ao nível das expectativas dos seus adeptos. As receitas pagam apenas a estrutura que foi crescendo à sombra das glórias do futebol. Acabaram-se as glórias mas a estrutura ficou, e as sucessivas direcções limitaram-se a ignorar (e a iludir) esta realidade. Mas ela aí está, indesmentível, aparentemente irreformável. Será que ainda existe capacidade e coragem para salvar o Belenenses? A última palavra pertence aos sócios... que restam. A ver vamos.
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Saudações azuis