segunda-feira, novembro 25, 2019

Época terrível!


E ainda agora a procissão vai no adro! Lentos, previsíveis, tenrinhos, só por acaso seria possível marcar um golo! Podiam até entrar mais dois ou três 'avançados' que o resultado seria o mesmo. E não sofremos mais também por acaso.

Chovia muito é certo mas o relvado esteve sempre em boas condições! E no que respeita ao futebol apresentado, visto de longe, até parecia que o Belenenses controlava o jogo, dominava. O problema são aqueles médios sem categoria, timoratos, incapazes de um rasgo que abra brechas nas defensivas contrárias. E sempre a falharem o último passe. O problema é a ausência completa de remates de meia distância. Remates dignos desse nome. Neste capítulo André Sousa até metia nervos. 

Outro problema é aquela defesa com medo de avançar no terreno porque sabe que não tem pernas para os velozes extremos contrários. O espanhol Varela, por exemplo, passou o jogo todo a correr atrás de um tal Batxi, que fazia a sua estreia na equipa principal do Chaves. A pergunta é a seguinte: - porque é que nunca temos estreias destas?!

Bem, continuando com os problemas temos o Silvestre Varela a complicar as jogadas e o Marco Matias que nunca percebo para que lugar é que entra! Nem ele deve perceber. O resto são as verduras da mocidade. E das verduras Tomás Ribeiro salvou-se e Show acabou por ser o melhor graças ao seu sentido de passe e à simplicidade do seu futebol. No entanto está sempre em risco de ser expulso. Licá, pois, ensaiou alguns remates, mas não chega.

Resta agora o campeonato. Mas a tarefa de amealhar pontos/vitórias não vai ser nada fácil.


Saudações azuis

quinta-feira, novembro 14, 2019

Escrita em dia


(Sporting-Belenenses)

Um brilharete táctico que não conseguiu os resultados pretendidos. Assim saímos de Alvalade com mais uma derrota, talvez injusta, mas que até poderia ter sido pior dadas as facilidades que a partir da primeira substituição (saída de Benny e entrada de Marco Matias) começaram a ser concedidas ao ataque leonino. Aliás o nosso treinador, fruto da sua verdura, já não é a primeira vez que ensaia substituições fatais. Isto não tem nada a ver com a prestação deste ou daquele jogador mas com a regra básica de que face a um adversário com mais argumentos, e que estava a lançar avançados, não é boa política fazer o mesmo. Enfraquecer a linha média numa altura daquelas até podia ter dado em goleada.

E por falar em verduras, elas também existem e têm consequências quando se lançam uma série de jogadores jovens (ao mesmo tempo) na equipa principal. Mas é o que temos e nesse sentido penso que Robinho é uma aposta ganha. E não devia ter saído apesar do cartão amarelo por uma falta infantil que não pode acontecer. Agarrar a camisola do adversário dá sempre cartão. Digo que não devia ter saído porque corre o campo todo com enorme generosidade não dando descanso aos defesas do Sporting. E também sabe defender quando é preciso.

Show por sua vez ficou a partir de certa altura demasiado entregue a si próprio naquele meio campo. E voltou a revelar alguma imaturidade num lance em que escapou à expulsão por um triz. É preciso corrigir este tipo de atitudes.

Uma palavra também para a actuação do jovem Nilton Varela que a continuar assim pode aspirar à titularidade no exigente lugar de defesa esquerdo.

Termino este comentário sobre o jogo de Alvalade voltando ao assunto da arbitragem e do VAR que a sustenta. Não foi por causa da arbitragem que o Belenenses perdeu, mas sim porque quando estava na mó de cima não conseguiu marcar qualquer golo. E quando estava na mó de baixo não soube fechar-se como devia. No entanto ficou mais uma vez demonstrado que em Portugal, a tecnologia por melhor que seja, deixa sempre suspeitas. Toda a gente viu, a olho nu, que o segundo golo do Sporting é precedido de um fora de jogo claro. E era essa a decisão que 'toda a gente' esperava que o VAR confirmasse. Mas não foi assim e para surpresa geral o golo foi validado. Ficámos convencidos?! Não.
Mais tarde, os habituais árbitros comentadores, deram razão ao VAR nesse e em todos os lances que acabaram por favorecer o Sporting. Mais palavras para quê?!

Saudações azuis


(Nota final):

Está em curso (mais) uma campanha contra a designação 'Belenenses SAD', campanha essa baseada numa providência cautelar e que ignora propositadamente a acção principal que entretanto decorre e cuja decisão estabelecerá os direitos e deveres de ambas as partes – Clube e SAD. Por isso não se entende esta pressa por parte da actual direcção do Clube em resolver um assunto que nunca ficará resolvido através de uma providência cautelar. Tenha ela os recursos que tiver. Porque a verdade cristalina é esta - enquanto a lei não mudar, o CFB, no que diz respeito ao futebol profissional, já tem uma SAD cuja designação é precisamente Belenenses SAD! E no caso de vender a sua posição na SAD, hipótese que tem vindo a ser ventilada, isso significa que o CFB abdica do futebol profissional. Face à lei vigente não existe outra leitura.

É claro que não é isso que a actual direcção do clube diz aos seus seguidores. No entanto chamo a atenção que a ideia de reaver a maioria do capital da SAD, a grande bandeira que mobilizou as assembleias de outrora, é hoje uma ideia retrógrada e sem qualquer suporte na realidade. Depois do Sporting terão de ser Porto e Benfica a venderem a maioria do capital das respectivas SAD a quem lá queira investir. Até agora têm sido os bancos do estado e os contribuintes que pagam a conta mas isso acabou ou está a acabar. Portanto mesmo que a Codecity aceitasse vender as suas acções ao CFB este teria de arranjar outro investidor que ficasse com elas. Porque ninguém investe se não mandar no seu investimento.

Outro aspecto do problema e esse sim aberto a discussão é a 'defesa da marca'. E aqui cabe aos clubes através das suas direcções estabelecerem um protocolo que salvaguarde esse aspecto. Protocolo que pode ser denunciado pelos clubes se estiver em causa o prestígio da marca, nomeadamente em termos desportivos. Ora bem convenhamos que neste contexto a Codecity pode ser acusada de tudo, inclusivé de não investir o suficiente na equipa de futebol. O suficiente em termos da nossa ambição azul. Mas a verdade é que tem garantido aquilo que o clube através das várias direcções já não garantia há muito tempo – a presença entre os maiores do nosso futebol. E enquanto assim for, o melhor é preparar o tal protocolo. Protocolo que entretanto deverá ter o apoio legal da tutela. Acabando-se assim com a maior parte dos conflitos entre clubes e sads.

quarta-feira, novembro 06, 2019

Intranquilidades


Começa a ser difícil escrever crónicas sobre os jogos do Belenenses e por isso tenho optado por algum silêncio. Não possuo bagagem nem conhecimentos para descodificar o que se passa no futebol azul, desde as opções tácticas à irregularidade exibicional, das surpresas nas convocatórias aos mistérios por desvendar!

Assim e para não defraudar as expectativas dos raros viajantes desta página, vou apenas relatar as minhas emoções. E faço-o num zapping pelas últimas coisas positivas de que me lembro. Foi a primeira parte em Famalicão, foram os surpreendentes quinze minutos na segunda parte em Guimarães, e foi a capacidade para recuperar por duas vezes frente ao Aves.

Neste encontro com o Paços de Ferreira, a memória está mais fresca, e posso descrever o que senti com mais precisão - os sustos iniciais (aquela perda de bola do André Sousa no primeiro minuto...) a garantia de agilidade e os reflexos prontos de Koffi, passando depois a um período de maior tranquilidade, com menos perdas de bola e passes errados, até ao paraíso final com um golo quase milagroso. Pelo meio o Silvestre Varela*, mentalmente bloqueado, sem dar saída aos lances, contrastando com a desenvoltura de um Robinho que vai a todas. E finalmente o acerto nas substituições, desta vez sem o radicalismo de outras de má memória, e que culminaram no golo de Cassierra. Uma felicidade para os adeptos algo descrentes pois esperavam mais desta época. É certo que ainda não acabou, mas que começou mal disso ninguém tem dúvidas.

Saudações azuis

*Silvestre Varela tem as suas qualidades e os seus defeitos e posso concordar que pode trazer coisas positivas ao futebol do Belenenses. Mas não faz parte do seu curriculum, nunca fez, ser um especialista na marcação de grandes penalidades. Aliás a relação com o golo também não é historicamente famosa. A sua especialidade, graças à capacidade técnica que possui sempre foi saber guardar a bola, driblar e quando tinha a força dos vinte anos, arrancar deixando os adversários para trás. Espera-se agora que use a maturidade para assegurar a transição, descobrindo linhas de passe, fazendo tudo isto sem perdas de tempo e rodriguinhos inúteis.


Nota: Ficou um penalty por assinalar a favor do Belenenses por derrube do pé de apoio de Marco Matias. O VAR deve ter ido tomar um café e o árbitro poderia ter ido ver o lance outra vez. E começa a perceber-se que em Portugal a tecnologia afinal também tem clube. E são do estado.