domingo, maio 25, 2008

Eu quero ciclistas

No futebol moderno quem manda é a vertente física, isto porque a vertente técnica de cada jogador é um dado adquirido. Com efeito, ninguém pode aspirar a uma carreira profissional com algum sucesso se não dominar os gestos básicos da recepção de bola, do passe, da movimentação em campo, etc. A diferença entre os jogadores faz-se na velocidade de execução, e na precisão ou eficácia que daí resulta.
Bom treinador é aquele que aperfeiçoa e tira partido das mais valias dos seus jogadores, incutindo-lhes ao mesmo tempo a cultura táctica em que acredita. O tempo dos toscos, que apenas viviam do músculo e da correria já passou.
Quem são afinal estes ‘ciclistas’, expressão que se vulgarizou, penso eu, através de José Mourinho!
Estou convencido que Mourinho se referia à sua experiência na União de Leiria, cuja equipa dispunha na altura de jogadores com uma velocidade de base muito alta, e que nas transições ofensivas galgavam rápidamente terreno mantendo em constante sobressalto as defensivas contrárias. O exemplo era Maciel, mas havia outros.
Este tipo de jogador adapta-se bem ao jogo de contra golpe, esquema que tanto pode ser utilizado em casa como fora, assim existam os médios (‘volantes’) com rápido pensamento e melhor execução. Do exposto fácilmente se conclui o contrário: que estes ciclistas, vidé o caso Maciel, têm mais dificuldade em jogar em ataque continuado, porque neste cenário lhes falta o essencial, que é o espaço.
Olhando agora para as necessidades do Belenenses, que por certo irá manter o mesmo estilo de jogo, o tal contra golpe, (é assim que jogam as equipas que acumulam uma menor ambição com a escassez de ‘volantes’) verificamos que apenas Weldon possui uma velocidade de base acima da média (Amaral já falámos nele, e jogava muito atrás). Como não sabemos ainda se Weldon fica ou não, arrisco dizer que precisamos de jogadores desse tipo, e curiosamente a União de Leiria ainda lá tem gente dessa.
Para bom entendedor…
Saudações azuis.

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