quarta-feira, abril 28, 2010

Papões e papalvos

Papão – ser imaginário com que se mete medo às crianças.
Papalvo – pateta; lorpa.


Isto é o que nos diz o dicionário, e encaixa no Belenenses. A direcção assusta-nos com papões e nós, sócios, estamos condenados ao eterno papel de patetas! Será assim?! Já quando entraram, acabadinhos de ser eleitos (por quem, nem imagino!) não traziam afinal nada do que tinham prometido – nem soluções, nem dinheiro, nem crédito. Foi então uma lufa-lufa para inscrevermos a equipa havendo que renegociar (penso que é este o termo) o contrato com a Mac Donald. Agora é o que se vê e ouve! Desceram a equipa à liga de Honra, provávelmente no pior registo pontual da história do Clube, parecem surpreendidos com o desenlace, não prepararam nenhuma solução, não têm nada à frente a não ser hipotecar o património do Belenenses. Convenhamos que para isto não é preciso haver direcção nem gestor qualificado. Um qualquer mandatário pode desempenhar essa tarefa.
E peço desculpa por me repetir (sei que há quem não aprecie) mas aquilo que escrevi há um ano atrás sobre este mesmo assunto dizia mais ou menos o seguinte: - se o Clube de Futebol “Os Belenenses” não tem dinheiro sequer para se inscrever na Liga de futebol profissional (seja Sagres ou Vitalis) então não pode ter dinheiro para mais nada. E quem não perceber isto ou não é do Belenenses ou não percebeu ainda o que é o Belenenses.
Portanto, se forem necessários mais empréstimos para inscrever o clube na Liga de Honra eu sugiro que esses empréstimos tenham como condição ou contrapartida a demissão dos actuais corpos gerentes. Sem prejuizo óbviamente do que já reafirmei noutra altura e local - só vale a pena hipotecar o património do Clube se for para o reabilitar e reconduzir ao lugar que já teve. Se não for assim, adiamos o problema e continuamos sem solução.

Saudações azuis

segunda-feira, abril 26, 2010

Fim de linha

Derrotado em Guimarães por duas bolas a zero o Belenenses já não tem possibilidades matemáticas de se manter na Liga Sagres. Cumpre-se assim uma descida há muito anunciada embora ainda faltem disputar duas jornadas.
Como calculam, escrevo estas linhas com natural tristeza mas também com alguma revolta porque penso que a memória do grande Belenenses, que apesar de tudo ainda transporto, não merecia isto. E acautelem-se, esta não é uma mera descida de divisão, este é o culminar de uma política clubística profundamente errada e que ameaça destruir o que resta. Os responsáveis não são portanto nem os jogadores nem os treinadores, esses ainda dão o corpo ao manifesto, ainda se sujeitam a críticas e vexames, e afinal são apenas empregados do clube. Os responsáveis somos nós, sócios, que deixámos que o clube chegasse a este ponto. Mas esta conclusão é académica, pois seria o mesmo que culpar um povo pelo estado de um país. Temos que cavar mais fundo - a responsabilidade é daqueles que assaltaram o poder no clube e de lá não saiem há décadas. Os corpos gerentes são sempre os mesmos, a política é sempre a mesma e o resultado só podia ser o mesmo.
O Belenenses precisa de uma revolução, como disse o Jaime Pacheco. Eu concordo, e não há tempo a perder.

domingo, abril 25, 2010

Subsídios para uma assembleia crucial

Não tenho tempo (e já não tenho paciência… nem idade) para assembleias. Muito menos para tumultos e gritarias, etilizadas ou não. Aliás, nunca fui grande frequentador de assembleias e só nelas participei em desespero de causa. Refiro-me aos já longínquos tempos em que descemos de divisão pela primeira vez. Este intróito para dizer que estamos (talvez) na segunda encruzilhada mais difícil da história do Belenenses. Esse facto talvez me leve à assembleia… talvez.
Em cima da mesa está o costume, ou seja, um pedido de empréstimo. Desta vez são 16 milhões de euros dando como garantia o estádio do Restelo. Sabemos pelos jornais que o referido empréstimo se destina a resolver os problemas prementes… do costume, e visa consolidar, como também é costume, um anterior empréstimo ou empréstimos. E depois o clube volta… ao costume.
Para isto não voto.
Outra coisa seria juntar o pedido a um plano credível de reabilitação do Belenenses, melhor dito, do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Mas o plano não é um mero papel com letras e desenhos, por mais aliciante que pareça, tem que ser credível e a credibilidade só lhe pode ser dada pelos respectivos executores. E que credibilidade tem uma direcção, que não cumpriu nenhuma das promessas eleitorais, para assumir e cumprir novos compromissos?! Uma direcção que, como se perspectiva, atirou com o clube para a segunda divisão?! E provávelmente, no pior registo pontual da sua história?!
Uma direcção destas, na minha opinião, não tem credibilidade nem arcaboiço para dirigir a reabilitação do Belenenses.
Por isso o meu voto seria sempre contra o empréstimo nestas circunstâncias.
Acresce que chegou a altura de discutir o futuro do Belenenses a sério, sem panos quentes, e antes de o fazermos não me parece curial decidir seja que empréstimo for. Antes de sabermos o novo rumo, (porque que terá de ser outro o rumo), não faz sentido falar em mais empréstimos. A não ser para aqueles que querem que tudo continue na mesma.
Para isso também não voto.
Então qual seria o novo rumo?!
Pois muito bem, este não é o local nem a oportunidade para pormenores, mas as linhas gerais, para quem conhece este blogue, são fáceis de depreender: - em minha opinião o Clube de Futebol “Os Belenenses” é a única ‘marca’ que vale a pena (tentar) salvar. Esta ‘marca’ é o futebol do clube, seja ele jogado nas Salésias, no Restelo, ou onde tiver que ser. E disse - tentar - porque não é fácil resgatar o futebol de tudo aquilo que o restringe e impede de se afirmar plenamente. E quando digo tudo, é tudo. Não estou a pensar em extinguir nada, estou a pensar em separar-me de tudo o que não é futebol. Estamos a falar de um reinício.
Será um caminho doloroso, mas é um caminho.

Saudações azuis

quinta-feira, abril 22, 2010

A descrença

JAS (José António Saraiva) escreveu no Record que o Belenenses devia acabar com o futebol profissional e dedicar-se a duas ou três modalidades, mantendo ao mesmo tempo algumas instalações sociais como as piscinas. Diz ele que Lisboa não comporta mais do que dois clubes profissionais de futebol retomando uma tese antiga e que eu julgava em desuso. No fundo o que JAS propôe é um clube recreativo! E se olharmos bem para o actual Belenenses JAS não deixa de ter razão, porque o Restelo é hoje um espaço recreativo onde se entretêm uma meia duzia de sócios e uma duzia de modalidades. Sem ofender obviamente ninguém e muito menos quem trabalha sériamente ou rema contra a maré.
Por tudo o que afirmei, não estranho a descrença de JAS nem ponho em causa o seu amor pelo Clube. Parece-me no entanto que labora num erro de base e por isso pergunto: -para quê alimentar modalidades que cresceram e se notabilizaram à sombra da grandeza do futebol, se sabemos que em Portugal onde estiverem os três grandes são sempre eles que ganham os campeonatos?! Seja de que modalidade for! Vamos fazer de verbo de encher e formar jogadores para depois irem para os tais grandes, como já acontece com o andebol?! É para isso?! Se é para isso não vale a pena.
Outra falácia que JAS reproduz e me parece desactualizada é a questão de haver ou não espaço para mais de dois clubes de futebol em Lisboa. Com todo o respeito, a situação hoje é diferente, porque a população portuguesa (sem esquecer as ex-colónias) está concentrada à volta de Lisboa e Porto e além disso mudaram os hábitos de ver futebol com a televisão a ocupar e tomar conta das audiências.
Portanto, do que o Belenenses precisa é de uma estratégia para sair do plano inclinado e precisa naturalmente de gente com capacidade para a pôr em prática. E claro, que sejam do Belenenses.
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Saudações azuis.
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Post-scriptum: - Faltou-me acrescentar alguma coisa à descrença. Com efeito, aplicando o mesmo raciocínio (e a mesma descrença) a outras actividades, JAS deveria concluir pela extinção, por exemplo, dos pequenos partidos. Pois não têm quaisquer hipóteses de nas próximas eleições (nem nas seguintes) fazer frente aos grandes partidos. Caminharíamos assim, alegremente, para o partido único e quem sabe se as eleições não seriam mais disputadas! E se quisesse ir um bocadinho mais longe podia alargar o seu raciocínio aos jornais eliminando aqueles que não têm a sorte de sobreviver graças aos favores do estado (em crédito e publicidade, por exemplo) ou não têm a possibilidade de recorrer ao mercado de capitais angolano. E fico-me por aqui porque Portugal também estaria em risco... e está... se mantivermos esta descrença.

segunda-feira, abril 19, 2010

Ponto Final

Viva o Clube de Futebol "Os Belenenses".

terça-feira, abril 13, 2010

A porta estreita

Depois do empate entre Vitória de Setúbal e Académica, o caminho estreitíssimo da salvação passa sempre por chegar à última jornada a três pontos dos setubalenses. Sendo assim, jogaríamos o tudo ou nada no Bonfim. Mas não chega - será preciso estarmos nessa altura em vantagem sobre o Leixões. E para tudo isto acontecer temos que ganhar os dois jogos em casa (Rio Ave e União de Leiria) pelo menos, e esperar que o Vitória de Setúbal não pontue nos próximos três jogos (Sporting e Marítimo fora, e Porto em casa) o que não é impossível. E do Leixões, actualmente com 21 pontos, o que podemos esperar?! Que perca em Braga e Olhão, pode ganhar à Académica em casa, mas vai ser difícil, e na última jornada recebe o Sporting, um jogo que os leões podem não facilitar.
Pode até acontecer que o Belém não perca o hábito de pontuar em Guimarães. Quem sabe?!E então tudo se tornaria mais fácil nesse hipotético jogo decisivo - Vitória de setúbal - Belenenses.
Como no cinema - sonhar é fácil.
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.Saudações azuis

segunda-feira, abril 12, 2010

Jornadas que faltam

FC Porto - V. Guimarães
Sporting - V. Setúbal
Nacional - U. Leiria
Sp. Braga - Leixões
Académica - Benfica
P. Ferreira - Naval
Belenenses - Rio Ave
Olhanense - Marítimo
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Benfica - Olhanense
Nacional - P. Ferreira
Leixões - Académica
V. Guimarães - Belenenses
Rio Ave - Marítimo
Naval - Sp. Braga
V. Setúbal - FC Porto
U. Leiria - Sporting
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FC Porto - Benfica
Sporting - Naval
Sp. Braga - P. Ferreira
Académica - Nacional
Marítimo - V. Setúbal
Rio Ave - V. Guimarães
Belenenses - U. Leiria
Olhanense - Leixões
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Benfica - Rio Ave
Nacional - Sp. Braga
Leixões - Sporting
V. Guimarães - Marítimo
P. Ferreira - Olhanense
Naval - Académica
V. Setúbal - Belenenses
U. Leiria - FC Porto
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Façam as vossas contas.
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Saudações azuis

Fazer contas

Cumpro esta tarefa como um dever, um dever de especial retribuição a quem adquiriu o hábito de visitar este site na esperança de saber algo de positivo sobre o Belenenses. Mas mais uma vez não temos boas notícias para dar. O empate na Madeira e contra o Marítimo, clube cujo equipamento verde rubro basta para me indispor, o empate, dizia eu, tem o sabor a derrota.
Só a vitória teria o efeito de reduzir o fosso (são já oito pontos, pelo menos) para a linha de água, e essa vitória até esteve perto de se concretizar, não fora a azelhice de Lima já nos segundos finais da partida.
Um jogo em que fizemos o mais difícil, estivemos a ganhar, mas não soubemos conservar a vantagem. No Belenenses é assim – quando o ataque marca mais do que é costume, a defesa (e o guarda-redes) encarregam-se de equilibrar as coisas e começam a dar brindes! O que se há-de fazer?! Nada, o calvário vai continuar e no próximo fim-de-semana haverá por certo mais novidades. Certo, certo, é que a quatro jornadas do fim e por mais contas que se façam só poderemos adicionar doze pontos aos dezasseis que temos agora. Isto no caso de ganharmos os quatro jogos que faltam (um sonho acordado!) o que perfaz a totalidade de 28 pontos. Vitória de Setúbal (24 pontos) e Académica (25 pontos) completam hoje a 26ª jornada e um deles ou ambos podem aproximar-se daquele tecto. O Olhanense fez 25 pontos e está portanto a três da salvação matemática, embora em igualdade pontual o Belém tivesse vantagem. Mas esperem aí, estou só a fazer de conta que os outros três aflitos (não vale a pena mencionar o Leixões) não ganham mais nada, o que convenhamos é quase um absurdo. Mas enfim, são estas as contas do milagre.
Milagre que pode ficar já resolvido se não ganharmos o próximo jogo no Restelo contra o Rio Ave.

Saudações azuis

sábado, abril 10, 2010

No sul é ao contrário

Aprender com quem sabe não faz mal a ninguém, faz até bem. Por associação de ideias estava a ver aquela entrevista do Jardel do futsal, e a dita, (esclarecendo o nome de guerra), começava assim: - ‘Isso é uma longa história, eu sou adepto do Futebol Clube do Porto…”, entretanto adormeci em frente da consola (acontece-me agora com frequência!) e quando acordei estava a lembrar-me de outra entrevista, esta com Pinto da Costa e Judite de Sousa, onde fixei a fundamental sentença – ‘quem puxa pelos adeptos é a equipa e não o contrário’.
‘E daqui nos partimos por mares nunca dantes navegados…’ isto é outra história, para dizer que nos países do sul, de gente tristonha mas emotiva, é preciso primeiro animá-las com qualquer coisa para depois as incendiar. Fazer ao contrário não funciona.
‘Cesse pois tudo o que a musa antiga canta que outro valor mais alto se levanta…’, uma nova recaída nos ‘Lusíadas’, nada de grave, apenas para concluir – portanto, as campanhas de angariação de sócios podem (e devem) ser uma rotina, mas nunca esperar delas grande coisa enquanto o futebol, mola real de qualquer clube português, não chamar os adeptos ao estádio.
Aliás, o Vieira das Furnas, fartou-se de calcorrear, de pedinchar, de lançar kits (não confundir com very ligts) mas só conseguiu os seus intentos (encher a Luz) quando apresentou argumentos dentro do campo. O resto é conversa.
Esta lenga-lenga para rematar… ou o Belenenses vai directo ao assunto ou então… nunca mais temos um jogador de futsal com o nome de Matateu.

Saudações azuis

terça-feira, abril 06, 2010

O milagre da matemática

Se o futebol fosse uma ciência exacta (como a matemática) há muito que o Belenenses estava na segunda divisão. Mas como não é, vamos resistindo à custa de imponderáveis e milagres. Os imponderáveis são conhecidos, os milagres também, mas ainda há quem espere um último milagre, desta vez a cargo da matemática! Mas pronto, seja, porque não há-de a matemática interceder por nós?!
O problema é que não merecemos mais milagres. E a sensação que varre o Restelo é que nas últimas décadas pouco fizemos para fugir a tão nefasto destino. Medidas pontuais, empurrar os problemas com a barriga, uma época mais feliz que a outra, mas sem continuidade, enfim, uma série de ilusões.

Sobre futebol jogado, parece que não estivemos mal em Paços de Ferreira. Noutras circunstâncias um empate a zeros não seria um drama, mas agora, com a corda na garganta...
E começa a caça aos jogadores mais talentosos, o que é natural, ninguém gosta de jogar na Liga de Honra. Eu também não. Mas há quem não se importe, desde que haja muitas actividades no Restelo. Feitios.

Sobre a jornada, o Benfica de Jesus marca uma superioridade gritante! E começamos a perceber que tivemos um grande treinador. Treinador e não só. O responsável pelo êxito episódico, pelas contratações rentáveis, por tudo o que aconteceu e acabou por criar as tais ilusões.

Sobre o resto, duas notas apenas:

Faz pena ver o Carvalhal a ‘chorar-se’ pelo 'despedimento sem justa causa'. Se a choradeira continua quase que dou razão ao 'despedimento'. E só revejo a minha posição se ele conseguir desfeitear o Jorge Jesus na próxima jornada.

A segunda nota vai para a moda dos lançamentos da linha lateral com corrida de balanço. O lançamento efectuado nestas condições é sempre irregular embora os árbitros andem distraídos! É irregular porque no momento de soltar a bola das mãos o lançador nunca tem os dois pés fixos no terreno, tal como o regulamento exige. A ideia de simultaneidade também é uma falácia. É a própria dinâmica do movimento que a desmente, e para o provar basta visionar um lançamento destes em câmara lenta. Mas parece que o assunto não tem merecido a atenção de ninguém, nem, imagine-se, do grande paladino da verdade desportiva que dá pelo nome de Rui Santos!
Mas estou convencido que mais tarde ou mais cedo, face aos abusos e à proliferação destes lançamentos irregulares, as coisas vão voltar ao antigamente - ou seja, lançamento de linha lateral com o jogador parado, pés fixos no terreno no acto de lançamento, e com a bola a sair das suas mãos por cima da sua cabeça. Fora disto é a subversão das leis de jogo. E se querem subvertê-las assumam-no - transformem os lançamentos em pontapés de linha lateral. À semelhança dos pontapés de canto. Mas isso já é outro jogo e outro futebol. Batotas é que não.
Aguardemos.

Saudações azuis.