quarta-feira, agosto 28, 2019

O canal 11, a minha vesícula e parabéns Toni!


Começo pelo fim. Toni, confessou um dia que quando era miúdo o seu ídolo era o Matateu! Matateu que o dicionário automático do meu computador não reconhece! Se tivesse sido do Benfica estava no panteão mas pensando bem foi melhor assim. Pois bem, ontem no canal 11 escolhia-se o jogador mais em evidência neste princípio de campeonato. Um jogador fora dos três 'clubes do estado'*. O painel do costume, já vi piores, foi escolhendo, escolhendo, até que chegou a vez de Toni que declarou Hervé Koffi, o novel guarda redes do Belenenses, o seu eleito. Parabéns Toni pela coragem e ao mesmo tempo pela inteligência. De facto Koffi pelo que jogou e pelo que prometeu, só não repara nele quem não percebe nada de bola.

E já que me demorei no canal 11 tenho que falar outra vez na minha vesícula. Vesícula sensível, mártir, sempre a aconselhar-me que mude de canal mas fui ficando, ficando, e a coisa passou. O Pedro Sousa, pivot do programa, bem tenta falar dos outros clubes mas aquilo é mais forte do que ele. De repente levanta-se, bate as palmas e recomeça a falar no Benfica, Sporting e Porto! Para disfarçar convidam sempre alguém de um clube pequeno para continuarem a falar dos clubes do estado. Atenção que gostei muito de ouvir o treinador do Farense! 

Termino com a Liga Revelação uma aposta ganha e que vai merecendo algum interesse por parte do canal 11. Pena que transmitam poucos jogos do Belenenses.


Saudações azuis


*A expressão 'clubes do estado' deve ter sido inventada por mim. Mas faz cada vez mais sentido em Portugal. Há quem lhes chame 'eucaliptos' mas o deserto já é consequência, não é causa. Assim, ao contrário do que acontece em toda parte, no Benfica, no Sporting e no Porto o accionista maioritário (das SAD) continua a ser o respectivo Clube! Não existem portanto accionistas privados pois nenhum investidor aceitaria que o seu dinheiro fosse gerido por alguém que não ele. Ou que estivesse sujeito às votações 'apaixonadas' das assembleias do clube. Podemos portanto concluir que o verdadeiro accionista dos três clubes em causa é o estado. Seja através dos bancos nacionais e nacionalizados, seja através das autarquias ou empresas públicas, seja através de regimes de concessão ou de favor. Seja por último através da propaganda interminável na televisão pública e nos canais concessionados**. Para não ir mais longe repare-se na RTP e na 'obrigatoriedade', em todos os alinhamentos noticiosos, de dar notícias sobre os três clubes! Haja notícias ou não. Isto passa-se em mais algum país civilizado?! Acham que a BBC perde tempo a fazer propaganda ou a dar notícias sobre algum clube inglês em especial?!
Enfim, tratem-se.

**Já expliquei que o espaço radio-eléctrico é um bem escasso e assim aos concessionários a lei exige que cumpram mínimos de serviço público. Que os mesmos, seguindo a 'orientação' da RTP, transformam em mais propaganda a benefício dos três clubes do estado. Curiosa noção de serviço público! Além do mais, muito democrática. Aos grandes, tudo. Aos pequenos, nada.   


segunda-feira, agosto 26, 2019

O vício de jogar para trás!


Eu percebo a posse de bola, percebo o refazer da jogada mantendo a bola em nosso poder, mas tudo tem os seus limites. Há um momento (e uma oportunidade) em que precisamos de nos virar para a frente e levar a equipa connosco para o ataque. Isto tem mais a ver com os centro campistas e com o pouco jogo interior que fabricamos. Dir-me-ão que esse trabalho (essa transição) não está ainda ao alcance da equipa e eu aceito. E não está atendendo ao que se viu nos Açores. Aí, à excepção dos primeiros minutos, os lances que conseguimos no ataque tiveram o seu quê de desgarrado, arranques individuais sem apoio, condenados ao insucesso. Além de outros aspectos técnicos em que temos que melhorar. Calila, por exemplo, fruto da sua iniciativa e velocidade invadiu algumas vezes território açoriano mas depois faltou-lhe sempre qualquer coisa. Tem que aprender a liftar o cruzamento e assim não tem necessidade de driblar o opositor. Na outra ala Varela aventurou-se menos talvez para dar mais apoio a Kau e porque por esses lados surgia muitas vezes Patrick, um defesa ala do Santa Clara a ter em conta.

De positivo este jogo trouxe no entanto algumas confirmações: um sistema defensivo cada vez mais sólido e onde já brilham alguns jogadores. Para além de Nuno Coelho que continua imperial no comando da defesa, temos o Hervé Koffi que está tornar-se uma estrela! E nós, os adeptos, precisamos de estrelas. Precisamos de alguém que seja melhor que os adversários que defrontamos. Precisamos de jogadores à imagem do grande Belenenses. E este guarda-redes é um deles.
Outro jovem que está a demonstrar valor é o central esquerdino Kau. E não é fácil vir do campeonato brasileiro e integrar-se tão rápidamente. Sem esquecer que também estava no banco outro central esquerdino que me deixou boa impressão contra o Benfica. Refiro-me ao nigeriano Akas. E com sabor a novidade tivemos a estreia de Show, um angolano com presença e que promete tomar conta da camisola seis. É um palpite atendendo a que jogou apenas uns minutos.

E agora estendo os palpites a outros jogadores. Por exemplo, Ljulic, que tem vindo a evoluir no meio campo ofensivo parece-me que pode ser uma alternativa ao Licá. Tem disponibilidade para correr/trabalhar defensivamente, bastando ter cuidado com as entradas aos adversários (e isso aprende-se), tem alguma velocidade e tem um remate que um dia tem que funcionar.
Nico Velez é outro jogador que tem aparecido neste princípio de época e o facto de continuar a ser uma aposta, temos que acreditar que terá argumentos que ainda não mostrou. Talvez precise de marcar um golo para abrir.

Finalmente a chave do busílis – o tal jogador que recebe a bola de costas, tem categoria para a manter, e já sabe o que lhe vai fazer em termos de organização de jogo ofensivo. Esse ainda não o vi. E já agora, que e feito do Benny?!

Resultado final: Santa Clara 0 – Belenenses 0

Saudações azuis


Nota. Pode não vir a propósito, os mais novos podem até não gostar porque não viveram, como eu, o nacional benfiquismo da segunda república e que esta terceira república refinou para pior! Cuja propaganda não nos deixa respirar um minuto! Por isso tenho que agradecer (e saborear) estes raros momentos de descanso! Obrigado Sérgio Conceição! Não quer dizer que vais ganhar o campeonato pois continuas a precisar de quatro oportunidades para marcar um golo mas mesmo assim foi bom. O país sossegou, a tensão arterial baixou, os canais encarnados (que são quase todos ) fazem menos ruído, e a cotação dos jogadores do Seixal... normalizou-se. Parece pouco mas é muito.

domingo, agosto 18, 2019

Não há equipas imbatíveis!


Mesmo com a pressão dos 5-0, dos 'fenómenos' do Seixal, e sem beliscar as capacidades do Laje, que são reais, o Belenenses, ontem, podia ter retirado pontos ao Benfica. Com uma pontinha de sorte, é certo, porque é preciso ter alguma sorte quando se defronta um adversário cujo orçamento é vinte ou trinta vezes superior! O que é que faltou então?! Escrevi na última crónica quais os erros (não forçados) que convinha evitar. Dei até o nome dos suspeitos. Infelizmente voltaram a acontecer e não adianta minimizar a situação ou chamar a si as responsabilidades como fez Silas no final. Não se trata de 'coragem' em sair na transição mas de erros de principiante por parte de dois dos jogadores mais experientes do plantel.

Dir-se-á que um jogo não pode resumir-se a dois momentos, que é muito mais do que isso, e então desfilam-se números e tácticas, mas que cairiam pela base se o Kikas tem concretizado uma oportunidade clara no fim da primeira parte. Ou se o Velez tivesse aproveitado uma benesse de um dos fenómenos do Seixal! Porque o futebol por mais estratégias que se concebam é sempre o jogador e a sua circunstância. Por isso o que hoje se fala é da 'bomba' do Rafa que desbloqueou o jogo e o resultado. A origem do lance no entanto é uma perda de bola infantil precedida ou não de falta. O tal momento do jogo, bom para uns, mau para outros.

Concluindo, perdemos, sofremos dois golos e continuamos sem marcar. O Benfica acabou por ganhar bem, mas se tivéssemos empatado daí não viria escândalo ao mundo.

Quanto aos destaques individuais: Hervé Koffi confirma ser um valor seguro e Nuno Coelho no centro da defesa esteve imperial. Dos que entraram pela primeira vez, Chima Akas, que jogou a lateral esquerdo substituindo um esgotado Varela, pareceu-me um jogador interessante. No segundo golo o remate de Pizzi passa-lhe por entre as pernas mas é uma infelicidade. No meio campo tanto Lucca, a tempo inteiro, e Ljulic com intermitências, estiveram melhor que em Portimão. O ataque, que ainda aguarda chegadas, é que continua sem marcar golos. Aguardemos, sendo certo que já deu para ver que o plantel deste ano parece ter mais (e melhores) soluções que na época passada.


Saudações azuis



Nota: Não posso deixar sem reparo mais uma declaração inoportuna por parte do actual presidente da Direcção, senhor Patrick Morais de Carvalho, nomeadamente ao afirmar que o Belenenses não ia jogar com o Benfica! 
Mas o que é que ele sabe das emoções e dos sentimentos dos adeptos (não apenas dos sócios) do Belenenses que ontem sofreram a bom sofrer durante os noventa minutos de jogo?! E que já antes e durante a semana sonharam com uma vitória sobre o seu eterno rival?! Ou acha mesmo que aquela equipa que joga actualmente no Jamor ficou de repente órfã, sem passado nem futuro, por obra e graça de uma qualquer providência cautelar?!

Sempre considerei a actual situação divisionista um problema interno do Clube e que um dia será resolvido pelos belenenses. Por isso evito pronunciar-me sobre as várias equipas que estão sob alçada da actual Direcção e não me passa pela cabeça vir para a praça pública pronunciar-me sobre a respectiva legitimidade ou representatividade. Considero-as, a todas, equipas do Belenenses. Mas a equipa mais representativa do Belenenses é a sua equipa profissional de futebol jogue ela onde jogar. A única condição é que mantenha a esperança (e o projecto) de voltar a discutir o título de campeão nacional da primeira divisão. Neste contexto e enquanto a SAD continuar a respeitar essa herança e esse anseio não tenho quaisquer dúvidas que foi o Belenenses que jogou ontem no Jamor contra o Benfica. E que infelizmente perdeu. Com cruz, sem cruz, de azul ou em tronco nu. Por isso talvez seja útil repensar a postura pois chega de mandar mais achas para a fogueira. Aliás se acredita mesmo que serão os tribunais (e não os adeptos) a definir o que é o Belenenses talvez seja melhor aguardar pela decisão do processo principal que julga a questão de fundo.

terça-feira, agosto 13, 2019

O jogo mais importante!


Para mim sem dúvida. E já estou a preparar-me para ele. Os treinadores gostam de dizer que o jogo mais importante é o próximo mas isso é conversa de televisão. A memória tem outras regras. O ano passado as coisas correram bem, mas este ano o Benfica está mais empolgado. Diz quem sabe que precisam apenas de meia oportunidade para marcarem um golo. Os outros vêm a seguir. Tem sido assim... mas pode não ser. O segredo encarnado são as recuperações rápidas de bola e com muito gente ainda em processo ofensivo. Depois a classe e a rapidez dos seus avançados faz o resto.

Contam para isso com dois preciosos aliados, a saber: - contam com os árbitros a fazerem vista grossa às ditas recuperações, muitas delas que apitariam falta se fosse ao contrário. E contam com jogadas de alto risco dos adversários. Dou um exemplo que causou alguns dissabores na época passada: - saída de bola de Muriel para o lateral esquerdo, este em lugar de estender o jogo num passe longo, coloca curto para o meio onde o médio (André Santos) não consegue virar-se porque é imediatamente pressionado. E acaba por perder a bola a poucos metros da nossa grande área. Se o árbitro não marcar falta este Benfica normalmente aproveita. Conclusão: - contra o Benfica... jogada a evitar.

Então não podemos sair a jogar de trás como o Silas tanto gosta?! Podemos desde que a saída não envolva riscos excessivos. O melhor mesmo é procurar a profundidade e as costas da defesa do Benfica. Até porque temos jogadores velozes lá à frente. Tentar dividir o jogo, saindo com armas e bagagens na transição, acho que ainda não temos capacidade para isso. E pode ser um suicídio.

A grande decisão: - dois ou três centrais?!
Eu apostava nos três centrais valorizando o jogo ofensivo dos jovens laterais que temos. Simon Perez (ou Calila) no lado direito e Varela no lado esquerdo podem criar espaços e cruzar com perigo. Mas há inconvenientes, pois os espaços abrem-se para todos. E eles têm alas em grande forma. As compensações teriam de estar muito afinadas.
Com dois centrais o jogo fica mais fechado, mais previsível, o que talvez nos convenha neste princípio de época. Mas Silas é que é o caçador de águias!

Saudações azuis

sábado, agosto 10, 2019

Estatística de um empate...


Está cientificamente provado que os adeptos do Belenenses vivem em média menos anos que os adeptos dos outros clubes. O coração, a memória selectiva, décadas de sofrimento, a semana que se segue ao desaire, são tudo factores que, conjugados, são prejudiciais à saúde. A cura para tamanha doença não existe. Muitos pacientes vendo o perigo aproximar-se ensaiam uma fuga para a frente. Afastam-se do futebol, aproximam-se do estádio da Luz, (Alvalade não compensa a viagem), ou então, por ser mais seguro, tornam-se adeptos do Ronaldo ou do Messi, que mesmo em anos maus, ainda se arriscam a ganhar uma Champions! Fora isto, só um milagre.

Ontem o milagreiro chamou-se Hervé Koffi, guarda-redes emprestado pelo Lille, defendeu tudo com grande serenidade, sabe jogar com os pés, salvou o empate em Portimão. E a crónica do jogo podia ficar por aqui. Mas seria injusto para o esforço e generosidade de todos os jogadores que em termos defensivos fizeram o que lhes competia fazer. O problema foi, é, e continua a ser, a outra parte do jogo – a transição ofensiva. Ou seja, receber a bola, não a perder imediatamente, virar-se para o ataque e passar em condições. Para que então surjam oportunidades de golo. Parece simples mas para este Belenenses é difícil. Falta capacidade técnica, falta sentido do passe, e falta capacidade goleadora. Na primeira parte não criámos uma única oportunidade! Com a mudança para os três centrais, sim, o campo tornou-se mais largo, com mais espaços, e surgiram então alguns lances prometedores. Em especial graças aos cruzamentos dos laterais.

Resultado final: Portimonense 0 – Belenenses 0

Mas passemos a uma primeira análise individual:

Koffi – Foi o homem do jogo. Está ali um guarda-redes que apesar de jovem dá garantias.
Calila – até se lesionar foi uma agradável surpresa. Bateu-se de igual para igual com o possante Boa Morte e quando ganhar confiança pode ser uma solução. O seu substituto Simon também deixou boas indicações! Muito ofensivo, cruza muito bem, pode acrescentar alguma coisa a esta equipa.

Gonçalo Silva – o capitão não esteve mal a defender mas deve evitar hesitações na hora de despachar a bola. Para não acabar encurralado na nossa bandeirola de canto. Isto também tem a ver com Silas e com a mania de sair a jogar com bola... sem ter jogadores para isso. Koffi dá garantias que Muriel não dava mas não convém exagerar. Até porque vem aí o Benfica, que faz pressing, atropela, e faz faltas que os árbitros não marcam.
Nuno Coelho – foi sempre dos melhores.
Varela – uma boa aquisição. Vem da escola do Bétis, sabe movimentar-se junto ás laterais, tem técnica, fez um ou dois bons lançamentos, pareceu-me um bom defesa esquerdo. Na segunda parte quando passámos para três centrais já não tinha fôlego para as exigências do lugar. Até porque o Portimonense carregou sempre muito jogo por aquele lado.
André Santos – não esteve mal a defender embora tenha às vezes a tentação de se agarrar demasiado à bola. Fica perigoso quando a perde. E nos terrenos em que a perde.
André Sousa – esteve melhor do que imaginava. Bem a defender ainda tentou algumas transições na primeira parte. Acabou substituído quando mudámos o chip defensivo. Entrou nessa altura Kau, terceiro central sobre o lado esquerdo, jogador sereno e com técnica a quem dou nota positiva.
Lucca – trabalha muito mas ontem foi incapaz de segurar a bola e fazer a transição que se exigia. Marcou um canto que ía dando golo.
Dieguinho – uma desilusão. Lento em tudo, na recepção, a passar, a pensar, foi substituído ao intervalo. Enquanto esteve em campo teve apenas uma jogada digna de nota. É curto.
Ljulic – substituiu Dieguinho e trouxe outra movimentação áquele meio campo ofensivo. Tem que ter cuidado com as faltas defensivas.
Licá – menos mal. Mal servido conseguiu mesmo assim dar alguma sequência aos lances. Em especial na segunda parte.
Kikas – avançado que assenta o seu jogo na velocidade, se não lhe forem dadas essas condições nada feito. Foi o caso.

Saudações azuis

quarta-feira, agosto 07, 2019

Silas no Canal 11


Fiz zapping e parei no canal 11, recém criado canal televisivo da Federação Portuguesa de Futebol. Parei porque estava lá o Silas, hoje por hoje, um treinador marcante. Parei sem grandes ilusões, é uma nova versão do país da Alice, uma aposta no futebol jogado dentro das quatro linhas, um faz de conta como se não houvesse batota, ignorando, tal como a federação tem ignorado as verdadeiras causas do clima de suspeição instalado e da violência que isso gera. Ambas radicam no fosso cada vez maior entre os clubes que disputam o mesmo campeonato, algo que ninguém tem coragem para mudar e se calhar ninguém quer mesmo mudar. Contra isto o que fazem a Federação e o Governo?! Inauguram um canal televisivo e fazem programas como o 'futebol total'!

Mas nem tudo é mau, pode até ser que melhore. O painel de residentes, por exemplo, pareceu-me escolhido com algum critério. Não vislumbrei grandes cartilhas nem grandes cartilheiros, o politicamente correcto é dominante mas sem exagerar e há dois jovens que ainda têm opiniões próprias! Nada mal. O pivot segue o alinhamento. O alinhamento é que pode melhorar bastante. Basta que faça a diferença para os outros canais.

Neste programa o assunto era a análise ao jogo da supertaça. Mais própriamente à goleada que o Benfica aplicou ao Sporting. Análise bem feita e eu transportei-me imediatamente para a terceira jornada altura em que vamos receber o Benfica no Jamor. Ao mesmo tempo relembrava os 8-1 frente ao Sporting na época transacta e procurava paralelismos. Os disparates de Muriel nesse jogo não têm paralelo! Mas Silas não fica isento de culpas. Quem se lembra de pôr um esquerdino total a jogar com os pés?! Depois, a perder por 2-0 e a jogar com dez, Silas quis discutir o jogo na segunda parte! Animou-se com o golo de Licá, arriscou demasiado e Keyser aproveitou. Keyser que provou agora do mesmo veneno contra o Benfica.


Saudações azuis

domingo, agosto 04, 2019

Mais do mesmo, logo... eliminados!


Sim já se sabia que ia ser um jogo equilibrado, face a um Santa Clara que apresentou a sua equipa base da época passada, e já se sabia que o Belenenses de Silas tem capacidade para neutralizar adversários aparentemente* mais fortes. Mas que não tem capacidade concretizadora. Como se notou sobremaneira na pré-época. Aliás este Belenenses que desfilou ontem no Jamor é muito parecido com aquele que fez a segunda volta no campeonato transacto. Uma segunda volta aquém do esperado. Novidades, novidades, apenas dei nota de Dieguinho, substituído aos 60 minutos, uma espécie de segundo avançado que terá de mostrar mais. A outra novidade foi Faraj, jovem extremo emprestado pelo Lille e que entrou já perto do fim. Um jogador a rever. 

De resto nada a registar. André Sousa depois de uma temporada na segunda divisão espanhola não vem muito diferente. Nas alas defensivas Silas experimentou jogadores dos sub 23. Agrelos, que é avançado, adaptou-se bem ao lado esquerdo. Acabou expulso no último lance do desafio ao travar em falta uma jogada que provávelmente daria o segundo golo aos açorianos. No lado direito jogou Gonçalo Tavares até se lesionar sendo então substituído por Simon, outro jovem adquirido recentemente ao Benfica.

Resumindo e concluindo, faltam jogadores 'alfa' para as posições que já aqui diagnosticámos. Para não ir mais longe e independentemente de outras considerações o defesa direito do Santa Clara (Patrick), o armador de jogo (Raschid) e o avançado Guilherme Schettini tinham entrada directa no onze do Belenenses. Já desde o ano passado. E o defesa esquerdo, que já foi do Belenenses, também. Não basta o colectivo funcionar, depois é preciso que as individualidades façam a diferença. E nós não temos individualidades. E quando se vislumbra que possam surgir, vendem-se imediatamente. Assim não passamos da cepa torta.

Não gostei de ser eliminado da Taça da Liga e penso que deveria ter havido mais cuidado na preparação deste jogo. Sexta-feira segue-se outro teste em Portimão, um teste que vale pontos e não espero mais desculpas sobre 'equipa nova', que afinal não é, ou sobre a falta de um Cádiz qualquer. O Cádiz lembro-me de o ver jogar no União da Madeira, e deveria ser bastante acessível na altura.

Belenenses 0 – Santa Clara 1


Saudações azuis

*Individualmente mais fortes.

sábado, agosto 03, 2019

A ditadura informativa é incompatível com a informação


Parece que o Belenenses joga hoje no Jamor (17 horas) com o Santa Clara para a Taça da Liga! Digo parece porque a comunicação social disponível é bastante obscura quando se trata de informar sobre acontecimentos que não tenham a ver com os três 'clubes do estado'. Eu sei que é recorrente esta minha queixa mas por ser recorrente não deixa de corresponder a uma realidade que nunca imaginei que pudesse existir. E com tal dimensão! Mas existe aqui em Portugal e ninguém protesta. Mais uma razão para não me calar.

Seria aliás curioso e até interessante que alguém contabilizasse as horas diárias, mensais e anuais que, por exemplo, os nossos canais televisivos, ditos de informação generalista, dedicam ao Benfica, Sporting e Porto. Excluo obviamente os canais dos respectivos clubes. Feita a contabilidade seria interessante estabelecer uma comparação com o que se passa nesta matéria nos outros países da união europeia. E no fim enfiar os resultados pela goela abaixo das entidades reguladoras, autoridades da concorrência, sem esquecer as goelas do presidente da Liga, da Federação Portuguesa de Futebol e do Governo da república.

Liberdade de informação é uma coisa, ditadura da informação é outra. Lembrando que as várias televisões são meras concessionárias de um espaço radio-eléctrico que é escasso, e onde são obrigadas a prestar serviço público. Que não deve ser confundido com o direito das maiorias mas com o dever de informar toda a gente, incluindo as minorias. E não me falem em audiências porque por este andar, amanhã, e em nome delas, os filmes pornográficos talvez sejam mais apelativos que o Félix ou o Bruno Fernandes. Digo eu. Tudo em horário nobre, evidentemente.

Saudações azuis


Nota: - Para a próxima teremos que falar novamente na questão dos passes partilhados e na divisão subtil, mas perversa, entre direitos desportivos e direitos económicos. Em nome da verdade desportiva. Para não sermos apanhados de surpresa e constatarmos um dia que o plantel de determinado clube, clube pequeno naturalmente, é afinal todo ele partilhado por um dos tubarões do nosso futebol! Na mesma competição isso não pode acontecer. Desculpem lá o mau jeito.