domingo, março 25, 2012

Empate amargo

Foi a exibição mais consistente dos últimos tempos mas mesmo assim não deu para ganhar! Porquê?! Alguns dirão que o adversário era a selecção canarinha e que portanto o empate (em casa) é sempre um grande resultado. Não concordo.
Outros dirão que foi o árbitro o culpado do empate porque assinalou uma grande penalidade que não existiu. É verdade que não existiu, como também é verdade que no primeiro golo do Estoril há um braço a mais e o árbitro não apitou. Mas eu não vou por aí, até porque não vão ser os árbitros a salvar o Belenenses. Nunca foram. Prefiro tentar perceber porque é que, entrando bem na segunda parte, a nossa equipa começou a perder gaz e pior do que isso, parecia incapaz de segurar a bola quando a recuperava! Foi aqui que esteve o busílis e não tem nada a ver com o natural pressing do Estoril. Tem a ver, por exemplo, com a má prestação de Miguel Rosa (fez um grande passe, mas não chega) que em lugar de procurar soluções de contra ataque apoiado optava por individualismos inúteis. Teve também a ver com o recuo forçado de Zázá por lesão de Duarte Machado, e teve finalmente a ver com as substituições que acabaram por não trazer o fôlego que se pedia para os minutos finais. A pecha, apesar das assinaláveis melhorias, continua a situar-se na zona do meio campo. E a comprová-lo, mais uma vez, o tempo de posse de bola não mente: - 39% para o Belenenses e 61% para o Estoril! Assim é muito difícil ganhar jogos.

Saudações azuis

Nota: O guarda-redes Coelho andou sempre muito agitado e isso não é bom para ele nem para o clube. Mais tranquilo talvez pudesse ter defendido o penalty.

terça-feira, março 20, 2012

Grandes e pequenos

Gosto de ler as opiniões de Miguel Sousa Tavares sobre futebóis mas curiosamente é raro concordar com elas. Excepto, é claro, quando se trata de zurzir no nacional benfiquismo porque nessas ocasiões acompanho-o sempre. Já quanto ao diferendo entre grandes e pequenos penso que MST não tem razão. E não tem razão quando afirma (por outras palavras) que a culpa dos pequenos serem cada vez mais pequenos se deve a factores próprios, nada tendo a ver com a ‘ditadura instalada’. A expressão é minha. Porém, e por muito que nos custe olhar para dentro, a verdade é que o nosso futebol é a cópia exacta das restantes áreas da vida portuguesa. Como não podia deixar de ser. E explico: - assim como uma restrita nomenclatura de gestores das grandes empresas públicas (e semi-públicas) aufere salários próximos dos equivalentes europeus, a léguas de distância portanto do salário mínimo nacional, assim também Porto, Benfica e Sporting dispõem de orçamentos que nada têm a ver com as folhas salarias dos clubes pequenos… com quem insistem em ‘competir’! Esta é que é a questão. Questão que tem vindo a piorar com as competições europeias, uma vez que apenas alguns clubes (os três do costume e pouco mais) conseguem aceder às respectivas receitas. E isto faz toda a diferença. Ou seja, a UEFA veio agravar (pelo menos em Portugal) o fosso entre os clubes que disputam o mesmo campeonato. Isto tem solução?! Claro que tem se houvesse capacidade distributiva para tal. E o problema põe-se afinal no mesmo plano que no plano politico onde essa capacidade é todos os dias denegada por uma série de forças e factores que vão mantendo o país na cauda da europa. Mas no futebol, actividade lúdica por excelência, talvez fosse possível equilibrar as contas (e os contendores) se as receitas televisivas fossem negociadas em bolo e depois distribuídas, pela entidade competente, de acordo com a classificação do ano anterior e através de um leque distributivo mais igualitário. Aliás este é o sistema que se aplica nos países onde a indústria do futebol é competitiva e não deficitária.
O resto é fumaça para continuar tudo na mesma.

Saudações azuis

Nota: Mas que incentivo pode ter um clube, a sua direcção, e os seus adeptos, quando o único horizonte possível (e perpétuo) consiste em não descer de divisão?!
Depois admiram-se que haja apenas adeptos dos grandes clubes!

segunda-feira, março 19, 2012

Vitória sobre a Oliveirense

A bola saltita na relva em cada passe, pior que um pelado, Zázá é dos poucos que a domina, mas não chega. Na primeira parte a Oliveirense está por cima no jogo, cenário habitual no Restelo onde o Belenenses se comporta quase sempre como visitante. Mas num lance fortuito, chegámos ao golo. Rodrigo António que até aí nada fizera foi lesto e marcou. Rodrigo António que subiu muito na segunda parte, especialmente nos contra golpes, em arrancadas pela faixa esquerda que levavam o perigo à defensiva oliveirense. Mas a primeira parte não terminaria sem consentirmos o golo do empate. Pode ser que tenha sido irregular mas o árbitro achou que não e ponto final. A segunda parte mostrou um Belenenses mais afoito nas transições ofensivas e chegámos naturalmente aos dois a um. E novamente por Rodrigo António. Foi então altura para testar a altura da defesa azul. Teste satisfatório, diga-se. Pois quer os centrais, quer Koukou, chegaram perfeitamente para as encomendas.
Mas é nossa sina, teríamos que sofrer. Num lance mal medido, Ferreira ensaia uma bicicleta disparatada e ‘sem querer’, coisa que não existe nas leis de jogo, dá um pontapé em Adriano. Cartão amarelo (pela imprudência) estaria bem, mas Soares Dias tem pouco critério e ficámos reduzidos a dez. A palavra de ordem a partir daí foi tentar aguentar a vantagem até ao fim! E conseguimos. Registe-se entretanto a interessante exibição de Tomané (que veio substituir Varela) e foi capaz de segurar a bola no meio campo adversário, criando inclusivé algum perigo. Um jogador a rever. Em sentido contrário, é preciso rever a questão do meio campo porque não temos ninguém que empreste consistência àquele sector. Ferreira é um jogador de momentos e já não acredito que tenha estaleca para fazer o lugar. Independentemente de estar ou não castigado. Farto-me de bater nesta tecla: - se repararam bem, do lado da Oliveirense havia um carregador de piano – Rui Lima de seu nome - que se fartou de dar jogo aos forasteiros. Porque é que em Belém nunca temos nada disso?!
Mas pronto, se conseguirmos voltar a ganhar no nosso terreno, desta vez contra o líder Estoril, será óptimo. Para respirarmos melhor.

Saudações azuis

quarta-feira, março 14, 2012

Evangelista, porque não te calas?!

Estava a ouvir o Evangelista e ía conferenciando com os meus botões: - mas este não é o responsável pelo sindicato dos jogadores?! Então porque é que está contra o alargamento se isso pode significar mais oferta de emprego para os jogadores?! Diz que não porque actualmente mais de oitenta por cento dos clubes não conseguem pagar a tempo e horas. Mas se é assim, concluo (tal como concluíu o jornalista) então o problema não é o alargamento, pois estamos a falar de uma situação que se arrasta! As causas serão outras. Aos autos Evangelista disse nada. Refugiou-se em lugares comuns sem exibir uma medida concreta! Consenso para aqui, consenso para ali, ou seja, tudo na mesma - os três grandes a engordar e os pequenos a minguar. E, atrevido, não se coibiu de incentivar os grandes a darem valente puxão de orelhas aos clubes pequenos e já agora a todos aqueles que venham a ameaçar a paz pôdre onde os Evangelistas medram. Nem hesitou no insulto fácil, na acusação sem contraditório, chegando ao ponto de desvalorizar o próprio processo eleitoral para a presidência da Liga! Chamou-lhe eleitoralista! Por fim abriu o jogo e defendeu abertamente a Olivedesportos contra a pretensão dos clubes pequenos que reivindicam que a negociação dos direitos televisivos se faça em bloco. Como aliás sucede nas Ligas europeias mais competitivas e por isso financeiramente mais desafogadas. As excepções são Espanha e Portugal e sabemos porquê: - vícios herdados das ditaduras de Franco e Salazar.
Os últimos gorgeios sindicais tornaram-se insuportáveis e só me lembrei da minha antiga cruzada, nos idos de 2005! Aí antevia para o Belenenses o papel de liderança em favor da reformulação (e moralização) da indústria do futebol. Esperanças vãs, eu sei, mas se não for o Belenenses, outros que se aventurem na tentativa de mudar este futebolzinho batoteiro, perpétuo, dos grandes e dos pequenos.

Saudações azuis

Searas e ervas

Alvíssaras para os que tiveram a coragem de votar pela centralização do negócio dos direitos televisivos. É isso que lhes dói. A quem?! Às ervas daninhas que querem que tudo continue na mesma, ou seja, que tudo continue ao serviço dos tubarões do costume.
Pena que no resto tenham borrado a pintura. O alargamento aceita-se, o que não se aceita é a alteração das regras ‘a meio do jogo’ correndo o risco de atingir gravemente a verdade desportiva. Espero que neste passo o Belenenses tenha votado contra. A bem da dignidade.


Saudações azuis