quarta-feira, maio 31, 2017

As perguntas óbvias

Segundo li decorre hoje à noite uma sessão de esclarecimento sobre o futuro próximo do Belenenses tendo em conta o acto eleitoral que se avizinha. Ao candidato único deixo as seguintes perguntas:

1.  Quando tenciona o Belenenses corrigir o erro que tem alimentado a ignorância, e injustiçado os nossos campeões, relativamente ao número de campeonatos nacionais que já ganhámos? Corrigir o erro junto das instâncias oficiais, bem entendido.

2.    Sabendo-se que correm os prazos para que o Belenenses retome, como tem que ser, o controle da SAD, que tenciona esta Direcção fazer de diferente para que não voltemos ao precipício para onde nos atiraram as Direcções anteriores? As várias Direcções anteriores.

3.  Considerando que o estádio do Restelo surge em cada eleição como instrumento privilegiado para resolver os problemas de competitividade que desde longa data afectam a equipa de futebol, pergunto se vamos continuar a insistir nessa via que se tem revelado um fracasso total?! Relembro para quem se tenha esquecido que o Belenenses nunca discutiu o título no Restelo e que foi no Restelo que perdeu aos poucos a sua grandeza.


Saudações azuis


(Sócio nº 400)  

segunda-feira, maio 29, 2017

A nossa luta!

Antes de mais devo saudar um excelente artigo assinado por António Barradas na ‘Comunidade Azul’ (Canoticias.pt) sobre a possível dispensa de Miguel Rosa! O artigo está muito bem escrito e o tema é o amor à camisola, algo que o futebol actual não consome. Mesmo assim gostei. E gostei porque num país cada vez mais condicionado pelos três clubes do estado, do regime, dos bancos, como lhes queiram chamar, haver ainda algum jogador que afirme o seu amor a outro clube, já é de si um gesto singular! Mas o passe de Miguel Rosa, tal como o de muitos outros não pertence maioritáriamente ao Belenenses, e isso deixa-me sempre um amargo na boca. E condiciona o discurso. Aliás se nem o futebol pertence maioritáriamente ao Belenenses… se nem a formação tem a correspondência natural e lógica com a equipa principal… se tudo isto é um absurdo criado pelos próprios belenenses… como é que ainda podemos falar em mística… como é que podemos almejar jogadores que festejem livre e espontaneamente os golos que marcarmos ao Benfica, ao Sporting e ao Porto?! Esta é a conclusão que me interessa retirar daquele, repito, excelente artigo.

Quanto aos aspectos meramente desportivos e que possam caber nos palpites de um adepto, basta lerem o que escrevi há muito pouco tempo sobre o Miguel Rosa*. Não retiro uma vírgula. Na minha opinião faz falta ao plantel. Mas também compreendo que a última palavra tem que ser a do técnico. Pois é ele que tem a cabeça no cepo. E não lhe invejo a tarefa.  




Saudações azuis



*Postal de 15 de Fevereiro 2017

domingo, maio 28, 2017

Ainda não acordámos?!

A demagogia, doença fatal da democracia, produz necessariamente indivíduos propensos ao seguidismo, à dependência e a outros males que não cuidarei aqui. Entre esses males evidencia-se a desvalorização do passado, sempre um atraso de vida, em comparação com o presente que eles imaginam radioso porque a vida lhes corre bem! O que nem é o caso do Belenenses. Não sabem, nem sonham que ao desvalorizarem o passado estão a desvalorizar o presente e estão naturalmente a comprometer o futuro. Já expliquei isto.

Mas isto vem a propósito de mais uma notícia (irritante) sobre o título de campeão nacional conquistado em 1946. Um título, no fim de contas, a somar aos outros três que já tínhamos ganho! Foi o quarto título de campeão nacional e continuo sem perceber porque se faz menção ao aniversário deste e se omitem sempre os aniversários dos outros: – 1927, 1929 e 1933!

Posso perceber que a demagogia do regime tenha acolhido a versão demagógica de uma federação de mentecaptos, mas agora que já acordámos do torpor, que já foi denunciado o erro, o mínimo que se espera da comunidade azul, com a Direcção na linha da frente, é que reabilitem os campeões do passado que não têm culpa nenhuma de não terem belenenses à sua altura no presente.


Saudações azuis


Nota: Li a efeméride na 'CA Notícias' mas o que eu queria ter lido era a notícia da reivindicação para repor a verdade desportiva. A não ser que haja assuntos mais importantes para tratar!

sábado, maio 27, 2017

A ‘nova’ época!

Já me custa escrever sobre o Belenenses, já vou perdendo aquela centelha de esperança (e de entusiasmo) que sempre me animou, os horizontes são sombrios e não há muito a dizer. Até haveria mas atirar mais achas para a fogueira não vale a pena. Sobre a próxima época a sensação que fica é que ou Domingos consegue (com os escassos recursos de que dispõe) vencer ou o que aí vem será muito mau.

E por falar em escassos recursos temos agora a notícia do regresso de Rúben Pinto depois de uma experiência no futebol do leste europeu. Rúben Pinto fez falta porque como aqui tenho referido é um jogador de meio campo, zona altamente deficitária da nossa equipa. Especialmente depois da saída de Palhinha e da interminável lesão de Rosel, dois emprestados. Com Rúben Pinto, Benny e mais um trinco, a coisa compunha-se.

Domingos também terá que resolver o problema do guarda-redes, prefiro os altos e que sabem sair da baliza, precisa de um central experiente, e terá de contratar um avançado e um ala efectivos. Efectivos no sentido em que estejam disponíveis para jogarem. E vou avançar com uma heresia: - eu sei que ele tem trinta e dois anos, sei que tivemos com ele um caso que ficou célebre, mas Mateus ainda é um avançado efectivo. Como a SAD já demonstrou não ter capacidade para ir ao mercado fica aqui a sugestão. Eu por mim, aceito o velho Mateus até porque não temos lá ninguém com a sua capacidade goleadora. E não só.



Saudações azuis

domingo, maio 21, 2017

Acabou o suplício…

Em Vila do Conde numa tarde de sol e vento cumpriu-se a derradeira jornada de uma época lamentável que só não foi pior porque ainda assim nos mantivemos na primeira Liga! Mas se o campeonato dura mais umas jornadas, não sei, não! Basta isto para se ter a ideia do estado em que o clube se encontra, sem rei nem roque, onde todos mandam ou julgam mandar, onde há quem se julgue melhor adepto do que o vizinho! Na verdade somos todos responsáveis pela situação a que o clube chegou, embora em níveis diferentes. E aqui tem que valer uma antiga regra democrática – quem mais protagonismo tem, ou tem tido, é mais responsável do quem está longe e apenas sofre pelo clube. É também por isso que vou resumir a minha crónica aos aspectos meramente desportivos sabendo no entanto que as vitórias só hão-de chegar quando remarmos todos na mesma direcção.

A partida com o Rio Ave foi uma cópia de outras em que existe uma ideia de jogo mas é impossível pô-la em prática com os executantes que temos. Outra razão, óbvia, resulta da descrença que se apodera da equipa face às derrotas sucessivas que vem sofrendo. Equipa que rende mais quando joga fora, não só porque é mais fácil defender do que atacar (outra verdade do campeonato) mas, custa-me a dizer, porque o Restelo se transformou em recinto de confronto e desunião.

Este jogo fica desde cedo marcado por um primeiro golo onde à passividade do nosso central Diniz Almeida se juntou a tradicional incapacidade de Ventura para adivinhar o lance e sair dos postes. Tudo junto, com a ajuda do vento, e de uma carga legal mas que seria assinalada se o Diniz fosse do Benfica, deu num golo que a maioria das equipas da primeira Liga não sofrem. A perder, a nossa tarefa complicou-se dada a dificuldade que temos em marcar golos. Mas lá fomos porfiando e na segunda parte conseguimos mesmo instalarmo-nos no meio campo adversário. Tínhamos o vento a favor e tínhamos o jovem Benny que entretanto entrou e dinamizou o meio campo. Mas o golo é que não aparecia. Domingos quis então ser mais ousado e retirou o trinco Persson que estava a dar conta do recado e fez entrar Yebda. O argelino começou a fazer os seus números habituais (e disparatados) de retenção de bola e não ganhámos nada com a troca. E, claro, levámos o dois a zero num contra ataque. Gil Dias, extremo vila-condense recém entrado e no seu estilo habitual, levou tudo à sua frente, incluindo Yebda, e marcou.
E pronto, está feita a história de mais uma derrota.

E uma vez que o campeonato está práticamente terminado resta-me destacar aqueles que em minha opinião merecem mais palmas:

No Belenenses destaco Joel Pereira, guarda – redes emprestado pelo MU, que saiu em Janeiro, mas cujo contributo, numa fase crucial do campeonato foi decisivo para a pontuação que hoje temos!

Nos outros o meu destaque vai para o Feirense, a melhor equipa face aos meios de que dispõe, e para o seu treinador Nuno Manta, o melhor da Liga!

O jogador mais esperançoso da Liga foi Podence. Deu uma Taça da Liga ao Moreirense e foi muito mal aproveitado no Sporting.




Saudações azuis

sábado, maio 13, 2017

Descer à terra...

Quinze, vinte minutos agradáveis, a novidade Mica Pinto, para fortalecer o flanco esquerdo, novidade positiva, um belo golo de João Diogo, de fora da área, podíamos e devíamos ter feito o segundo golo por Persson, não fizemos, Petit fez alterações, o Moreirense melhorou, ganhou preponderância no meio campo, a defensiva azul aguentou o embate e chegámos ao intervalo a ganhar por uma bola a zero. Resultado justo. Segunda parte, sai Mica Pinto, entra Vítor Gomes para equilibrar o meio campo só que o meio campo não se equilibra, antes pelo contrário! Vítor Gomes e Yebda não soltam a bola perdem-na de forma exasperante e Sousa descaído no flanco esquerdo também não dá saída ao jogo ofensivo. Mas o Belenenses estava com a sorte do jogo pelo seu lado! Sorte que não aproveitou. Em pouco mais de cinco minutos o Moreirense ficou reduzido a dez unidades e logo a seguir cometeu uma grande penalidade que Maurides desperdiçou! Havia meia hora para jogar, o desacerto azul continuou, de tal forma que não se deu pela superioridade numérica de que dispúnhamos! Até que chegou o golo do empate e mais uma vez em remate frontal de fora da área com os nossos trincos ausentes! É certo que a partir daí tentámos chegar à vitória mas alcançado um pontinho em condições tão precárias o Moreirense defendeu-se como pôde inclusive com o habitual anti-jogo. Que só vai acabar quando as leis do futebol permitirem parar o relógio nos últimos vinte minutos de jogo. 
Resumindo e concluindo uma despedida decepcionante e um alerta: - para jogar em casa e ganhar precisamos de ter outros argumentos que os jogos fora escondem ou disfarçam. Com aquilo que temos Benny deveria ter entrado e Mica Pinto não deveria ter saído. Precisamos de um jogador que saiba soltar a bola no meio campo. E de um trinco.E afinal não temos alas! Maurides não sabe marcar penalties. Nem livres. 

Resultado final: Belenenses 1 - Moreirense 1

Saudações azuis


quinta-feira, maio 11, 2017

'Os erros corrigem-se'!

Foi com este título que em  Novembro de 2016 solicitava a quem de direito, nomeadamente à Federação Portuguesa de Futebol, que corrigisse o erro de lesa verdade desportiva que alguém no passado cometeu confundindo o Campeonato de Portugal com a Taça de Portugal. Taça de Portugal cuja primeira edição, ganha pela Académica, só se realizou depois do Campeonato de Portugal deixar de existir. Como na altura expliquei passaram então a existir duas provas, o Campeonato da Liga, que definia o campeão português, e a referida Taça de Portugal com o estatuto que hoje tem de segunda prova do calendário futebolístico. Portanto, e enquanto existiu, o Campeonato de Portugal era a única prova do calendário nacional, aquela que definia o campeão português. 
Como na altura também expliquei os moldes em que se realizava, se era por eliminatórias, se era por grupos, seguido de uma final, isso para o caso não interessa. 

A confusão, fortuita ou intencional, teve a ver com o facto de durante quatro anos terem coexistido o Campeonato de Portugal e um campeonato da Liga experimental, uma prova de reservas, que na altura ninguém comparou, nem podia comparar com o estatuto do Campeonato de Portugal. Esta comparação e confusão surgiu mais tarde, quando alguém se esqueceu de adicionar os Campeonatos de Portugal aos Campeonatos da Liga, e como tinham que ser contabilizados nalgum lado inventou-se que eram os antecessores da Taça de Portugal! Porém, prova real do erro e da confusão, acabaram por não ser contabilizados em lado nenhum! Sobrou apenas uma inscrição no troféu que serve de molde à Taça de Portugal! Certo, certo, é que a nova contabilidade assim gerada não prejudicando o número de campeonatos ganhos pelo Benfica, acaba por prejudicar todos os outros campeões! Isto dá que pensar!

Quem pensou bem no assunto, verdade seja dita, foi o actual presidente do Sporting que não hesitou um momento em defender como lhe competia os interesses do seu clube. Os outros lesados, Belenenses, Marítimo, Olhanense e Carcavelinhos, que entretanto deu origem ao Atlético, nunca tiveram força, oportunidade ou disposição para acertar as contas do campeonato. Quanto ao Futebol Clube do Porto, que é também um dos lesados, estranhamente nunca levantou a questão!

Mas, como diz o poeta 'mudam-se os tempos mudam-se as vontades' e, segundo li num jornal desportivo, parece que a recente aproximação entre Porto e Sporting poderá aproximar também os esforços para corrigir o erro e honrar os campeões esquecidos. Para que conste, e não me cansarei de o repetir, o Belenenses foi quatro vezes campeão nacional e não apenas uma como nos andam a enganar. Taças de Portugal é outra coisa, e essas, ganhámos três.


Saudações azuis


Nota básica: Espero que o presidente do Belenenses se junte a esta cruzada pela verdade desportiva e defenda os interesses do clube. Que passam sempre por dignificar os seus campeões!  

quarta-feira, maio 10, 2017

As fundações e o futebol!

Hoje fui ao Observador e mais uma vez tropecei na Fundação Benfica! Reclamei contra a propaganda clubística, reclamei contra a suposta independência do jornal, reclamei talvez sem razão contra uma série de coisas mas na verdade há aqui qualquer coisa que não bate certo. Eu sei que o Sporting também tem uma fundação e o FC Porto se não tem vai ter com certeza. Não duvido dos méritos de quem lá trabalha, nem dos objectivos, as criancinhas parecem felizes, admito tudo isso e admito naturalmente que cada um é livre de entregar uma parcela do seu imposto de IRS às instituições que bem entender. Está na lei!

O que não está na lei mas devia estar era a proibição expressa dos clubes de futebol profissional se intrometerem em áreas para as quais não estão vocacionados nem é essa a sua função. Os clubes citados, e porventura outros, já beneficiam do estatuto de utilidade pública pela formação e prática desportivas a que se dedicam e não vamos agora atribuir-lhes outros estatutos, outras funções e outros benefícios. Qualquer dia temos a universidade Benfica e depois, quem sabe, o partido político! Vamos com calma.

Mas este é apenas o lado mais folclórico do problema porque há outros problemas e não são pequenos. Desde logo a concorrência desleal com as verdadeiras instituições de solidariedade social que se candidatam aos mesmo fundos que estas fundações ligadas aos grandes clubes de futebol. Como os fundos não dão para todos é fácil imaginar quem ganha os concursos. E sobre isto o governo populista que temos fica calado!

Mas o lado mais negro do problema tem mesmo a ver com as suspeições que lhes andam associadas. E mais uma vez não estou a suspeitar desta ou daquela fundação em particular. Estou a desconfiar do sistema como um todo, um sistema que espantou a tróica pelo número de fundações e pela opacidade das mesmas. Prometeram-se na altura reduções, fiscalizações, mas ficou tudo em águas de bacalhau. Isto quer dizer aquilo que todos sabemos, que é mais fácil fugir aos impostos ou branquear dinheiro se houver uma fundação por perto. Não preciso de provar nada, os indícios são esmagadores, a corrupção da república é um facto. Basta atentarmos na Operação Marquez.



Saudações azuis

segunda-feira, maio 08, 2017

A vitória do Belenenses!

Não foi a vitória da SAD nem a derrota da Direcção, tão pouco a derrota merecida dos poderes fácticos que proliferam no Restelo e se julgam donos do clube. Também não foi a vitória nem a derrota de Abel Camará. Foi apenas a vitória do Belenenses, um clube que enverga a Cruz de Cristo e cujo calvário tem que terminar um dia. Pode ter sido ontem esse dia.

Sobre o jogo, sobre a alegria dos adeptos, adeptos cansados, desiludidos, mas que basta uma vitória (uma vitória destas!) para voltarem a acreditar, sobre essa esperança que posso eu acrescentar?! Pouco, muito pouco. As imagens transmitidas falam por si. Por exemplo, reparei que Alvalade transbordava de sportinguistas eufóricos, certos da vitória, e que no espaço reservado à equipa visitante viam-se apenas meia dúzia de adeptos azuis! Talvez o contingente mais reduzido em cem anos de história competitiva. Mas aquele vazio é enganador e não reflecte a força do Belenenses como fácilmente se comprova pela repercussão da derrota leonina. Eles cheios de azia, e iguais a si próprios, incapazes de reconhecerem qualquer mérito ao adversário! E nós a sorrir e a sonhar! Foi sempre assim.

Para os comentadores do Sporting, e eram uma chusma deles, o jogo foi péssimo e a velha máxima de que uma equipa joga aquilo que a outra a deixa jogar não se aplica ao Sporting! Desvalorizaram os nossos golos por serem de bola parada e eu voltei a sorrir e pensei:- Benny, ainda bem que entraste! Marcaram um golo fortuito e tiveram mais uma oportunidade. Bas Dost, potencial bota de ouro foi anulado por uma dupla de centrais que parecia ter vindo directamente de Itália (parabéns Diniz Almeida e Gonçalo Silva!) e em termos colectivos a equipa nunca se desuniu, teve personalidade e inteligência para não fazer faltas em zonas proibidas. Domingos escalou a equipa com sucesso, acertou nas substituições, e as ausências não se fizeram notar. Este resultado fica para a história por tudo, pela morte do borrego, pelo horário e até pela boa arbitragem de Bruno Paixão na segunda parte! Será que Paixão julgava que o vídeo árbitro já estava a funcionar?!

Resultado: Sporting 1 - Belenenses 3 

Saudações azuis



Nota: Abel Camará é um jogador formado em Belém, quando alguém fala nele não tem que falar no Benfica, no Sporting e no Porto, o que é um descanso para os meus ouvidos! Tem um feitio belicoso, os seus atributos técnicos não são famosos, mas deixa tudo em campo pela camisola que enverga. Ficará ligado para sempre a esta vitória. A história dirá que desobedeceu ao treinador e quis marcar o penalty decisivo. Foi corajoso. Terminado o jogo anunciou a sua saída do clube para sossego geral dos adeptos e em particular da claque Fúria Azul com quem mantém um contencioso antigo. Esta é a explicação mais ou menos oficial. Explicação que não me convence a mim e não há-de convencer muitos sócios. E é um mau precedente.

sábado, maio 06, 2017

Eleições – um ponto de partida!

Uma única lista, eleições antecipadas que irão consagrar o actual presidente da Direcção, e um objectivo central – recuperar o futebol profissional para o Belenenses, acabando de vez com esta anormalidade bicéfala em que temos vivido. Quem discordará disto?! Ninguém, que seja mesmo azul por dentro.

Dito isto passemos aos ‘entretantos’ e a uma análise mais fina da situação. Pois não podemos recair nos erros que nos levaram ao precipício porque então será por certo o fim do Clube de Futebol ‘Os Belenenses’, meu único clube e que venho seguindo desde as Salésias até ao Restelo!

A primeira verdade que tem que ser dita, porque não há bons caminhos sem verdade, é que fomos nós belenenses que criámos esta terrível situação de ter de entregar a nossa alma a terceiros! Alma e identidade que ao longo de décadas não soubemos preservar nem defender de tentações que se revelaram nefastas e desastrosas. Não vou enumerar aqui os marcos da decadência, já o fiz noutros espaços, porque não é altura de olhar para trás mas sim para a frente.

Uma segunda verdade também é para mim indiscutível – a equipa de futebol do Belenenses é, onde estiver a jogar, a mais alta representação do clube sobrepondo-se a qualquer Direcção ou SAD por mais votos que uma ou outra angariem. A equipa de futebol é e será sempre a representação viva da história do Clube. Isto explica que a maior parte dos sócios e adeptos tenham apoiado (muitos continuam a apoiar) a solução que neste interregno foi encontrada para a equipa de futebol.

Uma terceira verdade terá que fazer parte deste ponto de partida, a saber: - independentemente do que vier a ser decretado pelo tribunal quanto à recompra da SAD o futuro do Belenenses passa sempre por ter um presidente do Clube que seja ao mesmo tempo o presidente da SAD. E este presidente não pode deixar de reflectir o sentimento profundo dos adeptos e da história do Clube.

Este é (na minha opinião) o ponto de partida. Daqui até à chegada há caminho a percorrer.

Saudações azuis



Nota: Amanhã, num horário insólito mas que exprime a dependência geral das transmissões televisivas, vamos a Alvalade defrontar o Sporting num jogo que será sempre um clássico do campeonato. Cabe-nos apenas confirmar isso no campo.

quinta-feira, maio 04, 2017

O Videogame!

Estamos quase lá, falta apenas robotizar os jogadores. Eh pá, não sejas assim, sempre a dizer mal de tudo, não vês que a Holanda, uma monarquia como tu gostas, também vai ter o VAR na próxima época! Porque será que na Holanda é coragem e em Portugal é falta dela?! Querem que eu explique? Não. Então, já que insistem, vou explicar. Na Holanda não existe a desconfiança que existe em Portugal, sobre a justiça em geral e sobre a arbitragem em particular. E também não existem tantos programas infantis, quase diários, sobre penalties e outras faltas. Programas patéticos e intermináveis na televisão, na rádio, na internet! Nem na Holanda existe a ditadura dos ‘três grandes’ com três jornais e tudo! Ou seja, a Holanda é um país normal, civilizado, que vai aplicar uma nova tecnologia para ajudar o árbitro a decidir melhor determinados lances. Portugal vai aplicar esta e todas as tecnologias disponíveis para evitar ter que tomar as medidas necessárias que a Holanda já tomou para matar na origem a raiz da suspeição. A diferença é essa. E quais são essas medidas que a Holanda já tomou e Portugal tarda em tomar?! Já as enunciei mas resumem-se a mais democracia e menos ditadura, tendo sempre em vista salvaguardar a verdade desportiva. Queres exemplos?! Por exemplo, não é possível salvaguardar a verdade desportiva enquanto existir um fosso cada vez maior entre clubes que disputam o mesmo campeonato. Clubes que comem tudo e outros, sem os quais o espectáculo não existiria, que não comem nada! Achas bem?! Daí às relações de dependência vai um passo de formiga. Por isso a Holanda tem os direitos televisivos centralizados numa única entidade e os respectivos proveitos são distribuídos segundo critérios justos. E não é só a Holanda. Aliás julgo que na Europa só resistem a este modelo Portugal e a Ucrânia! Isto diz-te alguma coisa?!
É por isso que eu acredito que na Holanda o vídeo árbitro venha a reduzir a margem de erro das arbitragens mas não acredito que o mesmo aconteça em Portugal. Acho até que vai aumentar a suspeição. Palpita-me.


Saudações desportivas

terça-feira, maio 02, 2017

Sofre Belenenses…

Como era de esperar aí está mais um episódio da guerra civil entre a Direcção e a SAD, fruto apodrecido de uma estrutura caduca e absurda e cujos intervenientes ainda não perceberam que é o Belenenses quem sofre. Os interesses que estão em causa, por muito que ambas as partes o neguem, não têm nada a ver com os interesses do clube. O interesse do Belenenses, vital para a sua sobrevivência, passa por uma estrutura vertical onde o presidente da SAD tem que coincidir com o presidente do Clube. Dito de outra maneira, o clube não pode ter uma estrutura bicéfala, ter dois representantes, ter dois galos numa capoeira. Isto qualquer pessoa percebe. Como também percebe que caminhar para essa unificação em pé de guerra é o pior que podia acontecer ao Belenenses.

Aliás, o incidente após o jogo poderia ter sido uma oportunidade para a Direcção dar o exemplo condenando sem reticências as tentativas de violência, pequenas, grandes, não interessa. Sabe-se como estas coisas começam e sabe-se como às vezes acabam. É óbvio que isto implicava condenar também os adeptos que se excederam. E naturalmente defender o capitão de equipa. Se o fizesse apenas nestes termos ganharia o respeito dos sócios. Assim, com o comunicado ambíguo que emitiu poderá ter ganho a simpatia dos arruaceiros mas perdeu toda a credibilidade. E como se não bastasse ainda vem um suposto provedor dos sócios (não meu concerteza) dizer que afinal não se passou nada e que é tudo invenção da SAD! E transcreve, com a ‘independência’ de um provedor parte do comunicado de uma das partes, neste caso da Direcção! Que raio de provedor é este?! É o provedor dos sócios, ou da Direcção?! Ou pensa ele que todos os sócios aprovaram a arruaça e os protestos?! Se assim pensa então não tem perfil para o cargo.

Duas notas ainda sobre o infeliz comunicado emitido pela Direcção: - é muito feio desvalorizar o trabalho realizado na equipa de futebol profissional tentando estabelecer comparações com aquele que a Direcção tem realizado no âmbito do futebol de formação. E fazer isso na hora das derrotas mais feio se torna.
A última nota tem a ver com a violência no futebol. Em primeiro lugar é falso que no Restelo não se tenham já passado cenas de contestação que acabaram em violência bárbara e gratuita. O presidente da Direcção ou é muito novo ou então perdeu a memória. E numa altura em que a violência no futebol é cada vez mais preocupante vir desvalorizar incidentes deste género não me parece bom augúrio.


Saudações azuis

segunda-feira, maio 01, 2017

Os mesmos erros e os mesmos problemas…

É triste o que estão a fazer ao Belenenses e não me refiro apenas à equipa de futebol profissional. Refiro-me ao clube como um todo. E daqui desta coluna desafio os críticos habituais a chegarem-se à frente e a apresentarem uma solução para o clube. Mas tragam o vosso dinheiro, não o das rendas, nem das hipotecas, nem o futuro dinheiro da televisão, que aliás já deve ter sido adiantado, e muito menos o dinheiro das obras de ‘requalificação’ anunciadas. Tragam dinheiro vivo (o crédito já acabou) para requalificar a equipa de futebol e coragem para acabar com tudo aquilo que empata o clube. Vou portanto analisar apenas aquilo que é analisável por um treinador de bancada e que é adepto do Belém há mil anos!

Mais um jogo perdido, mais uma machadada na reputação dos jogadores, dos treinadores e dos dirigentes. Pois é assim que um adepto reage às derrotas especialmente no Restelo. E convenhamos que é muita derrota! Domingos Paciência usa o que tem à mão, que é pouco, não há meio campo, Vítor Gomes é um desespero para soltar a bola e quando a solta já está bloqueado. Yebda, que jogou melhor, também se demora com ela e com os inconvenientes que daí resultam Adversários recolocados e a solução é passar para trás! Isto acontece inúmeras vezes e assim é difícil surpreender alguém. E não me canso de repetir, que é aqui, no meio campo, que estão as raízes da pouca produtividade atacante. Também não posso afirmar que a equipa tenha jogado mal, ou que o Paços tenha merecido a vitória, porque não mereceu. Mas somados os erros e subtraídos os falhanços o que acontece é que vamos sofrendo golos e é uma raridade marcarmos. E quando marcamos parece que ficamos contentes e recuamos no terreno. Foi o que aconteceu. O que aliado à passividade em alguns lances (que têm que ser mortos à nascença) e aos já habituais erros infantis, deu no que deu. Desta vez foi Camará mas podia ter sido outro jogador. Aliás já tínhamos apanhado um susto num corte falhado de Yebda e que normalmente dá penalty. Desta vez passou. O que não passou foi a entrada imprevidente e grosseira de Camará. E quando o Paços já parecia satisfeito com o empate eis que damos uma nova abébia, desta vez colectiva, com vários jogadores a serem ultrapassados, num metro de terreno, de uma forma quase inacreditável. Foi duro demais para a alma azul.

Não vou fazer mais comentários sobre este jogo. Espero que a SAD aprenda a lição e espero também que Domingos Paciência, que tem uma reputação a defender, prepare a nova época como deve ser. Como o Belenenses exige e merece.


Saudações azuis