domingo, agosto 27, 2006

Conversas em família

O Marcelo que conversa connosco aos Domingos no canal público, é a cara chapada do regime republicano que sofremos. Escravo da verdade, vertical como um prumo, fala muito bem, o povoléu gosta muito de o ouvir!
Eu também não.
Que disse então de relevante o nosso educador de massas:
- Vai à festa do ‘Avante’, esteve lá em 1976, disfarçado de oportunista, mas foi reconhecido por uma colega comunista, colega deputada, nada de confusões, porque eu sou social-democrata desde pequenino. Já o meu pai era, e o meu padrinho também, éramos todos. Sou aquilo a que se pode chamar – um democrata que vai a todas.
- Opinou sobre o caso Mateus’, e que disse este insigne jurista e recente especialista de bola:
Habituado a mudar, quer mudar as regras a meio do jogo, aquelas que aceitou à partida; diz que a FIFA é uma multinacional prepotente, que impõe as suas normas a quem quiser participar nas competições que organiza!
Vislumbra um novo ‘caso Bosman’ a partir do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, onde uma juíza que não era de turno, despachou de qualquer maneira uma providência cautelar, sem acautelar a Lei de Bases do Desporto!
Marcelo acha entretanto que o recurso do Gil Vicente é legítimo porque entende que está em causa uma questão administrativa e não estritamente desportiva. É uma opinião que contraria duas decisões de dois tribunais comuns, pois ambos se declararam incompetentes para julgar tal matéria, para além de dois acórdãos de dois órgãos jurisdicionais desportivos, pois ambos consideraram, por unanimidade, tratar-se de matéria do foro desportivo, e julgaram em conformidade.
Mas o professor é que sabe.
Por fim, quando a locutora, lhe faz a pergunta sacramental – e agora professor, face ao caos instalado, o que devemos fazer?! Marcelo recua e responde mais ou menos assim:
- O melhor é obedecer à FIFA porque senão podemos prejudicar a selecção das bandeirinhas e os três clubes do estado!!!
Sem mais, despedimo-nos do professor Marcelo, filho de um sócio honorário do Belenenses, mas sócio do Sporting de Braga!

sábado, agosto 26, 2006

Interditem o Major

Há limites para tudo, não é concebível que uma simples decisão cautelar proveniente de um Tribunal Administrativo dê origem ao chorrilho de disparates que vão acontecendo, a um ritmo impressionante, e sempre que Valentim Loureiro se lembra de abrir a boca! Já foi aclarado o despacho da juíza do TAFL e todos percebemos que se tratou de uma decisão normal face ao pedido do Gil Vicente, que na circunstância terá repetido o gesto e a argumentação em tudo semelhante à acção que intentou nos tribunais comuns e lhe valeram a descida de divisão sentenciada pela justiça desportiva.
Naturalmente e porque o Gil Vicente invocou de novo a natureza administrativa do pedido, a juíza, suspendeu os actos administrativos entretanto verificados mas não quis decerto suspender os actos de natureza desportiva porque calcula que estes não seriam postos á sua apreciação.
Como também admitimos, com toda a naturalidade, que após o contraditório, a cargo da Federação e da Liga como interessados, e do Belenenses como contra – interessado, concluirá o mesmo que o Tribunal do Porto ou de Braga concluíram anteriormente: não são competentes para julgar questões do foro estritamente desportivo.
E que são questões do foro desportivo já decidiram que são, e por unanimidade, quer a Comissão Disciplinar da Liga, quer o Conselho de Justiça da Federação.
Ora bem, Valentim Loureiro não podia, nem pode ignorar todas estas questões, e é por isso que não se entendem as suas declarações, confusas e contraditórias, e tão pouco fazem sentido as suas decisões, sempre erróneas, que instalaram o caos no futebol português!
As decisões dos órgãos jurisdicionais da Liga e da Federação já tinham classificado o ‘caso Mateus’ como estritamente desportivo, e por isso compete à Comissão executiva da Liga seguir essa orientação. Perguntar à juíza do TAFL que, até prova em contrário, está convencida que tem em mãos uma questão meramente administrativa, se o Benfica joga com o Belenenses ou com o Gil Vicente, é absurdo, e não defende a regulamentação da Liga, mais parecendo uma mensagem de apoio aos que furam a lei, ou que rasgam compromissos, tal qual vem fazendo o Gil Vicente!
Assim como se estranha que ainda não tivesse levantado um processo disciplinar ao mesmo Gil Vicente por reincidir no recurso aos tribunais comuns para resolver questões do foro desportivo, o que lhe está vedado enquanto mantiver a sua qualidade de filiado na Liga de Clubes de Futebol Profissional.
Sobre a rábula do Leixões nem vale a pena acrescentar muito ao que já se disse, ou comentou, neste espaço. Uma comédia de mau gosto que o Major se apressou a enviar para o Conselho de Justiça da Federação, cumprindo de imediato as 'suspensões' decretadas, e esquecendo por completo as juras de fidelidade ao despacho da juiza!
Aconselha-se portanto, uma pausa nos disparates, porque há limites para tudo.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Ah, é uma juíza...

Está parcialmente deslindado o enigma que pendia sob o despacho cautelar: trata-se de uma senhora juíza que o proferiu, a confirmar que por melhor boa vontade que se tenha, existem profissões menos indicadas para o desempenho feminino. Vou agora deixar passar uns segundos, para dar tempo e espaço a que o politicamente correcto se alivie um pouco, recomendo o fundo do corredor à esquerda, para que então, mais compostos, possamos prosseguir neste difícil caminho que em boa hora escolhemos.
E a propósito de coragem, que não faltou à senhora juíza, mas mais pelo lado da inconsciência, convoco então dois cavalheiros, Madaíl e Valentim, por esta ordem, qual deles o mais medroso, qual deles o mais inútil, e para perguntar o seguinte: se é a FIFA que impulsiona a actividade da Federação e por carambola, a da Liga, porque não ligarmo-nos directamente a essa entidade internacional, bastava um fax e um e-mail, talvez uma funcionária, dispensando assim a colaboração dessas duas figuras decorativas, uma do tipo rolha, outra do tipo fanfarrão das dúzias, libertando-nos de vez de encargos desnecessários e contraproducentes!
A pergunta foi extensa, mas a resposta é decerto curta e deve estar na ponta da língua de muitos adeptos do futebol: boa ideia, excelente ideia.
Voltemos ao assunto:
Valentim, com despacho aclarado ou não, só tem uma coisa a fazer – dar seguimento à decisão da comissão executiva da Liga, que recorde-se, foi tomada na sequência de uma decisão sem recurso da justiça desportiva, única que vale nesta emergência, invocando se tal for necessário, o interesse público do Estado Português que justifica a independência concedida à justiça desportiva, sediada para o efeito, na Federação Portuguesa de Futebol.
Se não o fizer, se repetir a estupidez de dizer, e cito, “um juiz tem o poder de mandar parar todos os comboios...”, então não percebe que está a colaborar no desrespeito aos regulamentos da Liga, que tem por obrigação defender e fazer respeitar pelos seus filiados.
Se não o fizer, se não levantar de imediato um processo disciplinar ao Gil Vicente, suspendendo a sua participação em todas as provas organizadas pela Liga, então está a colaborar com a fraude, pelos vistos instalada e institucionalizada no futebol português. E com consequências funestas para o mesmo.
Aliás a juíza, na sua doce ingenuidade, requereu o contraditório por parte da Federação e da Liga e só em último lugar por parte do Belenenses, como contra-interessado, o que vem reafirmar aquilo que andamos a dizer há muito tempo: os principais interessados neste processo são a Federação e a Liga, e não o Belenenses!
E concluo – levanta-te Madaíl, levanta-te Valentim, vão a correr ter com a juíza e expliquem-lhe o que está em causa neste processo, que a senhora despachou como se despacha um arroz de cozido ou uma bainha das calças.
Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Não se pode ver televisão

Subestimei o animal, acendi o monstro e logo sofri as consequências!
Vieira do Benfica, na SIC, uma casa às suas ordens, todo poderoso, agitado, a gesticular, ameaça o país, mais um tal Tadeu jornalista, que andou a remexer na célebre contratação de Mantorras que o Benfica fez ao Alverca, um milhão de contos à cabeça, que parece não terem entrado nos cofres do clube ribatejano.
Foi então a oportunidade para conhecer melhor o drama de Vieira:
Vieira indignado com o futebol português; Vieira um dos homens mais sérios que conhece; Vieira perseguido por ter denunciado o silêncio do ‘apito dourado’; Vieira assaltado na sua própria casa; Vieira intimidado que não se deixa intimidar; Vieira que já esperava por este golpe traiçoeiro; Vieira que finalmente não sabe se vai recandidatar-se ou não!
Vieira não disse mas a memória garante-nos que Vieira ‘ganhou’ o Benfica com a contratação de Mantorras ao Alverca, clube onde ele e a sua família mandavam indiscutívelmente. O Alverca, logo que lhe foi possível fazê-lo, queixou-se de não ter recebido o dinheiro, Alverca que entretanto faliu!
Uma história do futebol português...exemplar.

Mal refeito com o programa anterior, surge Valentim, também agitado, a dizer-nos que não percebe patavina do despacho proferido pelo Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, Tribunal onde o Gil Vicente interpôs uma providência cautelar no sentido de impugnar...tudo e mais alguma coisa!
Diz o Major que nenhum dos juristas contactados, incluindo os juízes conselheiros que fazem parte da jurisdição desportiva, conseguiram decifrar tão hermético despacho!
Valentim Loureiro já pediu ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, uma aclaração sobre o sentido da respectiva decisão, e enquanto ela não chega, adianta que só pretende ser esclarecido sobre quem fica ou não fica na primeira Liga, e por consequência, quem joga com quem!
Bem, o que pensar de tudo isto?! Está tudo doido?
De facto lendo o excerto do despacho, aquele que foi disponibilizado, a ideia que fica é a de uma contradição, ou ao menos, uma dúvida legítima. E podia continuar com as perguntas e já agora com as suspeições, mas não adianta, o problema é a televisão.
Outra história exemplar do futebol português.
Aguardemos então o esclarecimento judicial desta novela que promete.

terça-feira, agosto 22, 2006

O fim de um pesadelo

Finalmente a decisão do Conselho de Justiça a pronunciar-se pelo incumprimento da lei por parte do Gil Vicente a que corresponde a pena de descida de divisão. Ficam assim confirmadas todas as previsões que garantiam que não podia ser outra a sentença deste Órgão de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.
Da decisão do Conselho de Justiça não existe recurso possível embora já se insinue que o Leixões pode vir a reclamar um ‘direito desportivo’ para participar, em lugar do Belenenses, na Liga Bwin, ou seja na primeira Liga!
Um absurdo que já anteriormente comentei e que só mentalidades doentias podem alimentar.
Vamos agora respirar fundo, fazer uma análise introspectiva sobre o que resta do Clube ‘após Mateus’, e preparemo-nos para defrontar o Benfica na jornada inaugural do novo campeonato.
Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 18, 2006

As gaivotas do Restelo

Os antigos diziam que quando aportavam a terra era sinal seguro de tempestade, mas hoje existem previsões mais certeiras para esses fenómenos, e as gaivotas também já não são as mesmas! Estas que agora frequentam o Restelo, fazem a sua vida por ali, usam sem cerimónia as instalações do clube, debicam onde podem e não tencionam regressar ao seu habitat natural. Já não são gaivotas, são galinhas!
A única coisa que verdadeiramente as incomoda é o futebol, que causa sérios transtornos ao seu dia a dia e as obriga a recolher rápidamente às arquibancadas, para além dos estragos que provoca na relva e nas desprevenidas minhocas que são a base da sua nova dieta.
Esta inofensiva reflexão sobre a vida das gaivotas talvez nos ajude a compreender toda uma série de notícias e comentários que vou lendo na blogosfera, a propósito do Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Sem preocupações de ordem alfabética, analisemos o que se diz por aí:

- Com o ‘caso Mateus’ na iminência de ser resolvido, não são de estranhar certas movimentações nos bastidores do poder, com muita gente a posicionar-se face a um desenlace que promete ser-nos favorável. Compreendem-se assim as ‘candidaturas’, lançadas ao vento, para o preenchimento de lugares em aberto na Administração da SAD, como também se percebe o ‘barro atirado à parede’, relativamente à entrada de novos investidores que a salvem da situação de falência técnica em que parece encontrar-se!
- Preocupantes são os números já divulgados, quer no que diz respeito ao passivo acumulado, quer no que concerne ao exercício anterior, que regista um prejuízo de mais de um milhão de Euros, já depois de abatido das receitas proporcionadas pelas vendas de Pelé e Meyong! Numa época em que pelos vistos apostámos mais de sete milhões de euros...para descer de divisão!
- A demissão de Luís Baptista, de que não se conhecem os contornos exactos, é também assunto preocupante, sabendo-se que foi um elemento escolhido pelas suas qualidades e com obra feita noutras paragens. Neste caso, a Direcção não fica bem na fotografia, e transmite para fora uma estranha imagem de fraqueza, pois que assim ficamos sem saber quem manda realmente no Belenenses!
- O abandono e completa desmobilização que grassa no Clube de que é exemplo maior a fraquíssima assistência que se verificou na ‘apresentação’ da equipa aos sócios, situação sem precedentes na história do Clube, pelo menos que eu me lembre.

Enfim, muitas notícias, que poderiam ser um sinal de vitalidade do clube, mas que infelizmente não são.
Voltando à conversa das gaivotas, esperemos que não sejam sinais de forte tempestade.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Eleições assim, assim...

A lista única acabou por ser eleita e Hermínio Loureiro é o novo Presidente da Liga de Clubes, mas o acto não correu com o brilho esperado. Reticente, o Nacional da Madeira fez saber que iria impugnar as eleições e se isso acontecer, uma providência cautelar poderá impedir que os diversos órgãos entretanto eleitos, venham a tomar posse.
Também fizeram questão de se distanciar do novo executivo, o Benfica, por questões pouco perceptíveis, talvez porque não tenha conseguido impor nenhum dos seus homens de mão, e o Belenenses, que através de um comunicado justificou a sua ausência, alegando duas ordens de razões: pela indelicadeza de ter tomado conhecimento dos planos de Hermínio Loureiro à última hora, sem possibilidade de os discutir, no fundo, como um facto consumado, e em segundo lugar como forma de protesto face à morosidade e obstrução da justiça que se tem verificado á volta do ‘caso Mateus’, em claro prejuízo do Belenenses.
Penso que a Direcção do Clube tomou a posição correcta, e de certo modo prudente atendendo à previsível impugnação do acto eleitoral.
Mas aprofundemos um pouco mais este assunto que já foi objecto de análise em anterior postal:
Em termos imediatos, e na perspectiva dos interesses do Belenenses relativamente ao caso Mateus, a impugnação do acto eleitoral, inviabilizando a tomada de posse da nova Comissão Disciplinar da Liga, acaba por nos ser favorável na medida em que fecha a porta a mais uma ‘não decisão’ do Conselho de Justiça da Federação, com o argumento de que o processo deveria baixar à primeira instância para ser reapreciado pela recém-eleita CD da Liga! Seria naturalmente um escândalo, uma fuga às suas responsabilidades, mas não é nada que não possa acontecer neste arremedo de país.
Em qualquer dos casos convém estarmos atentos e prevenidos para o que der e vier, sendo que tudo aponta para que o Conselho de Justiça se pronuncie de uma vez por todas, e o mais depressa possível, sobre a questão de direito que lhe cabe decidir.
Uma última palavra sobre as promessas de Hermínio, retendo uma, a Taça da Liga que aqui temos vindo a reivindicar e com os argumentos que o futuro Presidente da Liga também enunciou, ou seja, pela quebra de receitas que os clubes irão sofrer por causa da famosa e inexplicável redução dos quadros competitivos da Liga!
Falta no entanto acrescentar que o vencedor terá o direito a ocupar uma das vagas nas competições europeias, porque se não for assim, se for só a feijões, o melhor é estar quieto.
Saudações azuis.

sábado, agosto 12, 2006

Prognósticos só no fim da época.

Esta pré-época não está para grandes análises, pelas razões que já conhecemos. Será uma pré-época que vai certamente ficar na história depois de uma época que queremos esquecer.
Os adeptos estão a ficar impacientes com tudo o que se tem passado e, para já, quem paga são os jogadores que não se escapam a algumas criticas por vezes até injustas.
Mas é natural que os adeptos se defendam, com a indefinição no que diz respeito ao caso Mateus e depois de uma época que prometia muito e deu no que deu, a desconfiança é inevitável.
O que não é tão natural é o número de adeptos a assistir a um jogo de treino. No jogo com o Estrela tive uma agradável surpresa quando constatei que não fui o único a ter a ideia de ir ao Restelo ver se temos equipa para subir de divisão ou para a manutenção na primeira liga.



E a minha opinião para já é que, infelizmente só temos equipa para a manutenção, ou seja, se não ficarmos na primeira liga vai ser difícil subir. E digo isto não pelo jogo que até foi bom mas pelos jogadores, em particular os do meio campo.
O Silas, Zé Pedro, Januário, Diordjevic, Sandro, etc., são todos os mesmos da época passada, com a excepção do Mancuso contratado esta época, o meio campo é o mesmo e isso não me dá confiança nenhuma.
São jogadores psicologicamente fracos o que se pôde curiosamente comprovar num simples jogo de treino. Com o Silas a trocar insultos com adeptos do Estrela, o que não é aceitavel, o Zé Pedro depois de falhar escandalosamente um remate foi alvo de uma manifestação de gozo, talvez exagerada, por parte dos adeptos a que ele não reagiu muito bem, porque depois, na jogada em que marcou o golo, agora com um excelente remate, virou as costas à bancada, o que eu interpreto como sendo sinal de uma estrutura psicológica não muito normal para um jogador com a sua experiência e qualidade. A auto-confiança é fundamental para que na hora da verdade não se falhe.

E falhar foi o que aconteceu mais uma vez ao Januário que desperdiçou um penalty, e se mostrou, como na época passada, um jogador inconsequente, não sei o que é que ele faz nos treinos para merecer uma aposta tão insistente por parte dos treinadores que têm passado pelo Belenenses, e que o põem sempre a jogar mesmo que nos jogos continue a ser um jogador fraco.

Em resumo, acho que neste sector o treinador tem que se esmerar e trabalhar a dobrar para que as coisas não corram mal.

Em relação aos outros sectores, e apesar de ai muitos jogadores serem novos, não estou tão pessimista. No ataque o Roma correspondeu, e merece até um elogio especial por este jogo, pois não foi preciso esperar muito para o ver em acção, isolou-se por duas vezes num curto espaço de tempo, de onde resultou um penalty e uma jogada onde mostrou que apesar de ainda não estar na melhor forma é um jogador experiente e passou bem a bola para o Silas falhar.
Na defesa temos muitos jogadores, e agora mais um central que é se não me engano o quinto a juntar a Gaspar, Rolando, Faísca e Brandão. Temos dois laterais para o lado direito e um para o esquerdo o que poderá ser compensado com a adaptação ou de um central esquerdino ou ainda o Eliseu ou o Dio que já fizeram a posição, mas espero sinceramente que o Alvim dê conta do recado, não desgostei de o ver jogar, sobe bem mas não deu muito nas vistas.
Concluindo a minha análise "defensiva" e só com um jogo de treino, acho que o Jorge Jesus com muito trabalho e alguma sorte, pode fazer uma época calma na primeira liga mas na segunda seria muito difícil subir.

Saudações Azuis.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Mais um prego no caixão

Se, como tudo leva a crer, a Direcção do Belenenses resolveu alugar de novo o Estádio do Restelo para um ‘evento religioso’, isto quer dizer que não aprendemos nada com o passado e que regressamos à política suicida que vem aniquilando o Clube de Futebol “Os Belenenses”.
A troco de uns cobres, por mais faltam que façam, hipotecamos o futuro e damos mais um passo na destruição da identidade do Clube. Afastam-se os verdadeiros belenenses, aqueles que ainda se identificam com a sua alma, com os símbolos fundacionais, e restam uns quantos, essa meia dúzia que ocupou o clube, que não o larga, e que só o abandonará quando o houver destruído por completo. Fazem-lhes companhia mais alguns associados, cada vez menos, como se vê pelas bancadas em dias de jogo, incapazes de raciocinar, esperançosos num milagre que não chega, e que acabam por viabilizar este estado de coisas.
Não estou a dramatizar, este é o retrato fiel e infeliz deste Clube que chegou ao ponto de convidar os seus próprios inimigos para sua casa e nem percebe que o faz.
O símbolo do Belenenses é a Cruz da Ordem de Cristo, a mesma que viajou nas caravelas que foram a dilatar a Fé e o Império, é a Cruz Católica, e apesar de sermos um Clube que estatutariamente não é confessional, a verdade é que há limites para tudo.
Com efeito alugar o nosso estádio àqueles, sejam as “Testemunhas de Jeová”, seja a “Igreja Universal do Reino de Deus”, que têm como inimigo, que escarnecem, a Igreja Católica, isso bastaria para desaconselhar o citado aluguer.
Quantos católicos, dos milhares que ainda são do Belenenses e só do Belenenses, se sentirão ofendidos quando souberem!?
Os nossos rivais nunca se meteram nisso, nem metem, sabem perfeitamente que seria uma insensatez, não se esquecem que o povo português é maioritáriamente católico, querem ver os seus estádios cheios, utilizam todos os meios para angariar associados enquanto que nós fazemos tudo para os afastar. E se tínhamos e temos uma enorme vantagem sobre eles...que sistematicamente desperdiçamos.
Mas esta Direcção não percebe isso, ou percebe, e então esconde o facto transformando este aluguer num segredo...de polichinelo!
Uma vergonha.
Face a esta eventualidade, que alguns poderão considerar de somenos importância, o Belém Integral não se deixa enganar e há muito que pôs o dedo na ferida que traz o clube moribundo.
Não é a vitória no caso Mateus, nem sequer um bom campeonato, que trarão de volta os associados e os velhos dias de glória; isso só acontecerá quando o Belenenses recuperar a sua alma, quando souber respeitar os seus fundadores e os símbolos que estes escolheram.
Não é o caso.

quarta-feira, agosto 02, 2006

O mais e o menos

Congratulemo-nos pela decisão da Comissão Disciplinar da Liga que condenou o Gil Vicente a descer de divisão, pena correspondente ao incumprimento do artigo 63º do normativo das competições organizadas pela Liga de Clubes.
Foi importante que o terceiro elemento, cooptado para devolver quórum à CD da Liga, um advogado do Porto, tenha afinal dado razão ao Belenenses neste processo.
Mas desconfiemos da próxima decisão do Conselho de Justiça, o mesmo que produziu um incrível acórdão sobre o caso “Nuno Assis”, obrigando o Governo a reagir na defesa de princípios que o Estado Português não pode deixar de defender.
Mas reparem que entretanto sobreveio um enorme silêncio, sintomático sobre o subterrâneo de cumplicidades que coexistem nesta república de compadres.
A divisa é: não fazer ondas!
Não me admiraria que, no meio das eleições para a Liga, possa surgir uma reviravolta qualquer sob a forma de incidente processual, a única e verdadeira máscara de justiça a que temos direito. Por isso desconfiemos.
Desfazendo algumas falácias perigosas:
O Gil Vicente não pode beneficiar de nenhum alargamento porque isso equivaleria a uma ‘não punição’, o que é de todo em todo absurdo, e seria o completo descrédito da justiça desportiva portuguesa, nomeadamente perante a FIFA.
Outro absurdo, próprio de mentecaptos, é a ideia veiculada pelo Fiúza de que a pena de ‘descida de divisão’ imposta ao Gil Vicente poderia ser cumprida na próxima época desportiva, face ao ‘timing’ das decisões deste ‘caso Mateus’. Não tem ponta por onde se pegue pôr a competir um condenado à descida...desde o início da respectiva competição!
E de absurdo em absurdo surge a janelinha de oportunidade para os oportunistas: a hipótese rocambolesca de alguém, neste caso o Leixões, que não foi afectado pelas consequências desportivas que se traduziram no facto de Mateus ter alinhado irregularmente na primeira Liga, poder vir a beneficiar da descida de divisão do Gil Vicente! E sem que para tal tenha mexido uma palha, e pior do que isso, aceitando sem rebuço o incumprimento das normas por parte de um filiado na Liga de Clubes!
A justiça aproveita a todos os que dela possam tirar proveito, mas existem direitos preferenciais, e neste caso são do Belenenses, não apenas por ter sido o mais directamente afectado pelas irregularidades cometidas, recordemos que ficou em 15º lugar na divisão onde elas se produziram, mas sobretudo porque lutou sozinho contra tudo e contra todos para fazer valer os seus direitos. Só uma mente doentia poderá pensar de outra maneira!
Congratulemo-nos ainda por termos deixado de ser um clube ‘simpático’ no sentido que todos os belenenses infelizmente conhecem. Esperam-nos agora duras batalhas, o sistema está ferido mas ainda não morreu, quererá vingar-se.
Nós é que já não podemos recuar, cavalgaremos a onda, olharemos os concorrentes com respeito mas sem subserviências, nada será como dantes.
Para isso precisamos também de uma grande equipa...e com espírito grande.

terça-feira, agosto 01, 2006

Belém vence por três zero

A Comissão Disciplinar da Liga deu hoje razão ao Beleneses e condenou o Gil Vicente que agora poderá recorrer desta decisão para o Conselho de Justiça da Federação. Segundo pude constatar o recurso terá de dar entrada na Federação até ao próximo dia 9 de Agosto.
Esta é a grande notícia que todos esperávamos, fez-se justiça e caíu assim por terra mais uma das falácias do Fiúza que previa uma votação de 2-1 no respectivo acórdão. Afinal o juiz cooptado, que é do Porto, também deu razão ao Belenenses.
Saudações azuis.