domingo, fevereiro 26, 2012

Começar a subir

Está na hora de personalizar a equipa, sem medos, sem pieguices, sem excessos, porque normalmente os excessos são sinal de fraqueza, em suma está na hora (o jogo começa às quinze horas) de entrar em Freamunde para ganhar. Vamos lá descodificar a ‘personalidade’ de uma equipa: - em primeiro lugar está o espírito de grupo, deixando de parte os egoísmos (um alerta especial para Miguel Rosa), concentração máxima (atenção às distracções), mais velocidade e menos displicência (atenção Ferreira), também menos precipitação (atenção Varela) e já agora Varela tem que ser desta que vamos marcar golos.
Outro aspecto importante da personalidade da equipa deriva da estabilidade da defesa, refiro-me à dupla de centrais, que tem oscilado de vez em quando mas é fundamental que esteja bem entrosada, mau grado as inoportunas lesões ou castigos. E finalmente a voz do treinador dentro de campo, ou seja, a voz do capitão de equipa, forte a transmitir confiança, forte a incentivar os mais frágeis em termos psicológicos.
E pronto. O resto é correr do princípio ao fim. Porque as condições técnicas existem.
Vamos lá ganhar Belenenses. Os ‘capões’ não vão ter direito a nada, a não ser arroz e tacho.

Saudações azuis

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Nota à posteriori: Perdemos, dois a um foi o resultado final. Quer eu escreva, quer não escreva, antes ou depois, a pasmaceira é a mesma. Ouvi na rádio que acabámos com dez, o que também não é grande novidade. Afinal 'começar a subir' fica para a próxima. Para já continuamos a descer.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Treinadores fracos e fortes

É claro que antes dos treinadores vêm os presidentes mas hoje apetece-me especular sobre os treinadores. Escolhido o tema, escolho também o teorema – o jogo entre Manchester City e o FC Porto imaginando que Jorge Jesus era o treinador dos tripeiros. E pergunto:
Hulk jogaria?!
E se jogasse, em que posição o colocaria a jogar?
E estaria autorizado a marcar todos os livres?! Todos os cantos?! Ainda por cima á maneira curta, para ficar outra vez com a bola, e desatar (de novo) a tentar furar pelos intestinos dos defensores contrários?!
Outra pergunta pertinente – Jesus arriscaria jogar sem uma referência na área, chame-se ele Kléber ou não?!
Tratando-se de imaginação tenho que imaginar também as respostas de Jesus!
Assim, eu diria, que após uma prelecção inicial contundente, Hulk jogaria encostado ao flanco esquerdo do ataque, e não no flanco direito como ele gosta jogar, perdão, de driblar. Depois, ainda mais contundente, explicava ao ‘íncrivel’ que era proibido perder a bola na recepção, ou seja, de costas para a baliza. Mas no caso de a perder deveria de imediato tentar recuperá-la, em lugar de se estatelar no chão a pedir faltas inexistentes. Faltas que a maioria dos árbitros internacionais não marcam.
E Jesus terminaria a sua prelecção proibindo cantos curtos no caso de haver referências na área especialmente quando existem centrais como Maicon, Otamendi ou Rolando. Mas para que não fossem só proibições, autorizava Hulk a marcar um livre por jogo. Apenas um.
E ai de quem desobedecesse!

Nota básica: Para que conste, no jogo de ontem, Hulk quis marcar e marcou todos os livres frontais à baliza (e foram quatro), e todos sem qualquer perigo para o City. Mais, o único golo que o Porto conseguiu marcar foi anulado por off side de posição de Hulk. Por fim a jogada que mata a eliminatória é precedida de uma perda de bola infantil do mesmo Hulk, no que aliás é reincidente.
De positivo, afinal, o que fez Hulk? Fez uma espécie de cruzamentos remates para uma zona da área onde era suposto que ele próprio lá estivesse!

Este tipo de dependências, numa equipa que deve funcionar em colectivo, é mais frequente do que se julga. Por isso é bom que os treinadores nunca esqueçam o gesto (simbólico) do grande Helénio Herrera que um dia teve a coragem de sentar o Matateu no banco dos suplentes. Fez bem ao Belenenses e fez bem ao Matateu.

Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Quotas, Marco Paulo e Zázá

Em passo lento enfrento o ritual das quotas, a longa fila habitual, sem mudanças, um único guichet, o velho sistema, e comento com outro associado que também espera: - isto está na mesma, está concebido para quem frequenta o Restelo diariamente, para quem vive ou trabalha em Lisboa. Para quem não tem mais nada que fazer. Não está feito para o imediato, para comodidade do público, essa entidade ausente do Restelo, mas cuja importância não convém desprezar. Sim, o público, seja ou não sócio, o público que sustenta (ou deveria sustentar) o espectáculo que ali é servido.
Meia hora depois subo a escadaria, depois a rampa, o jogo já decorria há algum tempo, mas evito olhar para o marcador electrónico. Porém, o mesmo consócio com quem trocara impressões, ultrapassa-me e informa-me: - já estamos a perder.

A equipa estava ligeiramente diferente do habitual, a bola corria mais pelos flancos. Do lado direito Duarte Machado combinava com Zázá, e do lado esquerdo André Pires apoiava Valdir. No resto da defesa também houve alterações – Para além de um novo guarda-redes (Paulo César), a dupla de centrais era formada por Victor Silva e Kanu, ficando o meio campo entregue a Ferreira (trinco), Rodrigo António e Miguel Rosa. No eixo do ataque o inconfundível Varela.
Mas como disse, quando cheguei ao meu lugar o jogo já decorria há muito e o Portimonense parecia deter as rédeas do encontro. No entanto vislumbrava-se alguma reacção azul. E foi assim que em resultado de um livre bem marcado por Miguel Rosa, conseguimos chegar ao empate – a bola procurou a cabeça de Kanu, este tabelou para a área onde apareceu Rodrigo António a encostar também de cabeça para o fundo da baliza. A primeira parte estava a acabar mas o Portimonense ainda ameaçou com um bom remate de cabeça a que correspondeu Paulo César com uma bela (e importante) defesa.
Segunda parte, mais equilíbrio, boas descidas de André Pires, alguns cruzamentos perigosos, enquanto Zázá crescia pelo lado direito, enleante, incomodando seriamente a defensiva dos algarvios. Estes por seu turno respondiam em contra ataque, e num deles, um remate poderoso do seu mais perigoso jogador embateu fragorosamente no poste, não entrando por milagre!
Mas o Belenenses insistia à procura do golo da vitória. Até que perto do fim Marco Paulo faz duas substituições estranhíssimas: - retira Varela do jogo retirando a única utilidade que Varela tem ou tinha naquele momento, ou seja, ser a referência em termos de jogo aéreo, e colocou no seu lugar Tomané, outro tipo de jogador para outro tipo de jogo. Logo a seguir fez sair Zázá, o que se compreendia se estivéssemos a ganhar e fosse apenas para os aplausos. Sem dúvida merecidos, foram aliás os meus únicos aplausos. Mas não estávamos a ganhar e Zázá fazia falta dentro de campo, quanto mais não fosse para arrancar mais alguns livres perigosos. O jogo acabou pouco tempo depois, empatado naturalmente.

Resta acrescentar algumas notas: - Zázá é hoje uma pérola azul, como aliás bem referi em crónicas anteriores. A equipa beneficia do seu toque de bola, da sua capacidade de galgar terreno. Os adversários para o travar fazem faltas e recebem cartões amarelos. É certo que tem compleição frágil, que leva muita pancada mas existe ali um caminho para o ataque e para os golos. Assim haja quem finalize. Esperemos que não seja vendido de qualquer maneira porque precisamos dele para nos safarmos da segunda B.
Outra mudança saudável tem a ver com a marcação de livres e pontapés de canto que, quando ocorrem do lado direito do nosso ataque, ficaram a cargo de André Pires, acabando-se assim com o protagonismo exagerado de Miguel Rosa. Que tem que levantar a cabeça, jogar mais para o colectivo, deixando de ser egoísta, ou seja, deixando de rematar quando se aconselha o passe. Apesar de tudo a equipa pareceu-me mais desperta, e ligeiramente mais rápida. Aguardemos os próximos capítulos.

Saudações azuis