terça-feira, março 31, 2009

Candidatos à terça!

Fez-se um longo intervalo, habitual no futebol português, mas continuam a faltar oito jornadas para o fim. E, por coincidência estatutária, vamos ter eleições em meados de Abril, portanto já bem próximas da recta final. Ou se quiserem, do veredicto final, a saber: - permanecemos na Sagres ou descemos à Vitalis?
.
Pois bem, perante tal incerteza avançaram três candidaturas! Um número surpreendente se atendermos às circunstâncias, improvável em colectividades congéneres… mas no Belenenses já nada surpreende. Mas ainda bem que há candidatos e por isso não faço juízos sobre intenções, sobre a coragem, nem sobre o amor ao Clube. Os meus juízos baseiam-se nas respectivas declarações e na falta de novidade das mesmas. Senão vejamos: - desde o ‘solo sagrado’ em que não se pode tocar… à utilização de cada ‘centímetro quadrado’ do mesmo solo; desde o Belenenses mais ecléctico… ao Belenenses menos ecléctico; virado para as escolas ou virado para outra coisa qualquer… tudo isto espalhado em projectos infindáveis, eles próprios mais do que eclécticos, explicam a nossa clara e indiscutível decadência.
.
Em vez de um programa de emergência, curto e incisivo, centrado no futebol, a reconhecer o atraso, a explicar o atraso, mas ao mesmo tempo a definir os passos que temos que dar para apanhar de novo o (nosso) comboio… perdemo-nos em sonhos irrealizáveis.
.
E o meu maior receio, maior ainda do que cair na Liga Vitalis, é que o tipo de programas apresentados corresponda à mentalidade ‘ano zero’ de qualquer descoberta da pólvora, ao Belenenses sobe e desce… mas cheio de modalidades e de centímetros quadrados em vias de desenvolvimento.
E já agora, de museus!
E assim continuaremos a desaparecer...
.
Querem ter mais sócios? Querem encher o estádio?
Ganhem no futebol.
E não é preciso entrar em loucuras, basta apostar tudo no futebol com gente que perceba de clubes de futebol.
.
Saudações azuis.

segunda-feira, março 16, 2009

Misericórdia!

Para poder berrar à vontade encostei-me ao murete da lateral, aquele que dá para o rio, e aí fiquei como se não quisesse ver o jogo. Mas vi tudo, ou quase tudo, apenas falhei o segundo golo do Estrela porque (adivinhando o pior) resolvi fechar os olhos. Quando olhei a bola já estava no fundo das redes do estático Júlio César. Por falar em estático, está na hora de dar algum descanso a este ‘imperador’, um dos ídolos da massa associativa, mas que precisa urgentemente de aprender a sair-se aos cruzamentos. Melhor dito, a sair da baliza. E o experiente guarda-redes do Estrela talvez lhe possa dar umas lições.
A talhe de foice deixo uma pergunta aos indefectíveis: - Será possível sermos a defesa mais batida do campeonato e continuarmos a elogiar o respectivo guarda-redes?! Como se estivesse isento de responsabilidades nos golos sofridos?!
E arrisco outra pergunta: - Porque será que o renovado quarteto defensivo (já sem os famigerados ‘pernas de pau’) continua a encaixar uma média de dois golos por jogo?!
Infelizmente o decorrer da partida revelou outros
equívocos:
O primeiro equívoco é Marcelo. Sem querer ser injusto para ninguém, o tipo de jogo directo que Pacheco tenta (em vão) implementar não se coaduna com as características deste jogador. Nestas circunstâncias jogamos com um jogador a menos.
O segundo equívoco é o próprio sistema de jogo directo de Pacheco, que a partir de meados da segunda parte se transformou em paranóia absoluta! Dou um exemplo: abdicando completamente do futebol apoiado, e obedecendo certamente a instruções recebidas, Ávalos por três ou quatro vezes deu-lhe para disparar desde a nossa defensiva uma série de bolas tensas a meia altura que eram fácil e rápidamente transformadas em perigosos contra ataques pelo Estrela da Amadora! E para culminar a série de desenganos Jaime Pacheco conseguiu com as substituições perder o meio campo e o domínio do jogo quando mais precisava dele! Foi assim que no último quarto de hora estivemos sempre mais perto de sofrer o terceiro golo do que marcar aquele que nos daria a vitória!
Como venho repetindo, a tarefa está cada vez mais difícil, e o jogo de hoje era decisivo. Como são todos, aliás.

Saudações azuis.

sábado, março 14, 2009

Indigestões

Depois de muito mastigar a ‘Comissão de Gestão’ que dirige o Belenenses confessou finalmente aquilo que já sabíamos – Fernando Sequeira não é o reponsável pela situação a que chegámos!
Esta verdade, dita assim, deve ter provocado uma verdadeira indigestão naquelas alminhas que têm vindo a diabolizar o ex-presidente, conveniente bode expiatório para que tudo fique na mesma!
Tudo o quê?! - hão de perguntar as alminhas!
Eu não lhes respondo.
Porém, se nem tudo foram rosas, a Comissão de Gestão continua a confundir rosas com espinhos! E torce a realidade a ver se nos confunde! Diz ela, pela boca do responsável para a área financeira: - “… o plantel era muito extenso (33 jogadores), os encargos mensais demasiado avultados e a constituição do plantel foi feita usando técnicas inadequadas – contratos de três anos, com remunerações crescentes por cada época…” e mais à frente, quando justifica a necessidade do empréstimo, contraído na gerência de Fernando Sequeira, admite que o plantel estava reduzido a 10 jogadores com contrato!
É caso para dizer, preso por ter cão e preso por não ter!
Pois se querem saber a minha opinião, Fernando Sequeira fez (no capítulo das contratações) aquilo que há muito não se fazia no Belenenses, a saber: - segurar contratualmente jogadores jovens, jogadores com margem de progressão, a ver se deixamos de ser otários e barrigas de aluguer. Com a tal política ‘inadequada’ de contratações talvez um dia possamos receber dinheiro (que se veja) com a venda dos nossos craques. Vá lá que o China não veio emprestado porque senão também não o conseguiam vender.
Claro que os astrólogos do restelo hão-de dizer que no ‘contentor’ não vinha ninguém com futuro! Pode até ser verdade, mas que eram jogadores jovens, isso eram. E se vão ter futuro ou não, veremos. Não se esqueçam que na indústria do futebol (como em qualquer ramo de negócio) é preciso arriscar, pois quem não arrisca…
Uma coisa temos como certa – há muito que no Belenenses não existem dirigentes que tenham ‘subido’ por se terem destacado no futebol do clube. E lá vem outra vez a história da galinha e do ovo.
Hoje deu-me para isto!

Saudações azuis.

segunda-feira, março 09, 2009

Por uma questão de delicadeza…

Escrevo esta página pela consideração que me merecem os fiéis visitantes deste espaço, alguns deles, fervorosos belenenses espalhados pelo mundo e que esperam de cada crónica um sinal de esperança, o volte face que nos ponha ao abrigo da segunda divisão.
Mas não é fácil transmitir o alento que me vai faltando.
Desta vez, não tanto por Guimarães, mas pelas prestações da concorrência - com o Rio Ave quase conquistando os três pontos, com o Estrela a fazer valer os seus ‘pernas de pau’ brasileiros, com o Marcelinho da Naval a confirmar créditos frente ao Benfica, com o Trofense a vender cara a derrota em Coimbra, e logo à noite, teremos provávelmente a notícia de permanecermos em último… mas sem companhia!
Por muito que gritem ou digam – Casemiro Mior não faria pior!
E nem me venham outra vez com o Sequeira (que os arruaceiros obrigaram a fugir) porque só os ineptos é que passam a vida a queixar-se (e a lembrar-se) do passado. Chega de Sequeira, e sabem porquê?! Porque com Fernando Sequeira também não estaríamos pior.
A matemática não mente: - a diferença de golos, 19 marcados e 35 sofridos, em 21 jogos, é sinal de descida. Não tem a ver com o plantel, nem com o nome dos defesas, terá alguma coisa a ver com sistemas de treino, mas tem fundamentalmente a ver com auto-estima, ambição, abnegação, e outras condições que os sócios do restelo se recusam a admitir. O clube está doente e tal como está ninguém lhe pode valer.
Na última crónica falei em milagre e é disso que se trata.
Pode ser que os outros nos ‘ajudem’ perdendo mais vezes do que nós. Não foi assim que nos safámos num passado recente?

Saudações azuis

quarta-feira, março 04, 2009

As verdades que doem…

Não é por ter sido Silas a dizê-lo que a verdade deixa de ser verdade.
Há quanto tempo não venho dizendo o mesmo! Há quanto tempo está explicado (e mais que explicado) que o Belenenses tem que se centrar apenas e só no futebol se quiser concorrer, já não digo com Sporting ou Benfica, mas com a Naval ou o Estrela da Amadora!
Quem é que não consegue perceber que neste momento o rugby (sem tirar mérito ao que se faz no rugby) ocupa espaço, desvia recursos e faz concorrência ao próprio futebol dentro do clube! Quem é que não entendeu que o mesmo acontece com as modalidades de pavilhão, verdadeiro luxo num momento em que não se vislumbram soluções para debelar a crise financeira com que nos debatemos!
Repito, os clubes que connosco disputam a permanência na primeira Liga, não se dispersam em outras actividades, são fundamentalmente clubes que se dedicam ao futebol, e por não terem o nosso estatuto ( e este tema daria pano para mangas) podem dever dinheiro, podem atrasar-se no pagamento aos jogadores, e podem também dar-se ao desplante de funcionarem como autênticos satélites dos três clubes do estado. Por isso o Silvestre Varela desiquilibra as contas (quero dizer os pontos) no Estrela da Amadora, por isso o Coentrão e outros que tais, fazem o mesmo nos clubes onde estão a rodar. Eles sabem que as boas exibições podem valer o almejado bilhete de regresso.
E nós?! O que temos?!
- Jogadores em fim de carreira, algumas contratações baratuchas - verdadeiras cartas fechadas que nem tempo têm para se adaptar – e um ou outro emprestado do exterior que mal mete um golo quer retornar ao clube de origem!
E toca a recomeçar do zero!
É isto que queremos?

Uma última nota: deixem o Pacheco sossegado; deixem os jogadores sossegados; pode ser que aconteça um milagre.

Saudações azuis.

segunda-feira, março 02, 2009

Como é possível?!...

Depois de uma derrota daquelas, atendendo às circunstâncias em que ocorreu, com o Belenenses a decair para a segunda divisão… quem é que tem estômago para ir ver o andebol, o rugby ou seja o que for!!!
Eu sei que as outras actividades/modalidades do Clube não têm culpa nenhuma, mas já não aguento este destino decadente e ridículo. Já não posso ouvir falar sequer em modalidades, quanto mais vibrar com os seus êxitos. Que por muito grandes que sejam não conseguem travar a agonia do Clube de Futebol “Os Belenenses”. É como se estivesse junto ao leito de um moribundo e me viessem dizer que afinal vai morrer saudável!

Sobre o jogo o que há para comentar?!
Um falhanço (pontapé na atmosfera) de Marcelo a abrir e logo de seguida perdemos a iniciativa do jogo para a Naval; que recuperava as segundas bolas e ensaiou um primeiro remate de aviso; perante a passividade geral, tentou de novo, teve espaço e tempo para rematar (e recargar) para o golo! De nada nos serviu alinharmos com dois trincos à frente da defesa porque havia ali um enorme buraco no meio campo defensivo.
Reagimos com dificuldade, saíu um dos centrais, entrou Wender, que conseguiu restabelecer o empate antes do intervalo. Reacendiam-se esperanças.
Mas na segunda parte fomos perdendo o gaz – o truque dos lançamentos longos (e pelo ar) para Wender não podia resultar. Os defesas da Naval são altos e não dão abébias. Pelo chão sim, e tinhamos Vinicius em dia sim, mas seguimos o guião errado.
E no fim aconteceu o pior: - entrou Simplício, um desses jovens promissores que os grandes emprestam aos pequenos (e que o nosso estatuto não permite aceitar), houve uma hesitação, uma bola perdida, Simplício remata com força, Júlio César sacode (mal) a bola para a frente e Gilmar (outro recém entrado), como uma seta, antecipa-se a Ávalos e faz o segundo golo da Naval. Já corria o tempo de compensação.
.
Desolados, com o olhar perdido, lembrámo-nos do cenário que rodeou a nossa primeira descida de divisão – também havia uma Comissão de Gestão, também mudámos de treinador (várias vezes), também houve uma assembleia (antes do desastre final) e ninguém quis nessa altura candidatar-se a tomar conta do Clube.
Deus queira que sejam só coincidências.

Não vou fazer análises individuais exaustivas, não vale a pena, mas é de justiça salientar alguns jogadores que exibiram níveis técnicos e de confiança aceitáveis: - Wender pelo golo que marcou; Vinicius pela velocidade que impôs e perigo que criou; Diakité quando recuou para central; Carciano que substituíu a contento um desinspirado Mano; Tininho sempre em jogo; e Silas a revelar melhoria de forma.

Saudações azuis.