terça-feira, agosto 26, 2008

Meninos de Coro

Férias, nada que fazer, fui dar à ‘SIC-Notícias’, canal que em matéria de informação usa o tradicional funil, ou seja, tratando-se de futebol reduz o assunto aos clubes do estado.
E lá estavam os três meninos de coro, o cantochão do costume, moderado como de costume. O alinhamento do programa é relativamente simples: - cada um dos meninos tem a sua rábula cabendo aos telespectadores a tarefa de descodificarem as bocas, as caretas e demais reticências que se vão produzindo ao ritmo de um jardim de infância:


Ontem o menino de alvalade estava de birra porque lhe tinham assinalado um penalty em casa! Coisa rara e pouco vista! Mas a grande penalidade foi bem assinalada porque se tratou de uma falta continuada – um carrinho por trás (guiado por Polga) que levou o jogador do Trofense desde a entrada da área do Sporting (quase) até à Trofa! E o choro tornou-se convulsivo, pedia-se a cabeça do fiscal de linha, um exagero que tinha outros objectivos: na mente estava já o Bom Jesus de Braga.

O menino das Antas, sarrafeiro de longo curso (já vem do tempo da Constituição!) queixava-se ontem de uma sarrafada! Uma entrada rija mas não violenta sobre o luxo do Dragão! Repetiram o lance cem vezes ao retardador, crucificaram o pobre defesa do Belenenses que cortou a bola na perpendicular do jogador do Porto, e no choque inevitável atingiu a bota do argentino de raspão. Crucificaram também o árbitro, que estava bem colocado (de frente para a jogada) e ajuizou o lance em tempo real e, tal como eu, não vislumbrou nenhum massacre.
A estratégia deste ex-Aguiar da Liga também parece clara: - enquanto falamos nas sarrafadas dos outros não reparam nas nossas. E nós que temos lá dois centrais que só jogam de pantufas!

Quanto ao menino da Luz a noite era para desconversar. Perguntava pelo Quaresma, atirava lenha para a fogueira a ver se os outros dois se pegavam, tudo menos falar sobre o dream-team habitual… que empatou com o Rio Ave! E com um golito do Nuno Gomes!

O programa é básicamente isto, e se for levado a brincar ‘no pasa nada’ como dizem nuestros hermanos. Só que aquilo não é a brincar, é visto por muita gente, mexe com muito dinheiro e mexe sobretudo com valores que merecem algum respeito. Desde logo o princípio do contraditório - no caso do auxiliar que assinalou uma grande penalidade em Alvalade, o direito à defesa da honra já que foi ali acusado de tudo e mais alguma coisa. E também deveria haver lugar para a defesa da verdade no que toca à acusação de jogo violento sobre Lucho Gonzalez, quer através do árbitro do encontro quer da parte do Belenenses. E talvez fosse de aproveitar a oportunidade para desmistificar de vez a mentira de alguns lances visionados em câmara lenta que distorcem a factualidade do contacto entre os jogadores. Nestes casos só a velocidade real permite ter a noção e a dimensão da ocorrência.
Para além disto, que não é pouco, ainda ficam as descaradas pressões sobre os árbitros e a concorrência desleal, matérias onde a Liga , a Federação e o Governo têm muito por onde pegar.

Saudações azuis.

Venha conhecer "os Conquistadores" 2008-2009


A equipa de Futsal do Belenenses realiza amanhã, 4ª-feira dia 27 de Agosto, pelas 20h30 o jogo de apresentação aos Sócios e Adeptos defrontando a equipa do Instituto D. João V.
Venha conhecer os atletas que compõem o plantel para 2008-2009 e apoiar a equipa. Este é o primeiro jogo efectuado no Restelo depois do brilhante campeonato realizado na época passada pelo que é uma oportunidade de ver ou rever "os Conquistadores".

A Secção aproveitará este jogo para homenagear e agradecer à C.M. Idanha-a-Nova a forma fantástica com que foi recebida e trabalhou durante o estágio realizado nesta bonita Vila.

Não fique em casa, troque o sofá pelo pavilhão, venha ao Restelo saudar e apoiar a equipa.

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Secção de Futsal.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Erros não forçados

No fim do jogo Jesualdo Ferreira sublinhou a fortaleza táctica do Belenenses para explicar as dificuldades da sua equipa em resolver (de vez) o jogo no estádio do Dragão. Tem razão e não fora o excesso de rigor do árbitro portuense, ao punir Carciano com um segundo amarelo (na sua segunda falta!) numa jogada ‘não prometedora’, e talvez as coisas se complicassem para o lado do Porto.
Mas não foi por aqui que começou a ‘derrota anunciada’ – e explico a expressão e as aspas: ‘derrota anunciada’ porque através dos inúmeros comentários que venho lendo na blogosfera e não só (por quem se intitula belenense !) a palavra de ordem deste defeso é dizer mal da direcção, do treinador e dos novos jogadores contratados!
Felizmente que não percebem patavina de bola e acabam por ser úteis para fazermos uma avaliação mais correcta da categoria dos jogadores – por exemplo, quando dizem que determinado jogador é muito bom já sei que não é assim tão bom e vice-versa.
Mas voltando ao jogo a verdade é que foi relativamente equilibrado sendo apenas decidido nos chamados ‘erros não forçados’, expressão vulgarizada pelo ténis – no primeiro golo Rodrigo Arroz executa um passe de risco com a equipa balanceada no ataque resultando daí um imediato contra ataque que terminou num golo feliz de Mariano Gonzalez, com China a facilitar no alívio; no segundo golo, o remate de meia distância (indefensável) de Hulk foi feito sem qualquer oposição. Mas contabilizei outros erros inadmissíveis em alta competição na sua maioria fruto da inadaptação de alguns dos novos jogadores aos ritmos e à velocidade do futebol europeu. Mas não têm a ver com a categoria técnica individual dos novos jogadores, que repito, não é inferior aos habituais residentes.

Análise individual ao desempenho:

Júlio César – Esteve bem, sem erros, nem invenções.

Baiano – rápido a sair para o ataque onde criou algumas situações de superioridade numérica, foi o grande responsável (auxiliado por Cândido Costa) pelo menor brilho de Cristiano Rodriguez;

Carciano – o elemento mais adaptado ao futebol português, autoritário, bem nas dobras, acabou punido com um segundo cartão amarelo numa altura crucial do encontro – quando o Belenenses se mostrava mais ameaçador na busca do empate;

Matheus – Um central com classe como já tinha evidenciado em Setúbal. Única mancha – um atraso de cabeça para Júlio César que poderia ter redundado em golo;

China – exibição menos conseguida. Desatenção fatal no lance do primeiro golo, e algumas ingenuidades defensivas. Tem que ser mais preciso nos cruzamentos.

Arroz – jogou a médio defensivo emperrando o meio campo portista. Foi uma inovação que pode ser potenciada no futuro num jogador com alguma polivalência. Fica ligado ao primeiro golo já que falhou um passe em zona de risco.

Cândido Costa – exibição de claros e escuros, bem no auxílio à defesa (excepção a um desplante junto à linha de fundo), conseguindo libertar-se algumas vezes para o ataque organizado. Jogou mais próximo da sua posição original, onde pode ter um rendimento superior.

José Pedro – intermitente, foi melhorando com o decorrer do jogo. Não está confiante.

Maykon – pesado, lento a executar, fora do ritmo do jogo, uma exibição falhada;

Silas – mais encostado à frente nunca conseguiu criar perigo para a baliza de Helton. Aliás foi no desenvolvimento atacante que mais se notou a diferença entre as duas equipas;

Marcelo – esforçado, mais magro e mais desenvolto, tentou agarrar uma bola que sempre lhe escapava; também um atraso de bola para Júlio César a evitar no futuro;

Organista – substituíu Rodrigo Arroz na tentativa de subirmos mais no terreno, mas não fez a diferença; corremos mais riscos defensivos e o golo de Hulk é na sua zona de acção;

JPOliveira – substituíu Marcelo e entrou bem na partida; no seu estilo um tanto atrapalhado incomodou na área do dragão;

Vinicius – entrou para o lugar de Maykon e criou alguma dinâmica ofensiva mas foi sol de pouca dura, logo a seguir a expulsão de Carciano haveria de ser determinante no desenrolar do desafio. As bolas deixaram de chegar lá à frente e sem bola não se ataca. Veio entretanto o segundo golo e acabaram aí as esperanças azuis.

Resultado final: Porto 2 – Belenenses 0

Saudações azuis.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Há qualquer coisa que não bate certo…

Tenho exibido algum optimismo em relação ao futuro desta equipa de futebol, e por várias razões:
- o treinador conhece (e teve êxito) no futebol português;
- os jogadores brasileiros que vieram têm alguma qualidade técnica;
- os bons vinte minutos da segunda parte em Setúbal, a que assisti;

De então para cá, vi o enervante jogo com o Espanhol, e ontem, já a sério, contra o Covilhã, assisti a outro jogo decepcionante.
A equipa parece presa aos varões dos matraquilhos, os dois avançados, que não sabem jogar de costas para a baliza, desperdiçam as poucas bolas jogáveis que lhes chegam, enquanto os laterais (Cândido e China) não sobem nem criam os necessários desequilíbrios.
Perante isto e como bem dizia um consócio à saída do estádio – “o actual sistema táctico não serve”.
Dou-lhe razão, uma vez que Casemiro Mior vem insistindo num (4-1-3-2) inadequado às características (ou insuficiências) dos jogadores que temos. Aliás parece-me que naqueles vinte minutos em Setúbal jogámos apenas com o Marcelo lá na frente possibilitando as subidas de China e as entradas pela esquerda de Silas e Maykon, situação que dificilmente podia acontecer no jogo de ontem.
Verdade que o Covilhã viveu práticamente acantonado junto à sua área e houve períodos na segunda parte em que estavam vinte e um jogadores no meio campo dos serranos! A excepção era Júlio César. É evidente que nestas condições é complicado inventar espaços e com o tempo, e o resultado em branco, a equipa e os jogadores intranquilizam-se. Mas ainda assim era de esperar outra mobilidade, outra garra, e aqui entram os jogadores que ficaram da época transacta que, para surpresa minha, não se distinguiram neste aspecto dos neófitos, que têm apesar de tudo outras atenuantes! Será que existem problemas de balneário?! Ou de liderança?!
Se existem, então é preciso cortar a direito. Doa a quem doer.
Não me esqueço que o Helénio Herrera quando chegou ao Belenenses sentou o Matateu no banco dos suplentes e só ao fim de alguns jogos é que o chamou outra vez. E construiu do nada uma equipa de jovens jogadores mas que se batia em qualquer campo de acordo com a grandeza do clube.
Mas de que estou eu a falar, se ontem vi alguns sócios mais preocupados com a sobrevivência do basket do que com a sobrevivência do Belenenses!

Saudações azuis.

Nota básica: Para os adeptos (inclui a Direcção) que ainda não perceberam a conjuntura em que vivemos e que portanto não vêem o precipício que está à frente dos clubes de futebol em Portugal (exceptuando os três que podem ter as dívidas que quiserem) fica o aviso – acordem.
Este tempo não se compadece com eclectismos (ando a repetir isto vai para três anos) é hora de apostar tudo no futebol porque sem futebol não há clube nem eclectismos. Esta mensagem é para belenenses, não é contra ninguém.

sábado, agosto 16, 2008

Diário Olímpico

“Peço desculpa aos portugueses porque estiveram a pagar para eu vir ao Jogos” – assim falou Francis Obikwelu após ter falhado a presença na final dos 100 metros!
Este nigeriano, que trabalhava nas obras quando alguém se lembrou de o levar ao Belenenses, revelou nestas declarações a massa de que se fazem os campeões!
Que diferença de mentalidade em relação ao habitual!
Parabéns Obikwelu, não por teres perdido, mas porque és educado!

Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 15, 2008

De manhã, caminha…

Vamos pôr isto em bom português: eu caminho, tu caminha, estamos em Pequim e de manhã o corpo pede caminha. Melhor seria: vamos a caminho de Caminha que ainda é minha porque fica no Minho?! Consultar para o efeito o tratado de Tuy.
Seja o que for, a olimpíada portuguesa continua em alta: - os malandros dos árbitros; eram só oito setas…; foi por centésimos…; estou a gostar muito; esta viagem é um prémio; a égua assustou-se com a televisão!
A mentalidade anti-competitiva (quantas vezes já me referi a isto!) a funcionar - desde pequenino a não torcer o pepino – perder é uma vergonha, foi assim que te ensinaram, não foi meu rico menino?!
Vergonha e medo, por isso não és do Belenenses, diz a verdade, o teu pai (ou o teu tio) ainda eram, mas tu já não tens coragem de ser.
Não procurem razões (nem escutem os entendidos) porque aqui está a razão porque no futebol (e no resto) só há adeptos de três clubes… e com tendência minguante. Que isto de ser ‘região de Bruxelas/Madrid’ tem os seus inconvenientes, como por exemplo deixar de ser País. E as regiões não organizam campeonatos nacionais. Estão a ver?!
Bem, mas estávamos nós na caminha em Pequim onde se fala mandarim que vem do nosso verbo mandar. “Quando ainda tínhamos verbos…”!*

Saudações azuis.
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* Lamento de Teodoro a caminho da China - 'O Mandarim' de Eça de Queiroz.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Olimpíadas na segunda circular

As bandeiras estão içadas dos dois lados, o estádio ninho de pássaro existe, por ali não faltam terrenos para dar e vender, tudo se conjuga para que as próximas olimpíadas se realizem em torno daqueles dois baluartes do desporto nacional!
Não vamos dar importância aos pormenores – esqueceram-se de construir uma pista de atletismo?! Não há problema, os atletas vão treinar a Espanha, em última análise pede-se mais um sacrifício ao orçamento de estado. O que é preciso é que o atleta apareça na fotografia com a camisola e o emblema do ‘baluarte’.
E quando não existem nem secção nem atleta também não há problema – adquirimos o atleta nos pequenos clubes dedicados á formação. A publicidade e os impostos dos portugueses encarregam-se do resto.
E isso resulta? Não, mas o povo gosta disso.

Noutro registo - enviámos a Pequim a maior representação de sempre a uns Jogos Olímpicos e não é preciso ser adivinho para perceber que será também a maior frustração de sempre em termos de resultados. Não estou a falar de medalhas mas da simples expectativa que os atletas superem (ou ao menos igualem) as suas melhores marcas.
Infelizmente será mais do mesmo, com dois ou três super dotados a conseguirem o ouro e a prata que escondem a verdade do nosso desporto olímpico. E a verdade é amarga, pois tal como na política, os resultados desportivos não enganam - continuamos a divergir da Europa. E não é por falta de apoios estatais nem de propaganda!
Então porque será?!
A primeira parte deste escrito dá uma pista (olímpica) – e que tal apoiar fortemente o desporto escolar em vez de esbanjar dinheiro em clubes profissionais de futebol que, pese a boa vontade de alguns carolas, são aquilo que são – clubes profissionais de futebol.
O eclectismo de antigamente já não existe, nem pode existir. O que existe nos outros países europeus é um desporto escolar bem organizado, e a jusante, clubes por modalidade, onde os mais aptos podem desenvolver os seus dotes, sem estarem sujeitos aos interesses da indústria do futebol, e não só.
Assim talvez se inverta o nosso fado.

Saudações azuis.

terça-feira, agosto 12, 2008

O dia do adepto

Portanto é o meu dia, já que há dias para tudo, resta saber se estou bem ou mal disposto! Estou assim, assim, e quando estou assim, assim, normalmente dá-me para disparar em todas as ‘direcções’! Umas vezes acerto, outras não.

Primeiro remate:
Não escondam o símbolo, não disfarcem a Cruz de Cristo naquilo que alguns chamam emblema! O emblema é apenas a moldura. Só os distraídos é que se entretêm a olhar para as molduras e esquecem a obra de arte.
Queriam outro símbolo?!
Enquanto pensam na resposta desviem os olhos para a direita e certifiquem-se da identidade do Clube. Em dois momentos distintos, dois grandes jogadores, que traziam o símbolo bem à vista, encostado ao peito, não nas caneleiras!

Segundo remate:
Contra a censura e contra os ‘juizes do bom adepto’! Mas principalmente contra a falta de respeito pelos outros adeptos.
Cada adepto vive o clube como entende, desde que essa vivência não colida com a liberdade dos outros. A coisa só se complica quando pensamos que somos melhores adeptos que aqueles que afinal compartilham a mesma paixão! E por acharmos que somos melhores adeptos vá de insultar os outros julgando que o clube é nosso!
É urgente acabar com este tipo de juízos, que não levam a lado nenhum e só afastam gente. Numa altura em que temos que fazer crescer a massa associativa a primeira preocupação passa por manter os sócios que ainda resistem! E não o contrário.

Terceiro remate:
No mesmo sentido é urgente encontrar uma forma de pagamento das quotas ágil e moderna, que não obrigue a uma ida ao Estádio do Restelo. A maioria dos adeptos já não vive em Belém, muito menos em Lisboa e só se decide a ir ao Restelo em dias de jogo, ou nem isso. Mas são os sócios que temos e como disse acima convém que se mantenham ligados ao clube. Por outro lado, o velho sistema do ‘cobrador’ não resolve o problema, (as pessoas hoje em dia não estão em casa) e o que sucede é atrasarem-se duas ou três quotas e quando dão por isso começa a ser muito dinheiro. Talvez esteja aqui a razão de algumas desistências.

Quarto remate:
Continuo a acreditar no treinador, aliás ainda é muito cedo para efectuar julgamentos sobre a época que se avizinha. Continuo a acreditar que de uma maneira geral, e em termos individuais, os jogadores que vieram têm categoria e margem de progressão. Não descortinei nenhum cepo, ao contrário do que tem acontecido em anos transactos. Insisto em que no jogo com o Espanhol estava presente o núcleo duro da época passada que foi incapaz de segurar a bola e o jogo especialmente na segunda parte (até às substituições). E na primeira parte a ala direita (Cândido e Mano) também não funcionou.
Portanto não me admiraria nada que alguns dos titulares da época passada acabem no banco ao fim de três ou quatro jornadas.

Quinto remate:
Também concordo que um defesa central habituado ao campeonato português teria sido útil para enquadrar a nova estrutura defensiva, tanto mais que o guarda-redes é ainda jovem e dado a algumas ‘invenções’. Como já referi anteriormente falta também uma estrela, um chamariz, que entusiasme a plateia. E estou convencido que a solução pode vir do Porto… mas só depois de jogarmos contra eles.

Sexto e último remate:
As declarações de Silas são interessantes e sou apologista de que o capitão de equipa deve ter algum protagonismo, desde que devidamente enquadrado e sintonizado com a política do clube. Ou seja, um protagonismo que estabilize e moralize, quer a equipa quer a sua massa associativa.
Iniciativas individuais, por sua conta e risco, não.

Saudações azuis.

domingo, agosto 10, 2008

O jogo do vento

Casemiro Mior surpreendeu apresentando uma equipa muito semelhante à da época passada – com efeito se fizermos bem as contas, para lá da dupla de centrais (Alcântara e Rolando) faltavam apenas o lateral esquerdo Alvim, substituído por China, e lá na frente em vez de Weldon esteve Marcelo. Claro que o Amorim também era habitual titular mas o Mano chegou a jogar naquela posição.
Mas de que vale este intróito?!
Serve apenas para concluir o seguinte: todos assistimos hoje a uma partida muito condicionada pelo vento, com equilíbrio de parte a parte, a revelar as grandezas e misérias que já existiam, e que não foram importadas este ano. É certo que o segundo golo resultou da falta de entendimento entre os centrais, deficiência a corrigir, mas que dizer do primeiro golo?! A classe de Tamudo é indiscutível mas Cândido Costa não está isento de culpas. De resto continuo animado pois quando começaram as substituições ( a dez minutos do fim) deu para ver que este ano temos mais e melhores soluções no plantel.


Grandezas e misérias:

Júlio César algumas hesitações nas saídas, o vento dificultou, defendeu um penalty e no primeiro golo ainda sacudiu o remate de Tamudo.
China jogou bem mas quando avança tem que ter em atenção ‘as suas costas’.
Cândido precisa de ser mais rápido a raciocinar e a soltar a bola. É um jogador adaptado a defesa direito.
Carciano continua a exibir grande voluntarismo, a sua altura não é problema até porque tem boa capacidade de elevação. Cuidado com as faltas próximas da área.
Arroz ainda não me convenceu totalmente, é bom jogador mas às vezes desposiciona-se. Terá cometido uma grande penalidade desnecessária! Ainda assim esteve mais lesto a desfazer-se da bola.
Gabriel Gomez a subir de produção, muito em jogo, exibição razoável.
Mano abúlico e escondido do jogo na primeira parte, depois acelerou o andamento e melhorou.
Silas fez um bom jogo e tentou levar a equipa consigo.
Zé Pedro sem ritmo, infeliz nos livres e remates. Apenas acertou uma vez para grande defesa do guarda redes do Espanhol!
Roncatto está um pouco pesado, sabe cobrir a bola, mas não pode render-se às faltas que sofre. Saiu ao intervalo lesionado.
Marcelo esforçado mas sem bola para jogar.
João Paulo Oliveira substituíu Roncatto sem vantagens.
Os restantes jogadores estiveram pouco tempo em campo.
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Resultado final: Belenenses 0 - Espanhol 2

Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Revista de quinta

O jogo treino em Odivelas confirmou que é preciso ter calma e evitar juízos precipitados. Confio no treinador que é o mais importante, e também confio nalguma sabedoria que adquiri ao longo de muitos jogos e muito sofrimento.
Aprendi no futebol que… o futebol engana muito!
Vi jogadores que ninguém dava nada por eles chegarem ao estrelato. E vi o contrário. Assisti a milagres: nas mãos de um treinador era um cepo. Nas mãos de outro treinador – um malabarista! Há também jogadores que evoluem enquanto outros regridem. Dou sempre o exemplo do Estevão, um extremo que aliava a velocidade e a força mas não a técnica. Acabou a carreira a marcar livres em ‘folha seca’!
Assim vou acreditar que o Baiano e o China sejam laterais seguros a defender e que as subidas no respectivo corredor sejam devidamente compensadas. Espero que os centrais se adaptem rápidamente ao nosso futebol – e que em vez de tentarem sair a jogar varram a zona ‘à Nivaldo’. Pelo menos durante os primeiros vinte minutos de jogo…. até acalmarem, até ganharem posição e ascendente.
Prefiro dois trincos para começar – o campeonato português é a luta pelo pontinho e jogar em casa é quase sempre uma desvantagem. Com efeito, a obrigação de assumir as despesas do jogo destapa fácilmente o último reduto defensivo o que pode ser fatal.
Centro campistas temos nós em quantidade e qualidade (saúde-se neste aspecto o jovem André Almeida!) e por isso vou torcer para que o ‘último passe’ não deite tudo a perder.
E cheguei aos avançados: Marcelo é o único com esse nome. Depois temos o Roncatto com limitações físicas e que já leva um ano de expectativas, tal como o JPO, este com engodo pela baliza mas a quem falta alguma base de sustentação. Chegou agora Junior Negão, um jovem jogador, e não seria justo dar-lhe menos tempo de adaptação do que aos dois mencionados jogadores.
Mas falta claramente qualquer coisa, talvez um dianteiro que faça a diferença, uma ameaça para os nossos adversários e um chamariz para os adeptos acorrerem ao Restelo.
Investir é a base de qualquer negócio, o futebol não foge à regra.

Saudações azuis.

domingo, agosto 03, 2008

“O povo é sereno…”

Estive em Setúbal, não estive na Reboleira, o que está escrito sobre este jogo de preparação foi o resultado de dois curtos telefonemas, um ao intervalo e outro no fim do jogo. Li entretanto alguns comentários na blogosfera azul que confirmam a opinião que tenho sobre os jogadores e a equipa. E como não preciso de ‘pareceres’ para esconder o que penso, o meu juízo é o seguinte:
Já não há jogos a feijões, e estes encontros de preparação não fogem à regra, deixam pistas mas também deixam marcas e por isso ninguém gosta de perder. Dito isto não vamos dramatizar, até porque não vale a pena, nem acrescenta nada. Uma coisa é certa, os jogadores que contratámos este ano têm bom nível individual e alguns têm grande margem de progressão. Quanto ao treinador não precisa de provar nada a ninguém.
E posso acrescentar que pela primeira vez em muitos anos temos várias opções a meio campo:

Vinicius (é rápido, desequilibra e sabe meter uma bola à frente dos avançados).
Edmilsson (é um jovem armador de jogo que precisa apenas de se adaptar ao futebol europeu).
Maykon (um interior esquerdo que joga e faz jogar uma equipa).

Só que ainda não temos equipa, porque uma equipa constrói-se de trás para a frente e aí é que tem residido o problema. Não é fácil (e demora tempo) a rotinar uma defesa. E mais tempo demora quando existe a necessidade de se fazerem experiências.
Além disso temos que perceber que o guarda-redes é normalmente uma peça importante neste equilíbrio e como tal as sucessivas (e também necessárias) trocas na baliza não têm contribuído para dar estabilidade ao sector.

Voltando á Reboleira e perante as dúvidas que assaltam alguns adeptos sobre o valor dos reforços, eu pergunto: acreditam mesmo que com Rolando, Alcântara e Alvim na equipa conseguíamos jogar a passo e ganhar ao Estrela da Amadora?!
É preciso não esquecer que hoje existem muitos jogadores de valor semelhante, e quem ganha é quem corre mais e quem tem mais vontade de ganhar.
Haja portanto esperança… foi só fumaça.

Saudações azuis.



Comentário:
de SPM


Este jogo, depois da ida a Setúbal, acabou por ser uma pequena desilusão, mas apenas porque confirma que ainda não temos equipa.

As dimensões do campo e a boa prestação da equipa de Lito Vidigal, surpreendente até para os adeptos locais, apenas ajudaram a perceber que estamos atrasados nesse aspecto.
No que diz respeito à qualidade individual de cada jogador, apesar da derrota, nota-se até uma evolução em relação a Setúbal.

Já com Gavilan em campo e o Caciano na sua posição… temos que melhorar muito na defesa, principalmente na dupla de centrais, mas por exemplo o China esteve melhor que em Setúbal e o Baiano confirmou que pode e deve ser a opção. Em geral não fiquei desiludido com nenhum jogador, acho apenas que devíamos ter mais opções para as laterais para o Cândido poder jogar a meio campo onde rende mais.

No meio campo, o Meycon é bom jogador, o Vinicius foi recuado para melhorar o seu jogo defensivo e parece ser também uma boa opção. Temos também o Mano e o Alicio que vão merecer as suas oportunidades, mas claro que o Silas e o Zé Pedro têm que subir de rendimento para a equipa funcionar apesar de que ainda falta ver o Organista em acção. E se o meio campo não rende, o que dizer do ataque?

Não há goleador que resista, ainda assim tivemos uma única oportunidade de golo, numa desmarcação do Vinicius, se não me engano, que deixou o Roncato e o JP Oliveira na cara do GR, os dois acabaram por se atrapalhar e o Roncato rematou ao lado.

Enfim, sofremos 5 golos e marcamos apenas dois, em jogos de preparação com equipas que mostram que o campeonato pode vir a ser bem competitivo.

Uma nota final à forma como os adeptos do Belenenses foram bem recebidos quer em Setúbal quer na Reboleira, gostei de assistir a estes dois jogos, na central, misturado com os adeptos locais e espero que estas duas equipas façam um bom campeonato e fiquem quase tão bem classificadas como o Belenenses.

Saudações azuis.

sábado, agosto 02, 2008

Estrela da Amadora 3 - Belenenses 0

Depois de um início prometedor a segunda parte resvalou outra vez para o lado do Estrela da Amadora, com mais iniciativa e instalado no nosso meio campo. Vanderlei que substituiu Carciano ao intervalo adaptou-se bem e um pouco mais tarde Cândido cedeu o seu lugar a Baiano.
Mas se a defesa melhorou, o meio campo - José Pedro, Silas e Vinicius - não conseguiu dar conta do recado.
E começaram as substituições: Marcelo saiu para entrar Roncatto; Maykon (que não desiludiu) foi substituído por J.P. Oliveira.
E já se sabe que quando começam as substituições não são de esperar grandes melhorias até ao fim do jogo. Foi o que aconteceu, com o senão de ainda sofrermos um terceiro golo evitável.
Portanto, o resumo deste jogo é o seguinte: nunca nos libertámos da pressão do Estrela (equipa jovem, aguerrida, que jogou bem e não deu espaços); criámos poucas oportunidades de golo; fomos obrigados a jogar sempre sobre a defesa e sofremos três golos.
Mas foi apenas um jogo treino e é melhor perder agora que depois.
Saudações azuis.

Ao intervalo a perder

Estou on line como dizia o Jesus (não se belisquem) e fiquei a saber novas da Reboleira: - Ao intervalo estamos a perder por duas bolas a zero... e a jogar mal! O campo pequeno dificulta a explanação do jogo e para abrilhantar a festa Júlio César deu um frango real logo a abrir ( na sequência de um livre)! No segundo golo Celsinho entrou pela esquerda da nossa defesa e fez o que quis de China e Arroz (o chamado arroz chao-chao!)
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Parece que a equipa que alinhou na primeira parte foi esta: Júlio César; Cândido Costa; Carciano e Arroz; China; Gavilan; Vinicius e Zé Pedro; Silas, Marcelo e Maycon.
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Júlio César saíu entretanto lesionado e foi substituído pelo Assis.
Em conclusão e salvas as devidas inexactidões do relato (informação telefónica à antiga portuguesa) parece que a defesa não está famosa.
Parece também que entrámos melhor na segunda parte.
Mais tarde sairá uma crónica em condições - esta foi só para os adeptos mais distantes.
Saudações azuis.