quarta-feira, junho 29, 2016

Proença velho!

Se bem percebi os candidatos ao título são três – Benfica, Sporting e Porto – por decreto emanado da Liga. Assim, se um deles for jogar fora, por exemplo, contra o Tondela, e o mesmo Tondela for autorizado pela Liga a jogar em Aveiro, para ter mais receita de bilheteira, então os outros ‘dois candidatos’ também jogarão com o Tondela em Aveiro. E vou partir do princípio que se o primeiro destes candidatos, de acordo com o calendário, acabar por jogar em Tondela na condição de visitante, então os outros dois candidatos também terão que jogar em Tondela. Não sendo assim a ‘norma’ estaria furada à partida.

Ora bem, a intenção igualitária parece-me saudável e sempre é melhor haver uma norma destas que nenhuma como sucedia até agora. Há porém, dois problemas, pelo menos! O primeiro tem a ver com a possibilidade de surgir entretanto um quarto (ou um quinto) candidato ao título e que nas últimas jornadas tenha que se deslocar a Tondela! Por exemplo, o Braga, ou um renascido Belenenses! E a pergunta é – também podem optar por jogar em Aveiro?!
O outro problema tem a ver com todos os outros clubes e com a óbvia desigualdade a que, nestas circunstâncias, ficam sujeitos.

Pois é, de um Proença novo, o que se esperava é que pura e simplesmente corrigisse as excepções (antidesportivas) anteriores e obrigasse toda a gente a jogar em Tondela! O argumento da receita, não justifica tudo. E não há verdades desportivas, no plural, há apenas a verdade desportiva, no singular.



Saudações azuis

terça-feira, junho 28, 2016

Camará, Fredy, Bakic… e o Europeu

Há duas posições no futebol onde a aprendizagem é tão importante como o génio natural. Refiro-me ao guarda-redes e ao avançado centro. Cabe aos treinadores valorizarem sistemáticamente estes jogadores que normalmente são aqueles que jogam até mais tarde. No caso de Abel Camará, as qualidades naturais para desempenhar o lugar de ponta de lança existem. Tem arranque, é oportuno, e eleva-se bem. A seu desfavor, uma técnica pouco apurada, e o facto de nunca ninguém lhe ter ensinado a jogar dentro da área, num futebol mais posicional. Mas como a crise de goleadores é, na Europa, mais que visível, valia a pena dar-lhe mais uma oportunidade para evoluir no Belenenses. Clube, afinal, onde se formou.

Fredy rescindiu com o Recreativo de Libolo e sendo assim, talvez possa regressar ao Belenenses. Mais maduro e com mais discernimento (o seu grande problema) quem sabe se não seria o medio ofensivo que precisamos para substituir Bakic! Bakic que segundo li, está a caminho do Sporting! Como veem estou a aproveitar a prata da casa.

O Europeu é para homens de barba rija e que saibam correr! A França só quando começou a correr mais que os irlandeses é que logrou a vitória. A Itália correu sempre mais que a Espanha, uma selecção que vive estacionada no Barcelona de Guardiola! Não aprendeu nada com o Atlético de Madrid de Simeone. Quanto aos islandeses, fortes e espadaúdos, vieram para este Europeu com a lição bem estudada. É difícil ultrapassá-los pelo ar. E nunca desistem de um lance! Finalmente o Portugal-Polónia que se avizinha é um jogo imprevisível. Pode ser o mais fácil de ganhar! Também pode ser o mais fácil de perder! Em teoria temos selecção para passar às meias-finais. Qualquer comentador diria isto, mas eu digo-o, sem grande convicção. Oxalá corra tudo bem.


Saudações azuis 

sábado, junho 25, 2016

Empréstimos no Andebol?!

Já não basta o futebol, onde fica a ideia que temos uma formação para alimentar os nossos rivais*, e vejo agora a notícia de que vamos alargar ao andebol, essa prática, esse absurdo, essa inferioridade! Era o que mais faltava e a Direcção do Clube tem que desmentir de imediato essa notícia. Com efeito não vale a pena termos modalidades para sermos satélites de Benfica e Sporting. Aliás, é minha opinião, desde há muito, que enquanto não conseguirmos uma autonomia plena no futebol profissional, ou seja, enquanto não olharmos olhos nos olhos os nossos rivais, não sairemos, como dizia o poeta, da ‘apagada e vil tristeza’ em que vegetamos. Portanto, repito, nas actuais condições, não vale a pena ter outras modalidades para além do futebol profissional. E se insistimos em tê-las**, só posso concluir que é para satisfazer interesses menores, ou então, quem dirige o Belenenses ainda não percebeu o filme todo.

Saudações azuis



* Eu sei que neste assunto a guerrilha entre a Direcção e a SAD tem sido útil para escamotear a verdade. Mas a verdade há-de vir ao de cima.

** As sucessivas notícias sobre contratações no futsal soam mais a necessidade de protagonismo por parte da Direcção do Clube do que a outra coisa. Como temos memória, sabemos onde acabou a grande equipa de futsal que em tempos tivemos. Acabou toda no Sporting. Portanto, pede-se um pouco mais de humildade e discrição.

quinta-feira, junho 23, 2016

Selecção, Europeu e Belenenses!

Não sou um patriota da selecção, acho isso uma coisa ridícula, e também não sou um consumidor compulsivo do futebol que se pratica nos jornais e nos comentários da televisão. Tão pouco sofro de ronaldite aguda ou sanchite precoce. Se sofresse destas e doutras maleitas, tratava-me, de preferência num centro de recuperação de drogas.

Dito isto estou em condições de escrever algumas linhas sobre a participação portuguesa no Europeu de futebol. E começo com calma: - nem oito nem oitenta! Não temos sido inferiores a ninguém e pelo que vi nos restantes grupos, temos as nossas possibilidades. Podemos inclusivé fazer um brilharete! Assim sejamos capazes de ultrapassar dois traumas – a omnipresença de Ronaldo dentro de campo e o jogo passivo do nosso meio campo. O primeiro trauma pode começar a resolver-se entregando a marcação dos livres a outros jogadores; para resolver o segundo trauma, que é a tendência para o jogo passivo, basta pôr em campo o energético Renato Sanches para que se criem os espaços que sem ele não existem. E todo eu me revolvo quando digo isto, uma vez que Renato representa tudo aquilo que detesto – o nacional benfiquismo que sofremos.

Passemos ao Belenenses e ao seu defeso. Gosto da maneira discreta como se tem trabalhado no reforço da equipa e aplaudo a aposta no mercado jugoslavo onde existem jogadores de qualidade e de fácil adaptação ao futebol português. Quer o Benfica quer o Porto quando ali apostaram saíram-se bem. Além do mais é uma maneira de abandonarmos dependências internas que só nos inferiorizam.
Fala-se agora na troca de jogadores com o Sporting e vou ter que confiar nas capacidades negociais do nosso corpo técnico. Sem conhecer os bastidores não tenho alternativa. Mas que ainda faltam um central (destro) e dois médios (um trinco e um armador de jogo), disso não tenho dúvidas. Aguardemos.


Saudações azuis

sábado, junho 11, 2016

Juízes de fora – memória futura!

Perante o que se vê e ouve, repito o meu comentário algures:  

‘O recurso é a decisão óbvia e concordo plenamente com os considerandos da SAD, pois o que esteve mal ontem também está mal hoje. Já referi que ninguém gosta de subir ou descer pela secretaria mas o que está em causa é mais grave do que isso – o Gil Vicente fez batota e inscreveu um jogador em condições irregulares, logo teria que ser punido. A Liga e a Federação em lugar de recorrerem, escondem-se vergonhosamente atrás de uma sentença de um tribunal administrativo qualquer, abdicando assim, tal como a FIFA o impõe, de regularem o futebol português! Neste sentido a única coisa que me ocorre é pedir a demissão dos actuais órgãos jurisdicionais daquelas duas entidades e entregar aos tribunais administrativos a justiça desportiva. Podiam até arbitrar jogos, e se a moda pega, marcar as faltas… dez anos depois! Com direito a recurso.’

Na mesma onda também comentei a disponibilidade da Federação e da Liga para que Belenenses e Gil Vicente cheguem a consenso! E disse mais ou menos o seguinte:

Uma pedra sobre o assunto tem que implicar duas coisas: Em primeiro lugar a salvaguarda da honra e dignidade quer do Belenenses quer das decisões anteriormente proferidas pelos órgãos jurisdicionais desportivos competentes.
Em segundo lugar a retratação do Sr. Fiúza na qualidade de presidente do Gil Vicente. Inclui os insultos e já agora as festas e as matanças do porco… que não tem culpa nenhuma. A não ser assim estariam sempre em causa os órgãos jurisdicionais da Liga e da Federação, presentes e futuros.



Saudações azuis

terça-feira, junho 07, 2016

Ser ou não ser belenense…

Não é essa a questão. Escrevi muito sobre o ‘caso Mateus’ e na altura defendi o que defendo agora: - as questões desportivas devem regular-se no foro desportivo e a não ser assim caímos no completo disparate de uma justiça avulsa, e como agora se vê, completamente desfasada no tempo e da realidade. Aliás é a própria FIFA que impõe aquela regra. Portanto, que fique claro, nada me move contra o Gil Vicente, antes pelo contrário, trata-se de um digno representante de uma das cidades mais antigas de Portugal – Barcelos, onde os reis de Portugal tiveram Paço. Mas a verdade é que, face á legislação desportiva existente, e à inércia dos órgãos desportivos competentes, o Belenenses fez aquilo que qualquer clube faria nas mesmas circunstâncias. É bonito?! Não é. E agora?!
Agora, perante uma sentença de um tribunal administrativo, sentença que pretende repor uma realidade ultrapassada, tudo isto parece surrealista e confuso! E a pergunta é: - o Belenenses deve ou não recorrer?! Bem, a Federação ausenta-se mais uma vez do assunto e não vai recorrer. Segundo li, o que quer é despachar o caso rápidamente! Na minha modesta opinião ficava melhor na fotografia se viesse anunciar que casos destes nunca mais se irão repetir porque a própria Federação tomou entretanto providências nesse sentido! Ou será que vamos continuar a aumentar e a diminuir campeonatos aparecendo a Federação e a Liga com o ar de eternos inocentes?!
Não respondi à pergunta e confesso que, dez anos depois, já me falta a paciência e a vontade, para tentar mudar seja o que for no futebol português.


Saudações azuis



Nota básica: Para quem nasceu depois do ‘caso Mateus’ esclareço, porque não se deve lembrar, que o argumento usado pelo Gil Vicente assenta basicamente no seguinte: - que a inscrição de um jogador é matéria que escapa à exclusividade do foro desportivo. E na minha opinião, não é assim. Mas como antes referi, essa dúvida, e esse tipo de problemas,  há muito que deveriam ter sido (préviamente) esclarecidos e resolvidos pela Liga e pela Federação.

quarta-feira, junho 01, 2016

A terra dos inocentes!

Este é o país dos recursos… para quem tem recursos naturalmente. Mas a justiça portuguesa tem sempre um recurso. Um, não, vários! E quando não tem é porque prescreveu. Nesse caso nem sequer houve justiça! Assim, a expressão - sentença transitada em julgado - não traz qualquer segurança às partes. Bem pelo contrário. É apenas a entrada num purgatório onde as almas esperam por novo julgamento e nova sentença. Aqui não se condena, nem se absolve ninguém! É como se o estado laico, de tanto atacar a Igreja Católica, se tenha convertido ao ‘inimigo’ e espere pela eternidade para que (finalmente) seja feita justiça!

Portanto, a segurança jurídica não existe a não ser que estejam em causa os interesses (sacrossantos) de alguma instituição do regime. Nestes casos, porém, o que se pretende é arranjar um bode expiatório (à boa maneira judaica) para assim ilibar o verdadeiro prevaricador! Temos vários exemplos desta excepção mas o mais paradigmático é João Vale e Azevedo! Um eterno condenado por ter feito imensas malfeitorias enquanto era presidente do Benfica! E vamos ter concerteza outro bode expiatório semelhante: - Pereira Cristóvão, ex-dirigente do Sporting! Nestas situações, por mais recursos que se interponham, a sentença vai sempre no mesmo sentido e tende a agravar-se!

Mas como referi acima, tirando estas excepções e os motivos que as justificam, o normal é caminharmos, de recurso em recurso, para a inocência dos arguidos já condenados. E vou outra vez aos exemplos do futebol porque nas outras áreas da vida social é mais difícil encontrar pessoas importantes que não tenham sido posteriormente absolvidas. Pois bem, dez anos depois de ter sido condenado a descer de divisão, bem ou mal, pouco interessa agora, o Gil Vicente acabou de ganhar um recurso numa Relação qualquer, sentença que põe na estaca zero tudo o que aconteceu entretanto! Ora aqui está a nossa magnífica justiça a funcionar!
A funcionar e sem perder de vista o seu carácter bíblico! Quem não gostaria de voltar dez anos atrás?! Dez anos mais novo! E porque não mais?! Se para isso basta um recurso e uma sentença!


Saudações azuis