segunda-feira, fevereiro 24, 2020

A vitória e a tarja


Mais uma vitória, esta ainda mais difícil que no Bessa, jogar no Jamor não é fácil, e pensar que tiramos alguma vantagem (competitiva) disso, é um erro que tem custado muitos pontos. Mas desta vez prevaleceu o realismo, a noção exacta das nossas possibilidades, e mesmo assim, no princípio do jogo, ainda apanhámos alguns sustos. Para sair a jogar a partir da defesa precisamos de outra matéria prima. Em especial no segundo e terceiro passes, aqueles que asseguram uma transição pacífica, sem perdas de bola comprometedoras. Mas ganhámos que era o que interessava e parece que Petit já conseguiu passar a mensagem ao plantel e por isso não se têm notado as constantes mudanças, fruto de lesões e castigos, que vão ocorrendo no sector defensivo. Quem sabe, sabe.

Em termos de destaque individual desta vez vou mencionar Marco Matias, esforçado defesa direito de circunstãncia, devido á lesão de Esgaio, e que ainda não me tinha convencido. Falhou uma arrancada perdendo a bola (lá à frente) em condições que não podem acontecer, mas vejo-lhe alguns progressos. Precisa de marcar um golo.

Também merecem destaque, Show, que depois de um início em que falhou alguns passes, estabilizou e estabilizou a equipa, mostrando que é já um elemento importante neste Belenenses. Um jogador que está sempre em movimento! E que a SAD deveria equacionar a sua aquisição. Pois se é para construir uma equipa competitiva, temos que começar pela sua coluna vertebral.

Por fim Chima, jogador discreto mas pendular e com grande capacidade no jogo aéreo. E não só.

Resultado final: Belenenses 1 – Marítimo 0

https://www.zerozero.pt/news_rss.php?id=157773


'A tarja da reconciliação'

Tão importante ou mais do que as vitórias é a reconciliação azul. Ela será mais fácil se nos esquecermos de fulanizar a questão e se pensarmos que o Belenenses é muito mais do que dois grupos que hoje se confrontam, uns acantonados no Restelo, outros refugiados no Jamor. O Belenenses é um grande clube, com adeptos espalhados por todo o Portugal e que apenas esperam, que esse gigante adormecido, ressuscite em glória.

Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Dez reis de esperança!


Confesso que tenho andado esmorecido e que a fé na reviravolta já foi maior. Daí a pouca escritura. Porém este jogo no Bessa, em especial a capacidade demonstrada pelo treinador para reconstruir, emendar, amadurecer jogadores e principalmente motivar uma equipa castigada pelas sucessivas derrotas, tudo isso, fez renascer em mim uma réstea de esperança. Jogámos bem no Bessa, tal como já tinhamos feito antes, mas desta vez fomos mais intensos e estivémos mais concentrados. E marcámos um segundo golo, fundamental para ganharmos os três pontos.
Sobre a reconstrução basta olharmos para a defesa renovada onde Cafu Peth (central do lado direito) foi considerado justamente o homem do jogo! Sobre amadurecimento de alguns jogadores basta olharmos para a exibição personalizada de Show, desta vez sem levar nenhum cartão. Danny Henriques também se redimiu embora o primeiro cartão amarelo precise de revisão atenta – na primeira Liga as entradas de sola são quase sempre penalizadas. Ainda por cima a falta foi desnecessária. Outro jovem jogador que deu nas vistas foi Nilton Varela, assim como Cassierra. Este último apesar de um 'egoísmo' fatal que estou certo Petit não deixará de corrigir.
Aliás, e já que estamos a individualizar as exibições quero dizer que o colectivo é que de facto sobressaíu, e não pode ser de outra maneira. Foram apenas três ponto numa caminhada que se afigura difícil mas possível.

Resultado: Boavista 1 – Belenenses 2

Notas finais:

 
Vai por aí uma algazarra de todo o tamanho por causa dos incidentes em Guimarães, incidentes entre os adeptos vimaranenses e o seu ex-jogador Marega.

Primeiro ponto, não estive lá mas parece que é factual que Marega foi insultado, durante todo o tempo em que permaneceu em campo, e que os insultos, de vária ordem, incluiram, segundo dizem, apupos a imitar os símios. Tudo isto é condenável mas daí ao diagnóstico generalizado de racismo e ao histerismo condenatório subsequente, vai uma grande distância. É a distãncia entre a realidade e a demagogia. Entre a realidade e uma certa agenda política que todos sabemos qual é.

E passamos ao segundo ponto: - esta hipocrisia dá jeito a muita gente mas não resiste ao seguinte argumento: - se o pessoal de Guimarães é racista por que carga de água é que só Marega tem 'direito' às semelhanças com os símios?! É que havia mais pretos em jogo com a camisola do Porto!

E passamos ao terceiro e último ponto: - se pelos insultos e cânticos entoados pelas várias claques que temos, nos vários recintos desportivos que existem, quisermos tirar alguma conclusão sobre a actual mentalidade lusitana, o melhor é chamar todas as ambulâncias do mundo e os melhores psiquiatras do universo. Que dirão que não é racismo, não senhor, é alienação. Alienação geral, dos que cantam e dos que ouvem cantar.


Saudações azuis

terça-feira, fevereiro 11, 2020

Juízes de fora?! 'Deixa-me rir'!

O reboliço devidamente programado só começou no Domingo. A noite de sábado serviu para tomar rennies e outros anti-ácidos que explicassem a superioridade do FC Porto. Mas havia outras explicações mais importantes para dar, quer ao universo benfiquista, quer ao universo da bola. Explicações que têm a ver com a invencibilidade dos encarnados excepto quando defrontam o Porto ou alguma equipa europeia em jogos arbitrados por 'juízes de fora'!

Estranho fenómeno este! E por isso havia que passar ao ataque atropelando a realidade, seja com cortinas de fumo, seja com os habituais very lights! O pretexto foi um penalty assinalado, penalty que a maioria dos comentadores achou na altura indiscutível mas que no dia seguinte, já suscitava algumas dúvidas! Dúvidas se Ferro teria sido empurrado pelas costas! Isto a juntar à violência sobre o inocente Taarabt!

Nem de propósito apontei uma situação semelhante, mas essa sim, escandalosa, e que passou em claro no jogo da Luz contra o Belenenses - possível falta de André Almeida saltando por cima de Nilton Varela! Cuja sequência deu o segundo golo dos encarnados. E ainda o comportamento faltoso do argelino que deveria ter sido expulso também nesse jogo. Por isso é de um descaramento inaudito ouvir os cartilheiros especialistas em arbitragem a perorarem sobre regras e recomendações que apenas servem para proteger o nacional benfiquismo vigente. Por fim ouvir o Vieira a pedir árbitros estrangeiros para apitar o Benfica só pode dar vontade de rir!

Agora, que isto vai acabar mal, disso não tenho dúvidas. É o eterno problema de termos governos que frequentam os camarotes da bola, políticos que fizeram o seu tirocínio nas direcções dos clubes grandes, e juízes que recebem bilhetes de borla e acham isso normal! Depois disto falar da FPF ou da Liga é perda de tempo.


domingo, fevereiro 09, 2020

Difícil, cada vez mais difícil...

A história do jogo ficou definida no final da primeira parte e de certa forma contra a corrente uma vez que depois de uma entrada completamente falhada conseguimos equlibrar a contenda e até estávamos por cima. Mas o futebol é isto, um minuto fatal, decide tudo. Um erro individual seguido de outro colectivo, dois golos na nossa baliza, e o resultado estava feito. É certo que ainda faltava jogar a segunda parte mas sabendo da eficácia defensiva do Santa Clara e da ineficácia ofensiva do Belenenses, só um milagre podia alterar o nosso destino. E se juntarmos a pouca sorte da lesão de Nuno Coelho que obrigou a uma substituição prematura o cenário da reviravolta não era previsível.

Verdade que não consentimos outras oportunidades aos açorianos e que acabámos por construir duas ou três ocasiões flagrantes. Mas daí a marcar vai uma grande distância. Marco Matias, ainda com zero a zero falha de forma clamorosa. E já na segunda parte Cassierra erra o alvo de cabeça.

Conclusão: Petit tem pela frente um trabalho dificílimo, a saber: - reconstruir uma defesa que é a mais batida do campeonato; e construir um ataque que é o menos produtivo do mesmo. São números que indiciam a descida de divisão. Para evitar o precipício também nâo tem muitas armas. Para além da onda de lesões que tem acometido o plantel, os jogadores que vieram no mercado de Janeiro, os mais sonantes – Ruben Lima e Ricardo Ferreira - estavam parados há muito tempo, por isso vão precisar de tempo para ganhar ritmo. Por outro lado o recurso aos sub-23 envolve sempre o risco da inexperiência e dos erros que lhe estão associados. A que podemos somar a falta de estofo psicológico para enfrentar este momento delicado. Que ontem curiosamente afectou também aqueles que julgávamos mais experientes!

Vai ser difícil, muito difícil.

Resultado final: Belenenses 0 – Santa Clara 2


Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 03, 2020

A luz e as sombras


(As imagens)

Não tenho a BTV por opção e tenho pena de todos os papalvos que não sendo do Benfica a usam para ver jogos em que participe o clube encarnado. É sempre outro jogo e sempre a favor das águias. Por exemplo, vejamos o que aconteceu no recente Benfica-Belenenses, que o Benfica ganhou com alguma dificuldade e onde aparentemente não houve casos. Minto, houve um penalty e sendo contra o Benfica é sempre um caso. Pelas imagens disponibilizadas na altura (vi o jogo num restaurante) pode ficar alguma dúvida porque só numa delas, que passou rápidamente e nunca mais se viu, é que o contacto é perceptível. Por isso e para os 'cartilheiros' do dia seguinte foi um penalty forçado!

Outro lance que passou despercebido, filmado de longe e só com uma repetição, teve a ver com o início da jogada que termina em golo do Benfica. Existe uma carga de André Almeida* sobre Nilton Varela que as imagens exibidas não esclarecem se houve ou não falta. Como podiam gerar dúvidas desfavoráveis ao Benfica, siga para bingo, mas se fosse ao contrário ainda agora estávamos a ver repetições!

E termino esta reprise com Taarabat, jogador que não devia ter acabado o jogo. No lance com Gonçalo Silva, entrada de sola que o árbitro nem falta marcou, a BTV conseguiu dar a ideia que o faltoso tinha sido a vítima, ou seja, o defesa do Belenenses! Assim é mais fácil ganhar jogos. E só não percebo a apatia dos rivais – Porto e Sporting! E também não compreendo como é que em Portugal (e é só em Portugal) ainda se permite que um clube (o Benfica, claro) seja o responsável pelas transmissões televisivas da sua própria equipa! Só lhe falta ter árbitros próprios. Ou se calhar não falta se atendermos ao que dizem os emails.

(O jogo)

Sobre o desafio a única coisa que vale a pena dizer é o seguinte: - não existem vitórias morais e o Belenenses não precisa de elogios, precisa de pontos. No entanto olhando para trás não me lembro de um jogo tão equilibrado entre o Benfica e o Belenenses! Já houve outros, em que até conseguimos conquistar pontos, mas não foram tão divididos. E sem aquele primeiro golo, infantilmente consentido, e o segundo, talvez precedido de falta, não sei...
De qualquer modo para pontuar na Luz não podemos sofrer três golos.

(O futuro próximo)

Vai ser uma guerra! Cada jogo é uma final , as equipas estão muito equilibradas, e todas elas se reforçaram. Petit já pôs o dedo na ferida, nas fragilidades azuis. O Belenenses tem que parar de sofrer golos em todos os jogos. A defesa foi a prioridade, nomeadamente o jogo aéreo, desde o lado esquerdo á cabeça da àrea. É por lá, que aparecem os golos – Déner (Portimonense) saltou à vontade e Taarabat (Benfica) rematou sem oposição. Até à última hora ainda esperei por um médio ofensivo (Francisco Geraldes era o meu preferido) mas não deu. Falou-se no empréstimo de Mateus Oliveira mas não é o jogador consistente e guerreiro que precisamos. Vamos ter que que trabalhar com a prata da casa.

Nota final: Os sub 23 morreram na praia. Já era esperado. Não temos jogadores de meio campo capazes, que agarrem o jogo e assegurem a transição com um mínimo de qualidade. E os avançados ressentem-se. Além do mais há ali muita gente que se agarra demasiado à bola. E muita imaturidade. A excepção é Luís Silva que merece oportunidades na equipa principal. Robinho tem quem crescer mentalmente e aprender a rematar á baliza. Em resumo, o Rio Ave foi superior e ganhou naturalmente.


Saudações azuis

*O que era preciso esclarecer, e as imagens não quiseram esclarecer, teve a ver com o braço e cotovelo de André Almeida - se atingiu ou não Nilton Varela! Só isso, mais nada. Na sequência do lance a bola sobra para Taarabat que remata e faz o segundo golo do Benfica.