segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Jogar em casa, um Everest de problemas!

Hoje os jornais nem preciso de os ler – ‘Uma boa segunda parte do Belenenses’, ‘Porto sofre para ganhar no Restelo’, ‘Carlos Martins em grande’, etc., etc., etc.!

Mas perdemos! Perdemos mais uma vez em casa e sofremos mais uma vez golos que não se podem sofrer. Nem me refiro ao autogolo de Tonel, uma infelicidade, mas sim ao primeiro, uma disputa de bola, um ressalto bem no coração da área, onde não aparece ninguém para impedir Brahimi de rematar à vontade! Pouco depois a jogada repete-se, há mais um cruzamento atrasado, os médios, os trincos, ninguém acompanha Brahimi, só que desta vez a bola sofre um desvio e não entra. Seria os três a zero antes da meia hora de jogo! As goleadas começam assim.

Só a partir daqui é que o sistema defensivo começou a melhorar, com os médios a encaixar-se na manobra portista, cuja pressão baixou, deixando de asfixiar as laterais por onde o Belenenses insistia em sair a jogar! E até poderíamos ter reduzido antes do intervalo - num livre directo de Carlos Martins que foi ao poste ou num remate de Juanto já dentro da área do Porto e que merecia melhor sorte.

Veio a segunda parte e com ela, algumas alterações decisivas na melhoria azul: – saiu Tonel, Rúben Pinto recuou para o seu lugar, Miguel Rosa entrou para o flanco esquerdo, derivando Juanto para o eixo do ataque. Mas a grande mudança aconteceu quando Bakic, jogador fundamental na organização da equipa, foi ocupar o centro do terreno. O Porto então foi obrigado a recuar. E foi então que marcámos e pusemos Peseiro à beira de um ataque de nervos!
Entretanto, e como é natural, expusemo-nos aos contra ataques do Porto, alguns bem perigosos. É o preço de andarmos sempre atrás do prejuizo.

As análises individuais nas derrotas serão sempre escassas e pouco abonatórias, especialmente para os jogadores intangíveis. Aqueles que é suposto resolverem os jogos a nosso favor. Ainda assim os que estiveram mais perto do seu valor foram – Juanto, sempre perigoso, Bakic, sempre influente, Sturgeon, menos errático do que o costume, e Geraldes (na segunda parte) mais afoito do que o costume. Carlos Martins quis fazer tudo mas nem tudo o que fez lhe saiu bem. E era fundamental que saísse.
Quanto a Velasquez tem que pensar bem no assunto: - ou quer continuar a perder em casa ‘muito orgulhoso dos seus jogadores’ ou quer ganhar em casa com métodos menos brilhantes, com jogadores menos brilhantes, mas mais eficazes! É uma escolha.

Resultado final: - Belenenses 1 – Porto 2

Saudações azuis



Nota final: Para que Bakic possa ser efectivamente o organizador de jogo do Belenenses, aparecendo mais vezes na área adversária, Velasquez tem que cobrir os seus avanços com jogadores rápidos na retaguarda. O que neste momento não existe. É a minha opinião.

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

O modelo

O Belenenses às vezes faz-me lembrar a TAP! Por um lado é preciso privatizá-la, colocá-la no mercado, ser competitiva, mas por outro queremos controlá-la, mandar nela, em suma, mandar no dinheiro dos outros, uma velha doença socialista. Mas há uma diferença importante e em prejuízo do Belenenses. Enquanto a TAP quer continuar a ser só companhia aérea o Belenenses insiste em dedicar-se a uma série de actividades/modalidades que ocupam tempo, espaço e recursos.

Noutra perspectiva, a relação entre o Clube e a SAD também não é brilhante! Lembra-me a conflitualidade latente entre o senhorio e o inquilino, em qualquer caso uma relação inapropriada para um clube de futebol onde é suposto (todos) vestirem a mesma camisola.
Nestes dois equívocos que em nada beneficiam o Belenenses reside a problemática que temos que resolver.

Para isso será preciso conciliar os interesses da indústria do futebol, que é um negócio e obedece às leis do mercado, com as expectativas dos adeptos que se movem por outras leis como a afectividade e a emoção. Não é fácil harmonizar os dois pontos de vista a não ser que se perceba que no fim das contas, e desde que o Belenenses ganhe mais vezes do que perca, todos ganham. Ganha o investidor e ganham os adeptos.

E já que estou em maré de recordações vou recuar aos anos da última vitória na Taça de Portugal! Foi contra o Benfica no tempo de Mário Rosa Freire. Nessa altura o campo de treinos era o estádio nacional e os equipamentos eram transportados num triciclo motorizado! Passaram quase trinta anos e a pergunta impõe-se: desde aí o que fizeram as variadíssimas direcções, a de Mário Rosa Freire inclusivé?! Onde é que investiram, onde é que gastaram o dinheiro?! Até havia Bingo a dar dinheiro a rodos!

A melhor resposta é andarmos para a frente e pormos de lado querelas inúteis.


Saudações azuis    

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Vicente

Vi-o jogar, atravessou as décadas de cinquenta e sessenta, era irmão de Matateu, e é hoje um símbolo vivo do nosso clube. Um símbolo da nossa grandeza. Está muito doente mas não está sozinho. Sabe que pode contar com o seu Belenenses, clube que serviu com tanta discrição como nobreza! Jogava a quarto defesa, uma espécie de segundo central de acordo com as tácticas da época. Ficou célebre por conseguir anular Pelé mais do que uma vez. Era um jogador fora de série. Incomparável. Um acidente interrompeu-lhe a carreira e desde aí passou a desempenhar outras tarefas com a mesma dignidade e com a mesma camisola! Deste se pode dizer que tem um só coração. O Belém Integral deseja-lhe rápidas melhoras.


Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Estava escrito…

Estava escrito que Lito não sairia vencido do Restelo e está visto que Velasquez ainda não percebeu como funciona o futebol português. Este era um dos desafios mais perigosos para o Belenenses. Um jogo em casa, contra um dos treinadores que melhor defende, um contra ataque letal, era proibido sofrer golos. Isto quer dizer que era proibido enfraquecer a defesa à custa do ataque. É fácil falar depois como também é fácil dizer que se Miguel Rosa não tem falhado um ou dois golos a história do jogo seria diferente. Não vamos por aí. A verdade é que já contra o Estoril a troca de um central por um avançado foi uma má ideia e sofremos dois golos. Ontem aconteceu o mesmo, saiu Gonçalo Brandão e entrou Juanto para o ataque. Passado pouco tempo sofremos um golo de contra ataque. Pode argumentar-se que o Arouca estava a jogar com menos um jogador, e eu respondo - nem que estivesse com menos dois. E pergunto: naquela altura, com o Arouca a defender-se num bloco baixíssimo, sem deixar ninguém na frente, qual era o problema se saísse um dos médios?! Por exemplo, Carlos Martins ou Aguilar, jogadores semelhantes e já sem estaleca para sprintar atrás de alguma eventualidade arouquense?! Mas não, Velasquez é teimoso e só a seguir fez sair um dos médios, Rúben Pinto, para entrar Tiago Caeiro. Por acaso o médio com maior disponibilidade física, ou seja, aquele que mais falta faz quando se trata de acudir nas aflições defensivas!
Mas pronto, os erros estão feitos, o Belenenses até jogou bem, fez tudo para marcar, não conseguiu. O adversário ao ver-se a ganhar praticou anti jogo sem qualquer admoestação do árbitro, mas isso já estamos habituados, é o futebol português.

Duas notas individuais: Nota positiva para a actuação de Bakic, trabalhou muito naquele meio campo, sempre à procura de desequilibrar a defesa do Arouca.
Nota negativa para Rafael Amorim, por ter sido expulso não pela disputa de bola, que o árbitro não sancionou, mas por ter agredido o adversário. Gesto gratuito que o fiscal de linha viu e assinalou. Deu expulsão, livre, e segundo golo do Arouca.

Regra de ouro para os futuros jogos no Restelo contra adversários que vêm jogar no contra-ataque: - muita paciência, e enquanto estivermos zero a zero, nunca desfazer o quarteto defensivo, e no ataque, substituir avançado por avançado, ou então médio por avançado tendo em conta a veterania e lentidão dos substituídos. Este conselho é de borla.

Resultado final: - Belenenses 0 – Arouca 2



Saudações azuis

quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Uma questão de confiança

Rui Pedro Soares queixa-se nas redes sociais de ser, injustamente, um mal-amado! Não percebe a atitude de alguns sócios e dirigentes do clube, e queixa-se. De certo modo prefiro que se queixe e que fale disso pois ao dizer o que sente aproxima-se mais daquilo que esperávamos dele. Esperávamos muito porque não há maior esperança que a dos desesperados. E a situação do Belenenses naquela época era de puro desespero. Mas Rui Pedro Soares não avaliou bem o clube onde estava, usou o raciocínio, a competência, esqueceu-se da confiança. E não havendo confiança tudo se desfaz. Episódios como os de Miguel Rosa, Dálcio, as desavenças com o Lito, e mais recentemente o jogo de Alvalade, deixaram marcas na alma azul. Uma coisa é a realidade, as justificações, outra bem diferente, a que conta para a massa associativa, para além das vitórias, é a crença de que o Belenenses está primeiro. Esta percepção tem que passar e não passou. Rui Pedro Soares sabe isso. E porque sabe isso já corrigiu a rota. O reforço efectivo da equipa, a necessária independência em relação aos nossos eternos rivais, a par das invectivas contra a oligarquia que comanda a batota nacional são sintomas desse novo posicionamento. O caminho para recuperar a confiança azul é esse, não há outro.


Saudações azuis

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

A honra do árbitro!

Julio Velasquez é amigo dos árbitros, mas os árbitros não são amigos dele. Com ele o Belenenses comete poucas faltas, facilitando assim o trabalho das equipas de arbitragem. Não o faz apenas por desportivismo, fá-lo com a consciência de evitar golos de bola parada nas balizas de Ventura. Lances cada vez mais importantes no futebol actual. Para dar o exemplo das duas últimas jornadas, num derby lisboeta sempre fervente, o Belenenses cometeu metade das faltas do Benfica, 9 para 18 dos encarnados! E ainda faltam as duas não assinaladas ao Renato! Em Moreira de Cónegos, num campo encharcado pelo temporal, e com as duas equipas a precisarem de pontos, o Belenenses fez menos de um terço das faltas do Moreirense – 7 contra 23! Incluindo nas sete duas faltas inexistentes! O tal penalty forçadíssimo e outra ‘falta’ perto da nossa área cujo livre esteve na origem do segundo golo do Moreirense. Desta vez Velasquez explodiu, protestou bastante, e o árbitro deu-lhe ordem de expulsão. Ordem que o treinador acatou pacificamente. O relatório fala em ofensas à honra, à honra do árbitro, e por via disso os julgadores carregaram na pena. Dez dias de suspensão e multa também pesada. Dez dias que o impedem de se sentar no banco no próximo jogo. Jogo no Restelo contra o Arouca.
Mas voltando à honra dos árbitros, mil vezes manchada em cada jogo, bastando para tanto descodificar os lábios dos intervenientes, não me parece que Velasquez tenha ido mais longe do que outros nas mesmas circunstâncias. Pelo contrário. Bem sei que se expressou em castelhano e se formos por aí talvez o jovem árbitro, sem querer, tenha ligado os acontecimentos a Aljubarrota e os julgadores da federação, também sem querer, ao episódio da padeira Brites! Só se formos por aí.

Saudações azuis



Notas: 

1. Já revi o suposto penalty de vários ângulos e a única conclusão que retiro é a seguinte: estavam ambos a agarrar-se e quando se soltaram, o jogador do Moreirense desequilibrou-se e caiu. Caiu sozinho. Moral da história – Geraldes devia ter continuado a ampará-lo! A agarrá-lo! E não seria penalty.

2. Noutro registo é de realçar a coerência do treinador do Belenenses que após o jogo recusou fazer quaisquer comentários ao trabalho dos árbitros.

terça-feira, fevereiro 16, 2016

O ‘impossível’ de Velasquez!

Não é um quadro do grande pintor espanhol, por acaso com ascendência portuense, é a resposta do actual treinador do Belenenses a uma pergunta sobre o campeonato português! A pergunta era simples: - se o Belenenses (ou qualquer outro clube) poderia alguma vez intrometer-se entre os chamados três grandes e ser campeão?! Impossível, disse Julio Velasquez!
Esta percepção de impossibilidade, numa resposta tão pronta, devia envergonhar-nos. Mas ninguém se envergonhou. Aposto que Velasquez não diria o mesmo se a pergunta fosse feita a propósito de outros campeonatos, onde também existem candidatos permanentes à liderança mas é sempre possível aparecer um outsider. Aqui, não. Basta compulsar o registo dos campeonatos para concluir o que Velasquez concluiu, aqui é práticamente impossível. Tirando o Belenenses que ganhou um campeonato há setenta anos apenas o Boavista conseguiu romper aquela barreira sagrada! Não se livrando posteriormente de toda a espécie de castigos.
Ontem foi a vez de Pedro Proença desafiar o impossível! Em festa de aniversário do clube bracarense profetizou: - É inevitável que o Braga (um dia) venha a ser campeão nacional’! Uma declaração simpática, estava lá o presidente da república, mas não acredito que Proença acredite naquilo que disse. Seria preciso mudar muita coisa, práticamente tudo, mudar até de Proença. Mudar de mentalidade, por exemplo, mas não fazemos nada para que ela mude! Em seguida, acabar com a batota institucionalizada, mas ninguém tem coragem para isso. E não havendo coragem, o ‘impossível’ de Velasquez vai continuar a acontecer.


Saudações azuis


Nota: Soube-se agora que Velasquez foi castigado com dez dias de suspensão (além da multa) na sequência da sua expulsão em Moreira de Cónegos. Trata-se de um castigo exagerado e que destoa das punições para casos semelhantes. Pelos vistos a 'honra do árbitro', que se enganou redondamente por duas vezes, é muito susceptível. Costuma dizer-se, 'se queres ver o vilão dá-lhe o chicote para a mão'.

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Mais um comunicado…

O actual presidente do Belenenses foi eleito porque defendeu na campanha eleitoral um projecto de diálogo com a SAD, diálogo que na altura não existia. É claro que este diálogo, que será sempre difícil atendendo ao contexto criado, não pode significar transigência com os interesses vitais do Belenenses. Mas quais são os interesses vitais do Belenenses?! Se calhar é aqui que lavra o equívoco! Declarou há tempos o Sr. Patrick que o ‘Belenenses não é só futebol’! Ora bem, este é o tipo de frase ou de discurso que tenho ouvido a todas os presidentes de todas as direcções que arruinaram o clube e o atiraram para um estatuto menor. Mais, que o atiraram para a situação infame de uma venda compulsiva, porque senão acabava. Acabava o futebol, a sua razão de ser. Mas era possível que lá continuassem a vegetar uma série de entidades importantíssimas, tão importantes que davam para fazer outro museu! Com isto não quero desrespeitar os atletas das modalidades que envergam a camisola azul com a Cruz de Cristo. Eles não têm culpa da incompetência nem da megalomania dos dirigentes, mas isso não me impede de ver onde está o caminho. O interesse vital do Belenenses é o futebol. Mas o futebol de acordo com a grandeza do seu passado. É nisto que o presidente do clube deve estar focado e não noutros temas. Se tem uma solução melhor do que a SAD para colocar o Belenenses a discutir os primeiros lugares da Liga NOS então que a comunique aos sócios e adeptos. E digo adeptos porque felizmente o Belenenses tem muitos adeptos por esse mundo fora. Adeptos que seguem e vibram com as vitórias do clube. Que gostavam muito de ser campeões de hóquei em campo, de salão, andebol, natação, etc., mas que trocavam todos esses títulos por um apenas – campeão nacional de futebol! Já lhes chegava se discutíssemos sempre os primeiros lugares! O caminho é este e este último comunicado não vai nesse caminho.


Saudações azuis

domingo, fevereiro 14, 2016

O Belenenses confirma!

Em Moreira de Cónegos, e perante um adversário muito perigoso, o Belenenses jogou como antigamente, como um grande que procura sempre a vitória. Tudo em movimento, numa dinâmica fantástica, nem o temporal nem o árbitro conseguiram parar a armada azul!
Foi o nosso melhor desempenho!

Já na análise do último jogo me tinha referido ao árbitro, o que não é muito usual da minha parte, mas vou ter que voltar ao tema porque o homem que veio de Braga interferiu claramente com a marcha do marcador! Não fez de propósito concerteza, mas viu coisas que ninguém viu! Viu um penalty madrugador que surpreendeu toda a gente, inclusivé a suposta vítima! E no início da segunda parte viu também uma falta (um contacto!) à entrada da nossa área que nem um árbitro de basquetebol marcaria! Curiosamente fazemos muito menos faltas que os adversários, neste caso 7 contra 25 do Moreirense, mas acabamos por ser mais penalizados do que eles! Contra o Benfica foi o mesmo. E fico na dúvida… Será que o André Geraldes se devia chamar Renato?!

Voltando ao jogo, que é o que interessa, quero apenas salientar mais uma vez a grande crença e humildade do colectivo, que se traduz naturalmente na subida de forma de todos! Quanto a referências individuais, vou apenas fazer duas. Uma boa, outra assim, assim:

- Porque tenho criticado Carlos Martins pelo seu egoísmo, por prender a bola demasiado tempo, perdendo-a muitas vezes, reclamando faltas que os árbitros nem sempre atendem, por isso tudo, é justo referir que ontem Carlos Martins esteve em excelente nível, trabalhou muito para a equipa e até me surpreendeu com um segundo fôlego, já na parte final! Muito bem.

- A outra observação tem a ver com Ventura e as suas defesas incompletas. O Belenenses é a defesa mais batida do campeonato e a esse facto não é alheia, porque faz parte da defesa, a prestação do guarda-redes. E temos sofrido alguns golos por causa das defesas incompletas de Ventura. Por acaso o segundo golo do Moreirense nem é grande exemplo uma vez que o livre é batido com muita violência e Ventura defendeu como pôde. Mas se calhar com treino específico poderia ser que a bola ressaltasse mais vezes, ou para canto, ou para longe da baliza. À atenção do nosso treinador de guarda-redes.

Mas estou contente e está tudo de parabéns.

Resultado final: - Moreirense 2 - Belenenses 3


Saudações azuis  

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

É preciso ter calma...

E ao contrário do que diz a letra da canção... dar o corpo pela alma! Se a alma é azul e não de outras cores. Não é altura para diferendos, os interesses do Belenenses, vistos como um todo,têm que estar acima das questiúnculas permanentes entre o Clube e a SAD. Questiúnculas previsíveis tratando-se de um sistema bicéfalo, sistema completamente inadequado para gerir clubes de futebol profissional. Denunciámos esse absurdo em devido tempo. É um assunto que um dia terá que ser resolvido, bem resolvido, mas repito, não é agora.O que os adeptos e sócios do Belenenses querem é ganhar ao Moreirense para chegarmos rápidamente a um patamar que nos livre da descida de divisão. Mais nada. Portanto, nada de confusões, mantenham-se calmos, até porque me parece que o incidente em concreto não deve ser difícil de resolver. Entendam-se em nome do Belenenses.


Saudações azuis

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Quando o Belenenses ganhar o campeonato…

Quando isso acontecer significa que o país mudou, mudou para melhor, e significa que no Belenenses já não existem rabos-de-palha. Significa que não há jogadores dos rivais a envergarem a camisola com a Cruz de Cristo e que todos os que jogam no Belenenses querem lá estar e querem ser campeões. Significa também que o clube é uma só entidade quando se trata de defender os seus interesses.

Nessa altura, as declarações de Sturgeon seriam encaradas apenas como um gesto de desportivismo. Mas não vivemos ainda nesse tempo, não chegámos lá, e não chegaremos enquanto o nacional-benfiquismo continuar e enquanto continuarmos a pactuar com ele.

O que é que isto quer dizer?! O que é afinal o nacional-benfiquismo?! Pois é esta unicidade provinciana e bacoca que me faz lembrar a união soviética em que os clubes do regime tinham todo o poder e os outros serviam de cenário.
Ora é isto que me incomoda nesta história do Sturgeon. Está ou não comprometido com o Benfica?! É que se está, devia estar calado. O facto é que ficou estatelado no relvado e se foi apenas um pequeno ‘chega para lá’ (que não foi) não havia necessidade de estarmos a jogar com dez até sofrermos o golo. Entretanto podíamos ter atirado a bola para fora, é verdade, mas o árbitro também podia (e devia) ter apitado falta, não é?!
   
Como já aqui referi mais que uma vez, é por estas e por outras que o melhor é jogarmos com jogadores do Cazaquistão ou da Polinésia, jogadores que ainda não sofram do tremendo síndroma de inferioridade que é gostarem todos do mesmo! Gostarem dos grandes por serem grandes, desvalorizar os pequenos por serem pequenos, no fundo, serem incapazes de sonhar! Competição?! Só na playstation!



Saudações azuis

domingo, fevereiro 07, 2016

Calvário ou redenção!

Se tivesse durado só a primeira parte teríamos que admitir que dividimos o jogo com o Benfica! Basta ver a posse de bola. Ao fim ao cabo fomos para o intervalo a perder por uma bola a zero, um golo aos quarenta e um minutos que Ventura poderia ter evitado. É certo que houve alguma aflição com as temerárias mexidas do treinador – Rúben Pinto a central, Fábio Nunes a lateral esquerdo, Aguilar a jogar (de inicio) a trinco – aflição que aumentava (eu bem ouvi os ais!) com as saídas de bola em posse, algumas no limite! Vamos ter que nos habituar. É a única maneira de não a perdermos quando jogamos contra grandes equipas. A verdade é que a bancada serenou, Rúben Pinto aguentou Mitroglu (excepto naquele último lance), Abel Aguilar, embora jogando apenas num pequeno círculo, não cometeu erros e Fábio Nunes calou os desesperados invadindo com muito a propósito o último reduto encarnado!

Nessa primeira parte, o problema esteve no ataque, nomeadamente no trio mais ofensivo, Sturgeon, Juanto e Miguel Rosa, que nunca tiveram engenho e arte para esburacar a improvisada defesa do Benfica! E não se podem queixar de isolamento, pois tínhamos sempre muita gente projectada no ataque!

Velasquez mudou ao intervalo. Tirou Rúben Pinto por estar amarelado, e quis ser mais ofensivo. Mas não refrescou o meio campo cujos índices físicos estavam no limite. A equipa ameaçava partir-se e partiu-se mesmo com as arrancadas de Renato Sanches! E começaram a surgir os espaços… e os erros. Erros que esta linha avançada do Benfica não perdoa.

Nos primeiros dez minutos da segunda parte ainda houve hipóteses de empatar, mas acabámos por sofrer o segundo golo. Uma jogada irregular de Renato Sanches que agrediu Sturgeon deixando-o estatelado no relvado. Tivemos ainda possibilidades de reduzir para 1-2, mas não conseguimos concretizar. A partir do terceiro golo o Benfica, cheio de confiança, dominou o jogo a seu belo prazer e foi aproveitando todos os nossos erros. Carlos Martins já não corria, marcava Renato com os olhos, Abel Aguilar cada vez mais limitado no seu círculo, fazia jogo posicional, o único que continuava a correr e a alimentar o ataque era Bakic, em minha opinião o melhor entre os azuis.

Concluindo: - O caminho é este e Velasquez tinha que fazer este teste. Mas também tem que compreender que o Belenenses não é o Vila Real nem o Múrcia. As derrotas com o Benfica doem muito. Quanto à SAD, pese o esforço que fez no mercado de inverno, tem que concluir que falhou na construção do plantel, nomeadamente nos aspectos defensivos. Não há consolidação possível quando se sofrem tantos golos. E o Belenenses é um grande clube e que provoca sempre grande entusiasmo… se for competitivo.  O que eu quero dizer é que só vale a pena investir no Belenenses se for a sério.


Saudações azuis

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

‘Venho para um clube histórico’!

São os outros que nos fazem justiça. Foi com aquelas palavras que Abel Aguilar definiu o Belenenses e foi isso que o determinou a vir para o Restelo. Não quero desmerecer a habilidade de Rui Pedro Soares e muito menos a influência do novo treinador Julio Velasquez, que não é demais repetir, está a surpreender tudo e todos!
Mas a hierarquia de prioridades que o internacional colombiano estabeleceu tocaram profundamente no coração de todos os belenenses. Um exemplo também para dentro!

No mesmo sentido gostei de ver as Salésias de novo arrelvadas. O primeiro relvado do país, quando ainda não havia estádio do Jamor! Foi ali, num peão de difícil visibilidade para uma criança, que vi os grandes craques do passado azul, um passado que, se quisermos, pode voltar. Dou os parabéns à direcção pela teimosia em manter vivo um grande símbolo do clube. Pois como diria o poeta – ‘o símbolo é o nada que é tudo’!


Saudações azuis


Nota: Amanhã defrontamos o Benfica naquele que é, para os belenenses de sempre, o jogo do campeonato. Rivalidade antiga, talvez doentia, em relação àqueles que também nasceram em Belém mas emigraram para Benfica, rivalidade que nenhuma promiscuidade (recente) conseguirá apagar. Esperamos uma vitória. Abel Aguilar disse que estava disponível para ajudar.


Post scriptum: Já depois de publicado o postal, tomei conhecimento das declarações de Velasquez sobre a antevisão do jogo. Com as quais concordo. Resta-me acrescentar que mais importante que os milhões que diferenciam as equipas, é o estado anímico e o estado físico. Se formos mentalmente mais fortes e corrermos mais que o adversário, os milhões contam menos. 

terça-feira, fevereiro 02, 2016

Mais confiança e uma vitória decisiva!

Não vale a pena desconfiar mais, o teste do Marítimo foi uma prova irrefutável. Não tanto pelo resultado, que podia ser outro, um empate ou uma vitória mais folgada da nossa parte, o importante continua a ser o aumento da confiança individual e colectiva. Todos os jogadores estão um patamar acima do que estavam antes de chegar Julio Velasquez! Esse é o maior elogio ao treinador. É evidente que não desapareceram as falhas individuais, que os treinos poderão corrigir, e é também evidente que o colectivo ainda precisa de muita afinação, mas o que é inédito é esta vontade de jogar em todo o campo, de procurar a vitória, seja nos jogos em casa, seja nos jogos fora!

Do que gostei mais: - a excelente desenvoltura do colectivo, com linhas de passe verticais na saída de bola, e onde já se consegue (de vez em quando) uma rápida circulação ao primeiro toque! O que é próprio das grandes equipas. Gostei também das movimentações de Sturgeon e Juanto, mais tarde de Miguel Rosa, e claro, da grande exibição de Ventura!

Do que gostei menos – do flanco esquerdo defensivo com Fábio Nunes quase sempre desapoiado. Dos espaços na cabeça da área onde os jogadores do Marítimo rematavam com grande à vontade. Felizmente que a pontaria estava desafinada. E também não gostei de ver Diego Sousa superiorizar-se aos nossos centrais no jogo aéreo. É verdade que os cruzamentos tinham alguma qualidade mas de frente para a bola a vantagem é dos defesas.

Do que gostei e não gostei – Carlos Martins, muito elogiado pela crítica, esteve no melhor e no pior. É certo que é dele o cruzamento (canto) para o primeiro golo, e é também verdade que esteve nalgumas jogadas vistosas. Mas continua a falhar passes por usar de alguma displicência, passes de transição que não se podem falhar. E também é verdade que falhou dois golos. Dos melhores jogadores espera-se o melhor para a equipa e nesse aspecto, Carlos Martins que está bem melhor, ainda não está bem.

Resultado final: - Marítimo 1 – Belenenses 2



Saudações azuis



Nota básica: o grau de exigência define a ambição de cada um. Eu continuo a ambicionar um Belenenses grande, o que é diferente de belenensão ou belenensinho.