sábado, abril 30, 2016

É para perder com todos?!

No primeiro parágrafo desta crónica vou repetir o que já disse na última. Refiro-me à teimosia de deixar o Filipe Ferreira no banco! Mais uma vez e pelas razões já invocadas, não percebo. Qual é a necessidade de desequilibrar ainda mais um sistema defensivo que luta com problemas estruturais desde o inicio?! Aventuras?! As mesmas experiências?!

O resto, a motivação, a falta de objectivos, é tudo uma treta. Assisto pela TV aos jogos dos campeonatos de Espanha, Alemanha, etc, e nada disto acontece. As equipas, os jogadores, os treinadores, têm sempre objectivos. E os adeptos sonham com eles. Assim, não admira que para ver o Estoril (último jogo em Belém) só lá apareçam os jogadores e respectivas famílias. E o pior é que fico a pensar se o Lito não terá razão! Afinal não eram 'mind games' como sugeriu o Jorge Simão. Até rima! E a coisa está tão infeliz que já nem golos marcamos! 

Saudações azuis


Nota básica: Tenho ouvido dizer que já estamos a preparar a próxima época, desculpando de certa maneira o falhanço desta. É bom que assim seja. Pois como os últimos resultados demonstram, sem os emprestados de Janeiro, continuaríamos muito perto da linha de água.

sábado, abril 23, 2016

Crónica de mau perder

O treinador revela nível quando assume os seus pecados mas eu hoje não estou para aí virado. Estou com aquilo a que se chama ‘mau perder’. E o mau perder recrimina sempre, não aceita desculpas, e aponta erros. Começo já por um, repetitivo – Fábio Nunes no lugar de Filipe Ferreira! Mas porquê?! Para quê testar de novo uma solução que não deu resultado?! O Fábio Nunes é rápido mas não sabe jogar a lateral esquerdo. Não tem rins para aquele lugar. É certo que o Filipe Ferreira cometeu um penalty irritante contra a Académica mas isso não era razão para ir para o banco. Enquanto não tivermos um melhor que ele, o Filipe Ferreira tem que jogar sempre. Curiosamente quando entrou, faltava menos de um quarto de hora para o fim, ainda fez dois cruzamentos para a área do Boavista. Cruzamentos que o Boavista despachou fácilmente mas a verdade é que nunca apareceu ninguém ao primeiro poste. E volto ao Fábio Nunes para dizer que se calhar deveria ter jogado no flanco esquerdo (que é o seu lugar) onde teria sido mais útil que Miguel Rosa, que ali, reduz a frente atacante: - foge sempre para o meio pois não tem pé esquerdo.
Este foi o primeiro desabafo que não retira mérito à primeira parte do Boavista – quem tem Rúben Ribeiro tem quase tudo no que toca a organização atacante – mas a verdade é que o jogo poderia ter sido um pouco diferente.
No resto houve vontade, mais posse de bola, mas uma posse de bola inócua. Sem criar verdadeiro perigo.
O árbitro foi caseiro, exagerado na expulsão, mas o Ricardo Dias sabe que tem um problema com os braços. Que já aqui salientei várias vezes. Ao Belenenses ninguém perdoa nada. Perdemos estatuto e não é com guerras internas que o vamos recuperar.

Destaques individuais: - dois Ribeiros, o nosso guarda-redes e o médio do Boavista, um jogador acima da média!



Saudações azuis


Nota para a SAD: Sem o meio campo que fomos arranjar em Janeiro o Belenenses vulgariza-se. E com o Paços lá teremos que jogar com dois centrais esquerdinos! 

sexta-feira, abril 22, 2016

“A figura do Belenenses é o colectivo”!

A frase é de Julio Velasquez, treinador do Belenenses, enquadrada por um conjunto de declarações que deviam ser o lema de todos os que seguem a camisola azul com a Cruz ao peito! Trata-se de um jovem técnico, razoavelmente desconhecido, e que chegou no meio de alguma desconfiança. Eu por mim falo. Porém, tem provado amplamente a justeza da sua contratação. Os jogadores apreciam-no, os adeptos também, a crítica enaltece-o. Pode ser um dos pilares do nosso regresso ao lugar que já nos pertenceu.

Quanto ao jogo desta noite espero que a equipa que entrar em campo mantenha a personalidade e a coragem que tem vindo a demonstrar. E já agora, que traga os três pontos no bornal. Ao contrário de alguns belenenses, por certo mais recentes, não mantenho especial rivalidade com os boavisteiros. São adversários como outros quaisquer e como tal devem ser respeitados. A minha rivalidade especial é com aqueles três que vocês conhecem. E desses três é com um em particular. Os belenenses mais antigos sabem bem a que clube me refiro.

Enfim, também aqui, nesta história das rivalidades, se nota o declínio. Os antigos não podem ver o encarnado; os ‘midle age’ andam ás turras com o verde; os mais jovens, que nunca caçaram nem águias nem leões, entretêm-se com os pardais da Boavista.


Saudações azuis    

quarta-feira, abril 20, 2016

Suspeitas - segunda parte

Notícias que me chamaram a atenção, CM edição de hoje, quarta – feira, aqui vão algumas, ao acaso:

‘Petit (treinador do Tondela), expulso no último jogo, 25 dias de suspensão’. (Vai ver o Tondela descer na bancada).
José Luís e Luís Arnau (equipa técnica do Belenenses), expulsos no último jogo, dez dias de suspensão. (O Piscarreta já tinha feito o seu trabalho).
Jorge Jesus (treinador do Sporting), expulso no último jogo, 192 euros de multa. (Pode voltar ao banco).

“Ordenados em dia – Fernando Oliveira, presidente dos sadinos, garantiu ao CM que os ordenados do plantel estão em dia: - Fizemos um grande esforço, mas cumprimos o controlo financeiro da Liga. Já fomos elogiados por não termos salários em atraso, disse.”

“Jogo decisivo – o Vitória de Setúbal tem este domingo o jogo mais importante da época, frente ao Tondela, no Bonfim. Os sadinos estão cinco pontos acima da linha de despromoção e um triunfo sobre lanterna vermelha permite somar 32 pontos, marca que deve garantir a manutenção.” (Hugo Miguel de Lisboa é o árbitro).

“Vitória de Setúbal (Arnold): - Estou desiludido. Perturbado, o atleta esteve incontactável durante todo o dia.”

“Soares Dias apita Benfica”.

“Benfica paga 135 mil euros para encher Estádio de Vila do Conde’. O Benfica comprou a totalidade da Bancada Nascente do estádio dos Arcos, palco do jogo da 31ª jornada da Liga diante do Rio Ave. O clube da Luz pagou cerca de 135 mil euros por 5066 lugares, apurou o Correio da Manhã.”

“Mais quatro como garantia” – Os passes de Carcela, Victor Andrade, César e Raul Jiménez foram dados ao Novo Banco como garantia de pagamento de um empréstimo bancário de acordo com o prospecto da nova emissão obrigacionista do Benfica (50 milhões de euros pagando juro anual bruto de 4,25%, a três anos, cuja subscrição arranca hoje).”

“O clube da Luz aumenta assim de 12 para 16 o número de jogadores nessa situação (de garantia) ”.


Enfim, já chega de ‘boas notícias’ que explicam a realidade do nosso campeonato, do nosso futebol, do nosso país. A única coisa que posso esperar desta resenha de escândalos é que o meu Belenenses não se torne dependente de dependentes, pois não há pior situação no mundo que ser escravo de escravos.

A outra conclusão que posso extrair é que nunca me enganei sobre este futebol ‘soviético’ em que vegetamos, onde existem três clubes do estado, sustentados pelo erário público, (onde vais Novo Banco?!), e existem os outros, os que ficam com as migalhas e gostam de ser serviçais daqueles!



Saudações azuis 

terça-feira, abril 19, 2016

Campeonato sob suspeita

Os adeptos do Belenenses e provávelmente os adeptos dos chamados clubes pequenos, desvalorizam as polémicas que se vão acendendo e reacendendo ao longo da época envolvendo os clássicos candidatos ao título! E desvalorizam porque acham que isso não é nada com eles como se pertencessem a outro campeonato! Nada mais errado. Tudo o que se passa no campeonato diz respeito a todos e se não estivermos atentos o risco de sermos enganados aumenta. E não nos deve condicionar o facto desta ou daquela denúncia aproveitar (pontualmente) a este ou àquele clube em concreto. Se determinado comportamento se afasta do comportamento padrão, isso necessita de esclarecimento. O silêncio, o deixa andar, não ajudam o futebol português.

A última incongruência, chamemos-lhe assim, teve a ver com o adiamento do jogo entre o Benfica e o Vitória de Setúbal, uma generosidade setubalense permitindo que o seu adversário tivesse mais um dia de descanso após a jornada europeia! A pergunta elementar não pode deixar de ser feita: - onde ficam os interesses desportivos do Vitória de Setúbal?! Foram defendidos?! Nem preciso de invocar o estado de necessidade pontual como alguns o fizeram. Basta perceber que isto não aconteceria em nenhum campeonato credível. Campeonatos com os quais gostamos de nos comparar.
Dirão aqueles a quem interessa desvalorizar o assunto: - o Benfica ganhava de qualquer maneira! E eu respondo: - pois esse é o argumento mais suspeito que se pode invocar.

Temos telhados de vidro?! Pois se temos, mudemos de telhado.

Saudações Azuis


Nota importante: Para saudar o regresso de Palmeira, saudar a sua força de vontade, face a uma lesão complicada que o afastou muito tempo dos relvados. Sempre contámos com ele e grande falta nos fez este ano.

segunda-feira, abril 18, 2016

Foi-se a réstia de esperança…

Vamos começar por dizer que o Belenenses jogou bem e se a vitória fosse uma questão de mérito ganharíamos folgadamente. Mas ficámos pelo empate. Um empate perante uma Académica com a corda na garganta, que lutou muito, mas não mostrou muitos argumentos. Como o seu próprio treinador reconheceu desportivamente - tiveram sorte. A sorte chamou-se penalty, numa jogada onde Filipe Ferreira foi ingénuo na abordagem do lance, uma vez que Hugo Seco já tinha ganho a posição. E talvez não conseguisse concretizar. Já não estava em campo Gonçalo Brandão que talvez adivinhasse a dobra!

Seja como for o Belenenses sofreu de falta de eficácia, não conseguindo materializar em golos o domínio exercido. Faltou alguma inspiração a Miguel Rosa, e a Sturgeon continua a faltar o golpe de asa, quer no último passe, quer nos golos que não marca, isto apesar de ter feito uma bela exibição! Mas insisto, dois golos por época, é curto para um jogador com pretensões. E já agora aproveito para dar um recado à SAD – Sturgeon é, obviamente, para renovar.

Voltemos ao jogo e ao meio campo, de certo modo improvisado, uma vez que os habituais titulares (Aguilar, Bakic e Carlos Martins) estavam lesionados. Foi basicamente o meio campo que nos levou à vitória (na segunda parte) em Setúbal e que ontem voltou a controlar o jogo e a criar oportunidades para outro resultado. Portanto não foi por aqui. Neste aspecto apenas André Sousa esteve abaixo do esperado. Um tanto nervoso e a necessitar de rever a sua postura em campo. A ver se nos entendemos: - estar permanentemente estatelado na relva, e ao mais pequeno contacto rebolar-se com dores, não é bom caminho para quem quer assumir as rédeas do meio campo azul. Precisamos de mais endurance, e menos exagero. E nestes exageros acabou por prejudicar a equipa ao deixar-se expulsar num caso em que foi ele a vítima! O árbitro errou, é certo, mas não se espere dos árbitros portugueses, especialmente nesta fase do campeonato, grandes afirmações de coragem. E foi cartão amarelo para os dois. Só que o amarelo do Sousa era o segundo.

Últimas notas – a réstia de esperança, o sonho do sexto lugar, esfumou-se com este empate. Essa é, para mim, a grande desilusão de uma época. Uma época cheia de recordes, recordes europeus, recordes de golos sofridos, uma época em que chegámos a pairar sobre a linha de água! Uma época, melhor dito, uma segunda volta em que um treinador desconhecido revolucionou o futebol azul e nos colocou de novo na rota europeia. Rota europeia manchada por deslizes* e goleadas insuportáveis**. Uma época de instabilidade dentro do clube. Uma época para recordar e aprender.


Saudações azuis


*Deslizes: - Arouca, no Restelo, Tondela no último minuto, empate com a Académica - são sete pontos.
**Goleadas insuportáveis: - contra os nossos rivais.

Post Scriptum: - É evidente que o trabalho do árbitro nos prejudicou ficando até por marcar uma grande penalidade contra a Académica. Mas isso já os belenenses estão habituados. Isso só muda quando mudar o regime... republicano, com hino e tudo.      

quinta-feira, abril 14, 2016

Barómetros…

Ontem, na primeira página do CM, em letras gordas, dizia-se que Bayern e Benfica estavam separados por 407 milhões de euros! Separados no sentido de que o plantel dos bávaros era mais valioso do que o dos encarnados precisamente naquele montante. Nas páginas interiores o tema era desenvolvido com o intuito de exaltar a gesta do nosso pequeno David contra o poderoso Golias germânico! Entretanto, no meio da poeira, ficámos a saber mais alguma coisa sobre as desigualdades: - assim, segundo o site Transfermarkt o Bayern é o terceiro clube do ranking com um plantel avaliado em 578,55 milhões, apenas superado por Real Madrid e Barcelona. Quanto ao Benfica ocupa o 29º lugar com o plantel avaliado em 171,25 milhões de euros. Mais curiosa é a conclusão do articulista, e cito: - ‘(O Benfica) apesar de ser o clube português em melhor posição, está longe do poderio alemão no que aos números diz respeito. Para se perceber a diferença, todos os clubes da Liga portuguesa valem, no total, 822 milhões de euros’, fim de citação!

Portanto podemos inferir que o nosso jornalista vive incomodado com o facto do plantel do Bayern ser quatro vezes mais valioso do que o do Benfica, mas passa bem o dia e gosta de apreciar os confrontos entre os encarnados, e por exemplo, o Belenenses (23,5 milhões) ou o Moreirense (14,5 Milhões)! Aqui a diferença é só um bocadinho maior, ou seja, oito vezes para o Belenenses e onze vezes para o Moreirense!

É o que eu digo - as comparações são um perigo!



Saudações azuis

terça-feira, abril 12, 2016

Toca o hino!

Alguém disse que o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes! É uma definição curiosa e tendo a concordar com ela. E por isso acho um pouco rebuscada e até ridícula a sugestão da SAD para que se toque o hino nacional antes dos jogos! Não sei se a sugestão se refere apenas aos jogos do campeonato, se também se alarga aos jogos da Taça de Portugal, à Taça da Liga, aos jogos particulares, não sei, mas a ideia continua a ser rebuscada.

A tradição é que se toquem os hinos dos clubes visitados quando as equipas entram em campo. O hino nacional fica reservado para a selecção. E os hinos dos clubes têm a sua importância, na medida em que vincam o carácter de cada agremiação distinguindo-a de todas as outras. No caso do Belenenses há-de ter sempre uma referência à Cruz de Cristo posta nas caravelas, caravelas que um dia partiram do Restelo à descoberta do mundo. Essa referência identitária é algo a que nenhum belenense fica indiferente. Quem é que não gosta de ouvir à entrada das equipas o ‘canto do mar’ do Pedro Barroso! Não é esse o hino oficial do Belenenses mas o facto de haver vários cânticos que se identificam com o Clube é sempre uma riqueza, uma mais-valia.

Assim a proposta da SAD iria apagar aquilo que mais do que nunca precisa ser realçado, ou seja, a diferença entre as colectividades numa indústria cada vez mais abstracta e colonizada pelos interesses dos mais fortes. Sei que não terá sido esse o argumento invocado mas os riscos são evidentes. A troco de uma maior solenidade e envolvimento das duas equipas no espectáculo, ao melhor estilo da Champions, perdia-se uma parcela da história.
  
Portanto, termino como comecei: - a uniformidade é inimiga da diferença e é a diferença que faz os clubes.


Saudações azuis


Nota: Haveria sempre a hipótese de manter os cânticos clubísticos à entrada das equipas e no alinhamento tocar-se então o hino nacional. Ainda assim, discordo. Mas desta vez discordo por causa do hino nacional. Faz-me sempre lembrar a implantação da república.

segunda-feira, abril 11, 2016

O sprint final

Velasquez voltou ao normal, não inventou! Deu uma vista de olhos ao onze que propus e decidiu-se por Miguel Rosa em vez de Fábio Nunes. Era uma opção mas como se viu na primeira parte o Belenenses teve pouco jogo ofensivo. O meio campo errou inexplicávelmente alguns passes de transição e nesse aspecto viu-se que Bakic não estava nos seus dias. Mas Bakcic lesionou-se cedo no encontro. Era altura para decidir se apostávamos tudo no ataque ou se nos resguardávamos defensivamente! Velasquez preferiu resguardar-se e colocou Rúben Pinto a par de Aguilar. Menos mal. A outra hipótese seria aproveitar a boa onda de Tiago Silva. Ofensivamente não houve grande melhoria valendo então o bom desempenho defensivo, para além do labor de Aguilar a meio campo, a segurar bem a bola.

Na segunda parte com Miguel Rosa mais próximo de Juanto e André Sousa a derivar para a esquerda, a equipa tornou-se mais ameaçadora. Entretanto surge novo contratempo. Aguilar acusa o esforço e pede para ser substituído. Entra Ricardo Dias, e com isso o Belenenses ganhou músculo (e mais intensidade) passando a recuperar muitas bolas. Assim, com o domínio de meio campo e a subida de rendimento de Sturgeon, a vitória dos azuis chegou com naturalidade.
Não foi tarefa fácil, vê-se que há treino e dedo do treinador, até porque o Vitória de Setúbal precisava destes pontos para assegurar de vez a manutenção.

Numa análise mais fina, nota-se que há jogadores que estão a subir de rendimento e como tal devem ser aproveitados neste sprint final. O campeonato ainda não acabou. Globalmente gostei do desempenho defensivo, com a equipa muito compacta, muito solidária e onde é justo destacar a boa exibição de Gonçalo Brandão! Também gostei de Abel Aguilar a revelar classe, por vezes no limite do calafrio, mas tem que ser assim. Quem tiver medo de ter a bola não pode jogar no grande Belenenses. Outro capítulo: - André Sousa tem que jogar, e por duas razões importantes: - está sempre em jogo e por isso procura sempre a bola. Parece a pescadinha de rabo na boca mas não é. Com um bocadinho mais de intensidade e com menos tendência para se atirar para a relva, temos ali um grande organizador de jogo! E não se percebe porque é que não é ele a marcar as bolas paradas! Juanto, que jogou bem e marcou o golo, é que não revelou grande aptidão para tal. Pelo menos ontem. E mais duas referências individuais: - a excelente entrada de Ricardo Dias, tal como já tinha acontecido contra o Sporting; e a grande segunda parte de Sturgeon que desbaratou o flanco esquerdo da defesa sadina!

Não é meu costume falar do árbitro, mas Soares Dias durante grande parte do jogo não deixou o Belenenses jogar. Apitava a tudo, parecia basket.


Saudações azuis 

sábado, abril 09, 2016

O Belenenses joga amanhã em Setúbal!

A equipa de futebol do Belenenses joga amanhã no Bonfim e é para ela que estão voltadas as atenções dos adeptos. O resto é conversa fiada. Esperamos uma vitória e para que isso aconteça Velasquez não pode inventar. 
Sem os lesionados Ventura, Carlos Martins, Amorim e Caeiro,  eu arrisco o seguinte onze: - Ricardo Ribeiro na baliza; o quarteto defensivo deve passar por Geraldes, Gonçalo Silva, Gonçalo Brandão e Filipe Ferreira; a meio campo, Aguilar, Bakic e Sousa, deixando nas alas Sturgeon, à direita e Fábio Nunes (ou Miguel Rosa) na esquerda; no eixo do ataque, Juanto. Uma equipa coesa, que saiba defender e atacar.


Saudações azuis   

sexta-feira, abril 08, 2016

Se é para isto… acabem com a formação!

A gente acorda e a primeira coisa que lê dá logo vontade de mandar o Belenenses às urtigas. No ping pong das notícias, ontem com a revelação da conta corrente entre a SAD e o Clube, onde a SAD aparece credora, hoje com a notícia da venda de dois juniores aos nossos rivais – Benfica e Sporting, dando toda a ideia de uma revanche por parte do Clube, ultrapassámos todos os limites de uma guerra cuja única vítima é o Belenenses.

Não vou ser juiz de uma causa perdida, o que afirmei anteriormente, reafirmo hoje e sempre: - é urgente rever a estrutura de poder no Belenenses. Elucidativo é este episódio dos juniores! Porque a ser verdade que o Clube não os 'vende' à SAD porque esta não paga, só me ocorre dizer o seguinte: - pior do que ter uma SAD que não paga ao Clube é ter um Clube que prefere vender os juniores aos nossos adversários em lugar de os ceder gratuitamente à equipa principal! Se amassem realmente o Belenenses era isso que fariam.

Assim, o melhor é acabarem com a formação. Porque não há nenhum adepto que aceite que as receitas do clube se destinem a formar jogadores para o Benfica ou para o Sporting. Mesmo que o negócio seja lucrativo.
Não escreverei mais sobre este assunto que de facto, não tem ponta por onde se pegue. No próximo postal falarei de futebol. De uma vitória em Setúbal!


Saudações azuis

quinta-feira, abril 07, 2016

Chegamos ao centenário?!

Começo a ter as minhas dúvidas. Dúvidas que aumentam com o silêncio dos restantes órgãos sociais do clube! Que assim pactuam com as ‘explicações’ da Direcção sobre os actos de sabotagem sem arrependimento! A situação piora se concluirmos que preferem ver o clube a disputar os distritais a abdicarem dos seus pequenos poderes!
É neste ponto que estamos e talvez seja útil reflectir sobre o assunto:

A SAD, quer se goste ou não do respectivo administrador, do seu curriculum, da sua política desportiva, é quem detém o negócio do futebol profissional. Actividade que o clube alienou, de livre e espontânea vontade, por ter chegado ao limite das suas capacidades. Esta é uma verdade insofismável.

Sobre o respectivo percurso convém lembrar que sem a venda da SAD não conseguiríamos inscrever o Belenenses na Liga de Honra o que levaria à extinção imediata do futebol profissional. Resolvida esta questão premente, conseguimos subir rápidamente à primeira Liga, lugar onde estamos, e que é o nosso. Portanto, em termos de perfomance desportiva, não podemos dizer que Rui Pedro Soares defraudou as expectativas.

Subsiste no entanto a dúvida sobre a sua independência financeira, sobre a solidez do investimento, e por mim falo. Mas isso são estados de alma que todos podemos ter e não provam nada. A prova real é feita através dos resultados, jornada a jornada, nas vitórias e nas derrotas, na classificação final obtida. Aí Rui Pedro Soares arrisca não apenas o seu investimento, pouco ou muito, mas sobretudo a confiança dos adeptos. Neste sentido é ele o primeiro interessado em que as coisas corram bem.

Preocupa-me mais a actividade da Direcção. Sem o protagonismo que o futebol profissional confere, incapaz de se adaptar à nova realidade, numa lógica de poder paralelo, quer criar outro Belenenses! Um Belenenses cheio de modalidades e actividades e faz disso prova de vida! Se estes projectos colidem ou não com o futebol profissional pouco interessa. Como aliás se viu no caso da relva no campo nº 2 – a SAD queria um campo de treinos com relva natural! Paciência, porque o clube precisa de um campo de treinos com relva artificial! E fez-se a sua vontade! ‘A SAD que resolva os seus problemas’, fora do Restelo, supõe-se.

 Outro aspecto que me preocupa é que a partir de agora, sem o barómetro do futebol, a Direcção, esta ou outra, deixa de ser avaliada pelos resultados desportivos! Nenhum adepto lhe pedirá contas sobre as vitórias ou as derrotas do futsal ou do triatlo. Esta é uma alteração qualitativa importante e cujas consequências ainda não conseguimos prever. Para já, não se coíbe de criticar as opções da SAD e do treinador.

E fechamos esta reflexão com o desígnio várias vezes anunciado da recompra da SAD pelo Clube. Como não foi revelada nem a forma nem a substância do negócio, podemos especular. 

Assim, e sem prejuízo do que escrevi no postal anterior, onde o acento tónico é colocado numa nova estrutura de poder que concilie a identidade do clube, valor primacial, com os interesses da indústria do futebol, admito que é sempre possível mudar de investidor. 

Mas para isso são necessárias duas coisas: - que o actual detentor esteja disposto a vender e que haja alguém que esteja disposto a comprar. Com mais garantias que o actual. Está fora de questão voltar a ser o clube a gerir o futebol profissional. Isso vai contra a lógica da criação das SAD e no caso do Belenenses seria cavar de novo a mesma sepultura!

Portanto estamos a falar de um novo e hipotético investidor que há-de querer mandar no seu dinheiro, e há-de querer condições, infraestruturas e ambiente, que o tornem rentável. Condições que olhando para o que se vai vendo, não existem. No que diz respeito a infraestruturas, o Restelo está híper ocupado, o campo de treinos não tem relva natural e também está ocupado, um terreno para um centro de treinos fora do Restelo não se vislumbra… Quanto às condições ambientais, como se viu pela semana transacta… não são animadoras. Ou seja, não vai ser fácil arranjar quem se aventure. A não ser que mude muita coisa.

Logo, a pergunta mantém-se: - Chegamos ao centenário?!




Saudações azuis  

quarta-feira, abril 06, 2016

Inevitável

Desde o início das primeiras picardias entre a SAD e o Clube, ainda na vigência da direcção de António Soares, que venho dizendo (está escrito) que o modelo bicéfalo em que assenta o regime institucional do Belenenses é um erro gravíssimo. Que não funciona nem vai funcionar. O decurso do tempo e as actuais ocorrências deram-me razão. Mas não era preciso ser génio para adivinhar que uma vez separados o futebol profissional e a restante actividade do clube, não poderíamos continuar a eleger direcções como antigamente. O futebol profissional é a razão de ser do clube e portanto quem manda no futebol tem que mandar no clube. É assim que acontece com os nossos concorrentes onde o presidente do clube é ao mesmo tempo o presidente da SAD. E não pode deixar de ser assim porque quem investe é quem manda. E se não manda directamente, põe lá alguém da sua confiança a mandar. Isto não tem discussão em lado nenhum.

Ou talvez tenha discussão no Belenenses mas pelas piores razões. E chegamos àquilo a que chamei – ‘restante actividade do clube’, sem qualquer menosprezo mas também sem quaisquer subterfúgios. A restante actividade do clube resume-se a tarefas de gestão, de infraestruturas, administrativas e outras, supõe-se que tendo como fim último a valorização do futebol do clube.

Sobram as modalidades, aquelas que o clube tenha capacidade para desenvolver ao mesmo nível que os nossos rivais (Benfica e Sporting) e fica de fora o futebol de formação que em toda a parte está verticalizado e deve depender da SAD.

Concluindo: Urge cair na realidade e perceber que mais importante que pensar em mudar de investidor, (mesmo que seja possível os problemas serão os mesmos) temos de pensar em mudar a estrutura organizativa do clube. Acabar com a bicefalia, hierarquizá-lo, para que possa estar ao serviço do Clube de Futebol ‘’Os Belenenses’’!

Dois galos numa capoeira dão mau resultado.



Saudações azuis


Conferência de imprensa da Direcção - comentário: Depois das 'explicações' da Direcção, em que assume a sabotagem, e deixa algumas ameaças no ar que podem ter implicações no futuro da equipa de futebol, penso que chegámos a um ponto de não retorno. É uma situação perigosa e só com eleições antecipadas pode ser  resolvida. Está na hora de devolver a palavra aos associados. O presidente da assembleia geral deve agir, não pode ficar silencioso e inerte.

terça-feira, abril 05, 2016

Os mártires do Restelo!

Uns conseguem pagar as quotas, outros não, alguns conseguem pagar os blue card, outros não, muitos seguem de longe a vida do clube, em todos a mesma paixão, sem nada em troca - sonham apenas com o regresso do Belenenses ao lugar que já lhe pertenceu!
Esta semana foi particularmente dura e triste para todos eles. São os mártires do Restelo! Quer no aspecto associativo, quer no aspecto desportivo.

No aspecto associativo ficaram a saber aquilo que já se sabia – o Belenenses não tem dirigentes à altura dos seus anseios. Esta é única explicação para os actos de sabotagem que atingiram a equipa de futebol. E também explicam por que razão não saímos da cepa torta. Quando pensamos que é agora, nova desilusão acontece. As razões da decadência não são os árbitros, não são os clubes rivais, ou outras desculpas do género, as razões da decadência estão dentro do clube. Estão à vista de todos.

Podia enfim, no meio de tanta contrariedade, sobrar uma pequena alegria, uma boa exibição e quiçá uma vitória sobre o Sporting! Mas martírio é martírio e Julio Velasquez quando se trata de martírio é para levar a sério. Pensa Velasquez que estamos no mesmo patamar que os nossos rivais! Não estamos. E vá de cometer os mesmos erros que já nos valeram a goleada contra o Benfica. Alterações a mais, laterais a menos, um meio campo frágil perante um meio campo fortíssimo, em suma, uma equipa demasiado aberta perante um adversário demasiado forte.

Trocando por miúdos, não havia necessidade de mexer no que esteve bem na jornada anterior - Filipe Ferreira a defesa esquerdo e André Sousa a descair na ala. Fábio Nunes que até nem jogou mal, não tem rotina posicional de defesa esquerdo e durante a primeira parte deu muito espaço. Fábio Nunes deveria ter sido lançado durante o jogo no lugar onde é mais perigoso - extremo-esquerdo.
A perder por dois a zero ao intervalo, com alguma sorte, diga-se, uma vez que o Sporting falhou um ou dois golos feitos, a verdade, é que no final da primeira parte conseguimos reequilibrar um pouco as operações e por duas vezes ameaçámos a baliza leonina.

Mas Velasquez estava a escrever muito no seu bloco de notas e eu vi logo que vinham aí substituições! Reforçar o meio campo, pensei eu, era boa ideia. Fazer sair Tiago Caeiro e passar Miguel Rosa para o seu lugar seria outra ideia. Mas as minhas ideias não vingaram e Velasquez apressou o martírio – fez sair Tiago Almeida, um defesa direito improvisado mas ainda assim defesa direito, e o Belenenses passou a jogar com três centrais. Lembrei-me então do jogo com o Benfica porque o descalabro também começou assim. O Sporting não se fez rogado e rápidamente esburacou aquele flanco, e só não marcou mais golos porque não quis. A coisa só estabilizou com a entrada de Dias que de facto equilibrou um pouco o sector defensivo. A ideia que me ficou é que devia ter entrado mais cedo. Enfim, esta é a história de mais uma goleada. Uma goleada que quanto a mim e pese a categoria evidenciada pelo Sporting era evitável.

Nas declarações após o jogo Gonçalo Brandão revelou-se um capitão á altura do grande Belenenses - pediu desculpa aos adeptos pela má exibição da equipa, lamentou as ocorrências, mas não se justificou com elas.



Saudações azuis

segunda-feira, abril 04, 2016

Tudo pelo futebol, nada contra o futebol!

O Belenenses é, desde que nasceu, a sua equipa principal de futebol. Primeiro os jogadores, depois os adeptos. O resto veio por acréscimo. Foi o futebol que lhe deu o estatuto de grande (quarto grande já é descer) e é o futebol que lhe dá a importância que ainda tem. Quando deixar de ser esse o norte, a essência do clube, o velho Belenenses morreu. Desse Belenenses há-de ficar apenas uma memória, uma estátua, e um banco no jardim do império. Aliás, ali bem perto temos o CIF (Clube Internacional de Futebol) agremiação por quem tenho estima e que começou por ser uma equipa de futebol, ombreando com os maiores, e é hoje um clube de ténis, que mantém simbolicamente um campo de futebol. Será isso que queremos para o Belenenses?!

Depois dos últimos acontecimentos, surreais, é preciso que alguém, com sentido de responsabilidade, relembre que o papel da direcção, dentro do actual regime bicéfalo, só se justifica se for uma boa retaguarda, um ponto de apoio para o desempenho da equipa de futebol. É nisso que deve consumir as suas energias. Se pelo contrário se constitui como um obstáculo (cortes de luz que atingem a preparação dos jogadores!) a sua existência deixa de fazer sentido. E em nome do amor ao clube que diz ter, deve afastar-se. Não é a prometida solução de apaziguamento, passou a fazer parte do problema.

O silêncio que entretanto se abateu sobre o Restelo e calou os outros órgãos sociais do clube também é estranho. Se é para não perturbar mais a equipa em vésperas de um jogo importante, até posso compreender, mas se não for assim… estamos pior do que eu julgava.

Uma última palavra para aquilo que interessa, para os rapazes que envergam a camisola com a Cruz de Cristo e hoje à noite vão tentar manter viva a velha rivalidade contra o Sporting: - para eles vai a minha esperança de um grande resultado. Um resultado que mantenha a chama que alguns tentam apagar.

Saudações azuis


Nota: Aprecio sobremaneira as boas exibições e resultados que o futebol de formação vem obtendo, fruto de um trabalho que parece estar no bom caminho. Mas isso não pode ser utilizado como propaganda ou arma de arremesso da direcção. É o que se espera que aconteça sempre no Belenenses. Quando não acontece é que está mal. Mas que fique claro: - o Belenenses pode subsistir sem a formação, mas não sobrevive sem uma equipa sénior competitiva.

E a comprovar o que afirmo chamo a atenção para dois factos: - no ano em que os nossos juniores obtiveram a sua última grande perfomance (fomos vice-campeões nacionais) coincidiu com o ano fatídico em que descemos pela primeira vez à segunda divisão. Um golpe quase mortal na vida do Belenenses e do qual ainda não recuperámos. Esta evocação também serve para reflectirmos com o maior realismo sobre o seguinte: - em juniores, quem vai à frente é o Paços de Ferreira! Um forte concorrente também em seniores e não me consta que disperse a sua actividade noutras modalidades. Para bom entendedor…

sábado, abril 02, 2016

O clube recreativo

Já todos conhecem a minha opinião sobre o ecletismo nos clubes profissionais de futebol – deveria ser proibido pelo governo. Em nome do progresso das modalidades. E da transparência do futebol. De facto, na Europa, só em Portugal, e de forma cada vez mais residual em Espanha (Real Madrid e Barcelona) é que persiste esta prática, resultado de uma mentalidade que teve o seu tempo nos anos quarenta e cinquenta do século passado. Nessa perspectiva os estádios de futebol entretanto construídos incluíam pistas de atletismo, caixa de saltos e alguns, como o de Alvalade, pista de ciclismo! Os novos estádios já não são assim, ganha o espectáculo, ganha a equipa da casa que sente os seus adeptos mais perto, e ganha o público em geral porque vê melhor.

Esta transição para um futebol altamente profissionalizado, num contexto cada vez mais competitivo, e exigindo cada vez mais recursos, é fácil de entender, como é fácil de entender que as modalidades não podiam ficar à mercê dos altos e baixos do futebol. Oscilações que têm reflexo imediato nos respectivos orçamentos. Daí que as modalidades se tenham organizado por essa Europa fora em clubes/ modalidade e mesmo entre nós, há experiências disso e com relativo sucesso.
Ora se isto é assim, por que razão não é assim connosco?! Há várias explicações, mas todas elas desagradáveis. Em primeiro lugar cabe às instituições políticas e não aos clubes de futebol, zelar pela prática desportiva, desde a escola à universidade. Esta ‘substituição’ é uma longa mentira e tem servido quase e apenas para receber subsídios e para a propaganda dos grandes clubes de futebol. Porque isto é negócio de grandes, não tenhamos dúvidas. Aliás os progressos e os resultados das modalidades ao longo destes mais de cinquenta anos falam por si – conversa muita, medalhas poucas.

O Belenenses actual, provávelmente fruto da sua inadequada estrutura directiva, parece ter entrado numa nova deriva eclética! Fora de prazo, em contra ciclo, e pela frenética criação de novas actividades, mais parece uma prova de vida da direcção do que uma real aposta nas mesmas. Diz o povo – ‘quem muitos burros toca, algum lhe há-de ficar para trás’! A continuarmos assim é capaz de ser o futebol.


Saudações azuis



Nota: Já depois de ter escrito este postal tomei conhecimento de mais um episódio da guerrilha entre SAD e Direcção! E que infelizmente vem dar razão á minha última frase. Uma profecia.