segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Antes do Requiem

Antes de entrar em campo estive a apanhar sol numa bilheteira, por causa das quotas. Com paciência, esperei a minha vez enquanto observava aquele ritual único, uma única bilheteira a dar despacho, despacho que consiste em todos aqueles gestos antigos, corta o papel, passa recibo, mais um carimbo, um filme para um Óscar. Título já tem: - a evolução da repartição pública em Portugal.
Mas que importa, o Belenenses estava a ganhar por um a zero, e pelo ruído de fundo, as coisas mantinham-se. Entretanto, escrupulosamente cumpridas as minhas obrigações associativas, subi a rampa. A primeira parte estava quase no fim, mas o Fátima já estava por cima.
Começa a segunda parte e o Fátima empata. Depois, o futebol aos repelões, a incapacidade de ligar dois passes seguidos, que o vento não desculpa tudo. Até porque os forasteiros tratavam melhor a bola nas mesmas condições. E lá venho eu com aquela conversa, também antiga, que tem a ver com a irregularidade de alguns dos nossos jogadores, especialmente os mais jovens, o que é perfeitamente natural, mas que tem custos para o rendimento da equipa. Por outro lado, continuo sem vislumbrar uma construção de jogo assente em jogadores fiáveis! É que estamos a caminhar para o fim da época, e nada.
Quanto aos novos jogadores, e reporto-me apenas à segunda parte, não desgostei do central Alberto, o Varela tem bons pés, e Sidney entrou bem no jogo. O resto, em termos de futebol, deixou muito a desejar. E atenção, os empates não nos servem. Nós precisamos de ganhar para nos afastarmos definitivamente da zona perigosa.
Para que o Hino que fiz não se transforme em Requiem.

Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Depois do hino

Depois do hino empatámos. Faltam vitórias, eu sei que faltam, a ver se nos erguemos de vez na tabela classificativa e na auto-estima. Porém, os ecos que nos chegam de Arouca não são negativos, pois fomos mais fortes na primeira metade, existe fio de jogo, há outra determinação, fundamental nos jogos fora. E lendo o que escreve 'Crónicas Azuis' (azul presente onde a equipa se desloca) parece que acertámos nalgumas contratações em lugares importantes – trinco e avançado centro. Aguardemos pelo próximo jogo em casa para confirmarmos as expectativas.

Voltando ao hino (‘ser belenense’) peço que o aceitem com a benevolência possível na certeza de que pode melhorar (pois ainda está na fase artesanal) e com outra certeza (maior) de que o havemos de entoar, todos, naqueles dias de glória que nos esperam.


Saudações azuis

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Boa, ganhámos!

Não fui, ando entretido a fabricar um hino para o Belenenses, para que a memória não se perca na voragem do tempo. Jogámos melhor do que habitualmente, com mais garra e espírito de entreajuda, dizem-me. A defesa esteve segura, existe um novo trinco (Vítor Silva) que estabelece alguma ordem à sua volta; Celestino e Barge cumpriram (dizem-me) especialmente este último com boas incursões pela direita; os laterais subiram bem com o senão de alguns cruzamentos (menos bem) a cargo de Tiago Gomes; e no ataque, Varela sabe receber a bola (pressionado) e Freddy está mais confiante. Dizem-me que marcou um grande golo! Só espero que não queira transferir-se (já) para o Real Madrid. Uma palavra para o mal amado Camará – entrou e marcou o golo da confirmação. Estava a ouvir o relato nessa altura e pensei: - ora aqui está um rapaz que devemos acarinhar, que é nosso, e joga num daqueles lugares onde há poucos que singram.

Resultado final: Belenenses 2 – Penafiel 0


Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Aceitar a realidade

Aceitar a realidade custa, se custa, ainda por cima aos mais antigos, àqueles que já conheceram outros sóis. Esta lua não me ilumina daí que esteja cada vez mais parco na escrita no que ao Belenenses diz respeito. Travessias do deserto?! Já fiz tantas que o deserto mudou-se cá para casa. Enfim, a título de consolação, ganhámos e ganhámos bem em andebol. Ao Sporting! Um jogo quase azul - uma equipa azul muito jovem de um lado, e do outro lado, uma série de jogadores ex-azuis que ano após ano vamos fornecendo aos nossos principais adversários. No futsal idem. No resto idem. Clube formador (e pequeno) será esse o nosso fado?!
Mas ganhámos.
No futebol perdemos mas segundo rezam as crónicas estamos um bocadinho mais competitivos. Menos mal.

Porque continuo a gostar de futebol e com algumas pretensões de sapiência, recuperei o que escrevi sobre o Porto de Hulk. Mais uma vez acertei e se ao princípio Villas Boas parecia querer construir uma equipa de futebol em que Hulk era apenas mais uma peça, o que aconteceu depois é conhecido. Incapaz de se libertar da memória dos cinco a zero, o treinador do Porto construiu a equipa à volta das iniciativas individuais do brasileiro, iniciativas que têm resolvido (mal) o assunto, até um dia… E esse dia já chegou. Com as consequências que se adivinham… A derrota no Dragão contra o Benfica e o que mais se verá. E não havia necessidade de dar novo alento aos lampiões (também mérito de Jesus) e podia poupar-me, poupar-nos, ao regresso em força do nacional-benfiquismo. O país todo encarniçado, um horror.
A alternativa seria (não sei se ainda vai a tempo!) construir a equipa em torno do raro talento de um dos melhores jogadores portugueses, Ruben Micael. Que joga e faz jogar tudo e todos (quase sempre ao primeiro toque) e que define como ninguém o último passe! Libertando-o é claro de grandes tarefas defensivas. Pelo contrário, alinhando com Hulk, e mais dois avançados (sem classe) que também não defendem, o Porto tem que jogar com uma série de médios recuperadores…das bolas infantilmente perdidas pelo Hulk. A piorar a situação a ausência de uma referência na área que prenda os centrais adversários, que o Hulk também não é, nem prende. Aliás as jogadas do Hulk são cada vez mais previsíveis. Mas há mais, os livres, as bolas paradas, uma das especialidades (europeias) de Micael, não é ele que as marca (pois se nem joga!), é o Hulk, para as nuvens, o Moutinho que marca um golo por época, seja de livre ou não, ou até um rapazinho chamado James!
Entretanto, (e também era previsível), no banco, sem jogar, Ruben Micael está óbviamente menos confiante, mas continua a ser um grande maestro, um exímio (e rápido) pensador do jogo. Um jogador raro que é um crime (de lesa futebol) não ser bem aproveitado.
Crónica longa, eu sei, mas tinha que dizer isto.

Saudações azuis
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.PS: - Aliás, e ainda a propósito de livres e bolas paradas, gostaria de ser esclarecido porque é que o jogador com melhor qualidade de passe no plantel azul e branco, que mete a bola onde quer - Ruben Micael - não é ele a marcar esses lances??? Será porque nos treinos os outros marcam muitos golos desse tipo?! Pois, nos treinos... o problema é nos jogos e nos jogos o Micael marca... já vimos esse filme no Nacional da Madeira. Tem é que ter as mesmas oportunidades que os outros... que falham. A pergunta mantém-se.