terça-feira, maio 26, 2015

Breve análise de uma época

Eu disse que vamos dar um tempo mas isso não impede que faça desde já uma breve análise sobre a época realizada. Não conhecendo a realidade por dentro, só posso dar uns palpites. Aqui vão eles, baseados em números que toda a gente pode verificar:

Terminámos em sexto lugar entre dezoito equipas. Mas um olhar mais fino sobre a classificação diz-nos o seguinte: - em termos de vitórias em casa ficámos no 15º lugar, iguais ao Gil Vicente, à beira da descida! Em termos de vitórias fora conseguimos um honroso 4º lugar!
Para não complicar muito as contas eu arriscaria relacionar aqueles números com o goal-average - 34 golos marcados e 35 sofridos. E aqui a situação bipolar mantém-se – em termos de golos marcados estamos no 11º lugar, o que é mau, enquanto no que toca a golos sofridos acabámos em 5º lugar (ex-aequo com o Vitória de Guimarães), o que é bom!

Portanto, do que fica dito, podemos retirar algumas conclusões - É difícil jogar em casa?! É, sim senhor. Há que assumir o jogo, correr mais riscos, num campeonato também ele bipolar, onde um empate (apenas um ponto!) é considerado um bom resultado! Por outro lado, os dois melhores marcadores saíram, ou deixaram de jogar com regularidade, a partir do meio da época, mas isso não explica tudo.
Posso ver algumas razões na incapacidade do meio campo para ter bola, e no serviço deficiente aos avançados. Seja através de lançamentos, seja através de cruzamentos. Curiosamente, nestes últimos jogos, estes aspectos melhoraram. E nem vou dizer porquê. Para bom entendedor…

Termino com um conjunto de mensagens dirigidas à SAD: -
 - Ofereça a renovação a todos os que contribuíram para chegarmos onde chegámos, mantendo assim o espírito de corpo que a equipa revelou;
- Tendo em vista a bipolaridade acima evidenciada, faça as contratações indispensáveis para que a equipa se torne mais homogénea e consistente, ou seja, mais capaz para tirar partido do factor casa;
- O futebol é um jogo em que é preciso marcar golos para ganhar. Assim, não podemos chegar ao fim de um campeonato com um score de golos marcados tão baixo! Eu sei que os goleadores são escassos e caros, mas há que fazer um esforço nesse sentido. Atenção, goleadores que possam jogar contra todas as equipas do campeonato!



Saudações azuis

domingo, maio 24, 2015

Justo prémio!

Prémio para o excelente início de época, prémio para Lito Vidigal! Prémio para alguma aprendizagem durante a época, prémio para a SAD que foi aprendendo o que é o Belenenses, o seu grande potencial! Prémio obviamente para os jogadores, os que iniciaram esta aventura, e para os que a terminaram com êxito! Prémio para Jorge Simão que conduziu a nau azul a bom porto!

No último jogo precisávamos de ganhar e ter sorte. Ganhámos e tivemos a sorte necessária!
Pela frente temos agora outro desafio, outro patamar! Vamos dar um tempo, e a seguir enfrentar esse futuro sem medo.

A base é a confiança! Confiança dos adeptos na SAD, confiança de que são os interesses do Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ que estão em primeiro lugar. Estabelecida essa relação de confiança tudo o resto virá por acréscimo. E repetirei mil vezes: - o Belenenses nasceu para discutir o título com Benfica, Sporting e Porto. E não há meio-termo nesta história.


Saudações azuis   

quarta-feira, maio 20, 2015

Que pobreza!

Com fama de sábio, com fama de belenense, Manuel Sérgio é aquilo a que podemos chamar um homem versátil! Assumido admirador de Jorge Jesus, seu confidente, não perde uma oportunidade para exaltar o treinador encarnado! Até aqui tudo bem. O problema é quando se entusiasma e começa a fazer a apologia do nacional-benfiquismo!

O seu último artigo chega a ser patético: - '(...) É preciso, imperioso e urgente a continuação de Jorge Jesus no Benfica... (...) de mãos dadas com Luís Filipe Vieira... para que o Benfica não deixe de ser a escola (ou o seminário) que hoje é... para que se inaugure um novo diálogo com o futebol europeu… como na década de sessenta…’!

Bem, não sei que dizer?! Como também não sei o que dizer sobre aqueles ‘belenenses’ que festejavam no Marquez de Pombal o título do Benfica!
Olhem, ficamos assim…

Saudações azuis


Nota: in jornal A Bola de 20 de Maio 2015

segunda-feira, maio 18, 2015

Um ponto para a Europa!

Com o país arrasado pelos festejos benfiquistas, desacatos que o enorme manto protector consente, apetece fugir do rectângulo, ir de férias, evitando naturalmente a transportadora aérea nacional.

Alheio a tudo isto, o Belenenses cumpriu a sua tarefa e mantém acesa a esperança num lugar de acesso às competições europeias. E já lá vou ao jogo própriamente dito.

Antes porém uma referência menos simpática à tarja exibida pela claque Fúria Azul! Não me pareceu oportuna e revela falta de memória. Não é oportuna atendendo a que o Belenenses está a fazer um campeonato como há muito não fazia. E revela falta de memória porque se esquece do estado a que o clube chegou em resultado de uma série de direcções que se afirmavam muito belenenses mas que o atiraram para um poço de onde ainda não saiu!
Digo isto com a sensação de ter sido o único a criticar a dependência de Rui Pedro Soares, não do Porto ou do Benfica, mas sim do polvo que domina o futebol português. Quanto a isso anda tudo caladinho.

Portanto e para concluir este tema acrescento o seguinte: - sabendo o que sei hoje, Deus nos livre de entregar (outra vez) a SAD aos presidentes das quintinhas do Restelo. Então é que o Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ acabava de vez. Quem mete o dinheiro é que tem que o gerir. Quem não pensa assim são os que gostam de viver (e exibir-se) com o dinheiro dos outros.

Vamos agora falar do jogo:
E começo com um elogio a toda a equipa inclusivé ao treinador que lá vai seguindo as minhas instruções!
Redobro este elogio a Abel Camará, o mal-amado do Restelo! Mal-amado e insultado por alguns sócios (completamente histéricos) que pediam a sua substituição, imagine-se, por falhar golos! Falhar golos contra o Porto! Ainda bem que falha, é sinal que está lá, no sítio certo, porque os outros, ‘os bons’, esses nem sequer chegam a falhar!

Revi os lances dramáticos e a única coisa que vislumbrei foi o sentido de oportunidade, o arranque de Camará adivinhando a possibilidade de tirar partido de um mau atraso de Jackson, foi isso que vi. Parou bem a bola, ela fugiu-lhe um pouco, e Helton chegou primeiro. Claro que os sócios ainda não perceberam que se Abel Camará tivesse os atributos técnicos que lhe exigem, não estaria no Belenenses mas num desses grandes clubes europeus. É assim tão difícil de perceber?!
E para terminar, o que dirão os portistas em relação aos falhanços de Herrera e Jackson e já agora, os mesmos sócios, em relação ao falhanço de Sturgeon?!

Redobro também o elogio a Fábio Nunes, desta vez a jogar no flanco certo onde como se viu, é titular indiscutível. Jorge Simão também percebeu isso e manteve-o em campo até ao fim.
Quem Jorge Simão substituíu mal foi Sturgeon, pois quem deveria ter saído era Carlos Martins (muito desgastado) desandando Sturgeon para o seu lugar. Mas não vou criticar as substituições de Jorge Simão uma vez que ele acertou em cheio nas três entradas – Tiago Caeiro, Dálcio e Tiago Silva, os protagonistas do golo! Sem esquecer, claro, a excelente simulação de Abel Camará.


Saudações azuis   

sexta-feira, maio 15, 2015

Centro de estágios em Lisboa

Li a noticia e gostei. É claro que o centro de estágios de um clube de Lisboa só pode ser em Lisboa! Acho aliás abusiva e preocupante a politica de ocupação de território levada a cabo pelos nossos rivais lisboetas. O efeito mais visível foi a destruição completa dos velhos emblemas da margem sul.
Era isso que se pretendia?! Era esse o objectivo das autarquias que se ofereceram para alojar as academias de Benfica e Sporting?! Tirar aos seus para dar aos de fora?! Ou é para reduzir o país a apenas três clubes?! Se o objectivo era esse, então estão no bom caminho. Só não sei é como é que vamos organizar no futuro um campeonato nacional?! Com clubes fantasmas, sem adeptos?! Não estou a ver...
Portanto e voltando à ideia do presidente da SAD, penso que a autarquia de Lisboa tem obrigação de dar todo o apoio a esta iniciativa. Não vamos nem queremos deslocalizar a nossa actividade.

Nota básica: Eu conheço bem a lenga-lenga dos clubes nacionais, dos clubes regionais, dos clubes de bairro, etc. E continuo na minha. - clube nacional é a selecção, os outros são todos iguais. Umas vezes estão melhor, outras vezes estão pior. E há uma coisa que sei: - precisam todos uns dos outros.
Se acabas com o teu adversário, amanhã não tens com quem jogar.

Saudações azuis

domingo, maio 10, 2015

Crónica gasta

Ninguém me encomendou a crónica, há jornais especializados que a fazem, que a fizeram, mas ainda passam por aqui uns quantos belenenses e é para eles que escrevo. Até porque uma crónica escrita por um belenense é coisa rara. Eu sei que alguns se intitulam como tal, mas trabalham para outros interesses, outros emblemas. E se a minha justificativa vai longa é porque o jogo em si foi desinteressante, muito defensivo, e quando se sentia claramente que o Belenenses tinha condições para levar de vencida a Académica, o individualismo (ou vedetismo) de uns, e a inépcia de outros estragou o esforço da maioria. É democrático?! Não é.
Na segunda parte a coisa piorou. Já havia gente que não recuava, estoirada, e os estudantes começaram a carregar. E eu falava com os meus botões: - porque é que nunca nos toca um Ivanildo?! Um jogador que desequilibra, que leva a equipa para a frente?!
Não havia resposta. Do nosso lado, o meio campo deixou de funcionar, bola recuperada, era bola perdida. Ridículos alguns lançamentos para a lentidão de Rui Fonte! Na parte final o jogo acelerou um pouco mais. Sofremos o golo, reagimos, é verdade, mas toda a gente pensou que era o resultado final. Eu, idem. Valeu Fábio Nunes, o seu irrequietismo, e um cruzamento/remate caído do céu!

O menos: - como acima referi, o meio campo agarra-se muito á bola, não a solta quando deve. Só Dias se safou.

O mais: - Fábio Nunes, obviamente, e Abel Camará, generoso, com outro andamento. Espero que jogue a ponta de lança contra o Porto.


Saudações azuis

quarta-feira, maio 06, 2015

Os golos que não se festejam!

É um curioso procedimento, filho dos tempos em que os jogadores mudam de clube como quem muda de camisa, ao sabor dos preços de mercado. Do negócio sobra por vezes algum saudosismo que os media gostam muito de explorar!

Tenho reparado no entanto que este ‘sentimento’ (e o correlativo ’arrependimento’ ) é mais frequente e mais forte quando o clube ‘ofendido’ é um clube grande. Ofendido no sentido de sofrer um golo de um seu ex-jogador.

A corroborar o que digo, e transpondo o gesto (ou não gesto) para o campeonato português, não me lembro de nenhum jogador que não tenha festejado quando marca golos, por exemplo, ao Penafiel ou ao Tondela! Inclusivé ao Belenenses! Como se estes clubes não fossem merecedores do mesmo afecto que é dedicado a outros!

E por falar em ‘outros’, existe uma situação no nosso campeonato, onde o amor ao ex-clube é tão grande, que os próprios jogadores se sentem impedidos de alinhar contra ele! Não vá dar-se o caso de lhe marcarem algum golo e nesse infortúnio, não festejar seria pouco! Haveria que expiar tal pecado com duras penas. Para evitar que isso aconteça o melhor é não jogarem mesmo.



Saudações azuis

terça-feira, maio 05, 2015

Sem desculpas

No tudo ou nada, contra um adversário directo, perdemos, e a Europa ficou mais longe. Nacional, Paços de Ferreira e agora o Rio Ave, em caso de igualdade pontual, têm vantagem no confronto directo. Esta é a nossa realidade.

No que ao jogo diz respeito confesso que cheguei tarde, estávamos ainda na primeira parte, mas já perdíamos por duas bolas a zero! Nem foi preciso olhar (de longe) para o marcador electrónico porque o silêncio no estádio dizia tudo!
Perguntei como era, como tinha sido, mas as respostas não me agradaram. Que sofremos o primeiro golo muito cedo… que até reagimos bem… mas o segundo golo… etc. Mais tarde quando visionei os lances na TV, constatei o mérito dos marcadores, Diego Lopes e Tiago Pinto, mas também constatei uma defesa macia e permissiva.

E agora os equívocos: - Sturgeon, o nosso melhor jogador, em grande forma, diga-se, desterrado para defesa direito, lugar para o qual não tem qualquer aptidão, foi um (duplo) erro sem desculpa. Obrigado a um esforço incrível (e inglório) naquele corredor direito em vez de contarmos com ele, em pleno, para esburacar a defensiva do Rio Ave!
O adversário aproveitou e fez gato-sapato por aquele lado, beneficiando ainda de uma estranha permissividade nas dobras. E isso já fui eu que vi.

(Nota. Ouvi no estádio a justificação de que não havia mais ninguém para jogar a defesa direito! Não acredito. Nem que jogássemos com três centrais, reinventando a zona defensiva; até o Abel Camará teria sido melhor solução.

Eu sei que é fácil falar depois dos acontecimentos mas aquilo que escrevo aqui, já era patente naquele final de primeira parte. Tal como era patente que Dálcio ainda não tem maturidade para jogar de início em jogos complicados.

E daqui passamos ao equívoco principal: querendo mudar, querendo arriscar, Jorge Simão subestimou o Rio Ave entrando para a segunda parte num puro 4-2-4! É claro que da primeira vez que os vila-condenses se aproximaram da nossa área, e pelo mesmo lado, fizeram o terceiro. O jogo ficou arrumado.

Destaques: apesar de tudo, Sturgeon, pelas arrancadas no flanco direito; Fábio Nunes entrou na segunda parte e mexeu com o jogo; Abel Camará que não sabendo jogar nas alas, é sempre incómodo e perigoso quando se aproxima da área adversária; e Bruno China, que devia ter entrado mais cedo para estabilizar a equipa.

Ilacções para o futuro: A SAD tem que apostar decisivamente no futebol e ganhar com isso a confiança dos adeptos. Peça fundamental dessa confiança tem a ver com a propriedade dos jogadores, com o desfazer de uma série de equívocos que têm envenenado a família belenense. Só assim haverá de novo o Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ de que o futebol português precisa.


Saudações azuis