terça-feira, maio 30, 2006

Leitura dos jornais

Jornal “O Jogo” de 30/05/06: 14 assinaturas ‘salvaram’ Cabral Ferreira.
A proposta de realização de uma Assembleia-geral Extraordinária para votar a eventual destituição de Cabral Ferreira da presidência do Belenenses foi ontem rejeitada por Machado Rodrigues, presidente da mesa da AG do emblema do Restelo. A recusa ficou a dever-se ao número de assinaturas necessárias, uma vez que, das 296 entregues pelo grupo dos contestatários – no qual se inclui Mendes Palitos, rival de Cabral Ferreira nas últimas eleições – apenas 236 foram consideradas válidas, quando 250 assinaturas são o mínimo necessário para a convocação de uma AG extraordinária. Indignado pela posição tomada, o grupo não equaciona a possibilidade de recolher as assinaturas que faltam”.

Muito bem ou muito mal, não sei ainda que conclusão retirar desta notícia, que a ser verdade retrata fielmente o Belenenses actual!
Insólito, inerte e ao sabor do absurdo.

Entretanto prossegue a novela “Mateus”!
Diz Mateus no mesmo jornal: “Deram-me um papel e eu só assinei”!
Ou me engano muito ou o próximo campeonato da primeira Liga, que era para ser disputado por dezasseis equipas, vai recomeçar com vinte!
Viva o futebol português.
Saudações azuis.

sexta-feira, maio 26, 2006

“Falta uma liderança forte”

Assim se expressa Rui Casaca em entrevista concedida ontem ao jornal “Record”:
“Na hora da saída, o ex-director-geral do clube do Restelo defende as opções da SAD e critica de forma contundente o presidente Cabral Ferreira”.

(Record) Considera que o projecto traçado para a época de 05/06 era megalómano?
(RC) Não. O orçamento para esta época era igual ao da época anterior. Contratámos todos os jogadores sem custos. Criámos uma boa equipa e no início da época todos valorizaram e elogiaram o Belenenses. Conseguimos jogadores que são mais-valias para o Clube. Construímos um plantel curto (19 jogadores mais 2 guarda-redes), onde a qualidade se impôs à quantidade.

® Couceiro criticou muito a forma como a equipa foi estruturada.
(RC) Ele aceitou o desafio e sabia como estava a equipa. Nessa altura houve muitas ofertas para o cargo de treinador. Em Janeiro o técnico referiu que o plantel estava desequilibrado e pediu mais atletas. Nessa altura, houve a possibilidade de Meyong sair e registou-se alguma instabilidade.

® José Couceiro também referiu que foi ele quem deu a ‘cara’ no balneário para falar sobre salários em atraso...
(RC) A SAD deu o máximo de condições e pôs os atletas a par da situação, com reuniões com os capitães. Não foi a SAD que orientou treinos, dirigiu a equipa e fez substituições. Os salários nunca influenciaram o rendimento dos jogadores. Eles tiveram sempre uma atitude profissional.

® Considera que Carvalhal, a anterior SAD e o Casaca, que saíram, foram os bodes expiatórios da situação?
(RC) A saída da SAD foi uma tremenda injustiça. Barros Rodrigues é inteligente e dedicado, e seria, no futuro, um excelente presidente para o Belenenses. O clube também perdeu com as saídas de figuras como Jaime Monteiro e Godinho. Foram grandes perdas. Todos somos co-responsáveis, mas há pessoas com mais responsabilidades do que eu e do que Carvalhal. A hierarquia vem de cima para baixo, mas neste caso, em termos do assumir de responsabilidade, o sentido foi inverso.

® Na sua opinião Couceiro também tem uma quota-parte de culpa neste insucesso?
(RC) Ele teve mais de 25 jogos para poder ganhar e inverter a situação. Afirmou que em Janeiro devia ter-se demitido, mas nessa altura pediu dois extremos e um defesa-esquerdo. Foi ele quem disse que iria “influenciar” junto do FC Porto e V. Setúbal para contratar Ivanildo e Nandinho, mas os jogadores não vieram. Quanto a Carlitos, foi a SAD que não quis, pois a sua política não passava por jogadores emprestados do Benfica. No caso Rui Jorge, a responsabilidade da sua contratação foi da SAD. Dady foi o único a quem Couceiro deu aval.

® E Cabral Ferreira, também tem responsabilidades?
(RC) O presidente sempre esteve a par e de acordo com todas as decisões. Houve responsáveis do clube que me disseram que o Belenenses era orientado numa ‘anarquia controlada’, mas penso que é sim, uma ‘anarquia descontrolada’, pois as medidas são tomadas avulso e não há uma estratégia. Qualquer tratador de relva tem opinião e faz opinião sobre o Belenenses. Não acredito num clube que não tenha um sistema presidencialista capaz. Falta uma liderança forte.

® Sai magoado?
(RC) Um pouco. Apesar de estar de consciência tranquila e de ter desempenhado a minha função com profissionalismo. Foi um enorme prazer trabalhar no Belenenses, que é um grande clube. Senti que deixo no clube muitas pessoas que gostam de mim. Tenho pena que nem tudo o que foi feito tenha chegado, ou se chegou pode ter sido deturpado, à direcção, pois há uma hierarquia e eu tinha que respeitá-la.

A terminar, referiu-se ao ‘caso Mateus’, nos seguintes termos: “Acredito que a equipa fica na Liga, porque está do lado das leis e da razão, e tem gente com grande capacidade a tratar do caso, como é o Dr. Nelson Soares”. ‘Mas na Liga ou na Honra, o futuro do Belenenses está, adianta Casaca, na aposta que o clube já fez e poderá manter nos jovens valores’: “Penso que já tivemos alguns resultados a nível do futebol jovem. Melhorámos a qualidade dos jovens jogadores e o exemplo disso foi o facto de o Belenenses ter atletas em todas as selecções, desde os Sub-16 aos Sub-21. Creio que essa tem de ser a grande aposta do clube e o futuro passa por aí”.

Penso que é uma entrevista com interesse, sóbria, de alguém que foi frequentemente acusado de ser um dos principais responsáveis pelo naufrágio da Nau Azul, e que teve agora a oportunidade para se defender.
É por isso que resolvi transcrevê-la.
Saudações azuis.

quarta-feira, maio 24, 2006

Há sempre alternativa

Vivemos um tempo confuso, pendente de casos, de planos de viabilização, de expectativas várias, não é fácil portanto fazer um ponto da situação!
Mas o título mantenho-o: O Belenenses tem sempre alternativa.
Perigosa é a ideia de que qualquer mudança, qualquer agitar de águas, é um mau sinal, põe em causa a vida do Clube, etc. etc.
Ao contrário, o facto de terem sido recolhidas mais de duzentas e cinquenta assinaturas, tantas quantas as necessárias para convocar uma Assembleia-geral Extraordinária parece-me uma saudável prova de vitalidade. O Belenenses ainda consegue sair da inércia, ainda estremece, ainda reage contra o pobre destino que querem impor-lhe!
Naturalmente que sou favorável ao cumprimento dos mandatos. Respeito os resultados eleitorais, e não seria uma descida de divisão que me faria mudar de ideias, por muito dolorosa que seja, nomeadamente para quem vê o Belenenses desde as Salésias. Pratiquei desporto, não gosto de perder, mas quem tem espírito competitivo sabe que nem sempre se ganha.
Mas não é disto que se trata agora. O Belenenses está mergulhado numa crise de que não se conhece a extensão, nem tão pouco se adivinha a cura. Não existe qualquer estratégia para o futuro, estratégia que tenha futuro!
Os caminhos trilhados ao longo de décadas revelaram-se errados, as Direcções que saem de dentro umas das outras vêm empobrecendo o Clube, esmagado por cumplicidades doentias, com os sócios cada vez mais resignados e distantes. Os melhores afastam-se, porque não têm feitio nem vocação para uma cultura derrotista.
Este retrato do Belenenses é tirado facilmente pelos que estão de fora, melhor até que pelos que estão por dentro, sem perspectiva, cegos pela realidade.
O Belenenses precisa de renovar-se, com outra gente, talvez inexperiente, que vai decerto cometer erros, mas que não tem os vícios que de longe vêm...
O Belenenses precisa de reconquistar uma cultura de vitória.
E fico-me por aqui. Aguardemos os próximos episódios...que prometem.
Saudações azuis.

sábado, maio 20, 2006

Noticiário tal e qual

Enquanto o tempo passa, suspenso de “já nem me lembro bem do quê”, deito os olhos para os jornais expostos em coluna avermelhada e deparo com a expressão de Madaíl! A imagem de um Mecenas! Lê-se, que o homem tenciona distribuir dinheiro do Mundial pelos clubes portugueses que cederam jogadores à selecção!!!
Aquilo que o G-14 não conseguiu, esbarrando na intransigência da FIFA e da UEFA, o artista que temos na Federação, parece que vai conseguir!
Antes de prosseguir com a crónica, uma adivinha relativamente complicada. E quem são esses clubes que já arranjaram maneira de abichar mais uma receitazinha, quem são?
A solução está no verso, por isso continuemos para bingo.
Se eu fosse partidário da política da terra queimada, diria satisfeito: a selecção acabou, foi ferida de morte. Sobre as suas ruínas reconstruiremos um novo edifício federativo, próprio de um País civilizado.
Não perceberam? Eu explico:
A ser verdade que os clubes que fornecem jogadores à selecção nacional, passam a ser recompensados monetariamente, abriu-se uma nova ‘caixa de Pandora’ de consequências, infelizmente, previsíveis. Basta imaginar a suspeição que recairá sobre as convocatórias, sobre o seleccionador, sobre toda a estrutura federativa! Já existe, dir-me-ão. De acordo, mas subirá a níveis nunca vistos, e desacreditará a própria equipa das quinas.
Não me referi a outro aspecto dramático, que pouco interessa à maioria dos jornais e à estupidez instalada nas principais bancadas dos nossos belos estádios – refiro-me ao aprofundar do fosso entre clubes que fornecem jogadores à selecção, e os que não fornecem. Entre os três “clubes do Estado” e os outros.
Mas isso, de facto, não interessa muito.
Saudações azuis.

quinta-feira, maio 18, 2006

Pescadinha de rabo na boca

Prezo a existência de um Órgão onde tenham assento, por inerência, os Presidentes das Direcções cessantes, dentro das suas possibilidades, assim como os respectivos Presidentes da Mesa da Assembleia-geral. Devem também fazer parte desse Órgão um conjunto de associados, nomeados pela Direcção que está em funções, bem como pela Lista vencida nas últimas eleições, estes naturalmente em menor número, cerca de metade. Admito, inclusive, que esteja representado o ‘capitão da equipa de futebol’, valorizando assim essa função, a quem se atribuiria a qualidade de associado.
Dito isto, e dentro das competências que estatutariamente lhe são confiadas, esse Órgão seria uma espécie de memória viva do Clube, cabendo-lhe intervir através de ‘chamadas de atenção’ dirigidas à Direcção, devidamente publicitadas junto dos associados, e sempre que entender que estavam postos em causa os superiores interesses do Belenenses.
Uma guarda avançada da Assembleia-geral.
Vivemos agora um desses momentos e cumpre-me registar que o Órgão que no Belenenses assume tais requisitos, e se denomina Conselho Geral, veio a público manifestar “grande preocupação com a situação do Clube em todos os domínios...”, mas desaconselha “soluções alternativas através de uma AGE pelos óbvios riscos desta poder paralisar a actividade do Clube...”. Afirma que a Direcção do Clube “assumiu o compromisso de apresentar ao Conselho Geral, até ao próximo dia 25 do corrente, um Plano de Intervenção...” para corrigir o actual desequilíbrio financeiro e desportivo.
E termina o comunicado justificando a opção tomada “pela não existência de um alternativa sensata e atempada”.
E borrou a pintura, exclamo eu!
Então se a Direcção tem vindo a silenciar ou desvalorizar a crise, apanhando todos de surpresa, nomeadamente o próprio Conselho Geral que era suposto não ser surpreendido, como queria este avisado Conselho que já existisse, pronta e atempada, uma alternativa!?
Assim não nos entendemos. O Belenenses tem sempre alternativa. Que necessita de um mínimo de espaço e de tempo para se afirmar e avançar. Espaço e tempo, que já foi inventado, consta dos Estatutos, chama-se Assembleia-geral Extraordinária.
Quando o Conselho Geral admite que o Belenenses não tem, neste momento, alternativa, que uma AGE poderia atrapalhar a normal descoberta de uma solução, pode estar a querer dizer muitas coisas ao mesmo tempo!...
Que conhece a verdadeira dimensão da tragédia, que a tragédia existe porque o Clube se tem vindo a fechar em torno de um pequeno grupo de pessoas, cúmplices da tragédia, e que se calhar convém resolver isto ‘em família’.
É uma conclusão possível, para quem está de fora, como a maioria dos associados, que não conheçe os bastidores da crise, e a quem, portanto, só uma AGE poderia esclarecer.
Ou vamos continuar, até ao fim, a funcionar em circuito fechado?

terça-feira, maio 16, 2006

A hora da verdade

Para que não subsistam quaisquer dúvidas ou reticências sobre qual é a opção do Belém Integral, neste momento particularmente delicado da vida do Clube de Futebol “Os Belenenses”, começo por subscrever o comentário de um ilustre Visitante, que diz o seguinte:
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1. “Face aos dramáticos resultados alcançados, que põem em causa a sobrevivência do Belenenses, sou de opinião que o Eng.º Cabral Ferreira tinha a obrigação moral de apresentar a sua demissão, e do elenco a que preside.
2. Nesse cenário, seriam convocadas eleições antecipadas, às quais o Eng.º Cabral Ferreira, se entendesse, poderia voltar a apresentar uma candidatura.
3. Não o tendo feito, e na previsão de que já não o fará, sou de opinião que se deverá propor a realização, com carácter de urgência, de uma AGE, para análise da grave situação desportiva, económica e financeira em que o Belenenses se encontra. Da mesma poderá resultar, ou não, a demissão da actual Direcção e a convocação de eleições.
4. Nada fazer, parece-me absolutamente suicida. (Ainda) vejo gente nova com vontade de devolver o Clube à sua anterior grandeza. Este é o tempo de se assumir essa tarefa de ruptura e mudança, com clareza e ambição. Caso contrário, na minha opinião, o Belenenses desaparecerá.”
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Neste quadro, que todos admitem corresponder à realidade, não consigo perceber que razões ‘superiores’ se poderão invocar para irresponsabilizar completamente todos aqueles que estão à frente dos destinos do Clube, vai para mais de um ano! Nomeadamente o Presidente da Direcção!
Enganaram-se!?
Vão agora corrigir a rota?
Vamos deixá-los cumprir o mandato porque são pessoas sérias e simpáticas!? Sem explicações!?
O Conselho Geral trata de tudo!?
O futebol vai continuar a ser mais uma modalidade?
A concepção que a Direcção tem do Clube, e a sua estratégia para o futuro, alteraram-se?
O passivo, como é?
São muitas perguntas, que só uma AGE pode dar resposta.

Sócio nº 1261 (JSM)

sábado, maio 13, 2006

Os bastidores da crise

José Couceiro, em longa entrevista publicada hoje no jornal ‘A Bola’, explica-se e desvenda algumas das causas que, na sua óptica, contribuíram para a descida de divisão!
Orçamento inicial desfigurado, salários em atraso, promessas adiadas, reforços de Dezembro insuficientes para colmatar um plantel desequilibrado, são as principais razões que enuncia.
Arrependido por não ter denunciado mais cedo a situação, por não ter batido com a porta logo em Janeiro, não foge às suas responsabilidades e afirma ter-se demitido, a custo zero para o Clube, no intuito de facilitar a vida ao Presidente da Direcção. De quem se diz amigo, e que curiosamente, isenta de responsabilidades!
Tem uma visão para o Belenenses do futuro, que partilha com o Eng. Cabral Ferreira, e que considera indispensável pôr em marcha, para evitar o previsível descalabro.
Retenho a frase: ”O Belenenses é um Clube de grande dimensão. Mas a equipa de futebol e a estrutura que a apoia não são de grande dimensão.”
Interessante!
Comentário!?
Quem votou nesta Direcção deve a esta hora sentir-se enganado. Afinal o prometido futuro de estabilidade e crescimento, bandeira eleitoral da lista vencedora, não existiu nunca! Por outro lado, as dúvidas sobre a credibilidade da outra Lista, levantadas amiúde pelos vencedores, concluímos que foram e são despropositadas! Pois quem assim não cumpre, deve abster-se de fazer considerações sobre os que ainda não tiveram a oportunidade de falhar.
Isto tem lógica?!
Muito bem. Em vistas disso, penso que os votantes afectos a esta Direcção merecem para além de um comunicado de pesar, explicações sérias sobre o que se passou, o que correu e está a correr mal no Belenenses, não apenas no futebol, mas se considerado no seu conjunto. E este conjunto não deve ser coisa pequena!
Quanto aos restantes Belenenses, os que votaram na outra Lista, os que se abstiveram, os que estão afastados e desiludidos com o percurso que o Clube vem trilhando há décadas, esses, terão que decidir muito rápidamente se esta Direcção dá, ou não dá, as garantias mínimas de conseguir cumprir o seu mandato com a dignidade que a (já longínqua) grandeza do Clube de Futebol “Os Belenenses” ainda merece.
Saudações azuis.

quarta-feira, maio 10, 2006

Primeiro...a raiva

Tenho hesitado, estou à espera que a raiva surda que resiste dentro de mim, se desvaneça aos poucos. Vou lendo e ouvindo o que se diz por aí, o praguejar sentido, o desânimo espalhado, algumas desistências, espantosas subserviências, e o silêncio pesado.
Estou vivo, aqui no Belém Integral, estamos vivos. Prontos para o que der e vier.
Ao longo do percurso que já levamos, mais de um ano, sempre propusemos a rotura com o descaminho que o Belenenses vem seguindo.
É hora de manter a proposta.
Entretanto a Direcção pronunciou-se no Portal oficial do Clube. Um comunicado de pesar, que posso compreender.
O que não compreendo e por isso evito frequentar esse ‘espaço’ do Clube de Futebol “Os Belenenses”, é justamente a equiparação, ao menos formal, que ali se estabelece entre o futebol e as restantes modalidades que se praticam no Clube. Talvez seja um pormenor, mas espelha incapacidade e desnorte de quem está à frente do Belenenses. Que não percebe que não é aquela, a imagem do Belenenses. Os homens e as instituições distinguem-se nos pormenores. No resto são iguais.
Doravante, e para acabar de vez com as confusões patético-ecléticas, seria razoável separar o que deve estar separado: o futebol a abrir a página, as outras modalidades, englobadas, noutra página. Na página principal, a do futebol, ponham lá a fotografia do Matateu ou do Vicente, dois dos últimos jogadores que alinharam com a Cruz de Cristo ao peito, e que sentiam a camisola!
Ora aqui está uma primeira mudança, um primeiro ‘corte transversal’ a efectivar, como anuncia o comunicado.
Hoje impliquei com o ‘site’, amanhã falarei sobre o frenesim relativamente à contratação do treinador e dos jogadores. Para o fim da semana, direi o que penso em relação ao futuro desta Direcção.
Saudações azuis.

segunda-feira, maio 08, 2006

O desastre anunciado

Por vários caminhos confluíram todos os desastres que, lá longe, já se anunciavam a quem quisesse ver claro, a quem conseguisse desentranhar aquela última esperança que normalmente morre na praia.
Os resultados deste Domingo sombrio foram lógicos. A única surpresa seria o empate ou a vitória do Belenenses em Barcelos!
Não aconteceu.
Mal preparados desde o início, para uma época em que desciam quatro equipas, fomos simplesmente adiando o inevitável. Numa recta final discutida palmo a palmo, em que valem sobretudo as condições anímicas, teríamos poucas hipóteses de sobreviver. Porque digo isto? Porque perdemos há muito a mística, que vem de cima, que se transmite ao campo, qual força invisível...
Não é este o momento para inventar culpados, nem para semear divisões e ódios entre os associados. Somos todos Belenenses, e por isso, presumo que todos queiram o melhor para o Clube.
Precisamos de ter a consciência que esta é a terceira vez, em dez anos, que caímos no fosso da segunda divisão! Ou a quarta vez, em vinte e quatro anos, que isso nos acontece! Tornámo-nos um clube de sobe e desce! É isso que queremos? Penso que não, a não ser que queiramos extinguir a chama que ainda nos alumia.
Está pois na altura de enfrentarmos a realidade e de dizermos claramente qual é o caminho que pretendemos seguir. Este já sabemos que não vai a lado nenhum.
Nos momentos de grande crise, definem-se os grandes homens, e também, as grandes instituições. Ainda há tempo para salvar o Belenenses. Depende de nós.
Saudações azuis.

sábado, maio 06, 2006

Só para descontrair

Faz bem parar de fazer contas sobre a última jornada e nada melhor do que olhar para outras contas: o já célebre Anuário da Deloitte, que versa sobre as Finanças do Futebol Português!
É uma curiosa publicação, em compadrio com a Liga e o jornal “A Bola”, à qual me referi o ano anterior, avançando a hipótese de tão conclusivo Anuário ter o alto patrocínio do Senhor de La Palice!
Sem ironia, comportamento difícil de manter perante o estilo e alcance da obra, verifico apenas que se mantêm todos os défices, todos os traumas, todas as perplexidades e mistérios, que ensombram essa indústria de sucesso que se chama ‘futebol português’!
Não tenciono perder-me nos logaritmos do Anuário, que é preciso comprar, basta-me o resumo que o promovente jornal faz do mesmo, para tirar assinaláveis ilações, sobre os números e respectivos véus! Engenharia financeira, já se sabe.
Com ou sem engenharia, o Porto gasta no campeonato dos custos, qualquer coisa como 74,3 milhões de Euros, o Benfica 55,5 milhões e Sporting cerca de 45,6 milhões de Euros, naturalmente.
As receitas são todas para baixo, com o Sporting a despistar a realidade com estranhas mais-valias, que são afinal menos valias, a fazer fé na urgência de vender património!
Neste capítulo o Anuário parece entreter-se a fazer comparações com Real Madrid e Manchester United, e quando se envolve nas receitas da publicidade, lembra-se da tenista Sharapova! Será para branquear a situação!? Será para estupidificar a população!? Ou será uma homenagem à beleza russa!?
O que é certo é que os chamados três grandes, nomeadamente o Benfica, não se podem queixar muito das receitas da publicidade e da televisão. Se as compararmos com as receitas desportivas! E se a seguir nos lembrarmos de onde provêm os ganhos publicitários! Aqui não posso deixar de pensar nos organismos públicos e derivados!
Já escrevi sobre os Clubes do Estado, estão recordados concerteza!
Quanto às receitas da televisão só me lembro dos clubes da Liga de Honra!
Regressemos no entanto à realidade e ao desabafo do Major Valentim, que deve ter uma noção mais exacta do valor do dinheiro, e donde ele vem: “É necessário apertar os cordões à bolsa”... “O Estado não pode continuar a ser guarda-chuva”!
E termino em beleza, citando Cavaco Silva no discurso do 25 de Abril: “Portugal é no quadro da União Europeia, o país que apresenta maior desigualdade de distribuição de rendimentos. E é também aquele em que as formas de pobreza são mais persistentes”.
Enquanto escrevia estas ultimas frases, não pude deixar de pensar na desigualdade de tratamento que se verifica entre os três clubes ditos grandes e os restantes clubes da mesma Liga. E na forma persistente como o próprio Estado e seus intermediários, vai cavando esse fosso da desigualdade, ano após ano!!!
Se existe actividade económica representativa da desigualdade de condições, essa actividade chama-se pomposamente, indústria do futebol português!
O Anuário não fala nisso!
Saudações azuis.

segunda-feira, maio 01, 2006

Até ao fim...

Releio o último postal, e os comentários de SPM e Abel Vieira, após o jogo com a Académica, e posso pensar que não vale a pena acrescentar mais nada.
Tudo previsto, tudo definido, mas entre a desilusão ainda a esperança de uma ajuda de terceiros! Benfica ou Penafiel, evitando a trágica parceria dos trinta e nove pontos com a Naval, ou a trindade com Académica e Naval. Já com a máquina de calcular, a salvação chegaria, através de um remoto desaire dos estudantes frente ao Marítimo!
Estes os cenários, em caso de derrota em Barcelos!
Mas antes, e para ficar de bem com a minha consciência, vou repetir, aqui, algumas das críticas que em altos berros, dirigi da bancada para o campo:
Eu sei que o jogo era muito difícil, que não podíamos perder, não podendo por isso enveredar por uma lógica do tudo ou nada; sei também que o estado de nervos da equipa, verificável logo no início, prejudicou a estratégia de Couceiro; e até compreendo as substituições operadas, no sentido de, ao menos, resguardar o resultado; sem esquecer que a Académica tem mérito no ponto obtido.
Sei portanto tudo isto! Infelizmente.
Agora o que não percebo é o seguinte: a fixação de Paulo Sérgio, especialmente durante a primeira parte, junto à linha, quando a sua utilidade aumentaria muito como ‘jogador vagabundo’, saindo em drible e com espaço, do meio campo para a frente, fazendo naturais estragos na defensiva dos estudantes. Que tremia, sempre que as jogadas se desenrolavam com a bola corrida nos pés de Silas.
A comprovar o que afirmo, todos assistimos, na segunda parte, a uma clara subida de produção de Paulo Sérgio, não porque tivesse abandonado a linha, mas porque teve sempre mais espaço para receber a bola, face ao natural recuo da Académica.
Insisto neste aspecto, porque entendo que seria improvável chegarmos ao golo de outra maneira, com Meyong isolado e perdido entre os centrais adversários.
No decurso do jogo, recordei muitas vezes a excelente exibição que Paulo Sérgio efectuou no Restelo, com a camisola da Académica, jogando precisamente, solto, a vagabundear pelo campo todo, criando desequilíbrios sem conta, e que se saldaram numa copiosa derrota para as nossas cores.
A outra coisa que não compreendo refere-se aos pontapés de canto e livres cuja intenção seja colocar a bola na cabeça de Meyong ou dos nossos centrais, especialmente Gaspar, na tentativa de tirar partido do seu bom jogo aéreo! Não percebo porque entregam essa tarefa ao Zé Pedro, bom a visar a baliza, mas claramente menos eficaz a centrar! Pergunto, quantos golos marcámos na sequência directa destes cantos em que a bola vem enroscada, curvilínea em exagero, e que ainda por cima sobe muito, dando azo a que um bom guarda-redes tenha tempo para sair da baliza!
Já sei que a seguir a esta pergunta me chegará uma proposta para treinar o Belenenses, mas tinha que dizer isto, que me parece fazer parte da sabedoria elementar de qualquer treinador de bancada. Aquilo que na realidade sou.
Dito isto, espero que em Barcelos, a aposta na defensiva resulte, sabendo que Paulo Sérgio será aí um jogador com mais espaço face à previsível aposta no contra-ataque, e que por fim, ponham o Rui Jorge ou o Ruben Amorim a marcar os cantos.
E rezem.
Saudações azuis.