sábado, junho 27, 2020

O risco, os erros, e o penalty repetido!


Vou começar pelo fim. Pela arbitragem. Uma arbitragem de sentido único. Nada que me surpreenda vem na linha do que tem sido o desempenho dos árbitros desde que Varandas tomou posse. O que ainda não tinhamos visto era penalties repetidos com recurso ao VAR! Aposto que deve ser caso único. Mas também aposto que a partir de agora, para justificar o sucedido, todos os penalties falhados serão analisados à lupa, e o mais certo é serem repetidos! Porquê?! Porque duvido que haja algum guarda-redes que quando defende o penalty cumpra a regra dos apoios na linha de golo! Caso seja escrutinado ao centímetro! Outra questão latente é saber se existe a obrigatoriedade do VAR intervir por conta própria, ou se é só quando o árbitro (ou o fiscal de linha) tomam a iniciativa de mandar repetir o penalty por irregularidade nos apoios?!

Dúvidas e mais dúvidas sendo que ninguém tem dúvidas que a verdade desportiva foi ontem 'legalmente' atraiçoada pois só há verdade desportiva quando o critério é igual para todos. 

Passemos então aos nossos erros, alguns clamorosos, outros a revelarem as actuais debilidades do plantel, e que só por si me autorizam a dizer que embora a arbitragem tenha favorecido sempre o Sporting, o Belenenses perdeu por culpas e insuficiências próprias. Insuficiências resultantes da ausência de centrais esquerdinos acometidos por lesões. Com grave prejuízo no nosso jogo aéreo. Os erros, alguns que não podemos cometer, e outros associados aos riscos que corremos perante um adversário que está em grande forma. Aliás já sabíamos disto e por isso precisávamos de marcar golos. Mais do que um. Tivemos oportunidades para tal mas a eficácia não foi a melhor. Cassierra por exemplo, que fez um grande jogo, não há meio de atinar com a baliza. Marco Matias, em clara subida de forma, teima em não passar a bola aos companheiros melhor colocados. E Show ( o melhor dos azuis) não acerta com a meia distância.

Este jogo já passou. Agora, faltam seis finais, seis!


Saudações azuis

sexta-feira, junho 26, 2020

O nacional benfiquismo do Sporting!


O jornal A Bola, símbolo do nacional benfiquismo, mais própriamente do casalinho verde rubro da capital, fez hoje questão de confirmar isso mesmo. Daí a 'notícia', antes de um jogo importante para o Sporting, de uma possível transferência de Show, jovem médio do Belenenses, para um clube qualquer da Bélgica! Notícia típica para fragilizar psicológicamente um jogador essencial da equipa adversária. No tempo do Bruno de Carvalho aposto que esta notícia não aparecia. Mas como a segunda circular parece apostada em voltar aos tempos da outra senhora...

Saudações azuis


Nota básica: - Para não haver dúvidas recordo que Show é um jogador emprestado pelo Lille ao Belenenses. Mas isso não vem ao caso. A 'notícia' nem sequer é neutra. E não favorece o interesse imediato do Belenenses que é tentar ganhar o jogo.

segunda-feira, junho 22, 2020

Preocupações e sentimentos


Ainda não estou descansado, precisamos de pontuar com urgência para depois virarmos a página de uma época para esquecer. E prepararmos o futuro. Petit, posso dizer, se conseguirmos ficar na primeira Liga, foi a verdadeira tábua de salvação de muita gente e muito projecto. Teremos tempo para aprofundar este assunto. Até porque o futuro escancarou verdades impossíveis de escamotear por mais tempo. Uma delas é a total dependência de todos os clubes das receitas televisivas. Neste ponto as notícias de factoring (adiantamento de receitas televisivas) são verdadeiros atentados à indústria do futebol, à sua competitividade, aos direitos de imagem dos clubes mais pequenos, e mais importante que tudo o resto, são o factor que tem impedido em Portugal a centralização dos direitos televisivos. Portanto quem não denunciar esta pouca vergonha, ou quem pactuar com ela, não está a fazer nada no futebol português. Está a prejudicá-lo e a diminui-lo. Por muita propaganda que faça, por muita Champions que organize, por muita medalha que traga ao peito.

Voltando ao princípio, é preciso pontuar. O Sporting de Amorim é uma equipa muito perigosa, cria oportunidades e marca golos, que é a coisa mais difícil do futebol. Porém, essencial. Vou repetir-me: - tem alinhado com quase juniores, que parecem jogadores adultos, e o seu futebol não muda. As chances do Belenenses existem, Petit vai tentar surpreender sem mudar o chip. Sistema defensivo muito solidário, a todo o campo, com particular atenção às fugas pelo lado esquerdo de Jovane Cabral e às entradas de um esquerdino pelo lado direito. Têm que ser desarmados sem fazer falta. A Sport Tv repete de todos os ãngulos qualquer possível toque nos jogadores leoninos. E nada de provocar livres na zona frontal porque o Jovane está com o pé quente.

Do nosso lado, Esgaio tem uma tarefa complicada. Está em grande forma mas o Cafu Phete tem que o ajudar. A condição física pode decidir muita coisa. No flanco esquerdo Rúben Lima vai redimir-se do penalty e dos seus pés podem sair lançamentos mortais para Coates e companhia. Licá pareceu-me estar a subir de forma física. O seu pique já não é o que era mas o centro da defesa do Sporting também não é o albergue da juventude! O Cassierra que tem jogado bem de costas para a baliza terá um dia que se voltar para ela e marcar um grande golo. O meio campo, pois. Acho que vão predominar os lançamentos compridos. Uma vitória e fazia uma loucura! Bebia uma imperial em casa frente à televisão. Sozinho mas sem máscara.

Saudações azuis

quinta-feira, junho 18, 2020

A sorte do Paços e o nosso azar...


Começo pelo Rúben Lima que elogiei no último postal. Foi a melhor aquisição do Belenenses, é um jogador acima da média, esteve um ano parado, ainda não está em forma, e cometeu um penalty grosseiro no início da segunda parte. Se não tivesse jogado aquele flanco teria sido cilindrado pelo Paços de Ferreira. E não foi, pese a substituição de Gonçalo Silva, curiosamente antes do penalty, o que terá desequilibrado momentaneamente aquele sector. Isto não é uma justificação para o penalty, que infelizmente aconteceu na pior altura, mas é para percebermos que não há milagres. Aliás mesmo durante a segunda parte a nossa defesa nunca permitiu grandes veleidades aos comandados de Pepa. Lembro-me apenas de uma gaffe de Danny Henriques que se esqueceu do alinhamento validando um cruzamento vindo do outro lado. Dos penosos últimos minutos falaremos já de seguida.

A lesão de André Santos a meio da segunda parte foi um golpe quase fatal, não apenas neste jogo, mas para os próximos jogos, no caso de não recuperar. Não temos ninguém para o substituir. E aqui não vale a pena sonharmos pois por muitos elogios que Petit faça aos jovens do plantel, aquele rapaz (Chano) que entrou foi como se não tivesse entrado. Teria sido melhor meter o Pina, para defender o resultado, embora Petit, honra lhe seja feita, ainda quisesse ganhar o jogo! Em termos tácticos é verdade que equilibrámos a partida mas muito dificilmente chegaríamos à vitória. Até porque Ely Semedo foi outra aposta furada. Entrou para substituir Licá mas está muito verde, tem velocidade mas não a sabe usar. E não tem drible, que é uma qualidade que não se aprende. Ainda entrou Keita (para o lugar de Cassierra) e esse sim pareceu-me mais magro e com condições para acrescentar qualquer coisa. Mas Pepa não estava parado e também ía jogando os seus trunfos, que se revelaram melhores que os nossos. O tempo corria e eu já só rezava para que o jogo acabasse. Era mais um ponto, mantínhamos a distância para a linha de água e mantínhamos a equipa moralizada. Porém havia um Diaby à solta, sem marcação que se visse! E já nos descontos permitimos um cruzamento fatal que deu em auto-golo. É o que se chama morrer na praia.

Daqui resultam muitas interrogações e perplexidades. Uma das perplexidades é que se o Portimonense tem ganho*, como merecia, a questão da descida ganharia novos contornos. Perigosos contornos. Outra das perplexidades é que acabado o jogo em Paços fico com a sensação estranha de que fizemos um jogo acima das (minhas) expectativas (em Paços de Ferreira costumamos perder) mas ao mesmo tempo temo que a derrota deixe marcas na equipa. E não há pior (ou melhor) jogo para desfazer essa dúvida que o próximo contra o Sporting.
Aí não podemos meter jogadores sem maturidade, sendo que a maturidade não tem a ver com a idade mas sim  com a estrutura mental indivíduo. Por exemplo Show é jovem mas tem maturidade a jogar. Ainda comete erros mas tem personalidade e sentido de equipa. O Rúben Amorim também tem lançado jovens na equipa mas a camisola do Sporting ainda funciona como factor motivacional. Privilégio de grandeza, que é um sentimento. Sei o que estou a dizer porque o Belenenses já teve esse sentimento e perdeu-o. Mas pode recuperá-lo.

Saudações azuis



Nota: Continuo sem saber o que se passa com Chima Akas pois bem falta nos faz.


*Atenção aos 'superiores interesses do futebol português' para não dizer outra coisa! Dá a sensação que a classificação já está cozinhada. O Portimonense foi escandalosamente prejudicado e daqui para a frente ai de quem se atreva a tirar pontos a Benfica e Porto. Acaba a jogar com nove. Ou desfavorecido por penaltis fantasmas. O outro privilegiado é o Sporting, já lhes expliquei porquê. Tem que ficar à frente do Braga. Vamos ver o que vai acontecer na cidade do futebol. Belém não te deixes enrolar.

sábado, junho 13, 2020

Assim vai a Liga...


(Sporting levado ao colo)

Vi com atenção o jogo de ontem entre o Sporting e o Paços de Ferreira, pois são os próximos adversários do Belenenses, e do que vi retive o seguinte: - vão ser dois jogos muito difíceis, o primeiro em Paços, o outro na cidade do futebol aqui em Lisboa, com os comandados de Pepa a deixarem excelente impressão. No cômputo geral não mereciam sair derrotados e nos lances capitais foram sempre prejudicados por uma arbitragem incompetente e caseira. O VAR também não mudou com a pandemia. Em se tratando do Sporting as instruções gerais são para proteger a criancinha, não vá o Bruno de Carvalho voltar.
Quanto ao futebol dos leões já tinha dito que está diferente, mais rápido, com jogadores mais rápidos e quem não for rápido não joga no jogo seguinte. Mas o Belenenses também pode travar aquele futebol tal como o Paços o travou. Temos é que marcar, coisa que o Paços não conseguiu. Já em Paços de Ferreira é preciso ter muita atenção àquele avançado que era do Setúbal, ou do Benfica, ou estava em trânsito para não sei onde... Este rapaz, João qualquer coisa, já uma vez nos marcou uns golos.

(Deputadas na justiça da Federação)

Lista única de Fernando Gomes com uma deputada da nação para a justiça federativa! É caso para perguntar se a promiscuidade entre a política e o futebol vai continuar?!
O FC Porto contestou a candidatura da dita deputada mas a Federação considerou que não tinha legitimidade para o fazer! Como só há uma lista pergunta-se – quem terá então legitimidade para invocar a incompatibilidade?! Quanto mais não seja lembrando Montesquieu e a separação entre o poder legislativo e o judicial! Eu sei que a assembleia da república não encontrou incompatibilidades. Mas a assembleia da república também acha normal que os deputados confraternizem anualmente com os seus clubes na própria assembleia. Os clubes grandes evidentemente.
Por último, este Fernando Gomes, considerado por toda a gente muito competente, menos por mim, não percebe a incompatibilidade?! Ou a inconveniência?! Mesmo que seja tudo legal?!

(O choradinho do público nas bancadas)

Os grandes a perderem pontos e logo se levantou o choro das bancadas vazias! Como se os jogadores dos clubes grandes fossem mais frágeis mentalmente que os dos outros clubes e precisassem de colinho do público! E para culminar o choradinho repetem o chavão – 'futebol sem público não existe, não é futebol'! Mentira, que eu saiba para haver futebol bastam vinte e dois jogadores, onze de cada lado. Agora para quem está habituado a ganhar jogos com outros argumentos, isso é outra coisa. E não é futebol. Não, não sou contra o público nos estádios, sou é contra o choradinho.

Saudações azuis

Alerta Belém Integral – Lesados do BES, do Novo Banco, contribuintes em geral, chamo a vossa atenção para a frase proferida por Rui Gomes da Silva putativo candidato às próximas eleições do Benfica. Diz ele e cito ' A liderança de Vieira chama-se Ricardo Salgado'!



sexta-feira, junho 12, 2020

Dar a volta ao jogo!


O que ficou deste jogo com o Vitória de Guimarães foi a capacidade para, depois de uma primeira parte muito sofrida, conseguirmos dar a volta ao jogo! De facto no segundo tempo não só equilibrámos a partida como empurrámos os vimaranenses para o seu meio campo. E tudo aconteceu, como bem explicou Petit, com a entrada de Ruben Lima para o lugar do Nilton Varela, corrigindo ao mesmo tempo os posicionamentos de Licá e Marco Matias. O futebol, para quem sabe, é afinal um jogo simples. Faltou apenas um último fôlego para chegarmos à vitória. Mas Dieguinho, que entrou a substituir Licá, provou duas coisas: - que ainda está muito trapalhão e que o banco do Belenenses em matéria de 'ciclistas' não é famoso. Talvez o Nilton que saiu possa vir a ser uma opção atacante. Porque o Ruben Lima é indiscutível. Esteve muito tempo parado mas ontem mostrou aquilo que já se sabia – um jogador cinco estrelas. Com ele em campo não teríamos sofrido aquele golo meio com o ombro meio com o braço. Dizem-me que Koffi deveria ter saído, mas não concordo. Cruzamentos com a bola a fugir da baliza, quando há defesas em condições de a disputar, é melhor que o guarda-redes fique entre os postes. Lembro-me que o Nilton já tinha sido batido pelo André Almeida, na Luz, também a saltar nas suas costas, em lance que deu golo para o Benfica. Além do mais o João Carlos Teixeira é baixote. Enfim, verduras da mocidade. Já deu outras coisas e vai dar mais no futuro.
Sobre os destaques individuais desta vez Koffi é o meu eleito. O empate, atendendo ás incidências do jogo, acaba por ser um bom resultado, até porque o Guimarães não é um adversário qualquer. Basta conferir o banco deles. E agora com cinco substituições essa diferença ainda se nota mais. Mas continuo a confiar no Petit e na sua sagacidade para fazer mais com menos.

Saudações azuis

sábado, junho 06, 2020

Uma vitória indiscutível!


Não estava muito seguro neste regresso à competição de uma equipa parada há tanto tempo. Equipa que atravessava a melhor fase na altura da interrupção. Felizmente e pela amostra houve competência, espírito de grupo e níveis físicos já muito apreciáveis. Em termos práticos, das alterações introduzidas a única que realmente estranhei foi a ausência do central Chima Akas, um dos pioneiros da recuperação defensiva já pela mão de Petit. Gonçalo Silva que o substituiu esteve bem com o senão da falta de um pé esquerdo, indispensável naquela posição. Quanto à titularidade de Marco Matias ela foi compreendida durante o jogo. Marco Matias está em forma e Licá ainda não está. E isso viu-se nos poucos minutos em que esteve em campo. Resumindo uma exibição categórica, que descansou os adeptos, sendo certo que faltam ainda seis pontos para estarmos todos descansados. O melhor em campo segundo a critica foi Silvestre Varela e eu estou de acordo. E marcou um golo de bandeira!

Olhando agora à concorrência palpita-me o seguinte:

  • O FC Porto continua com enormes dificuldades em marcar golos e assim dificilmente acabará em primeiro;
  • O Benfica sem o terceiro anel, que atemoriza visitantes e árbitros, mostrou que não é nenhum papão;
  • O Sporting do Rúben Amorim deixou boa impressão e talvez consiga superar o Braga;
  • Guimarães, Famalicão e Rio Ave lutarão pelo quinto lugar;
  • O oitavo lugar está ao alcance do Santa Clara mas o Belenenses ainda pode lá chegar;
  • O Aves está condenado mas o Portimonense ainda não;

Nota final: Parece que a corrupção em Portugal não tem fim à vista! No futebol e no resto. Diz o Público de hoje que o Benfica, quem havia de ser (!), tem uma 'conta corrente' com o Desportivo das Aves, como se fossem uma mesma entidade! Nada que surpreenda. Aliás se formos a ver o grau de dependência que existe na Liga portuguesa entre alguns clubes se calhar chegaríamos a conclusões muito desagradáveis. Na génese da dependência estão os dinheiros da UEFA que ano após ano vão cavando o fosso entre os clubes que tiraram assinatura e os outros. Assinatura que é reconhecida pelas entidades indígenas (Governo e Federação) que tudo fazem para que nada mude. Desde os direitos televisivos à corrupção generalizada. E se alguém denuncia alguma coisa acontece-lhe o mesmo que ao Rui Pinto.

Saudações azuis

Alerta Belém Integral:
Aguarda-se a todo o momento que os vários órgãos de soberania, à semelhança do que aconteceu com o 'ataque terrorista a Alcochete', venham sossegar a nação e exigir a prisão imediata dos terroristas e autores morais deste vil atentado ocorrido no Seixal.

sexta-feira, junho 05, 2020

'Luís Filipe Vieira arrasou equipa no balneário'!


Este é um dos títulos do jornal A Bola, edição digital de hoje, a que se seguem imagens do autocarro do Benfica após o apedrejamento. Ataque ocorrido depois do empate frente ao Tondela. Um incidente gravíssimo, mais um envolvendo adeptos encarnados, e que provávelmente terá o mesmo destino dos outros. O alheamento por parte das autoridades.
Entretanto há dois jogadores feridos, que necessitaram de tratamento hospitalar, e aquilo que me ocorre perguntar comparando com o que aconteceu em Alcochete é o seguinte: - Quais são as diferenças?!
E até poderia especular: - se tivesse sido o Bruno de Carvalho a 'arrasar' a equipa no balneário, o que diria a comunicação social sobre o assunto! Se calhar estaríamos à procura de um autor moral para o apedrejamento!

Nota final: - Já tinha avisado que este torneio dos quarenta milhões tem tudo para acabar mal. E também já sabemos que enquanto o governo não acabar com estas 'claques', que não são mais que guardas pretorianas que mantém ou destituem presidentes, não vamos a lado nenhum.

Adenda: O Belenenses joga hoje à noite na Vila das Aves e uma vitória era ouro sobre azul. Como se tem visto pelos jogos já realizados nada está garantido. E as equipas estão muito iguais.

Saudações azuis

quarta-feira, junho 03, 2020

Pontapé de saída


Mais logo a bola irá começar a rolar e por isso, com pensamento positivo, vamos olhar em frente. O Belenenses só joga sexta-feira e o que eu espero é que a equipa, que na altura da interrupção atravessava um bom momento, consiga aguentar-se no balanço. Mas nada de ilusões, isto é uma lotaria, ninguém sabe como se comportarão os jogadores, e os mecanismos de conjunto, depois de uma interrupçâo muito mais longa que qualquer pré-época conhecida! E sem ter havido os essenciais jogos de preparação. Eu sei que é igual para todos. O que não é igual para todos são as cinco substituições previstas, que posso compreender, mas que acabam por ser mais uma descontinuidade em relação aos vinte e quatro jogos anteriores. E aqui sim, favorecendo claramente os plantéis mais numerosos e homogéneos em termos de qualidade.

Dito isto, falemos então dos enormes constrangimentos que por certo irão rodear estas dez últimas jornadas. Para tal basta ter ouvido ou lido as recentes entrevistas dos presidentes do FC Porto e Benfica, amplamente difundidas, e perceber qual o clima que está instalado. Uma profunda desconfiança, uma profunda hipocrisia e desunião, que aliás tenho vindo a sinalizar nos meus postais. E agora 'ouvimos, vimos e lemos' que está tudo teso e a única preocupação não é salvar o futebol, mas o 'salve-se quem puder'! Soubemos por exemplo que o FC Porto teve que pedir dois milhões á banca (com aval da Federação!) para pagar salários! E o Benfica que tenta fazer figura de rico, através de uma comunicação social cartilheira, também não deve estar melhor. Vai portanto começar mesmo o 'torneio dos quarenta milhões'! Como vai acabar não faço ideia.

Uma última observação sobre a tentativa de furar os 'estádios á porta fechada' comparando o tema com outros espectáculos que têm acontecido com público. Em primeiro lugar vamos ver daqui por algumas semanas qual será o efeito deste desconfinamento apressado; em segundo lugar o futebol não é um espectáculo qualquer, tem uma vertente desportiva, baseada numa relação de rivalidade. Não é o mesmo que ir ao cinema. Em terceiro lugar, em época de excepção e com medidas de excepção, permitir que alguns estádios, porque têm capacidade para isso possam receber uns milhares de espectadores afectos á equipa da casa, enquanto outros, devido às reduzidas dimensões, só lá possam ter meia dúzia, é aprofundar as desigualdades, subvertendo mais uma vez a filosofia de que nesta emergência...'estamos todos no mesmo barco'.


Saudações azuis