quinta-feira, julho 28, 2016

Trocas e baldrocas, negócios escuros!

Ninguém quer saber disso para nada e o povo vai emparvecendo. De parvo. Hoje, no café habitual, um alienado, sabendo-me belenense, informava-me todo satisfeito que o Benfica tinha feito mais um grande negócio, desta vez com o Bakic. O rapaz não tem culpa, limita-se a reproduzir aquilo que vê estampado nos jornais. Efectivamente os media em Portugal não fazem outra coisa senão exaltar os magníficos negócios que o Benfica vai fazendo como se tudo o resto fosse uma cambada de otários! Um dia, se estiver com paciência, talvez lhe explique que os negócios têm pelo menos duas partes, e talvez acrescente que no caso concreto do Bakic a ‘negociata’ andará ligada ao empréstimo do bracarense Danilo ao ‘seu’ Benfica. Mas como não estava nesses dias (da paciência) cortei a vaza e destrunfei o pobre coitado: - vê lá mas é se pagas o que deves ao Novo Banco que a gente precisa de vender aquilo o quanto antes! E sabes porquê?! Para não termos que pagar (todos) mais impostos! O rapaz calou-se surpreendido mas eu descobri que a palavra ‘imposto’ não soa da mesma maneira aos ouvidos dos portugueses! Para uns não soa a nada, habituados que estão a terem dinheiro para tudo menos para serem colectados!

Assim, passado o espanto inicial voltou à carga com a ‘riqueza’ do Benfica capaz de dar não sei quantos milhões pelo Jiménez! Calei-me, a doença é nacional, tenho chamado a atenção para ela neste espaço, mas em vão.

Responsabilidades para este adensar de negócios mirabolantes, cada vez mais obscuros, podíamos pedi-las aos Clubes, à Federação, à Liga, ao Governo, mas para quê?! Se a trapaça é o estado natural deste país.



Saudações azuis


Nota: Responsabilidades para a alienação galopante?! Talvez o Serviço Nacional de Saúde?! Talvez o mau exemplo de cima?! Talvez.

terça-feira, julho 26, 2016

Calor e noticias moles...

Noticias entusiasmantes precisam-se! Refrescantes de preferência, que este calor não puxa para a bola. Até à data as notícias andam à volta das lesões, desde o nariz à coxa esquerda e não saímos disto. Fazem-me lembrar tempos idos onde as únicas novidades sobre o Belenenses não eram novidades. Resumiam-se às melhoras ou pioras deste ou daquele jogador, sempre em convalescença! Ás vezes, a cortar um pouco a monotonia do assunto, acrescentavam-se os inevitáveis dias de folga! Tempos idos, como disse.

Aliás, há um ditado antigo que diz - 'pas de nouvelles, bonnes nouvelles' - e nesse sentido aguardemos serenamente pelo principio do campeonato. O que eu sinceramente espero é que as mais recentes aquisições (Yebda e Lorente) venham a ser reforços efectivos, os reforços esperados para colmatarem as ausências já anunciadas. 

Uma boa noticia para os belenenses li-a ainda há pouco e tem a ver com o Bakic! Terminou, aparentemente, o seu périplo pelos vários clubes nacionais! Termina assim o acinte contra a nossa impotência contratual e terminam ao mesmo tempo as cansativas viagens entre a segunda circular e Braga, pois ainda são uns quantos quilómetros! Se a notícia for verdadeira, fez bem a Fiorentina em pôr fim a estas viagens... na minha terra!

Saudações azuis

sábado, julho 23, 2016

Porque hoje é sábado...

Era este o tema repetitivo de Vinicius de Moraes para anunciar a um sábado a criação do mundo! Hoje, sábado, o Belenenses vai fazer mais um jogo de preparação, bem perto daqui, na Sobreda, contra o Cova da Piedade, e depois marcha para estágio em Fornos de Algodres, terra de onde veio o ministro mais poderoso do liberalismo - Costa Cabral. 

E porque hoje é sábado posso discorrer um pouco sobre a iniciativa da Direcção de garantir a possibilidade de recompra da SAD! Uma iniciativa e uma possibilidade com a qual concordo. Não tenho, nunca tive dúvidas que deve ser o espírito clubista a dirigir os destinos do futebol profissional. Futebol que para mim (e para quem sabe ler) é a razão de ser do Clube de Futebol 'Os Belenenses'. Aliás, a venda da SAD nas condições em que foi efectuada, e por mais inevitável que fosse, será sempre um marco terrível na história quase centenária do C.F. Os Belenenses. Isto não envolve qualquer juízo sobre o comprador que, para o comum dos belenenses, terá correspondido ou até superado as expectativas iniciais. E nesta matéria, para sermos justos, convém recuar ao ponto de partida! Na altura, na segunda divisão, desmoralizado e falido, a verdade é que o Belenenses se reergueu, subiu à primeira divisão e por lá se tem mantido, com altos e baixos naturais, mas numa trajectória que me parece ascendente. Isto, apesar das querelas permanentes, e previsíveis, entre a direcção do Clube e a  respectiva SAD! 

É também porque não vejo solução na actual estrutura bicéfala que penso ser indispensável clarificar de vez a situação. O Belenenses tem que actuar como um todo, no mesmo sentido, com todos a fazer força para o mesmo lado. Mas para isso não pode repetir-se o Belenenses das quintinhas, das mil e uma modalidades, dos bingos, das rendas. Terá de ser um Belenenses decididamente dedicado ao futebol, porque só assim voltaremos a ser grandes. Um Belenenses pequenino igual ao que nos levou a vender o futebol... não quero. Para isso não vale a pena recomprar nada. 


Saudações azuis

terça-feira, julho 19, 2016

Os empréstimos e o défice excessivo!

Vivemos de empréstimos, são eles que pagam os nossos vícios, no futebol e no resto. Daí o défice excessivo. Temos bancos falidos que vivem de emprestar e é assim que funciona o futebol e o resto. Todo o dinheiro que vem de fora entra neste circuito, neste círculo vicioso, e vai-se gastando alegremente. O défice, além de excessivo, passa a permanente e estrutural. Bruxelas, que inventou o sistema, clama contra o défice excessivo. De cá fazem ouvidos de mercador e prometem-se reformas. Mentiras, agora com cachecóis ao pescoço e taças erguidas!

No futebol português todos conhecem a realidade: - há três clubes que fazem figura de banqueiros e emprestam jogadores aos outros. Os outros fazem figura de pobrezinhos e assim se constrói um campeonato viciado, inútil, em que ganham sempre os mesmos, e cujo objectivo último é sacar os dinheiros da UEFA. O governo funciona da mesma maneira em relação às restantes actividades.
Mudar isto?! Nunca! Competitividade a sério?! Nunca! E como é que poderia mudar alguma coisa se os ‘pobrezinhos’, gostam de ser ‘pobrezinhos’!

O Belenenses pertence aos ‘pobrezinhos’ e não se vislumbra a hora de recuperar a carta de alforria! Entretanto vai prosseguindo a construção do plantel e esperamos que entre empréstimos de cima e empréstimos para baixo se consiga formar uma equipa que jogue sem limitações contra os outros ‘pobrezinhos’. Contra os clubes ‘banqueiros', aí, já é outra história.



Saudações azuis

segunda-feira, julho 11, 2016

Fernando Santos e mais onze!

O homem agradece a Deus os talentos e a argúcia, e eu agradeço-lhe a infinita paciência com que aturou uma série de anormalidades, que só visto! Desde logo o histerismo do Ronaldo que ele, paternalmente, transforma em virtude, mas sobretudo as perguntas dos jornalistas, qual delas a mais idiota! Então a estranheza de haver um católico, apostólico, romano, em Portugal, essa bate todos os recordes, inclusivé os do Ronaldo! Recordes de ignorância e estupidez a pedir rápida intervenção de uma catequese mais musculada. Talvez do tipo islâmico. Quanto ao futebol e ao mérito de uma vitória em que poucos acreditavam (excepto os gregos!), sobre isso tenho a dizer o seguinte:

Foi bom termos ganho à França, e não me perguntem porquê! Foi bom que a Torre Eiffel não se vestisse de verde e encarnado e por duas razões – a primeira, pessoal, uma vez que eu ainda distingo as cores de Portugal das cores da república. A segunda tem a ver precisamente com o espírito faccioso e republicano que os franceses possuem (em altíssimo grau) e os impede de serem desportistas e grandiosos… na hora da derrota. Seria de facto um choque para mim se me enganasse dessa maneira. Não, os jacobinos são jacobinos e nós adquirimos essa doença com eles.

Individualmente é melhor falar da equipa que Fernando Santos montou pois sem ela e sem esse espirito que acabou por contagiar uma nação, não teríamos sido campeões europeus! Parabéns a todos!



Saudações azuis

quinta-feira, julho 07, 2016

À grega… com Ronaldo!

Aprender com as lições do passado é sintoma de inteligência e também de humildade. E ninguém melhor do que Fernando
Santos para encarnar aquelas qualidades. Na altura o seleccionador grego era outro mas Fernando Santos conhece bem o espírito que levou a Grécia a sagrar-se campeã da Europa em Lisboa. Precisamente contra Portugal, país organizador do evento. Depois disso, a selecção grega soube envelhecer mantendo níveis competitivos assinaláveis! Resguardada numa defesa coriácea, sabendo trocar a bola quando era preciso, tinha a amplitude suficiente para desferir golpes rápidos e mortais! E ganhava por meio a zero.
Portugal sempre teve, em quantidade e qualidade, jogadores melhores que a Grécia mas nunca conseguiu fazer valer essa superioridade nas grandes competições. Na hora H falhou sempre. Talvez seja desta muito embora o adversário que nos há-de caber na final seja mais forte do que todos os que defrontámos até hoje. Será alguém que já sabe o que é ser campeão europeu. Se for a Alemanha será até o campeão do mundo em título. Portanto, estamos a prever um embate complicado mas onde tudo é possível! Se jogarmos à grega... e com Ronaldo em dia sim...

Saudações azuis



Nota básica: Já o escrevi mas confirmo: - Fez bem a SAD em recorrer da sentença do tribunal administrativo. E fez bem em recorrer invocando os motivos que invocou, para além de outros, naturalmente. Defendeu os interesses do Belenenses e de quem o representou naquele caso.

domingo, julho 03, 2016

A requalificação!

O vocábulo está na moda e é normalmente utilizado para justificar as obras num país em obras. A base da requalificação é o cimento armado, raramente é o verde! Dito isto, qualquer empreiteiro do mundo dirá que o mundo precisa de obras, precisa de ser requalificado. E o Restelo faz parte do mundo.
Justificada a obra na perspectiva do empreiteiro vamos analisá-la na perspectiva das outras partes interessadas – o Clube de Futebol ’Os Belenenses’ e a Câmara Municipal de Lisboa, que autoriza o projecto. Os interesses deveriam ser coincidentes mas não têm sido. Em relação a Sporting e Benfica a música é outra.  

Começamos pela Câmara. Esta vereação socialista onde emerge o não eleito Medina, nome que me faz lembrar, sem querer, mesquitas pela cidade, esta vereação, dizia, só pode ficar contente quando lhe falam em escolas, polos universitários, piscinas, espaços comerciais e outros equipamentos de lazer que só pelo facto de não serem geridos pelo Belenenses lhe dão a garantia de alguma continuidade. Não tem nada a ver com o Belenenses, tem a ver com o histórico dos clubes de futebol a gerirem actividades para as quais não têm a mínima vocação. Bingos, piscinas, etc…. O resultado final é normalmente a falência da iniciativa. A alternativa costuma ser uma concessão e uma renda, alienando o clube mais uma parcela do seu território. Aliás isso parece visível no que toca ao futuro ‘pavilhão poli-desportivo’, e vou citar o que li: - ‘o pavilhão será gerido e utilizado pelo clube mas financiado pelo privado, ao qual forem atribuídos, por 50 anos, os direitos de superfície daquela parcela’! O que é que isto quer dizer?! O privado é um benemérito do Belenenses?! Pergunta que deixo no ar e para a qual não consigo encontrar resposta plausível.
Portanto, em relação aos interesses da Câmara estamos conversados.

Para aferir sobre os interesses do C.F. ‘Os Belenenses’ neste projecto, nada melhor que seguir os objectivos enunciados pela Direcção do Clube*: - esqueço o natural exagero do momento (‘o maior e o mais moderno complexo desportivo da cidade de Lisboa’), esqueço a frase batida do Sérgio Godinho (‘o primeiro dia do resto da vida do Belenenses’), esqueço também a crónica dos séculos (‘antes de 1 de Julho 2016 e depois de 1 de Julho 2016’), esqueço tudo isso, que pode ser lido ao contrário, e fixo-me apenas em três alvos muito concretos: 

1.      Modernizar as instalações desportivas;

2.     Capacidade para o Belenenses se abrir ao exterior e à cidade e assim captar mais adeptos;

3.     Garantir a sustentabilidade financeira para as próximas décadas;

Não vou perder muito tempo com a segunda alínea – ‘capacidade para se abrir ao exterior e captar mais adeptos’ – um disparate semelhante àquele que fez escola na altura da construção das piscinas! Dizia-se então que as piscinas multiplicariam o número de sócios e adeptos. Os sócios multiplicaram-se, os adeptos não. Para o fim, quando as piscinas se degradaram, nem os sócios. O número de adeptos só aumenta quando tivermos uma equipa de futebol que faça frente a Benfica e Sporting. Não tem nada que enganar.

A terceira alínea – garantir a sustentabilidade financeira para as próximas décadas – é outra falácia. As rendas degradam-se com o tempo. Em Portugal quem vive de rendas vive cada vez pior. As leis favorecem sempre o inquilino, nunca o senhorio. Além de que as rendas nos afastam viciosamente do negócio do futebol. Talvez seja bom para esta e para as próximas Direcções, será péssimo e fatal para o futuro do Belenenses. Basta lembrar os anos de oiro do Bingo! O que lucrámos com isso?! Uma taça de Portugal?! E hoje, onde estamos?!

Quanto à primeira alínea – modernizar as instalações desportivas - todos estamos de acordo com a Direcção. É verdade que perdemos ‘o comboio da modernidade’ quando não soubemos aproveitar devidamente o Euro realizado no nosso país. Deveríamos ter exigido o mesmo que os outros. Não seria um estádio novo, mas fazia todo o sentido falar nessa altura em requalificação! Não fomos capazes, não tivemos força, já não interessa, acabámos por receber umas migalhas a título de compensação.
Entretanto não vi noticiada qualquer melhoria em termos de acessibilidades e estacionamento para quem se desloca ao estádio em dias de jogo. Deverá existir, eu é que não vi.

Finalmente e concluindo: - seja novo, seja velho do Restelo, todos reconhecem que estas obras se vão realizar em contra ciclo, numa conjuntura (nacional e europeia) em que poucos se atrevem a prognosticar o dia de amanhã! Não serão tempos de abundância, esses já foram, portanto há que assentar bem os pés na terra. O Belenenses é um clube de futebol e é no futebol que terá de garantir a sua continuidade como grande clube.


Saudações azuis



*Lido nos órgãos de comunicação social.

sexta-feira, julho 01, 2016

Empréstimos?!

Fui e sou contra os empréstimos de jogadores entre equipas que disputam o mesmo campeonato. Não há maneira de fugir à questão - é sempre uma machadada na verdade desportiva e acaba por fomentar relações de vassalagem que em última análise impedem os vassalos de crescer e de se tornar independentes. Ainda para mais num país pequeno como Portugal há muito viciado em todo o tipo de dependências!
Ao reler os meus escritos já terei vacilado naquele princípio, em nome de uma qualquer justificação ocasional a favor do Belenenses, mas se o fiz errei. Porque é sempre contra o Belenenses!

A norma, entretanto aprovada na Liga, e que limita a três o número de jogadores emprestados pelo mesmo clube, acaba por ser um mal menor mas só foi implementada para acalmar os ânimos no âmbito da mais recente 'guerra' entre Benfica e Sporting! Curiosamente, o Belenenses, estava na altura no epicentro dos protestos leoninos. Daqui se conclui que as normas da Liga não têm em conta os interesses do futebol português, vistos como um todo, destinando-se apenas a remendar os problemas suscitados pelas rivalidades entre os chamados três grandes! Na mesma linha vai, aliás, e como escrevi no postal anterior, a 'norma' dos jogos em casa emprestada. 

Um longo intróito para dizer que o empréstimo de um jovem central do Sporting é a repetição de um erro que já julgávamos ultrapassado pela SAD! Pelos vistos não está, o erro mudou-se apenas para o outro lado da segunda circular! E voltam as dúvidas sobre a capacidade de investimento... do investidor. Este tipo de negócios, seja com o Sporting, seja com o Benfica, seja com o Porto, é sempre a pescadinha de rabo na boca. É sempre a incapacidade para crescer e ganhar autonomia.

E agora como vai ser?! Fica o nosso Gonçalo Silva no banco para ajudarmos o Domingos Duarte a ganhar maturidade?! Ou vai ficar o Domingos Duarte no banco, sem jogar?! Claro que a resposta é simples - o Sporting  não emprestava o jogador (ainda por cima sem cláusula de compra) para ele ser suplente. Os empréstimos e as engenharias financeiras são todas muito bonitas desde que o Belenenses fique a ganhar. E não fica.
Alternativa?! Investir num jovem jogador, e o mundo é grande! E não faltam jogadores em condições de serem valorizados para depois ganharmos alguma coisa com isso.


Saudações azuis


Nota: Parecia que estava tudo a correr tão bem...