quarta-feira, janeiro 28, 2015

Ai, aquele penalty...

Foram segundos que pareciam séculos! Instantes terríveis para o futebol português! Para a sua credibilidade! O fiscal de linha viu a falta mas não levantou a bandeira! Paixão, defronte para o lance, olha desinteressado e volta-lhe as costas! Paulo Fonseca, expulso entretanto, incrédulo com a demora, dá saltos na bancada! 

Até que alguém, supomos que o quarto árbitro, terá avisado Paixão que aquilo era penalty claro. Grande penalidade contra o Benfica no último minuto de jogo, equivalente a derrota, uma heresia no futebol português! Lentamente, como quem cumpre tarefa ingrata, Bruno Paixão retrocede, exibe o cartão amarelo a Eliseu e aponta a marca fatídica. O Paços de Ferreira acabou por ganhar, não sem antes ter sofrido um prolongamento de mais oito minutos de jogo!

Enfim, imagens que valem por mil palavras. Imagens que retratam o campeonato que temos. Que retratam a nossa inferioridade.

E há-de haver quem, ao ler estas linhas, ainda pense: - mas o que é que isto tem a ver com o Belenenses?! Para esses só há uma resposta: - nada!


Saudações azuis 

segunda-feira, janeiro 26, 2015

Belenenses – Penafiel (0-0)

Parece que foi mais do mesmo, mas não foi bem assim.

Com os jogadores, da defesa, finalmente nas suas posições e com alguém no meio campo com capacidade para assumir o jogo, notaram-se algumas diferenças relativas a jogos anteriores.

Agora será necessário que os jogadores criem rotinas nas suas posições e que a equipa se sinta mais confiante num modelo de jogo mais baseado na posse de bola.

Penso que com os objetivos praticamente garantidos estão reunidas as condições para que o processo tenha sucesso.

Como jogaram os escolhidos por Lito:

Ventura – Jogo seguro, sem grande trabalho, parece estar sempre bem colocado;
Nelson – Finalmente a defesa direito, não fez um grande jogo, tem a atenuante de nos últimos jogos ter jogado noutras posições e do Dalcio estar ainda pouco entrosado;
Tikito – Novo parceiro de G.Brandão desde o Dragão, ainda não me parece indiscutível, com o Meira e o Palmeira à perna;
G.Brandão – Pilar na defesa, importante dentro e fora de campo;
F.Ferreira – Não sei se é o único lateral esquerdo no plantel, com ou sem renovação, é o único que joga. Tem que melhorar pois não demonstra estar a 100%;
B.China – Jogou na primeira parte ao seu estilo, que se adapta bem ao modelo de jogo defensivo e directo que o Lito implementou. A jogar no Restelo, com equipas que só defendem não faz sentido. Tem que mudar um pouco para jogar nestes jogos;
Pelé – É um bom jogador, e não se notou diferença na segunda parte quando ficou como médio mais recuado;
C.Martins – Jogou como médio e mostrou como é que se assume o jogo. Veio atrás e fez bons passes. A equipa tem que evoluir para aproveitar o seu futebol;
M.Rosa – Esteve como o Nelson, mas sem atenuantes. Tem estado desinspirado nos últimos jogos. Faz sempre o mesmo movimento, tem que variar mais para se tornar menos previsível;
Dalcio – Muito promissor, e mostrou muito das poucas vezes que teve a bola, mas ainda está desfasado da nova realidade. Está no bom caminho e vai ser um caso sério brevemente;
Deyverson – Fez um bom jogo, ganha quase tudo de cabeça e é uma ameaça constante;
Sturgeon – É um jogador com potencial mas devia jogar noutra posição, foi uma substituição que não resultou, devia ter sido o Camará a entrar. Ainda assim teve uma grande oportunidade para marcar em que falhou a bola;
Fábio Nunes – Entra sempre bem. Fez a jogada que o Sturgeon falhou;
Dantas – Entrou para o lugar de C.Martins, era difícil fazer igual.

O jogo não foi muito conseguido, mas gostei de ver a tentativa de jogar de outra forma, de assumir o jogo.
Vamos ver se tem continuidade.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Isto merece umas linhas!

Ganhar ao Sporting é sempre bom, é sempre um dia melhor que os outros. Merece umas linhas de prosa. Infelizmente só vi a primeira parte. Na segunda, já a trabalhar, fui ouvindo umas dicas… até à notícia final, saborosa. Tínhamos dado a volta ao texto!

Começámos mal, hesitantes, a trote, enquanto os lagartinhos galopavam! Abriu-se de novo a ‘avenida central’, lembrei-me do jogo de Braga! China, sozinho à frente da defesa, não dava conta do recado. Procurei o Rodrigo Dantas, não o encontrei! Dei por ele num remate de longe à baliza do Sporting. A piorar as coisas um menor entrosamento no remodelado quarteto defensivo permitia veleidades ao nosso adversário, inimagináveis! Parecia baile!
Mas o futebol é feito de momentos, com falta ou sem falta, Camará arrancou (belo passe de Carlos Martins!) e a bola só parou no fundo da baliza! A coisa acalmou um pouco, era preciso aguentar aquele resultado até ao intervalo. Com alguma dificuldade… aguentámos!
Saí então de casa e fui à minha vida.

Li mais tarde as crónicas, as declarações, os comentários. Lito fez uma substituição e parece que tudo mudou! Nunca é bem assim. A defesa, especialmente aquele lado direito ter-se-á ajustado, a equipa uniu-se, Pelé transmitiu outra força e outra velocidade às transições, a confiança voltou e mostrámos que somos um conjunto difícil de bater. Tem sido assim desde o princípio da época, com a excepção do jogo na Pedreira, e um tremelique no Dragão. Não há razões para duvidar que este Belém ainda nos dará muitas alegrias!

Ultimas notas:
Gosto mais de Palmeira na lateral direita; Pelé terá feito uma enorme jogatana; Dálcio é estrela em ascensão, daqueles que não enganam; a brincar a brincar temos um plantel com muita juventude oriunda da formação; é por aqui que teremos que seguir, a equipa B talvez seja bom caminho;


Saudações azuis 

segunda-feira, janeiro 19, 2015

Belenenses – Gil Vicente

Começando pelo fim, diria que foi um excelente resultado, e que a conquista dos três pontos coloca o Belenenses muito próximo do objectivo “manutenção” e põe fim a um ciclo menos positivo em termos de resultados, com a eliminação da Taça e dois empates para a Taça da Liga pelo meio.

Agora há que traçar novos objectivos para o campeonato, onde ainda faltam 17 jogos, 8 dos quais no Restelo. Na Taça da Liga será muito difícil a passagem para as meias finais mesmo ganhando na quarta feira.

Quanto ao jogo, o Lito apostou numa equipa semelhante à que tem jogado normalmente no campeonato, talvez com menos adaptações. Com o regresso do Filipe Ferreira, a defesa ficou mais composta, apenas com o Palmeira adaptado a Lateral direito.

Do meio campo para a frente a novidade foi a adaptação do Nelson a extremo direito.

Não compreendo as adaptações do Lito quando tem no plantel jogadores para as posições em causa. O Daniel Martins saiu agora para a Roménia, sem fazer um jogo, o Fábio Nunes é frequentemente preterido. Enfim… o Lito lá saberá.

A equipa entrou confiante, no sistema de jogo habitual, muito organizada a defender. Com bola a história é outra, o Belenenses tem sempre muito pouca posse de bola e neste jogo não foi diferente.

Com mais posse de bola, a verdade é que o Gil Vicente não conseguiu criar perigo e ainda na primeira parte, em dois lances individuais, o Belenenses fez os dois golos que lhe deram a vitória. Há que destacar o Pelé, que fez um bom jogo e um grande golo, e também o Deyverson, que voltou a estar inspirado, ganhando muitas bolas e aproveitando muito bem uma falha da defesa contrária para fazer o 2-0.

Na segunda parte o Gil lutou até ao fim, mas o Belenenses controlou o jogo sem falhas a defender e fazendo os lançamentos do costume, criando sempre algum perigo, destacando-se uma oportunidade que o Miguel Rosa desperdiçou isolado frente ao guarda redes.

O Lito acabou por mexer na equipa apostando no Dalcio e o Carlos Martins, para o lugar do China e do Sturgeon, que deram boas indicações embora a equipa se tenha ressentido um pouco das alterações posicionais. 

segunda-feira, janeiro 12, 2015

E que tal começar como acabámos?!

Está difícil defender as últimas opções do Lito! Em Braga, só um trinco defensivo! No Dragão… tudo á defesa! É também inexplicável a lentidão com que se rectificam processos! Não somos adivinhos, nem o tempo volta para trás, mas quem viu os últimos minutos do jogo no Dragão faz de imediato a seguinte pergunta: - porque não jogámos assim desde o início! Com efeito bastou a entrada do Fábio Nunes para a direita para passarmos a ter alguma respiração ofensiva. Deslocou-se o Camará para o centro do ataque e passámos a ter alguma força e mobilidade no eixo do ataque. Fizemos então os únicos remates à baliza do Porto. Podíamos até ter marcado um golo.

Dir-se-á que o Porto já tinha abrandado, mas não é verdade. E por duas razões: - primeiro porque no Porto existe uma enorme competição pela titularidade; segundo, porque o Porto joga sempre da mesma maneira – demora séculos a sair da defesa para o ataque e ‘graças’ a alguns jogadores muito tecnicistas mas inconsequentes sente enormes dificuldades em concretizar. Daí os empates e os seis pontos de atraso que leva em relação ao Benfica.

Seria até o jogo ideal para relançar o Filipe Ferreira sabendo que teria pela frente o Quaresma. Um dos inconsequentes, que adora driblar e dá tempo a qualquer recuperação defensiva. E sendo eu o treinador surpreenderia… colocando o Nelson como falso extremo direito! Hipóteses e mais hipóteses… Éramos capazes de perder mas não deixaríamos aquela imagem de nulidade ofensiva. Que já não se usa.


Saudações azuis

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Perder o equilibrio...

Mao Tsé Tung diria que a derrota é a mãe da vitória mas aquilo foi mais que uma derrota! Ainda assim teremos que nos erguer e continuar. E perceber o que aconteceu. Os primeiros minutos, em minha opinião, definiram logo as coisas:
Pelé, lento e em má forma, não dava conta do recado; o nosso flanco direito, um dos pilares da boa época que vimos fazendo, abria brechas por todo o lado! Palmeira, deslumbrado e falhão, Sturgeon incapaz de dobrar convenientemente o colega! E o Braga carregava por aí. Vieram os cantos, repetiram-se erros de posicionamento. Faltou energia. E foi o primeiro golo. Os outros não demoraram. Agora percebemos que a estratégia foi demasiado arriscada. Em vez de entrar apenas um médio ofensivo, entraram dois e a equipa perdeu o equilibrio. 
Mas não vamos criticar por criticar. É bonito, e eu espero isso do Belenenses, que um dia possa entrar em quaquer campo e jogar de igual para igual contra qualquer equipa. Mas ainda não estamos nesse ponto. O Braga tem muitos argumentos, tem transições muito rápidas. Em contrapartida o Belém não tem rotinas de jogo apoiado, vindo de trás. Perdia fácilmente a bola e a defesa era apanhada em contra pé.
Lito deveria ter rectificado a seguir ao terceiro golo. A eliminatória estava decidida, não havia necessidade de sofrer derrota tão pesada. Prefiro não ter razão, desde que o Belenenses  ganhe. Mas desta vez China fez falta. E Carlos Martins mostrou que será mais valia.

Saudações azuis


Nota básica: Atenção aos deslumbramentos. Já tinha avisado em anterior postal que a humildade e concentração são absolutamente necessárias se quisermos almejar a um lugar ao sol. Atenção Deyverson porque assim não vai haver golos. Atenção Miguel Rosa porque aquela jogada já está muito vista. Toca a levantar a cabeça e olhar os companheiros melhor colocados. O futebol é um jogo de equipa. E finalmente, atenção Palmeira, há jogos em que tudo sai mal.

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Ginástica cerebral

Penso em Sócrates e vem-me à ideia o nacional-benfiquismo! Penso de novo em Sócrates e lembro-me dos tempos do ‘apito dourado’, um belo exercício de ataque selectivo ao poder futebolístico do norte! Penso ainda em Sócrates e a PT não me sai do pensamento. A guerra para domesticar a comunicação social, os altos patrocínios aos três ‘clubes do estado’ são ideias que fervilham na minha cabeça. Uma pergunta sobressalta-me: - donde vem, onde nasce o dinheiro para pagar isto tudo?! Afasto os maus pensamentos, desvio a minha atenção para o camarote da Luz. O que vejo?! A classe política e empresarial a desfilar, desde o Louçã, sentado à esquerda, ao pesporrente Sílvio Cervan do CDS… aos gritos, de pé! No meio está a virtude – lado a lado, Vieira e Ricardo Salgado. E começo a perceber. O BES a sustentar um plantel de luxo, recheado de internacionais argentinos e brasileiros! Ocorre-me então que os clubes dos países ricos, como a Holanda (estou a pensar no Ajax) não têm, nem de perto nem de longe, uma folha salarial que se compare à do Benfica. Mas são precisamente esses países que sustentam a vaidade daquele camarote lusitano! E fica explicada, em parte, a falência do BES, do BESA, do Benfica… e do resto. Raciocínio simplista, dirão muitos, mas não adiantam outra pista! Apenas balbuciam desculpas. Por isso insisto, é na vaidade, no nepotismo, na ganância, (em suma, na falta de educação) que poderemos encontrar as explicações para o descalabro. E Sócrates regressa, infelizmente, ao meu pensamento!

Saudações azuis

domingo, janeiro 04, 2015

Falar verdade em 2015

A equipa é muito justa, depende, para ganhar, de uma série de factores que são de observação geral:
  1. Que a defesa não se comprometa na circulação de bola, especialmente pelo centro;
  2. Que não haja atrasos de alto risco (ou perdas de bola) por parte da linha intermediária;
  3. Nem faltas imprudentes (desnecessárias) junto á nossa grande área sabidas as dificuldades de Matt Jones em sair dos postes;
  4. Que Miguel Rosa levante a cabeça e sirva os companheiros melhor colocados;
  5. Que Sturgeon caia menos;
  6. E que Deyverson esteja em dia sim, concentrado e sem fantasias.
Para além disto precisamos de um ‘ciclista’ (que não temos) numa das alas (talvez Fábio Nunes) que saiba centrar ou entrar pela defesa.

Como se vê são muitas as condições para podermos ganhar, nomeadamente em casa onde temos que assumir as despesas do jogo. E a boa notícia é que já por diversas vezes conseguimos esse desiderato. Portanto, é possível, desde que, evidentemente, o adversário o consinta. Estamos no domínio do futebol, não da ciência exacta.

Nesta linha de raciocínio vejamos o que aconteceu frente à Académica:
Aparentemente todos os itens se cumpriram, não houve falhas comprometedoras e ainda assim não ganhámos! Podíamos inclusivé ter perdido, já que existiram dois lances, um deles da nossa inteira responsabilidade uma vez que não atirámos a bola para fora quando Sturgeon estava caído no relvado.
Temos assim que procurar outras explicações e a primeira que enunciei – a equipa é muita justa – será uma delas. Mas existe outra, não menos importante e que tendemos a esquecer face ao modelo de jogo que praticamos. Modelo esse onde a circulação a meio campo é menos intensa. Mas foi precisamente o que se notou, especialmente na segunda parte, que faltava ali um maestro para descobrir uma aberta por onde meter a bola. Os esquemas mudam, podem aligeirar-se mas o meio campo ainda é o que era, o centro do sucesso ou insucesso. E nessa posição não somos fortes… há muito tempo!

Saudações azuis

Nota:

Continuam as especulações sobre o detentor da SAD do Belenenses e a fazer fé naquilo que se lê não me admira que nos próximos capítulos sejamos confrontados com duas realidades ao mesmo tempo irónicas e preocupantes: - a primeira é que afinal o dono real dos passes dos nossos jogadores pode muito bem ser o ex-primeiro ministro José Sócrates! A segunda hipótese, também preocupante, será uma visitinha do presidente da SAD azul à prisão de Évora! Mais uma, por pura amizade, dirão alguns, mas não foi isto que eu sonhei para o Belenenses.