sábado, março 31, 2007

Quaresma

Morreu Quaresma, antigo jogador do Clube de Futebol “Os Belenenses” que vi jogar tantas vezes e tantas vezes cumprimentei nos altos e baixos de uma vida que foi sempre azul Belém.
Jogador de estirpe, categorizado defesa central durante grande parte da sua carreira, subiu no terreno pela mão do genial Scopelli que inventou ali um médio para fazer um vai e vêm simples mas eficaz. Essa inteligente movimentação criava superioridade numérica no ataque, aparecendo Quaresma algumas vezes em situação de marcar! Chegou à selecção das quinas nessa posição, cumprindo sempre com brilho.
O seu nome traz o sinal da forte religiosidade da sua raça e quis Deus levá-lo neste tempo em que lembramos a Paixão de Cristo.
À família enlutada apresentamos os nossos sentidos pêsames.

quinta-feira, março 29, 2007

Eleições de esperança

Começou a campanha que há-de conduzir à eleição do próximo Presidente do Belenenses. Falta um mês e até lá aproveitarei este espaço para continuar a exprimir as minhas opiniões sobre o futuro do Clube, e sem hipocrisias, mas em plena liberdade, direi de minha justiça.
E estou perfeitamente identificado, ninguém que nestes dois anos por aqui tenha passado, ou comentado, pode argumentar que não me conhece. Todos sabem que nas últimas eleições votei no candidato vencido, como também sabem que venho propondo um corte radical com a política que há décadas vem sendo seguida, incapaz de reerguer o Belenenses, colocando-o no lugar a que tem direito e já foi seu.
Adivinham por isso facilmente que não votarei na continuidade da actual política.
Dito isto, não tenho qualquer pejo em reconhecer que Cabral Ferreira, sozinho, me parece hoje um Presidente e um candidato bem melhor do que antes. Terá aprendido com os erros, e se assim for, é positivo. Mas isso não muda nada, não muda o grupo ou o sistema que o mantém refém de uma política sem objectivos definidos, comprometida e resignada com a pobre realidade que é o futebol nacional, e que apenas dá a sensação de querer manter o poder a qualquer preço. E quem não tiraria esta conclusão face a um conjunto de iniciativas de última hora que dão razão a quem diz: – assim, melhor seria haver eleições todos os dias!
Mas eu não vou por aqui, não aprofundo oposições, procuro alternativas e elas existem. E candidatam-se como alternativa. Não descobriram agora que o lugar do Belenenses é lá em cima, olhando de igual para igual os rivais da segunda circular, descobriram apenas que têm vontade de mudar a deprimente situação em que vivemos, e só por isso, merecem um voto de esperança.
Sonho?! Utopia?!
Os homens que fundaram o Belenenses sonharam com um clube maior, igual aos maiores! Quem sou eu para trair esse sonho!
Saudações azuis.

sábado, março 24, 2007

Petingas e tubarões

O problema é da rede, da rede da justiça, da malha dos impostos, de quem as fabrica, com defeito ou de propósito! Por exemplo, quando a rede é para apanhar petinga, fazem-na mais pequena que a petinga, e não há petinga que escape; quando é para apanhar tubarão, fazem-na maior que o tubarão, e não há tubarão que não escape!
Entretanto, vêm dizer-nos que andam à caça do tubarão!!! Para nos entreter, imaginem…
Mas não se alarmem, não é do apito dourado que vos falo, é de uma noticiazinha, de contornos bem subtis, que li hoje no jornal ‘A Bola’ e que quero partilhar convosco. Ali aparece o crack dos impostos, um tal Macedo, a prometer apanhar tubarões…a fingir! Diz ele que os casos de fuga ao fisco nas transferências de jogadores de futebol, estão a ser tipificados, e que com a prestimosa colaboração da polícia judiciária e da madame Morgado, já existe um perfil da fraude. A seguir os tubarões que se cuidem, avisa! E explicou que os casos analisados se referem às conhecidas transferências de João Pinto, Pepe e Mantorras, todas elas, como sabemos, envoltas no nevoeiro próprio dos grandes negócios que a comunicação social, especialmente a desportiva, tem vindo a silenciar sempre que lhe surge o ensejo.
Ou então, faz o que “A Bola” fez da notícia. Vamos ler: “ (...) Ao que apurámos, as investigações do caso Mantorras perderam força, devido à dificuldade de se encontrarem provas sustentadas, mas o caso tem sido analisado pela DGI no sentido de se retirarem informações que ajudem a completar o perfil que a inspecção tributária pretende tipificar”.
Lindo! Os tubarões seguem dentro de momentos!
E assim, a partir deste trabalho preparatório, não me admiraria nada que o Alverca fosse parar ao banco dos réus, uma vez que está provado que faliu e que não se sabe onde pára o dinheiro da transferência do Mantorras! A única coisa que temos como certa é que quem mandava no Alverca nessa altura era o actual presidente das águias.
Portanto, as sardinhas que se cuidem.

quarta-feira, março 21, 2007

A decisão do voto

Desde que retirei os comentários aos visitantes deste espaço, tenho-me contido também nos comentários que faço noutros espaços azuis. Porquê? Por um sentimento de equidade que não sei bem explicar!
Mas hoje resolvi comentar um postal escrito por Luís Oliveira no ‘Canto Azul ao Sul’, postal que versa sobre as relações entre a CML e o Belenenses, sobre promessas não cumpridas, sobre o misterioso projecto imobiliário, que também versa sobre o nosso silêncio, a nossa inacção, e versa sobretudo sobre a desigualdade de tratamento em relação aos clubes da segunda circular!
São questões cruciais, decisivas para o futuro do Clube, que não conseguirá reerguer-se se não conseguirmos reagir e inverter esta situação, se não conseguirmos exigir a justiça elementar que merecemos. E nada disto tem a ver com o desempenho, melhor ou pior, da equipa de futebol, como não tem nada a ver com a maior ou menor capacidade do treinador que a orienta. E todos sabemos porquê – de facto, se prosseguir a discriminação, se continuarmos a ser prejudicados em relação aos nossos adversários directos, nunca os conseguiremos alcançar. Por melhores resultados desportivos que episodicamente se consigam.
Foi este o sentido do comentário que exprimi. E disse mais: é por aqui que devem passar as escolhas no próximo acto eleitoral, ou seja, saber qual dos candidatos tem melhores condições para lutar e vencer as desigualdades que nos são impostas e nos impedem de retomarmos o lugar que é nosso e que por culpas próprias, muitas, e que por culpas alheias, também muitas, nos deixámos desapossar.
A escolha é essa.
Saudações azuis.

segunda-feira, março 19, 2007

Uma equipa adulta

E que dá garantias de lutar por um resultado positivo em qualquer campo! Este é o melhor elogio que posso fazer ao trabalho que Jorge Jesus tem vindo a realizar desde que chegou ao Restelo.
O Belenenses tem bons jogadores? Tem, sim senhor. E muitos deles já lá estavam quando Jesus foi contratado.
As aquisições revelaram-se positivas? É verdade também.
Então qual é a diferença entre uma equipa capaz de bater o Benfica por quatro bolas a uma, mas incapaz de evitar a descida de divisão, e esta ‘nova’ equipa azul, construída eficientemente de trás para a frente por quem sabe da poda?!
Faz toda a diferença. O segredo é saber… e saber como fazer. No fim da linha está a liderança indiscutível, aceite conscientemente por todos os jogadores.
Quem é que era capaz de sentar Marco Aurélio no banco de suplentes?
Quem é que foi capaz de, no mesmo jogo, fazer entrar, e fazer sair Carlitos?
Quem foi que insistiu com o guarda-redes Marco? E que vem insistindo com Dady?
Este intróito serve para justificar a importante vitória obtida em Paços de Ferreira, onde nunca tínhamos conseguido ganhar!
Sabe-se como em tudo na vida é preciso ter sorte, aquela pontinha de felicidade que normalmente acompanha quem arrisca um pouco mais, e nesse sentido, Jesus tem tido essa sorte. Mas ainda que a não tivesse, para quem assim trabalha, os resultados teriam que aparecer.
Na Mata Real arrefecemos o jogo à nossa medida, travando o conhecido ímpeto do Paços sempre que joga no seu reduto. Passámos por alguns sustos iniciais porque Nivaldo escorregou mais do que devia; tivemos alguma dificuldade em segurar a bola a meio campo porque José Pedro não tem essas características, e se essas características são importantes nestas alturas! Mas no cômputo geral levámos a água ao nosso moinho. Na segunda parte, fomos mais consistentes, e também mais agressivos na resposta ao assalto final dos visitados, que nunca se renderam, diga-se em abono da verdade.
Dois golaços, um em cada parte, e em momentos psicologicamente importantes, decidiram a contenda a nosso favor. Os autores foram Cândido Costa, ao findar da primeira parte, e Dady, aos 76 minutos de jogo.
Individualmente, os melhores foram: Marco, irrepreensível; Cândido Costa, sempre em jogo; Silas, porque desequilibrou; e Dady porque se está a transformar num excelente ponta de lança! Mas a equipa toda é que conseguiu este feito!
Saudações azuis.

sábado, março 17, 2007

Andebol azul

Desabafou o treinador de andebol do Belenenses: “O Sporting, mesmo sem saber se vai ao playoff, anda a aliciar meia equipa do Belenenses com contratos irrecusáveis. Juntando a isso o problema do autocarro, fica explicada a nossa exibição”.
Este assunto não é novo e já foi comentado, trata-se da reacção de Jorge Rito após o jogo com o ABC, em Braga, e do qual saímos derrotados.
O que agora importa realçar é o seguinte:
O andebol do Belenenses mantém uma excelente formação e ‘vive’ ainda a mística de ‘grande’ nesta modalidade, situação que já não acontece no futebol e actualmente apenas se repete no rugby. É por isso que custa ver a indefinição que persiste quanto às apostas que realmente valem a pena, face à realidade do Belenenses.
Reafirmo sempre que for preciso que o Belenenses ou é futebol ou não é. Mas que depois desta verdade, convinha não desperdiçar o que de bom ainda resta.
Com os pés bem assentes na terra, apostemos a ‘cave’ toda no futebol, formação e equipa principal; contemos a seguir os tostões para manter o andebol com candidatura obrigatória ao título; e apoiemos o rugby nos moldes actuais, mas sem perturbar a formação do futebol – refiro-me obviamente aos campos para a prática desta modalidade.
O Restelo, hoje, mal dá para o futebol, quanto mais para o resto! Infelizmente, uma política imediatista e sem qualquer sentido, reduziu o parque desportivo do Restelo a duas ilhas verdes no meio de abarracamentos!
É preciso reverter isto imediatamente. E pensar nas sugestões supra.
Saudações azuis.

quinta-feira, março 15, 2007

Notícias interessantes

Acórdão do Supremo pode trazer consequências contratuais:

“Está a dar que falar o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça sobre os direitos dos jogadores de futebol, em caso de rescisão dos contratos. O documento caiu ontem como uma bomba no meio desportivo nacional, já que o valor a pagar por um futebolista ao seu clube em caso de rescisão, com ou sem justa causa, nunca poderia ser superior ao valor dos salários a que teria direito até ao final do seu contrato. Esta vitória foi conseguida pelo advogado setubalense José Armando Carvalho, que não concordando com as decisões da Comissão Arbitral e do Tribunal de Trabalho, a propósito de um seu cliente, o jogador Zé Tó, que no ano 2000 rescindiu com a União de Leiria, recorreu ao STJ para pedir a nulidade de três cláusulas do respectivo CCT.”

Guilherme Aguiar desvaloriza a questão e explica: Concordando que o CCT deve ser modificado, tendo em conta o acórdão do STJ, diz no entanto que “o caso não é uma bomba, já que na prática, a nulidade destas cláusulas não vai trazer grandes prejuízos. Uma coisa é um jogador rescindir sem justa causa e outra bem diferente é estar prevista uma cláusula de rescisão, porque esta dá mútuo acordo e permite que as duas partes sejam salvaguardadas. E prossegue: “Em termos desportivos, as federações e as ligas podem ter os seus regulamentos, e um dos mecanismos que utilizam é impedir que o jogador que rescinda sem justa causa possa assinar por outro clube na mesma época. O clube ficaria sujeito a sanções disciplinares, porque estaria pressuposta a má fé.”

Liga e Sindicato pronunciam-se: Hermínio Loureiro, presidente da Liga, diz que “estão previstas alterações em sede de revisão do CCT, para entrarem em vigor na próxima época. É uma decisão histórica do Supremo, que irá ter repercussões a nível nacional e até internacional.” E acrescenta que entende a posição dos jogadores, mas quer salvaguardar também os clubes porque “têm apostado na formação, promovendo um serviço público de fomento e prática desportiva, e para que possam continuar a dar essa prioridade à formação precisam de precaver-se com cláusulas que salvaguardem esse investimento”.
Por seu turno Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, vê assim a questão: “ A especificidade do desporto não pode ser só a favor dos clubes. Os jogadores têm de ter um tratamento igual aos demais trabalhadores. Há que ter bom senso e serenidade para criar um quadro que evite grandes abalos no futebol.”

FIFA já mudou lei em 2001: “ O caso agora suscitado já mereceu longa discussão entre a União Europeia e a FIFA. O artigo 17ª do regulamento de transferências, revisto em 2001, prevê que um jogador pode quebrar o contrato logo que expire um ‘período de protecção’, que é de três ou de dois anos, dependendo de ter menos ou mais de 28 anos de idade. A compensação é calculada em função dos vencimentos e de uma taxa de transferência inicial. O site do SJPF na Internet explica como funciona, e exemplifica com o jogador Lampard, do Chelsea: pode sair no final da época por 12 milhões de euros, embora a cláusula de rescisão seja de 38 milhões. Só que até hoje tem sido muito difícil colocar isto em prática.”

Estas notícias foram extraídas do jornal “Record”, de 15 de Março de 2007.

domingo, março 11, 2007

Crónica atrasada

Deixei passar um dia para saborear uma vitória que costuma escapar-nos porque simplesmente é aquela que nos dá um impulso para cima, para os lugares mais próximos do nosso lugar, o lugar que nos cabe de acordo com a nossa ‘certidão de nascimento’! Lembram-se da crónica!
Falaremos disso depois, voltemos à vitória sobre o Nacional da Madeira, no Restelo, e sem sofrermos golos!
Recordemos então o melhor e o pior:
O melhor – o rompante inicial a criar perigo, contra uma equipa precavida e que mesmo assim não conseguiu evitar um indiscutível ascendente! Responsabilidade de uma defesa intratável com o trio do costume em grande plano, Marco, Rolando e Nivaldo, e uma dupla de pontas de lança que complica as contas do adversário! Dady, a quem torcíamos o nariz nos primeiros jogos, está a revelar-se um jogador de enorme utilidade! Cândido Costa fez também uma primeira parte razoável, ligando alguns lances com as intermitências de Zé Pedro e Ruben Amorim. Este último, parece que gosta de melhorar com o decorrer do encontro!
E mais duas notas positivas: Sandro Gaúcho não está em forma, nota-se pelo número de lances aéreos em que foi batido, mas não voltou a cometer os erros do jogo anterior! Bola recebida, bola passada, assim é que tem que ser. E Amaral, a regressar lentamente ao Amaral dos primeiros tempos!
O pior – a condição física de alguns jogadores.
Resultado final: Belenenses 2 – Nacional 0.

No resto, uma tarde bem passada no Restelo para ver futebol! Para ver evoluir a nossa ‘formação’, no caso, os infantis e os juvenis B. Estes últimos, jogaram sem qualquer apoio dos sócios, entretidos como estavam a ver desportos de pavilhão! Ora aqui está um bom tema para uma próxima crónica.
Saudações azuis.

sábado, março 10, 2007

Eleições a 28 de Abril

O Presidente da Assembleia Geral do Clube de Futebol "Os Belenenses", Machado Rodrigues, convocou as eleições para 28 de Abril (um sábado), acto que decorrerá entre as 10 e as 21 horas.
Recorde-se que nesse dia o Belenenses recebe no Restelo o Beira Mar, partida que está marcada para as 18 horas. Se assim fôr, está garantida uma boa afluência às urnas, facto que consideramos sempre positivo.
Saudações azuis.

terça-feira, março 06, 2007

A primeira parte

Já sei que empatámos no Bessa mas eu só vi a primeira parte. Como é hábito quando os jogos se realizam à segunda ou sexta-feira à noite, nunca posso ir, nem sequer consigo ver os jogos na televisão. Coisas da vida. Mas ontem enquanto me dirigia para o emprego dei graças a Deus por não assistir à segunda parte, temi pela minha saúde! De facto não ía concerteza aguentar mais uma perda de bola do Sandro Gaúcho em zona proibida, em lances tão semelhantes, que até se adivinham! Primeiro tem a bola ao seu alcance para lhe dar o melhor seguimento, depois hesita, perde velocidade, atrapalha-se e embrulha-se com a bola, e finalmente estatela-se à espera que o árbitro marque uma falta que já sabemos que não vai marcar!!! Por três vezes deixou assim fugir o adversário, normalmente o perigoso José Manuel, e foi numa dessas vezes que obrigou o Nivaldo a fazer um quase penalty…lembram-se concerteza.
Por isso o meu primeiro desabafo quando o telefone amigo me comunicou o resultado final foi este: empatámos a zero o que quer dizer que o Sandro Gaúcho ou não caiu mais nenhuma vez ou foi substituído a tempo!
Foi substituído, mas também não caiu mais. Óptimo, respondi eu.
A outra pergunta foi: quem foram os melhores do nosso lado? A resposta coincidiu com a primeira parte – Rolando e Nivaldo, a que se junta o Marco e o Cândido Costa. A mesma voz amiga acrescentou no entanto que o Ruben Amorim também esteve bem e que o Fernando, que entrou entretanto, lhe pareceu em boa forma.
Eu ainda lembrei que o Silas na primeira parte não estava a jogar mal, que esteve muito em jogo, mas o telefone questionou as más recepções de bola… como naquele balão em que ficava quase isolado… Ao Dady desculpo-lhe a azelhice, tem progredido muito.
E assim concluo esta minha meia crónica dizendo que gostei da personalidade da equipa, a ameaçar sair do Bessa com os três pontos, o que convenhamos é cenário a que já não estávamos habituados há muito tempo!
Resultado final: Boavista 0 – Belenenses 0.
Saudações azuis.

segunda-feira, março 05, 2007

E o sorteio ditou...

O sorteio das meias-finais da Taça de Portugal ditou os seguinte jogos:
Belenenses - vencedor do Braga-Varzim;
Sporting - Beira Mar;
Mais se informa, que os jogos serão disputados em dias diferentes, entre 17 e 19 de Abril, a fim de serem ambos televisionados.
O único comentário que me ocorre diz respeito a uma oportunidade de ouro para chegarmos à final! Eu sei que é difícil jogar em casa para o campeonato, mas para a Taça, onde tudo se resolve num jogo apenas, é diferente. É uma vantagem jogarmos no Restelo, isso é indiscutível.
E se não for sonhar muito alto, repetiremos contra o Sporting ( ou será contra o Beira Mar!) o que aconteceu, e que eu presenciei, nos longínquos anos sessenta: ganhámos a Taça num jogo marcado por uma enorme exibição do Estevão! Lembro-me, se não me falha a memória, que do outro lado estava o Carlitos que o Sporting nos subtraíu através de uma polémica aquisição. Não foi bem subtracção, foi antecipação. Mas nem assim!
Saudações azuis.

sexta-feira, março 02, 2007

As noventa e nove razões…

As noventa e nove razões para não vender Ruben Amorim ao Benfica, são as seguintes:

1ª - Não se vendem os anéis à concorrência, porque a seguir vão os dedos. A nossa concorrência chama-se Benfica, Sporting e Porto…e por esta ordem. Os dois primeiros fazem-nos concorrência directa à porta de casa e são protegidos pelo Estado em todo o território nacional.
Lembro, para quem se tenha esquecido ou para quem não saiba, que descemos o primeiro degrau da nossa decadência quando vendemos o Yaúca ao Benfica e a seguir o Peres ao Sporting. A partir daí, foi sempre a perder.

2ª - O projecto de recuperação do Clube passa inevitavelmente por formar e segurar a espinha dorsal da equipa de futebol, que assim contaminará, no bom sentido, os que entram e saem no normal corropio das transferências anuais.
‘Formar’, quer dizer isso mesmo, moldar e transmitir aos formandos a cultura do Clube, que, no nosso caso, tem que passar inevitavelmente por um sentimento de forte rivalidade com a segunda circular. Também queremos ouvir aquilo que ouvimos aos outros – em Portugal, só jogo no Belenenses!
Se não conseguirmos este objectivo, o melhor é nem pensar em fazer formação.

3ª - Portanto e àqueles dos formandos a quem damos a oportunidade e a honra de envergarem a camisola azul com a Cruz de Cristo, para fazerem carreira na primeira equipa do Belenenses, temos que estar cientes de que possuem, não apenas a necessária habilidade de pés, mas a fortaleza de espírito para serem a tal espinha dorsal indispensável em todos os clubes que ganham mais vezes do que perdem.
A esta hora oiço o coro dos incapazes e dos que já se habituaram a perder, gaguejar as habituais inferioridades, tais como – ‘isso agora já não é assim, os miúdos já não têm amor à camisola, querem é dinheiro e prestígio, etc! ‘ Bem, isto é conversa de empresário ou de quem se sente incapaz de dar a volta ao texto! É só o que me apetece acrescentar.

4ª - O Benfica não tem dinheiro nem tenciona pagar em dinheiro, vive de expedientes e de toda a espécie de subterfúgios, com a cobertura entusiástica de toda a comunicação social. Irá propor uma negociata baseada em troca por jogadores de valor duvidoso e pela certa ficaremos a perder. Lembram-se do Alverca!
A ser absolutamente necessário vender, que se venda para o estrangeiro, através de um negócio claro e garantindo sempre os nossos direitos sobre futuras transacções do jogador.
E faço aqui um parêntese para lembrar que a venda de jogadores como uma solução para os problemas financeiros dos clubes, já não é o ‘el dorado’ que se anunciava. Aliás os próximos tempos irão assistir a uma considerável redução contabilística dos chamados ‘activos’. Sabem porquê?! O que não faltam são jogadores no mercado, para todos os gostos e paladares.
Ao contrário, o que falta no mercado, são os tais jogadores com a cultura dos clubes onde são formados e que acabam por fazer a diferença entre as instituições. Umas, querem apenas manter-se ou têm objectivos de curto prazo. As outras, que espero seja o nosso caso, têm história e aspirações acima da média.

Falta apenas a centésima razão em que admito livrar-me de um anel que afinal não é em ouro de lei, mas uma reles falsificação. Nesse caso terei que admitir que falhei como formador, não apenas em relação ao jogador mas em relação ao homem que me cabia educar em primeira instância.
Mesmo assim defenderei a venda do jogador nas condições menos gravosas para o Belenenses e sem fraquejar nos argumentos.
Mas não creio que seja o caso em apreço, pois deposito a maior confiança no Ruben Amorim. Estou convencido que preferirá ser alguém no Belenenses a ser suplente ou apenas mais um, num desses clubes do estado.
Saudações azuis.

quinta-feira, março 01, 2007

Impressões da Taça

Ou é impressão minha ou a Taça de Portugal não interessa a ninguém!
Desde a Federação do Madaíl até à comunicação social, parece tratar-se de uma prova clandestina, e só se fala nela, quando jogam (ou não jogam) Benfica, Sporting ou Porto, e por esta ordem!
Ontem, quando quis saber alguma coisa sobre os jogos da Taça em que participavam os tais clubes que não interessam a ninguém, que existem apenas para preencher calendário e justificar o ‘país futebolístico’ que somos, fiquei surpreendido, ingenuidade minha, pois não havia um relato, uma indicação sequer, a dar conta da existência de mais dois jogos da Taça! Os grandes meios de informação deste país estavam preocupados com o Benfica, com o que se passa no Chelsea, ou com outra inferioridade qualquer.
Claro que não esperava notícias de Bragança para além do fecho de maternidades ou urgências, sei perfeitamente que o nordeste transmontano já vai tratar da saúde ao outro lado da fronteira, mas que diabo, quanto mais não fosse para manter as aparências, podiam dar uma noticiazinha qualquer para disfarçar. Mas nada.
Já no que toca ao outro jogo, entre primo-divisionários, um dos quais, diga-se, até foi campeão nacional não há muito tempo, achei realmente muito estranho que nem relato houvesse na telefonia. Provávelmente os meios já tinham sido todos deslocados para Alvalade, esse sim, um jogo com direito a transmissão directa no horário nobre do canal público!
Quando escrevo sobre este tema, de tão repetido, fico com pena do eventual leitor que se atreva nestas linhas! De facto começo a estar cansado desta vertigem redutora de que se não vê o fim! Antes pelo contrário, já se ouvem até vozes ‘autorizadas’ a falar em ‘ligas ibéricas’ e similares, numa lógica tão globalizante como mentecapta!
Uma coisa faço questão de deixar bem claro a propósito dessas ‘ligas’: antes de lá chegarmos, muita coisa terá de reduzir-se primeiro, a começar pela despesa de estado que, dentro da mesma lógica, terá de situar-se ao nível de uma região autónoma, como a Galiza ou a Andaluzia, acabando-se de vez com a mentira deste estado fantasma. E esta, hein!
Saudações azuis.