quinta-feira, janeiro 28, 2016

Todo o cuidado é pouco

Há muito equilíbrio na primeira Liga. Alguns emblemas que pareciam condenados, começaram a subir, enquanto outros aparentemente confortáveis, parecem agora periclitantes. Nada é garantido, a competição é isto mesmo. Nesta ‘guerra’ os treinadores estão na linha da frente, e como em tudo é preciso sabedoria e sorte. Os meios também são importantes mas não são decisivos. Veja-se o caso do FC Porto que não é por falta de meios que não consegue ganhar a ninguém! Quem imaginaria que tal situação ocorresse em tão curto espaço de tempo! Veja-se também o exemplo do Boavista onde Sanchez parece estar a construir, com os mesmos meios, uma equipa competitiva!
Em Belém as coisas começaram esperançosas, bateram-se muitos recordes europeus, mas temos hoje que admitir que a época foi mal planeada e pior executada. Felizmente percebeu-se isso rápidamente, e rápidamente foram efectuadas as necessárias correcções. Digo necessárias ainda de pé atrás porque só descanso quando a equipa ultrapassar a barreira dos trinta pontos.

Entretanto, parece que o treinador Julio Velasquez percebe de futebol, parece que os jogadores estão a mudar de mentalidade, parece que os reforços são mesmo reforços, e parece notar-se uma tendência para sofrermos menos golos! Diz-se que a melhor defesa é o ataque o que é verdade, mas também se diz que no futebol moderno todos defendem e todos atacam, e também é verdade. Porém, no meio destas duas verdades continuam a existir defesas, médios e avançados.

Por falar em defesas, continuamos a precisar de um central e de um médio defensivo. Poderá ser só um, se for o tal polivalente a que Velasquez muitas vezes se refere. Não é fácil neste mercado de Inverno encontrar alguém capaz de fazer concorrência aos que lá estão. Talvez Velasquez conheça algum jogador em Espanha actualmente disponível! Eu lembrei-me de Meira, nem sei onde está, mas sempre considerei que foi um erro dispensá-lo. Não era um tecnicista mas tinha outras virtudes - tanto podia jogar a central como a trinco, era um jogador muito enérgico, raçudo. O ano passado, fez um grande jogo contra o Benfica, no Restelo. Jogou a trinco.

Duas palavras sobre o Belenenses – Leixões. Vencer por quatro a zero, e jogar meia hora com dez, não é fácil. Já se viu que as equipas da Liga de Honra batem o pé, e de que maneira, às equipas da Liga NOS! É aqui, que eu vejo as diferenças entre o passado recente e o presente.

Os melhores do Belenenses foram: Juanto (dois golos e uma assistência!), Miguel Rosa, Fábio Nunes e Tonel.



Saudações azuis


Nota: Não vejo grande utilidade em ir buscar um jovem central do Sporting a não ser que não existam outras alternativas até ao fecho do mercado. Engordar a galinha da vizinha só por caridade.

segunda-feira, janeiro 25, 2016

Como foi possível?!

Não é a primeira vez esta época, com o Rio Ave, e também no Restelo, estivemos com dois golos de vantagem e acabámos por empatar. Curiosamente pelo mesmo resultado! Na altura, era a primeira jornada, desculpa-se. Entretanto os erros defensivos persistiram e a equipa foi-se afundando na tabela. Mudou de treinador, mudaram alguns jogadores, a equipa começou a crescer, com toda a gente em movimento, mas ainda sofremos muitos golos.
Ontem depois de meia hora de bom futebol, como há muito não se via, chegámos aos 2-0, mas bastou um livre perigoso, uma falta que não se pode cometer, e sofremos logo um golo. A seguir a saída por lesão de um central que até estava a jogar bem, foi imediatamente aproveitada pelo adversário para nos apanhar em contra pé. Em menos de dez minutos, passámos do céu ao inferno. Como foi possível?!

Velasquez entra em cena e faz entrar um avançado (Juanto) recuando Ruben Pinto para central. A segunda parte iria começar sob o signo da imprevisibilidade. Confesso que temi o pior. Mas a equipa equilibrou-se, continuou a atacar, só que o espaço entre os sectores aumentou ligeiramente. Era por esse espaço que o Vitória contra atacava com perigo. Um Vitória de Guimarães obviamente moralizado com a reviravolta no marcador. Mas foi o Belenenses que ganhou nova vantagem através de uma oportuna recarga de Juanto. Velasquez faz então entrar um central (Gonçalo Silva) para o lugar do estreante (e já amarelado) Bakcic. Ruben Pinto recoloca-se no meio campo. O jogo entra em parada e resposta, era ganhar ou perder. Nem uma coisa nem outra, Dourado, com espaço livre à sua frente, arranca um remate indefensável e iguala o marcador (3-3)! Voltámos à estaca zero, voltámos a tentar o golo que nos daria os três pontos, mas com o aproximar do fim o Vitória de Guimarães parecia mais ameaçador e foi com algum alívio que ouvi o apito final do árbitro.

Destaques:

Individualmente os destaques vão em primeiro lugar para as caras novas – Bakcic, uma assistência e um golo, o jogo passa por ele com fluência, sem percas de bola, sem individualismos inúteis; Juanto entrou e marcou e não há melhor elogio para um avançado; Rafael Amorim é um central com bom toque de bola, e não estando isento de culpas no golo de Abou Saré (Saré cabeceou entre os centrais azuis) estava a ser útil quando se lesionou.
Quanto aos restantes todos cumpriram mas ainda assim sinalizo a subida de forma de Miguel Rosa (um golo e um remate que deu golo); a melhoria de Carlos Martins que, a jogar mais adiantado, se agarra menos à bola. Foi dele o cruzamento para o belo golo de Bakcic; e para Fábio Nunes que entrou muito bem na partida;
Finalmente uma palavra de conforto para Filipe Ferreira que estando ligado aos dois primeiros golos dos vimaranenses, fez uma boa segunda parte, apoiando as perigosas triangulações entre André Sousa, Miguel Rosa e Juanto, que acabaram por fazer mossa no último reduto adversário.


Saudações azuis

quinta-feira, janeiro 21, 2016

‘Equipa está a crescer’

Não posso deixar de concordar com Júlio Velasquez e até confesso que tal crescimento me tem surpreendido! Na verdade, em dois jogos seguidos, fora de casa, e perante um adversário forte, o Belenenses conseguiu superiorizar-se durante largas fases dos respectivos encontros. E isso não é coisa de somenos.

Não vou fazer análises tácticas que já foram feitas, bastou-me olhar para a movimentação dos jogadores, para as linhas de passe que sempre existiram, e sobretudo para a atitude e o discernimento que cada um punha em cada lance, para ter ficado satisfeito. Faltou apenas uma maior acutilância na hora de rematar, mas com tanta novidade na equipa, era pedir de mais.

Sobre as caras renovadas tenho a dizer que gostei bastante da postura de Tiago Almeida, um antigo avançado transformado num belo defesa/ala! O mesmo se diga, no lado contrário em relação a Fábio Nunes. Quando calibrar os cruzamentos e quando o calibre tiver a correspondência dos finalizadores, os golos irão aparecer.

Quanto às caras mesmo novas, Rafael Amorim tem experiência e pedal para entrar nas contas de Velasquez. O médio Backic deu indicações que o recomendam para motor da equipa. O espanhol Juanto pareceu-me atrevido, sem medo de entrar na área. Em resumo, pareceram-me reforços criteriosamente escolhidos para valorizarem o plantel.
Estou assim mais esperançado numa vitória sobre o Guimarães. Sim, eu sei que é mais difícil jogar em casa para o campeonato.

Taça da Liga: Rio Ave 1 – Belenenses 1


Saudações azuis 

segunda-feira, janeiro 18, 2016

Surpresa, sofrimento e alegria!

Surpresa na primeira parte, a jogar em todo o campo, o meio campo preenchido, as desmarcações a funcionarem, um futebol elegante, um passe de rotura de Carlos Martins, e Filipe Ferreira a aparecer na cara do guarda-redes contrário e a facturar! Instintivamente recuámos, como recuamos sempre que estamos a ganhar. Vício da casa, vício que a Liga Europa acentuou. E o Rio Ave empatou. Um cruzamento demasiado largo para não ser neutralizado e foi assim que sofremos mais um golo. Reagimos, e apesar do pendor atacante dos donos da casa, e das fragilidades, quer de Geraldes, quer de Gonçalo Silva perante o extremo esquerdo vila-condense,voltámos a equilibrar a partida. Já perto do intervalo Sturgeon, de cabeça, correspondeu da melhor maneira a um centro de Filipe Ferreira.

Mas como acima frisei, nós não sabemos estar a ganhar! Não sabemos continuar na ofensiva. As debilidades físicas e a veterania de alguns jogadores cruciais explicam em parte este problema. Portanto, durante a segunda parte, foi baixar linhas e defender a todo o transe a magra vantagem alcançada no primeiro tempo. E com alguma sorte, e também algum mérito, conseguimos uma vitória essencial para as nossas contas do campeonato. Os adeptos esperam sofrer menos da próxima vez.

Está de parabéns o treinador que surpreendeu com três centrais e uma dinâmica de jogo que infelizmente não conseguimos manter na segunda parte. Os motivos são vários mas já dei algumas pistas. E estão de parabéns os jogadores que se bateram com nervo por este resultado. A ter que destacar alguém, pela regularidade exibicional, Ventura e Filipe Ferreira.

Resultado final: Rio Ave 1 - Belenenses 2



Saudações azuis

terça-feira, janeiro 12, 2016

Dúvidas e mais dúvidas…

O Belenenses é uma montanha de dúvidas! E o benefício da dúvida também se esgota. Manifestei há pouco tempo a minha apreensão sobre o projecto desportivo do Belenenses, apreensão que julgo ser partilhada pelo comum dos adeptos que vivem o clube, tal como eu, através dos resultados e das notícias veiculadas pela comunicação social. Adeptos esses que chegados ao meio do campeonato não podem deixar de fazer um balanço negativo sobre o que se tem passado. A participação na Liga Europa não serve de desculpa para nada. Antes pelo contrário. Portanto, se o balanço é negativo, e eu julgo que é, a responsabilidade tem de ser inteiramente assacada à SAD presidida por Rui Pedro Soares.

Para além da dança de treinadores, dispensando aqueles que tiveram (e têm) sucesso para impor um da sua confiança que não teve, a política de contratação de jogadores também deixa muito a desejar. Para já não se vê grande investimento!
Vemos jogadores vindos por empréstimo, casos de Kuca, agora devolvido, e de Luís Leal, relativamente desaparecido, Geraldes que já lá tinha estado; vemos jogadores oriundos da formação que se valem alguma coisa, caso de Dálcio (ou Freddy) são vendidos, ou então mantêm-se na equipa mas já estão parcialmente hipotecados, caso segundo julgo saber de Sturgeon. Vemos emprestados a regressar, caso de Tiago Almeida, num vai e vem incompreensível, e andamos neste circuito fechado a fingir que estamos no mercado!

Da equipa que normalmente é titular apenas Ruben Pinto e André Sousa terão sido adquiridos no defeso, o que convenhamos é curto investimento. E se a isto juntarmos a aquisição de jogadores em fim de carreira, o que continuamos a ver é investimento zero.

E para não ser deselegante não me vou referir ao actual treinador. Que pode ser um génio mas não será por aí que as finanças da SAD irão à ruína.
Concluindo - com esta política de investimentos será difícil consolidar o Belenenses na primeira Liga.

Noutra vertente temos o Clube e o presidente Patrick Moraes de Carvalho com algumas revelações, umas mais interessantes do que outras.
Desde logo dou-lhe os parabéns por ter conseguido reverter, vamos a ver por quanto tempo, o inadmissível plano inclinado em que vegetava o futebol de formação azul! Aqui neste espaço e muito antes, em qualquer espaço, bradei contra a decadência do futebol juvenil do Belenenses, mola real do seu glorioso passado, mas nessa altura andava tudo entusiasmado com uma série de actividades que só poderiam ter algum sucesso se o futebol estivesse em alta. Começamos a perceber isso agora. Mais vale tarde do que nunca.
Já não gostei tanto das suas insinuações em relação ao futuro dos jogadores que formamos! Se não é para jogarem no Belenenses é para irem jogar aonde?! No Benfica?! No Sporting?! No Porto?!

Temos é que resolver rápidamente esta guerra intestina que está a dar cabo do Clube.


Saudações azuis

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Velhos hábitos

Com os anos que levo de Belenenses já não preciso de ver os jogos, basta-me adivinhar. Para tira teimas socorro-me dos velhos hábitos, e raramente me engano.
Por falar em recorrências, moralizar os adversários em maus lençóis é uma delas! A Académica não ganhava a ninguém no seu estádio até lá ir o Belenenses, qual pronto-socorro, e os estudantes passaram logo com distinção! Levámos quatro! O Estoril, que até exibia um futebol razoável, mas não conseguia materializar essa superioridade, teve que chamar o Belenenses para desbloquear o problema. 

Outra tradição muito antiga tinha a ver com o número de oportunidades que desperdiçávamos até conseguirmos concretizar. Estou evidentemente a referir-me ao Belenenses antigo, àquele que lutava pelo título. Essa tradição perdeu-se, mas a outra, a de falhar golos, não.

De regresso ao Estoril olhemos as diferenças em relação ao passado recente:
De facto a equipa está mais espevitada, aparentemente mais coesa, mas continua a sofrer dois golos por jogo. Assim é difícil ganhar. Noutra perspectiva, Carlos Martins parece estar a exibir-se melhor, mas continua a ser admoestado com cartões. Ora bem, nas outras equipas, na concorrência, os jogadores acima da média costumam amarelar os adversários. Com Carlos Martins é ao contrário!

E por último duas notas sobre o treinador. É sem dúvida um treinador diferente, eu diria, peculiar! Gostei da sua sinceridade, e porque não dizê-lo, da sua ousadia! A quinze minutos do fim, fora de casa, com o jogo empatado, tirar um central e meter um avançado para tentar ganhar o jogo, é bonito, mas perigoso. Ainda por cima com os problemas defensivos que vamos exibindo.   E acabámos por perder. Assumiu o risco e pediu desculpa aos adeptos. A sua frontalidade marca a diferença. Acontece que estamos em Portugal onde, tirando três ou quatro equipas, toda a gente joga para o pontinho. O que vier a mais é ganho. A mentalidade é essa. Aqui, o risco não compensa.

Aguardemos pelo próximo capítulo em Vila do Conde.



Saudações azuis

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Apreensivo e confuso!

De facto estou um tanto apreensivo (e confuso) pois ainda não percebi (bem) a política de contratações da SAD o que é o mesmo que dizer que também não percebi qual é o projecto desportivo que tem para o Belenenses! Bem sei que entretanto se bateram imensos 'recordes', recordes europeus, coisa que não me impressiona muito. A verdade é que o treinador de tais façanhas acabou dispensado deixando a equipa com o triste recorde de defesa mais batida do campeonato! Por outro lado os treinadores que o antecederam, e não serviam, estão ao fim da primeira volta, em 5º e 6º lugares da primeira Liga.

Em relação aos jogadores contratados, a confusão também é grande! Tão depressa chegam, como logo a seguir, e práticamente sem jogarem, se vão embora. Outros, que em primeira análise pareciam ser mesmo reforços, não vingam e também se vão embora! Jogadores jovens feitos no clube, é melhor nem falar! Mal marcam um golo bonito são vendidos precipitadamente sem vantagens aparentes para ninguém! Por último a aposta em jogadores em fim de carreira tem trazido mais problemas do que aqueles que era suposto resolver.

É com estas perplexidades que entramos num novo ano, com um treinador novo, novo em todos os sentidos, sabendo-se que não tem grande margem para falhar. A primeira Liga está muito competitiva, especialmente para quem nela se queira manter. A prova reside na dificuldade em fazer valer o factor casa. Isto aplica-se a quase todos os clubes.

Duas notas finais sobre o jogo com o Nacional e que empatámos a duas bolas. Não vi e portanto socorro-me de opiniões abalizadas. No caso o treinador adversário um dos mais experientes e sabedores. Disse Manuel Machado que o empate foi justo e que na segunda parte o Belenenses foi superior. Em relação aos méritos de Velasquez parece-me suficiente. Com efeito não é fácil ter que correr (sempre) atrás do prejuízo!


Saudações azuis     

segunda-feira, janeiro 04, 2016

Empate num campo difícil!

Vi apenas o resumo, mas li a excelente crónica de Mónica Santos no jornal O Jogo, e isso basta-me. Diz a jornalista na sua escrita elegante:

'Na liga dos clubes que compensam em ambição o que lhes falta em orçamento para chegarem à UEFA, Paços de Ferreira e Belenenses são rivais, como o resultado de ontem traduz fielmente num empate que põe em evidência a capacidade de  resistência azul, sem ofuscar as virtudes caseiras. Generoso em golos e em emoção, o jogo começou com Tiago Caeiro a sacudir os primeiros minutos de pressão pacense com o 0-1, depois de uma abertura de Carlos Martins para o cruzamento de Filipe Ferreira. O avançado não voltou a marcar, mas o médio e o lateral exibiram generosamente aquele à vontade a tratar a bola. As circunstâncias obrigaram a isso, de resto, porque a vantagem durou pouco, o tempo de uma precipitação de Ricardo Dias resultar no penalty para Bruno Moreira fazer o 1-1. De volta à igualdade, o desafio parecia lançado para as correrias de Barnes, André Leal e Jota, contra os toques de classe de Carlos Martins, que esqueceu esse predicado e mudou as regras, aos 51', ao fazer-se expulsar por uma entrada sobre Marco Baixinho. Com dez o Belenenses reorganizou-se. Velazquez fez entrar mais um central e refrescou as alas com Miguel Rosa e Traquina, para manter o equilíbrio possível. Simão respondeu com extremos frescos, para garantir energia à corrida para a vitória, uma ilusão que durou apenas dois minutos. André Leal confirmou a vantagem também no marcador, aos 75', a passe de Diogo Jota, mas, dois minutos depois, um belo remate de André Sousa, de dentes cerrados, na sequência de canto de Miguel Rosa garantiu ao Belenenses o empate e mostrou a capacidade de superação que a equipa procura - a par da solidez defensiva, uma questão que continua por resolver, mas foi atenuada com um belo esforço colectivo. A expressão também se aplica à equipa de Jorge Simão, que volta a virar o campeonato colada aos lugares europeus.'

Creio que a jornalista tocou nos pontos essenciais do que deverá ter sido o jogo, e nalguns aspectos importantes para o futuro rendimento da equipa. Daí a transcrição.

Saudações azuis