domingo, setembro 30, 2007

Vitória sofrível mais

Vitória sofrível porque podíamos sofrer menos. Sofrível mais, porque acabou como devia ter começado. Explico: o futebol é um jogo simples e já deu para perceber que sem um extremo, que seja mesmo extremo, a nossa equipa tem grandes dificuldades em marcar um golo. Desta vez não estávamos a defrontar nenhum colosso e mesmo assim, não conseguíamos criar perigo! Durante a primeira parte, altura em que tivemos o controle das operações, contam-se por uma mão os remates que efectuámos à baliza do Paços de Ferreira. Valeu o golo marcado perto do intervalo, um excelente passe de Silas a descobrir Roncatto que não perdoou!
Veio o segundo tempo e com ele a esperada reacção dos amarelos, Ricardinho empunhou a batuta, obrigando a nossa equipa a recuar no terreno. Costinha teve então que se empregar a fundo para evitar o empate. O contra ataque podia ter funcionado mas não funcionou, excepto numa ocasião soberana construída e desperdiçada por Weldon! Até que no jogo das substituições Jesus resolveu fazer entrar Amaral para defesa direito, fazendo subir Cândido Costa para o lugar de extremo, o tal extremo que faltava. Descansei e comigo descansaram muitos belenenses, faltavam dez minutos para o fim, mas o Paços acabou aí. A bola fixou-se nas imediações da área adversária sem mais sustos para a nossa baliza.
Foi uma vitória importante, como são todas.
Resultado: Belenenses 1 – Paços de Ferreira 0
Melhor em campo: Cândido Costa.

Outras impressões:

Costinha – Muito bem!
A defesa em linha esteve impecável e contou com a colaboração e atenção dos fiscais de linha!
Weldon – exibição positiva, melhorou com o decorrer do jogo!
Roncatto – um excelente golo e alguma capacidade de retenção de bola!
Zé Pedro – a subir de rendimento!
Silas – idem.

Saudações azuis.

O árbitro

Reduzida ao único interesse de saber quem é que consegue ficar nos lugares de acesso ao dinheiro da Champions, a nossa Liga está por isso completamente dependente das ‘boas’ arbitragens, aquelas que favorecem esses altos desígnios! Envolvidos no esquema, completamente dependentes dessas receitas extraordinárias, estão os três clubes do estado, que sabem bem que se forem excluídos dessa competição não terão como disfarçar as respectivas falências técnicas. É à volta disto, e da propaganda das selecções, que se constrói todo o edifício do futebol português, onde se inclui uma comunicação social missionária, para além de outros interesses que nada tem a ver com o futebol jogado nas quatro linhas. Já tracei este retrato mil vezes, já repeti mil vezes que os campeonatos internos não interessam para nada, que os restantes clubes são meros figurantes desta farsa, e por isso não é de estranhar que só tenham eco os casos de arbitragem que envolvam os clubes do estado, que se vigiam mutuamente, não vá um deles ser mais beneficiado que os outros. A única certeza que temos é que os pequenos clubes são sempre prejudicados quando os defrontam. A regra em Portugal é conhecida – na dúvida a favor dos grandes.
Reportando-me apenas ao passado recente, foi assim em Alvalade contra o Vitória de Setúbal, onde o árbitro e os respectivos auxiliares não viram uma falta assassina dentro da grande área leonina, que inclusivamente poderia ter posto em risco a integridade física do atacante sadino, mas depois conseguiram ver uma infracção milimétrica, porque era a favor do Sporting… e o Sporting estava a perder. Na Reboleira foi o que se sabe, ao minuto noventa, defronte para o lance, o árbitro viu por certo o defensor do Estrela devolver a bola de cabeça, mas porque o fiscal de linha levantou a bandeirola, resolveu seguir a sua indicação, acabando por favorecer o Benfica. Pediu desculpas depois, mas revelou o estado de irresponsabilidade em que vivemos. Explico: o árbitro é quem decide, os auxiliares servem apenas, como o nome indica, para auxiliar o árbitro e quando este sente necessidade disso. Nestas condições, se o árbitro não marca uma falta é porque não tem dúvidas, se entretanto o fiscal de linha levanta a bandeirola, o árbitro que está em contacto com o seu auxiliar, via rádio, deve prosseguir o jogo e o jogo tem que prosseguir. Assume assim a responsabilidade pelo que julga estar certo, e só em caso de dúvida, deve parar o jogo e consultar o seu auxiliar. E assim chegamos ao mais recente erro de arbitragem ocorrido ontem, no Benfica-Sporting, em que o árbitro resolveu desta vez responsabilizar-se... irresponsávelmente! Pedro Henriques estava mal colocado para visionar o lance que envolveu Katsouranis, teve dúvidas porque foi consultar o seu auxiliar, e nestas condições deveria ter seguido a respectiva indicação, que toda a gente percebeu qual era – marcar um penalty contra o Benfica. Porque é que não marcou? Eis a dúvida insanável!
Mas não crucifiquemos apenas a arbitragem porque aqui, sim, é obrigatório distribuir as responsabilidades pelos outros agentes desportivos, especialmente por quem tem a responsabilidade última de decidir... que tipo de competição é que queremos organizar. Esta que temos ou uma competição mais séria, a sério!
Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 26, 2007

“O povo é sereno…”

A frase é do Almirante Pinheiro de Azevedo, foi proferida no Terreiro do Paço, numa situação bastante complicada… e acrescentou – “é só fumaça”!
Será?!
Esperemos que sim porque eu hoje não queria envolver-me nas más notícias que os jornais divulgam – ordenados em atraso no andebol, problemas entre a liga e a federação de basquetebol, que irão certamente sobrar para a liga, onde o Belenenses participa. Em relação ao PEC (Plano Extrajudicial de Conciliação), nomeadamente no que toca às garantias patrimoniais exigidas pelo fisco, a situação também não é líquida. A Direcção vai apresentar o assunto à consideração dos sócios na próxima Assembleia-geral, mas ouviu previamente a opinião do Conselho Geral, cujo comunicado é do seguinte teor:
- “Após uma ampla e objectiva discussão que alargou uma análise genérica das questões colocadas, designadamente assinatura do contrato relacionado com o PEC, intermediado pelo IAPMEI, não se obteve uma posição de unanimidade, se bem que tenham havido manifestações de apoio às orientações da Direcção”.
Bem, amanhã se verá, mas espero que a proposta da Direcção passe sem mais problemas. Afinal não queria envolver-me… e já me envolvi, pois a mera enunciação das questões pendentes já chega para me preocupar.
Antes de me despedir porque daqui a bocado temos o Belém a jogar, deixo ainda duas pequenas notas: a primeira tem a ver com o excelente comportamento da equipa portuguesa de rugby, que se bateu com muita galhardia no campeonato do mundo da modalidade. Nela se incluíam alguns atletas do Belenenses que dignificaram o país e o clube. Não alinho no fado nacional das vitórias morais, nem tão pouco me deixo impressionar com hinos que me fazem lembrar guerras civis! Mas não deixei de ver a esforçada actuação da nossa equipa, que na primeira parte chegou a dar a sensação que iria bater os romenos.
A segunda nota dirige-se ao amigo Luís Lacerda para agradecer a disponibilidade para publicar no seu Blog o ponto de vista do Belém Integral sobre a readmissão de sócios.
A falha é minha, o atraso é meu, e por isso, atendendo a que estamos em cima dos acontecimentos, não quero entupir o seu espaço num dia em que a nossa atenção está voltada para Portimão. Ficará para melhor oportunidade.
Saudações azuis.

domingo, setembro 23, 2007

Mais um…

No dia em que fizer oitenta e oito anos, se ainda cá estiver, irei à missa à Capela do Senhor Santo Cristo celebrar a fundação do Belenenses… e uma dúzia e meia de campeonatos entretanto conquistados! Estou a brincar com os campeonatos mas não estou nada satisfeito com a marítima derrota… não sei nada, não vi nada, sei apenas que perdemos por dois a zero. E que ficámos mais uma vez em branco… não há ninguém que marque um golo?! Um apenas, para servir de vela no bolo de anos! Mudemos de assunto. Para a semana ganhamos e a meio da semana também. “Belém, Belém, das caravelas…”!
Viva o Belenenses.

sábado, setembro 22, 2007

Vitórias morais

Não posso passar a vida a criticar o director do jornal “A Bola”! Tenho que admitir que hoje esteve bem ao glosar no seu artigo de fundo o tema das ‘vitórias morais’, espécie em franca expansão neste Portugal dos pequeninos. Expansão quer aqui significar recaída, e recaída numa doença nacional grave, que parecia ultrapassada, mas não está.
Aliás a doença aparece agora com uma nova estirpe, vem acompanhada do hino, o que não acontecia antigamente! Já se sabe como são as viroses, multiplicam-se, e surpreendem-nos sempre! Agora é certo e sabido que qualquer derrota, por mais expressiva que seja, aparece ornamentada com os louros de uma vitória impossível de alcançar! Porquê?! Por causa dos sucessivos ‘colossos’ que nos surgem ao caminho! Nós somos o eterno David da fábula, mas ao contrário do antigo, não conseguindo vencer o Golias, o nosso David tem a particularidade de levar uma tareia do mesmo, e depois vai para casa… cantar vitória. No mínimo curioso, este David!
Mas a coisa não se fica por aqui, Portugal lidera um movimento em que os jogadores devem pedir desculpa pelos golos que marcam às equipas adversárias, como sinal de gratidão aos seus antigos patrões! É mais uma originalidade portuguesa dentro da cultura de derrota (e anti-competitiva) que queremos implementar. E assim se desculpabilizam insuficiências permanentes!
Não se tratem que não é preciso.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Munique a duas vozes

Segui o jogo na RTP e tenho naturalmente duas opiniões opostas. Por um lado sou tentado a alinhar na canção nacional e ficar feliz com a exibição e com o resultado tangencial. Afinal não fomos esmagados pelo ‘colosso’ germânico! Mas se me abstrair do nome do adversário detecto inúmeras deficiências na nossa equipa e que bem poderiam não ter acontecido. São deficiências que não têm nada a ver com Munique, que se verificam também nos jogos disputados no Restelo, como sejam, a inexistência de uma referência atacante que saiba simplesmente receber a bola e temporizar a jogada, por forma a que ela não se perca em poucos segundos. Estas falhas técnicas também se estenderam ao meio campo, no capítulo do passe, e em momentos decisivos, naqueles em que tínhamos algumas chances de criar perigo. E foi pena porque em termos tácticos estivemos quase perfeitos, com uma defesa em linha a colocar enormes dificuldades aos avançados do Bayern, apanhadas inúmeras vezes em fora de jogo. Mas o desafio teve duas partes distintas, na primeira, por causa do nervoso miudinho, lateralizámos em excesso, ninguém queria assumir responsabilidades, nomeadamente Amorim de quem se esperava uma atitude mais personalizada. No segundo tempo Jesus deve ter espicaçado os jogadores que se apresentaram mais desinibidos conseguindo então desenvolver o seu futebol, e durante vinte minutos o Belenenses pareceu poder discutir o jogo e o resultado! Mas as carências atacantes frustraram as melhores intenções. Precisamos de um avançado de categoria indiscutível, que domine o básico daquela posição decisiva. Era suposto ser o Weldon!
Nota alta para o centro da defesa, Devic incluído, e para Costinha! Alvim esteve esforçado, José Pedro e Silas no melhor e no pior, Amorim melhorou na segunda parte.
As substituições não resultaram, apenas Amaral cumpriu.
Na segunda mão temos hipóteses... mas é preciso marcar golos.
Resultado final: Bayern de Munique 1 - Belenenses 0
Saudações azuis.

Belém no primeiro canal!

O poder político parece ter acordado de uma longa e triste hibernação, deve ter percebido, ou alguém lhe explicou, que isto de reduzir a informação pública desportiva a Benfica, Sporting e Porto, pode ser muito engraçado, mas tem consequências, destapa excessivamente a veloz caminhada para um destino mais que provável – o país transformado em mera região autónoma peninsular, sem necessidade de tantos políticos e governantes e na parte que agora nos interessa, sem condições de disputar um campeonato nacional. Deve ter soado então o alarme e por essa razão as participações na Taça UEFA de Braga, Belenenses e Paços de Ferreira merecem honras de transmissão televisiva! Tenho a certeza de que há um ano (antes do lamento de Paulo Duarte, treinador da União de Leiria), isto não teria acontecido, no máximo, talvez uma rádio local transmitisse algum destes desafios.
Quer isto dizer que podemos ter esperança? Que os tempos mudaram? Não vou responder, preciso de outros sinais do poder político, sinais de independência, sinais de patriotismo e verdade, o que até à data não tem acontecido, mais parecendo que somos governados pelo medo, pela cumplicidade e… pelas sondagens!

Agora o jogo de Munique, e as hipóteses azuis de conseguir um bom resultado. Sabe-se que bom resultado é ganhar, ou não perder, marcando um golo! A eliminatória seria então resolvida no Restelo. Para que isto aconteça confio que Jesus terá imaginado a melhor táctica e terá escolhido também os melhores intérpretes. Não devo andar longe da verdade se disser que a chave do jogo se situa no trabalho dos médios defensivos, Amorim e Weverson (?), e na capacidade de toda a equipa pressionar o adversário quando este tiver a bola. Precisamos de jogadores rápidos e que consigam ao mesmo tempo refrear o ritmo dos alemães. E cuidado com os disparos de meia distância daquele jogador que tem um nome difícil de escrever.
Logo já saberemos. O jogo é transmitido em directo no canal 1, às 18 horas.
Saudações azuis.

terça-feira, setembro 18, 2007

Rábulas da segunda circular

A primeira anedota tem a ver com o incontornável Vieira do Benfica. Cuidado com o homem, não terá lido Maquiavel, nem precisa, porque tem a escola toda! A forma como se desembaraçou do incómodo Veiga, e dos processos judiciais que o perseguem, depois de uma coabitação tão íntima que até deu frutos… é de facto brilhante. Já não digo o mesmo no que toca a Fernando Santos porque podendo discordar das suas decisões técnicas, embora tenha sido ele que o escolheu, toda a gente reconhece tratar-se de um homem íntegro. Mas onde Vieira se revela um ilusionista consumado é na tentativa de se colar ao justo prestígio de Rui Costa junto da massa associativa benfiquista. Diz que vai fazer dele o futuro presidente, garantindo assim a sua própria longevidade (porque fabricar um presidente demora tempo) e ao mesmo tempo passa a mensagem omnipotente de quem designa os seus sucessores! Faz-me lembrar um antigo ditador que foi muito popular entre os soviéticos. Se não sabem, adivinhem.

A outra rábula tem sede em Alvalade, futura Sede da arbitragem nacional e internacional. Só tem graça pelo absurdo que é assistir ao espectáculo de um clube que foi sempre beneficiado pelas arbitragens e que quando surge algum lance duvidoso que o desfavoreça… desata num berreiro como se tivesse sido espoliado de um campeonato! Quem foi espoliado de um campeonato foi o Belenenses, e num jogo contra o Sporting, lembram-se?! No célebre desafio das Salésias, a poucos segundos do fim, com o árbitro a anular um golo ao Matateu quando a bola já tinha ultrapassado em mais de um metro a linha de baliza. Carlos Gomes, o guarda-redes dos leões que safou a bola de dentro da baliza, confessou o facto em entrevista dada pouco antes de morrer.
Também por isso a rábula do livre indirecto já enjoa… e mete dó!

Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Primeira vitória

No fim do jogo, um longo abraço entre Jorge Jesus e Cabral Ferreira selou o contentamento e a importância desta primeira vitória no campeonato! E não foi fácil, ainda não tinham decorrido quinze minutos, e já a União de Leiria se adiantava no marcador fruto de um golo irregular de João Paulo, claramente deslocado em relação à defensiva azul. O Belenenses reagiu mas aquele sistema, com dois pontas de lança, lado a lado, já o disse várias vezes, não funciona em Belém. Era preciso que estivessem muito afinados e que o nosso meio campo tivesse uma qualidade de passe que efectivamente não tem. Ou em alternativa, que os laterais conseguissem flanquear o jogo quase até à linha de fundo, situação que raramente aconteceu. E andávamos nisto, a centrar bolas atrasadas, enquanto a União de Leiria ía exibindo boa capacidade de retenção, com realce para o virtuosismo de Paulo César, a fazer correr a bola, e o tempo, entre os leirienses. E o jogo podia ter ficado sentenciado mesmo no final da primeira parte – de livre directo, ainda a uns bons metros da grande área, Laranjeira disparou um petardo ao poste…Marco nem se mexeu.
E veio o recomeço, Jorge Jesus alterou o esquema, fez sair o trinco Gavilan, que esteve sempre a mais ou a menos durante os primeiros quarenta cinco minutos, substituindo-o por Evandro, que se foi encostar à extrema-direita enquanto Roncatto se encostava à esquerda. Weldon manteve-se no centro do ataque, Amorim recuou e José Pedro posicionou-se no meio. Com este novo esquema o Belenenses subiu de rendimento, tornou-se mais perigoso, graças especialmente à velocidade de base de Evandro, bem secundado por Cândido Costa. Mas o golo do empate surgiu de um lançamento de linha lateral do lado contrário. Alvim executou, um defesa do Leiria meteu mal a cabeça à bola que sobrou para Evandro marcar com um pequeno toque também de cabeça. Estava feito o mais difícil. A partir daí o Belenenses carregou e numa jogada confusa, saída de um livre batido por Zé Pedro, Hugo Alcântara atirou para o fundo da baliza uma bola que teimava em não entrar. Faltavam cerca de vinte minutos para o fim do jogo, tempo para refrescar a equipa e passar a explorar o contra ataque. O estreante Weldon saiu, entrou Fernando que foi jogar na ponta esquerda, deslocando-se Roncatto para avançado centro. E o jogo foi previsível até ao fim – o Leiria tentava chegar ao empate e o Belenenses teve duas hipóteses para marcar o terceiro golo. Nada disto se verificou, acabando o Belém por ser um justo vencedor, pois não é todos os dias que se consegue dar a volta ao resultado. Também por isso merecemos a sorte do jogo.

Resultado final: Belenenses 2 – União de Leiria 1

Algumas referencias individuais:

Weldon – Foi a primeira vez que o vi actuar, pareceu-me um bom jogador, arranca e ganha velocidade rapidamente, esperemos por uma adaptação completa ao nosso futebol onde determinados lances que se praticam no Brasileirão, por cá, não funcionam.

Evandro Paulista – o outro estreante, excelente velocidade de base, muito mexido, penso que pode adaptar-se facilmente ao nosso futebol, marcou um golo na estreia o que é bom sinal.

Melhor jogador azul – Silas

Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 13, 2007

A anatomia de um jogo

Os patriotas da selecção já descobriram o seu bode expiatório, é o tio Scolari, o mesmo que em tempos não muito recuados pôs o país em ‘verde e rubro canto’! Se fosse romano diria como o Cipião – ‘ingrata pátria, não possuirás os meus ossos’! E de citação em citação, ou excitação em excitação, Alvalade encheu-se para ver ganhar a selecção – esse mítico conjunto de emigrantes, tudo o que nos resta para vingar as frustrações diárias, o antigo hábito das derrotas, o império perdido, a independência a esvair-se… Para alicerçar o sonho a comunicação social que temos (e somos), garante em cada noticiário, ou em mesas redondas organizadas para o efeito, que Cristiano Ronaldo ou Quaresma irão reduzir a escombros qualquer adversário que lhes apareça pela frente! Nestas circunstâncias o estádio está em ponto de rebuçado, 50.000 almas que pouco percebem de futebol, exigem a vitória ou a cabeça do seleccionador! Mas ninguém se lembrou (salvo Scolari) que a Sérvia pertence a uma escola de futebol (individual e colectivo) superior à nossa, dispõe também de grandes jogadores, que são titulares nos melhores campeonatos da Europa, e que nestas condições o jogo seria sempre muito complicado de vencer. No final, um gesto irreflectido de Scolari pode ter comprometido a sua continuidade à frente de uma selecção que tem na sua capacidade de liderança o seu ponto forte.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Está na hora

Não é o que pensam, eu gosto de futebol, nunca peço para o jogo acabar, esteja a perder ou a ganhar, e nem estou a versejar. Está na hora de começarmos a pedir qualquer coisa, qualquer coisa de substancial, numa esquina, na televisão, à Caixa Geral de Depósitos, com faixas e cartazes, à porta da Câmara Municipal de Lisboa, eu sei lá, vejo tanta gente a pedir, e tão bem sucedida! Já me estão a chamar invejoso, mas não é verdade, estou a adaptar-me, pois nesta terra ‘quem não chora não mama’! Vejam lá Sporting e Benfica, construíram os seus estádios novos e no terreno dos antigos já resolveram com a Câmara as respectivas urbanizações, eu só oiço falar em milhões, e ainda reclamam por mais milhões! Não sei se alguém ainda se lembra do edil Sampaio jurar a pés juntos que durante dez anos, para aqueles dois, nem mais um euro! Lembram-se? Não se lembram, pois não! Claro, eu também já me esqueci.
Mas voltando ao nosso caso tenho a impressão que temos que aprender a pedir, não se admirem, porque pedir é uma ciência, como outra qualquer, exige estudo, ponderação, e principalmente muita perseverança. Por exemplo, temos que saber exactamente aquilo que queremos e só então fazer o pedido. Se desatamos a pedir tudo e mais alguma coisa ou se o nosso interlocutor percebe que existe alguma hesitação da nossa parte, saímos de mãos a abanar. Portanto exige-se sabedoria e determinação. O outro factor decisivo no pedido consiste em pedir à pessoa certa. Se nos desviamos um milímetro dessa rota está tudo perdido. E a pessoa certa deve ser previamente seleccionada e estudada ao pormenor. Não vou adiantar muito sobre este tema porque tudo depende do tipo de pedido, ou da entidade a quem nos dirigimos, mas já todos perceberam que na Câmara de Lisboa quem manda é a opinião pública, ou seja, antes de pedirmos qualquer coisa temos que nos certificar que o edil está suficientemente pressionado e fragilizado, sem força portanto para recusar o pedido. Por isso antes de pedirmos o que quer que seja na Câmara de Lisboa precisamos de lançar uma campanha mediática surgindo aos olhos da opinião pública como os desvalidos de sempre, as eternas vítimas. Que apenas reclamam justiça. Esta receita funciona sempre. Só se com o Belenenses é tudo ao contrário!
Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 05, 2007

O Belenenses nos media

Não sei se foi ontem ou anteontem que dei com o artigo de fundo de um jornalista que tem fama de ser do Belenenses. Surpreendia-se o director do jornal “A Bola” com o fosso, cada vez maior, que existe entre os três ‘clubes do estado’ (a designação é minha) e o resto do pelotão! Não sei se apenas se referia aos resultados desportivos se ao resto, porque o pior é o resto, e neste resto tem a comunicação social enormes responsabilidades uma vez que ignora tudo o que não tenha a ver com os três privilegiados emblemas. E não apenas ignora como adopta uma atitude missionária em relação a Benfica, Sporting e Porto, apoiando em tudo o que for preciso, branqueando tudo o que for necessário, como se deles dependesse a vida ou a morte do futebol em geral, a felicidade ou infelicidade universais!
Por isso me surpreende a surpresa do influente colunista, que deve saber melhor do que eu que nos tempos que correm, quem não é falado não existe. E porque não existe, mesmo existindo, está condenado a uma morte lenta. É efectivamente isto que está acontecer ao nosso campeonato nacional, perante a arrogância de uns quantos, a megalomania de muitos, mas principalmente, com a cumplicidade de todos!
Tenho glosado esta matéria desde que o Belém Integral existe, há mais de dois anos portanto, e posso hoje concluir que a situação não tem melhorado, muito pelo contrário.
Lembremo-nos, para quem tem memória curta, que a redução de clubes foi defendida em nome de uma maior competitividade na primeira Liga, lembremo-nos ainda dos vários diagnósticos sobre o futebol indígena, que supostamente deveriam servir para atacar a maleita, mas não, servem apenas para sustentar medidas (ou campanhas) que acabam por favorecer os suspeitos do costume!
Daqui passo rapidamente para aqueles monótonos (e infantis) programas televisivos onde se debate até à exaustão a transferência do Simão, a possível transferência do Quaresma ou a possibilidade remota do Sporting ter sido prejudicado pela arbitragem!
Sobre este livre indirecto que virou ‘assunto nacional’, tem tido intervenção infeliz um dos raros elementos conotado com o Belenenses! Digo infeliz porque Coroado disfarça mal os seus amores e ódios… e logo eu que desconfio sempre de ‘belenenses’ que odeiam o Porto!...
Vou ficar por aqui, esperando que seja prioridade na política do clube um combate acérrimo, vital, contra a hegemonia asfixiante dos três ‘clubes do estado’, denunciando isto mesmo: não queremos viver numa democracia popular de leste onde existiam os clubes do estado… e os outros. Ou queremos?!
Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Não se enganem

O Sporting está mais fraco, tal como Porto e Benfica, consequência natural de quem é obrigado a vender os melhores jogadores, mas mesmo assim, o fosso entre estes três clubes e os restantes aumentou consideravelmente! Basta ver a facilidade com que Porto e Benfica se desembaraçaram de Leiria e Nacional, em casa destes, e as dificuldades que experimentaram em anos anteriores. É neste contexto que deve analisar-se o jogo de Alvalade, e por mais optimista que eu queira ser, confesso que o Belenenses me desiludiu. E desiludiu-me porque apesar da maior fragilidade do Sporting, não apresentámos argumentos para vencer o jogo, empatar já seria um milagre. Há quem se contente com pouco, quem arranje sistematicamente desculpas, seja o árbitro, seja o início do campeonato, seja o que for, eu já dei essa matéria há muitos anos, já não me deixo enganar. Estamos longe do Sporting, mentalmente continuamos a léguas de distância, estou convencido que se o Sporting se apresentasse de muletas, ainda assim havia de nos acontecer qualquer coisa, alguma inferioridade que nos impedisse de ganhar o desafio! E não é uma enorme inferioridade efectuar apenas um remate à baliza durante a primeira parte! Não temos ataque, Roncatto não chega, em três jogos marcámos um golo de livre! De que serve reconhecer que Hugo Alcântara tem lugar no eixo defensivo, ao lado de Rolando, que Gabriel Gomez me parece um trinco eficaz, ou enaltecer a classe de Ruben Amorim, se somos incapazes de nos atirarmos com raça e determinação para cima do adversário, sem complexos, antes preferindo exibir uns toques inconsequentes sem destino nem glória!
A segunda parte acabou com um falhanço clamoroso de Zé Pedro…e mal tinha começado! Os episódios que se seguiram, a grande penalidade, as substituições completamente falhadas, a tudo isso assisti na certeza que mais tarde ou mais cedo sofreríamos o golo da ordem.
E assim foi.
Um dia, quando a mentalidade for outra, de cima abaixo, talvez seja possível ganhar em Alvalade.

Resultado final: Sporting 1 - Belenenses 0