terça-feira, setembro 27, 2016

O jogo das declarações e o resto

Dois jogos num só, ambos jogados taco a taco e ambos empatados. Dois jogos curiosos, desde logo pelo inédito das declarações finais! Os treinadores pareciam trocados! Enquanto Lito revelava grandes preocupações pela postura pouco ambiciosa do Belenenses (um clube que continua a ser grande para o antigo treinador azul), Velasquez insistia em agradecer o esforço dos seus jogadores num empate (em casa) que considerou positivo! Duas meias verdades para esconder a frustração mútua pelo resultado. Lito esperava um Belenenses mais aberto e afoito por forma e desferir-lhe os golpes mortíferos tal como fez o ano passado. E Velasquez esperava aguentar a vantagem conseguida num bom primeiro tempo, vantagem entretanto comprometida por um golo consentido logo a abrir a segunda parte. E está feito o resumo do jogo. Um empate useiro e vezeiro que adiou a escalada do Belenenses ao primeiro terço da tabela.

Numa análise genérica ao jogo de ontem, vou repetir-me dizendo que o Belenenses está mais compacto, mais equilibrado, mas que lhe falta um jóquer na zona do meio campo, pois não é com três médios de características defensivas que se abrem as portas do céu… no Restelo. Por outro lado e apesar do bom desempenho defensivo acabámos por sofrer um golo que não podemos sofrer – um centro atrasado* com os centrais de frente para a bola não pode acontecer. Falta de velocidade?! Falta de concentração?! A nós não nos deixam marcar esses golos.

Resultado final: Belenenses 1 – Arouca 1



Saudações azuis


* Quero dizer um cruzamento a meio do meio campo azul. Com os nossos defesas de frente para a bola.

segunda-feira, setembro 26, 2016

Arouca favorito?!

O treinador espanhol às vezes exagera e não mede bem as palavras. Dizer que o Arouca é favorito no Restelo é sempre um disparate. É disparate porque as camisolas também jogam, por muito que se diga o contrário, e é um disparate porque desmoraliza a massa associativa. Massa associativa que precisa de outro tipo de incentivos para acorrer ao estádio. Eu percebo que no futebol moderno o jogo psicológico é uma arma importante como forma de transferir a pressão para o adversário. Mas em Portugal esse futebol moderno não existe, os grandes são sempre grandes e os pequenos serão sempre pequenos. E quem se faz de pequeno ainda fica mais pequeno.

Outra coisa é o temor que Lito Vidigal e as equipas por ele treinadas infundem nos adversários. Na memória estará a derrota sofrida na época passada, derrota que nos relegou (definitivamente) para o meio da tabela e catapultou o Arouca para a Europa. Por isso, e por muito mais, este jogo é para ganhar. Além de que o Belenenses no Restelo contra o Arouca tem que ser sempre o favorito. Porque se assim não for, então não precisamos de SAD nem de investidor para nada. Nem merecemos um estádio como aquele que temos nem um aniversário como aquele que celebrámos.
Viremos pois a página dos discursos temerosos e afirmemos a nossa ambição no campo e fora dele.


Saudações azuis 

sexta-feira, setembro 23, 2016

Mais perto do centenário!

O Clube de Futebol “Os Belenenses” celebra hoje o seu nonagésimo sétimo aniversário e coloca-se assim mais perto do centenário, um marco na história de qualquer colectividade. Foi um longo percurso e se quisesse em poucas linhas concretizar um pouco da sua história diria que fomos sempre em crescendo até sermos forçados a abandonar as Salésias, com um campeonato perdido a cinco minutos do fim! Estávamos em 1955, se não me engano, ou seja dez anos depois de termos ganho o nosso primeiro campeonato nacional. Depois, transformar uma pedreira num estádio bonito, estádio que requalificou a zona ocidental da cidade de Lisboa, é obra e assunto que não podemos ignorar neste breve balanço. Num tempo em que os bancos ainda se regulavam pelas regras das instituições de crédito e não de favor como acontece hoje com alguns ‘clientes’, era preciso pagar os juros e amortizar os empréstimos, e foram essas obrigações que nos condenaram ao declínio. Primeiro venderam-se os melhores jogadores aos nossos rivais – Yaúca ao Benfica; Peres ao Sporting; e finalmente Murça e Freitas ao Porto. Depois dos anéis foram os dedos. Era a mudança de estatuto, deixámos de ser um dos quatro grandes. É certo que ainda houve alguns fogachos de grandeza, mas eram luzes intermitentes que logo se apagavam. À memória acorre a equipa montada por Scopelli que conseguiu um honroso segundo lugar no campeonato. E um pouco mais tarde o feito de Marinho Peres ao conseguir trazer a Taça de Portugal para Belém! Seria o último troféu digno do nosso passado.

Mas o aniversário é hoje e hoje só podemos olhar para o futuro! Porque o presente, dilacerado por profundas divisões internas, não serve de exemplo para ninguém. Coloca até em risco a meta ambicionada de chegarmos ao centenário! Refiro-me ao centenário do Clube de Futebol “Os Belenenses” tal como o conheci, e não ao centenário de um qualquer clube recreativo que use o mesmo nome. 
O desafio está pois lançado, exige reflexão, muita humildade. Em busca de uma cruz menos pesada para aqueles que escolheram a Cruz de Cristo como emblema.



Saudações azuis

terça-feira, setembro 20, 2016

Fragilidades e fortalezas

Vi o jogo de Guimarães em diagonal, a primeira parte quase toda, a segunda aos bocadinhos, mas deu para perceber algumas fragilidades defensivas que já julgava ultrapassadas. Refiro-me ao primeiro tempo com os laterais a permitirem passes para o interior da área que poderiam ter sido fatais. Aquele para o Marega (sem marcação!) e que daria o segundo golo não pode acontecer!
Lentamente acertaram-se posições a barreira defensiva melhorou mas a transição para o ataque continuava a não sair! O tal problema do meio campo. Resultado. – Gerso e Camará em grandes dificuldades para se virarem.

Na segunda parte mais subidos mais pressionantes o Belenenses superiorizou-se mantendo o Guimarães em sentido. E chegámos naturalmente ao empate. Pedro Martins, sem querer, elogiou o treinador azul queixando-se de que a partir de certa altura o jogo ficou partido inviabilizando o (previsível) caudal ofensivo vimaranense. De facto Velasquez operou algumas mudanças que baralharam a estratégia do adversário. Mas mais do que jogadas tácticas o que precisamos é da personalidade e firmeza com que abordámos a segunda parte.

Melhores do Belenenses: Gerso e Palhinha. Uma referência ainda para a polivalência de Vítor Gomes.

Resultado final: Guimarães 1 – Belenenses 1
Marcadores: - Marega (Guimarães) e Palhinha (Belenenses)


Saudações azuis



Nota: O golo vimaranense foi marcado em clara posição de fora de jogo.

domingo, setembro 11, 2016

Uma vitória contra o pessimismo!

Este era um dos tais jogos em que o Belenenses costumava empatar ou perder. Vindo de uma vitória fora, pressão adicional de ainda não ter ganho em casa, adversário desesperado para pontuar... Mas desta vez não aconteceu o que é bom sinal. É sinal de que a mentalidade é outra. Refiro-me à mentalidade vencedora, aquela que fomos perdendo ao longo dos anos e de muitas frustrações.

O futebol também está diferente e quem não perceber isso, atrasa-se e perde o comboio. A diferença faz-se no treino, na afinação do conjunto, na intensidade com que se joga. No profissionalismo. E também na inteligência. Jogadores há muitos, bons de bola existem aos montes, mas os que colocam essa sabedoria ao serviço da equipa não são assim tantos. Mas vamos ao jogo.

Começámos com tracção atrás, defensivos, ninguém segurava a bola, e vá de chutar para a frente à procura do desamparado Camará. O Nacional aproveitou para contra atacar com critério e num desses lances o lateral direito Victor Garcia, (um emprestado do Porto) arrancou, foi até à linha de fundo e sem ser incomodado cruzou como mandam as regras. Havia seis minutos de jogo e os madeirenses adiantavam-se no marcador!
Entretanto a bola pelo ar prosseguiu, até que, sem nenhuma explicação aparente assentámos jogo, e nos últimos dez minutos da primeira parte conseguimos praticar bom futebol e pressionar o adversário! Só não chegámos ao empate porque Sturgeon numa boa jogada de envolvimento em vez de cruzar para trás, para a marca de grande penalidade (onde estava Camará), ‘resolveu’ cruzar para a frente da baliza e o lance perdeu-se.

Na segunda parte Velasquez arriscou mais, tirou o amarelado Rosel fazendo entrar Gerso. A pressão aumentou, o Nacional recorreu às faltas, um dos seus jogadores foi expulso por entrada violenta sobre Camará e logo a seguir um penalty bem assinalado deu-nos a oportunidade de empatar. Abel Camará não tremeu. Curiosamente a seguir houve ali uns momentos em que o Belenense me fez lembrar o Belenenses inicial, pouco esclarecido, mas não, voltámos a controlar a partida e com a ajuda de um auto golo do Nacional ficámos em vantagem no marcador. Depois foi gerir o resultado, uma vitória fundamental para moralizar a equipa e dar-lhe outra embalagem para o campeonato.

Em termos de arbitragem houve cinco lances passíveis de discussão. Manuel Machado queixou-se mas em meu entender com pouca ou nenhuma razão.
O lance mais duvidoso resulta de uma bola parada, um canto, em que Ventura se atrapalha e quase entra com a bola para dentro da baliza. Se a bola chegou a ultrapassar totalmente a linha de golo ninguém pode ter certezas e nestas condições a única certeza que vale é a do fiscal de linha que não considerou golo.
Existe outro lance em que o Nacional introduz a bola na baliza do Belenenses. Mas o avançado do Nacional estava de facto adiantado em relação à defesa azul e assim o off-side foi bem assinalado. O Belenenses também viu um golo anulado a Tiago Caeiro por supostamente se ter apoiado num adversário. Foi um grande cabeceamento mas aceita-se a versão do trio de arbitragem.
Finalmente quer o penalty quer a expulsão foram decisões claras e sem mácula.
Portanto, podemos considerar que a arbitragem não teve influência no resultado.

Análise individual:

Ventura atrapalhou-se duas vezes, de resto teve pouco trabalho; Dinis Almeida ainda está a adaptar-se; Brandão esteve seguro. Os laterais também cumpriram. No entanto João Diogo tem de moderar a tendência para fazer faltas desnecessárias e que podem dar cartão.
Em relação a Florent reparei que tem apetência para se integrar no ataque. Tem um bom pé esquerdo mas atenção às dobras. Os médios defensivos Palhinha e Rosel começaram por se atrapalhar mutuamente até que descobriram um melhor posicionamento. Mas gostei mais do Palhinha da segunda parte. Além de que conquistou o penalty que nos permitiu igualar a partida; André Sousa e mais tarde Vítor Gomes, embora de características diferentes tiveram em comum o facto de não assegurarem completamente a armação do jogo. André Sousa leva a bola muito solta e perde-a com facilidade. Vítor Gomes entrou na segunda parte mas esperava mais da sua experiência – falhou passes, estava nervoso. A seu favor, marcou o canto que provocou o auto-golo do Nacional. Quanto ao ataque, Miguel Rosa esteve esforçado e tentou fazer algumas diagonais para rematar. Falhou um cabeceamento em boas condições. Saiu lesionado. Camará esteve bem, marcou o penalty com grande frieza e desta vez os seus (habituais) detractores têm que estar calados. Gerso jogou a segunda parte e deu intensidade à equipa. Está a justificar a titularidade. Caeiro jogou poucos minutos mas ainda deu para um grande cabeceamento como acima referi. Para o fim o melhor do Belenenses – Sturgeon – embora não tenha tido o discernimento para cruzar uma bola que daria o empate ainda antes do intervalo. Está mais jogador e cai menos.

Resultado final: Belenenses 2 – Nacional 1


Saudações azuis

segunda-feira, setembro 05, 2016

Noticiário alternativo

Carlos Martins e a rescisão

Não foi própriamente uma surpresa pois há muito que os ‘mentideros’ davam conta de desinteligências entre o jogador e a equipa técnica. Nada que fosse surpresa atendendo ao histórico do jogador. A rescisão foi assim o melhor caminho e apoio-me em muitos comentários que fui deixando escapar ao longo das minhas crónicas. Vejamos: - Carlos Martins estava fora do circuito e foi recuperado pelo Belenenses, mais própriamente por Lito, e a sua experiência foi de facto útil numa determinada fase. Essa fase passou e o Carlos Martins, por natureza generoso, é também pouco obediente, e para dar um exemplo, não solta a bola quando deve mas apenas quando ele acha que a deve soltar, e isso coloca-o em rota de colisão com qualquer treinador que tenha um mínimo de personalidade. Há-de haver quem aproveite este episódio para lançar mais umas farpas à SAD, mas eu não! Nunca gostei de vacas sagradas, não é a minha religião, e apoio sempre quem, em última análise, tem a responsabilidade das vitórias e das derrotas. Ou seja, o treinador.


Empréstimos nas amadoras!

Já todos conhecem a minha filosofia sobre a incompatibilidade entre os clubes de futebol profissional e as outras modalidades. É herança soviética, social fascista, ecletismo ultrapassado e grande responsável pela perpétua ausência de medalhas olímpicas. Como os jogos do Rio demonstraram amplamente muito embora ninguém queira retirar conclusões do facto! Dito isto, o meu clube insiste nessa política, a actual Direcção faz disso ponto de honra, e sendo assim não vale a pena chover no molhado. Estranho no entanto que se chegue ao limite de pedir atletas emprestados aos rivais! Uma situação que merece apenas um comentário: - ser satélite no futebol é triste realidade, mas que se espera passageira. Acrescentar essa tristeza às modalidades, é desnecessário.


Rafa e os papagaios

A partir de agora o Rafa que veio de Braga é o novo ídolo da comunicação social! Tivesse ele rumado ao Porto ou a outro destino e seria apenas uma boa contratação. Como veio para o Benfica há que justificar o gasto excessivo (e desnecessário) e para tal não se olham a meios! Até porque o Benfica deve muito dinheiro ao Novo Banco… do estado! Assim, desde e-mails falsos, a tentar envolver o Sporting, aos elogios estratosféricos, tudo serve para valorizar o novo astro encarnado! Porém, de tanta mentira sobra uma verdade insofismável: – ninguém queria comprar o Rafa por aquele preço. Nem havia dinheiro para isso. Donde ele veio é que os papagaios não dizem… nem falam!(1)



Saudações azuis


(1) Note-se que foi noticiado que o dinheiro das vendas dos jogadores seria exclusivamente para amortizar a dívida à banca.

quinta-feira, setembro 01, 2016

Foi melhor assim

Vendo bem as coisas foi melhor assim. Não há novidades, o plantel azul já estava práticamente formado, parece ter algum equilíbrio, tem juventude, sinónimo, espero eu, de ambição, e a verdade nua e crua é aquela que tenho descrito nos meus postais: - não há dinheiro para investir, anda tudo a falar em milhões mas o nosso futebol, tal como o país, vive a crédito, ou seja, vive a pedir emprestado! Além de que as vendas estão cada vez mais difíceis e pelos valores inflacionados que se pedem, nem pensar. Que o digam Benfica e Porto que precisavam de vender como de pão para a boca!
Duas excepções à regra confirmam a regra: - os ‘produtos’ valorizados, ano após ano, por Jorge Jesus e que este ano tiveram a ajuda da selecção nacional! E o Salvador de Braga que conseguiu enganar o Benfica com um negócio da China! Com efeito, dezasseis milhões, pelo menos, mais três jogadores de borla, por um jogador que o Benfica não precisa… é obra!


Mas voltemos ao Belenenses e a uma análise mais fina: - faltava um guarda-redes e lá se conseguiu o empréstimo; faltava um avançado e regressou o Betinho, que ainda é novo e não se percebe porque é que não rende mais atendendo a que dispõe de condições técnicas para isso!
Talvez falte mais um extremo, jogador rápido e que saiba driblar junto às linhas! Temos apenas o Gerso e o Sturgeon, o que é curto. O meio campo, se formos a ver até nem está mal. Temos três médios defensivos, Palhinha, Rosel e Luís Silva; três médios ofensivos, o experiente Vítor Gomes, o André Sousa e o jovem Bernardo; e ainda temos dois jogadores que não precisam de apresentação, caso estejam em boas condições físicas - Yebda e Carlos Martins. Parece-me suficiente.
Quanto à defesa, e tal como mandam as normas, existem dois jogadores para cada lugar e a minha única dúvida reside, como já escrevi, na quadra de centrais, se ela é suficiente, atendendo às inúmeras lesões (e castigos) que normalmente nos afectam.*
Falta falar do ataque, até agora bastante improdutivo mas que só pode melhorar. Temos então três avançados posicionais – Tiago Caeiro, Andric e Betinho – e um ponta de lança rápido – Abel Camará. Além disso temos o Miguel Rosa, avançado móvel ou segundo avançado que até está em forma! Vamos marcar golos concerteza.
É este o plantel do Belenenses e sendo assim não há melhor plantel no mundo!


Saudações azuis



Nota: Contei 26 jogadores incluindo os três guarda-redes e mais oito defesas.

* Bem entendido há sempre o recurso a jogadores polivalentes que existam no plantel e que possam em caso de necessidade jogar no eixo da defesa. Palhinha?! Rosell?! Florient?! O treinador é que sabe.