segunda-feira, dezembro 31, 2018

Boas entradas...


Quem viu aqueles primeiros vinte minutos do Belenenses terá pensado que o campeão vestia de azul. E apesar de alguma reacção manteria a mesma ideia no fim da primeira parte. O que aconteceu a seguir é outra história. O Porto, que precisava de ganhar, pressionou mais, insistiu, fez algumas alterações e Silas em vez de se manter sossegado, e de aceitar com naturalidade o golo do empate, deslumbrou-se e quis responder às alterações de Sérgio Conceição. Deu asneira. Para além de uma substituição defensiva numa altura em que o Porto dispunha de uma bola parada (primeiro erro), retirou de campo Nuno Coelho (segundo erro) e mudou o sistema táctico inicial (terceiro erro). É o chamado três em um. E o Belenenses nunca mais foi o mesmo. E a cada substituição piorava. Valeu Mika no fim para disfarçar o resultado.

Mas não vale dizer mal sem explicar. Os jornais dizem hoje que Nuno Coelho foi o elo mais fraco! Não concordo. Estava sim a equilibrar todo o sistema defensivo e a permitir que Cleylton realizasse a melhor exibição desde que está no Belenenses. No sistema de três centrais Cleylton ocupou-se do lado direito e juntamente com Gonçalo Tavares deram grande luta a Brahimi e Alex Teles que só aos 53 minutos conseguiram passar! E deu o golo do empate.

É verdade que era necessário refrescar a equipa nomeadamente Eduardo, completamente esgotado e já amarelado. Mas isso faz-se homem por homem sem mudar o sistema. Uma substituição certamente muito difícil, basta olhar para o banco. E já não há Tandjigora.

Silas só recuperou a forma nas declarações finais. Garantiu que vamos lutar pela vitória em Alvalade e isso eu gosto sempre de ouvir. E também constatou que precisamos de mais dois ou três jogadores. Silas falou no ataque e eu obviamente concordo. Mas volto à minha ideia. Ontem, substituir Eduardo não foi fácil. Nem ganhámos nada com a troca. Contra o Porto nota-se mais.


Um Bom Ano para todos os adeptos do Belenenses.

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Um erro!

Num momento em que a identidade do Belenenses está ser disputada a mudança da SAD para Oeiras, mais própriamente para o Tagus Park, foi um erro. Não conheço os contornos, nem as razões da mudança, e se calhar era preciso encontrar uma solução mas já o disse e volto a repetir tudo o que seja afastar o Belenenses de Belém é um erro. Um erro grave. Uma coisa é plantar um centro de estágio num sítio qualquer da grande Lisboa, outra coisa é mexer com as raízes de uma árvore centenária. Alugar um pequeno escritório entre o Restelo e as Salésias teria sido uma medida com alguma visão. E neste assunto não interessa saber onde habitam a maioria dos actuais sócios ou adeptos do Belenenses. Como referi no postal anterior o que conta é a representação mítica. E Oeiras não diz nada ao Belenenses. Vivem lá muitos sócios e adeptos?! É uma zona em expansão?! Seja. Mas o Belenenses tem outras tradições. É um clube marítimo e terá sempre apoio nas zonas ribeirinhas, nas comunidades piscatórias, mesmo que já não pesquem. Assim tenha uma grande equipa de futebol. Uma equipa que encare olhos nos olhos os seus eternos rivais - Benfica, Sporting e Porto. E por esta ordem. Quem souber manter viva esta chama ganhará o Belenenses.


Saudações azuis


Nota : Mais tarde ou mais cedo é bem possível que o antigo município de Belém venha de novo a ser uma realidade.À custa naturalmente do actual concelho de Oeiras. Não tenho dados para sustentar esta tese mas palpita-me.  

segunda-feira, dezembro 24, 2018

Boas Festas

'O mito é o nada que é tudo' - Fernando Pessoa

O melhor presente de Natal já o recebemos na tarde de sábado no Jamor. A marca do Belenenses é aquela. E aquela era a vitória mais difícil. A vitória que confirma uma escalada e que nos últimos anos sempre nos fugia. Sobre o símbolo transcrevo o discurso de Silas porque revela uma grandeza que os fundadores não desdenhariam:

«Nas equipas de bairro também não tínhamos símbolo. Jogávamos pela paixão, defendíamos a equipa porque eram os nossos amigos e colegas. Agora não há outra solução, vamos jogar sem símbolo, mas não vamos jogar sem identidade. Temos nome, colegas e dignidade para defender. A equipa vai continuar contra tudo e contra todos»

«Queremos amealhar pontos e dar continuidade a esta sequência de sete jogos sem perder no campeonato. Queremos pensar em lugares mais ambiciosos e não vamos fugir da luta. Todos temos os nossos sonhos, eu sou um sonhador. Até nos treinos sonho»


Saudações azuis

sexta-feira, dezembro 21, 2018

A doutrina do bode expiatório!

Os judeus antigos sacrificavam anualmente um bode para expiar os pecados da comunidade assumindo assim que a culpa não pode morrer solteira. Matavam o bode e salvavam-se os culpados. A curiosa decisão da juíza de instrução do e.toupeira parece ter-se inspirado naquela tradição judaica ao ilibar a SAD do Benfica do crime de corrupção pronunciando ao mesmo tempo e pelo mesmo crime quem agia em seu nome e seu proveito! 

Sim, porque por mais interpretações jurídicas que se queiram fazer todas elas chocam de frente com a realidade. Quem corrompeu não o fez por conta própria mas para antecipar informação preciosa em defesa da SAD encarnada na altura alvo de investigação em vários processos sensíveis. E quem foi corrompido (seja por amor à causa seja porque motivo for) só o fez porque o alegado corruptor tinha a credibilidade pública de representar a SAD do Benfica. Credibilidade reforçada pelo tratamento diferenciado que passaram a receber depois de feito o serviço. Isto é o que toda a gente compreende e que nenhum labirinto jurídico consegue contrariar.

E voltam as lembranças da Casa Pia onde também, e por coincidência, uma juíza evitou que Paulo Pedroso, que foi ministro da tutela, fosse a julgamento. Um julgamento onde naturalmente poderia defender a sua inocência. Mas não, em Portugal a justiça (instrutória) não confia no julgamento a não ser que seja peixe miúdo.

Finalmente temos a conclusão: - depois do Procurador do Ministério Público ter afirmado que 'é difícil um caso de corrupção ter prova tão forte como este' só podemos concluir que será impossível doravante condenar qualquer pessoa colectiva pelo crime de corrupção! E será então possível que as pessoas colectivas passem a utilizar testas de ferro para cometerem crimes de corrupção. Ou outros. Branco é, galinha o põe.

Saudações azuis


Nota: Precipitei-me, na conclusão. Faltou-me acrescentar que, para beneficiarem deste tipo de interpretações jurídicas, têm que ser pessoas colectivas de referência. De referência do regime.

quarta-feira, dezembro 19, 2018

Um país algures no terceiro mundo...

A esta hora o canal público de televisão transmite em directo um jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal entre o Montalegre e o Benfica! E pergunta-se, mas isto podia acontecer em algum canal público de televisão europeu? Claro que não. Então porque é que acontece em Portugal?! Isto nada tem a ver com Montalegre que está naturalmente em festa por receber um grande emblema da primeira Liga. O que aqui me incomoda é o cheiro a ranço da chamada 'festa da Taça'! Que não é mais que um pretexto para a propaganda do nacional benfiquismo de má memória. E que pelos vistos continua a ter acolhimento na RTP.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, laureado com um campeonato europeu à base de emigrantes, e que foi ao Parlamento clamar contra a violência no futebol esquecendo a corrupção e a batota, reuniu com os clubes da primeira Liga com carácter de urgência! Está preocupado com o ranking europeu porque acha que o nosso lugar é acima da Rússia e se calhar mais próximo da Alemanha. Não disse mas posso adivinhar que se baseia na comparação entre os salários mínimos dos vários países da união europeia. E podíamos retirar daqui uma regra - quanto mais baixo for o salário mínimo interno melhor deve ser o ranking externo! Em resumo vamos continuar com as desigualdades para sustentar três fidalgotes nas andanças europeias. Porque é isso que dá prestígio a um país e votos para Fernando Gomes subir nos cadeirões da UEFA. Quem não o conheça que o compre.

E termino com o 'VAR Verde' que vai assinalando penalties sobre o Bas Dost a um ritmo alucinante! Aquilo já não é futebol, é basket! Cuidado Belenenses na próxima deslocação a Alvalade.

Saudações azuis


Nota do dia seguinte: Há duas maneiras de encarar o futebol português. Ou queremos um futebol competitivo cá dentro, e para isso há que, primeiro, arrumar a casa, diminuindo as desigualdades gritantes entre os clubes, e a receita é simples, basta copiar o que se faz nas Ligas mais competitivas da Europa.  

Ou queremos continuar como estamos alimentando os sonhos megalómanos dos três clubes chamados grandes. E isto só funciona de duas maneiras: - com os bancos, o estado e as autarquias a injectarem dinheiro a fundo perdido naqueles três clubes, e mesmo assim não chega. E com o empobrecimento obrigatório de todos os outros clubes que não beneficiam de tais benesses. Porque este farrobodó não chega obviamente para todos. E nem interessa que chegue uma vez que também é obrigatório que os tais três clubes não sofram concorrência para que assim as receitas extraordinárias da UEFA passem a ter o carácter de receitas certas, ordinárias! Esta subversão explica com muita clareza toda a corrupção e batota existentes.

Fernando Gomes não quer obviamente que haja corrupção e batota no futebol português, mas as suas propostas do tipo - 'evolução na continuidade' - vão infelizmente lá parar. Não sou eu que o digo, é a realidade.

Uma realidade que adiou para amanhã as pronúncias do processo e.toupeira! Uma juíza com um parto difícil!  

segunda-feira, dezembro 17, 2018

Confirmações!


Confirmamos a excelente capacidade de reacção da equipa que se viu a perder com um auto golo fora de vulgar. Uma equipa que recuperou de duas desvantagens!
Confirmamos que a entrada de Eduardo e as mexidas consequentes (51 minutos de jogo) deram um cariz mais ofensivo à equipa possibilitando chegar com mais perigo baliza contrária. E sonhar com a vitória!
Confirmamos que a afinação do conjunto é o segredo maior para o êxito e que qualquer desafinação, pode ser a morte do artista. O segundo golo do Rio Ave aconteceu porque Diogo Viana, que entretanto saíra lesionado, ainda não tinha ocupado 'plenamente' o seu lugar. Entrou a coxear e aquele flanco foi sempre um cabo dos trabalhos.
Confirmamos que Zacarya substituiu Reinildo a contento. Penso que devia entrar de início.
Confirmamos a subida de forma de Licá, mais confiante e isso nota-se logo na capacidade de remate. Um golo subtil e um tiro ao travessão fantástico!
Confirmamos que Fredy está a assumir um papel cada vez mais importante na equipa. Para que assim continue deve evitar os toques de calcanhar. E as faltas desnecessárias que dão livres para a nossa baliza..
Confirmamos que Muriel é um enorme guarda- redes mas que não pode cair nas 'tentações de Braga'. Ontem ia-se dando mal outra vez. É certo que foi para emendar a meia fífia de Sasso.
Confirmamos entretanto que fomos salvos pelo VAR. Justamente, diga-se. Mas atenção Sasso não pode ser derrubado pelo avançado e não ser falta. Dele ou do avançado. O jogo tem que parar ali. Ficar à espera que o árbitro assinale é muito perigoso. Como aliás se viu.
Confirmamos que Henrique esteve quase a marcar um golo aos 89 minutos. E devia tê-lo feito já que o árbitro não seguiu (e bem) as indicações do fiscal de linha. Se a bola tem entrado na baliza talvez estivéssemos a celebrar uma vitória uma vez que o fora de jogo é bastante duvidoso. E iria ser analisado à lupa pelo VAR. Mas Henrique ainda está em fase de aprendizagem. E precisa de marcar um golo.
Em suma, confirmamos que estamos no bom caminho.


Saudações azuis


sábado, dezembro 15, 2018

A Cruz dos adeptos!


Um ponto prévio: - enquanto continuarmos a judicializar o país, os tribunais a meterem-se em tudo, e as organizações que deviam tutelar as várias actividades a primarem pela ausência... não vamos a lado nenhum. E recriamos alegremente o reino da incompetência.

No caso do futebol, perante o silêncio da Liga e da Federação, temos assistido a coisas incríveis! E pouco falta para que amanhã as providências cautelares (com efeito suspensivo) sentenciem sobre a validade dos golos ou dos cartões exibidos!

Mas cabe na cabeça de alguém que um 'tribunal de marcas e patentes' possa decidir quem é que representa o Clube de Futebol 'Os Belenenses” no campeonato profissional de futebol?! É claro que não e o próprio tribunal devia ter consciência disso. Mas pelos vistos não tem e clarifica pedidos cautelares que pouco ou nada têm a ver com o fundo da questão. E o fundo da questão está explicito na pergunta anterior.

Não quero, não sei, nem vou opinar sobre o sistema judicial português, nem sobre a profusão de providências cautelares que o inundam. Nomeadamente no futebol. Aqui, repito, o que me interessa realçar é a completa ausência da Federação e da Liga num diferendo em que terão obrigatoriamente de ser partes interessadas. E que não podem ficar à espera do fim dos processos judiciais para se pronunciarem. Está em causa a credibilidade do campeonato, e estão em causa os adeptos/sócios não apenas os que frequentam o Restelo mas aqueles que apoiam a equipa de futebol profissional (a única que existe) seja no Jamor seja em que campo for.

Aliás em relação a este grupo de adeptos, ignorados no pedido cautelar e na decisão do Juiz, pergunta-se: - podem continuar a levar uma bandeirinha com a Cruz de Cristo ao estádio nacional?! Podem continuar a usar uma camisola com a mesma Cruz ?! Ou estarão a incorrer na 'confusão da marca' e terão por isso que ser penalizados?!


Saudações azuis

quarta-feira, dezembro 12, 2018

À atenção do G 15!


É do conhecimento público que os presidentes do Sporting de Braga e do Vitória de Guimarães foram testemunhas abonatórias da SAD do Benfica no processo E.Toupeira. E também é do conhecimento público que ambos os clubes integram o movimento G 15, cujos objectivos são públicos e têm em vista reformular o futebol português em bases mais sérias e mais justas. O que só pode ser conseguido combatendo a situação actual que por economia de palavras se resume a uma ditadura asfixiante dos chamados três grandes.

Assim foi com alguma estupefacção que tomámos conhecimento destes dois testemunhos, que por mais ginástica mental que se faça, têm o único fito de branquear uma situação gravíssima de intrusão no aparelho judicial e que, segundo a acusação do MP, pode envolver troca de favores, ou seja, corrupção.

Não sei se o testemunho foi feito a título individual e nem é isso que conta, mas sei que versa sobre a 'normalidade' de determinadas práticas que espero nunca venham a ser consideradas normais. Porém o mais grave é que a partir de agora as suspeitas de que o G 15 foi criado para ser mais uma muleta do Benfica avolumam-se, e quase se confirmam. Um Benfica todo ele atolado em suspeitas. Algumas já com direito a acusação.

Saudações azuis


Notas:
  1. Miguel Sousa Tavares também escreve sobre este tema na sua coluna habitual no jornal A Bola. Em meu entender, bem.
  2. A decisão sobre quem vai a julgamento, inicialmente marcada para dia 13, quinta-feira, foi adiada para o dia 20 de Dezembro. Um parto difícil, digo eu. A juíza lá saberá porquê.

terça-feira, dezembro 11, 2018

'É normal olhar para cima'


Há muito tempo que não ouvia isto! Um treinador do Belenenses sem complexos e com o instinto de grandeza intacto! Merece aplauso e merece umas linhas. Até porque já se começa a falar no assunto, na muralha de aço que com doze jornadas decorridas tem apenas duas derrotas e sofreu apenas dez golos! Sendo que três deles (contra o Braga) foram o preço de uma aprendizagem dolorosa mas que felizmente foi compreendida. Por todos.

Voltando aos números defensivos, que nos colocam a par dos candidatos ao título, é forçoso atribuir mérito a Silas e à sua equipa técnica. O tempo das saudosas Torres de Belém não volta mais, hoje o trabalho defensivo é repartido por todos, não fosse o futebol um jogo colectivo. E isso nota-se bem no Belenenses e é talvez a razão principal do sucesso – defrontamos qualquer equipa com a mesma postura conseguindo quase sempre impor os nossos princípios de jogo. A acrescentar a tudo isto nota-se o crescimento mental dos jogadores sem o qual é muito difícil atingir objectivos ambiciosos. E não podemos esquecer o contexto adverso, a guerrilha interna, a actual impossibilidade de jogar no Restelo, factores que têm sido superados e acabaram por fortalecer ainda mais o grupo.

Não há bela sem senão e no lado negativo temos a escassez de golos marcados. Um problema incontornável que tem que ser resolvido sabendo que o nosso campeonato favorece as equipas que marcam mais golos.

O mercado de Janeiro pode ser a solução – mais um ponta de lança (Keita não vai jogar tão cedo) e mais alguém para o corredor direito que alterne com Sagná e Diogo Viana. Para podermos olhar para cima com outra certeza.

Saudações azuis


Nota: O VAR lusitano! Pedro Henriques ex-árbitro e grande especialista em 'VAR doméstico' explica-nos como devemos entender o actual protocolo! É assim: - o VAR só intervém quando tem a certeza absoluta que houve um erro grosseiro do árbitro de campo. No mais fica em silêncio. Portanto, a ser verdade o que Pedro Henriques nos diz o VAR teve dúvidas na grande penalidade cometida por Filipe sobre Nakajima e por isso ficou mudo, e não teve dúvidas sobre a grande penalidade que (não) foi cometida por um jogador do Desportivo das Aves sobre o sportinguista Diaby. Neste caso alertou o árbitro para o 'erro grosseiro'. Tão grosseiro que ninguém no campo se apercebeu do erro e mesmo depois das repetições continuámos com dúvidas.
Concluindo, tudo se resume a uma questão de certezas e dúvidas do VAR o que nos leva a crer que Pedro Henriques se esqueceu de enunciar a alínea fundamental que guia o protocolo lusitano! E que deve rezar o seguinte: - a favor dos grandes não há dúvidas; contra os grandes há sempre dúvidas. 
E agora já percebemos.

segunda-feira, dezembro 10, 2018

Difícil mas justa!


Difícil porque as vitórias são cada vez mais difíceis para as equipas que não beneficiam das prendas que o VAR* anda a distribuir nesta época natalícia. No Belenenses não há sapatinho e por essa razão os dezoito pontos conquistados saíram-nos do pelo. E esta vitória acaba por ser justa porque depois de um primeiro tempo equilibrado mas em que conseguimos ser mais eficazes e chegar ao golo, a nossa segunda parte foi de facto muito competente a travar o ímpeto do Desportivo de Chaves que, naturalmente, se lançou em busca do empate. E só sofremos na parte final porque não soubemos aproveitar as diversas oportunidades que foram surgindo. Mas isso é outra história.

Análise individual:

Muriel – a jogar como agora joga é abono de família. E valeu pontos neste jogo.
Diogo Viana – dá o litro, está mais lesto a decidir e a centrar mas a defender...
Gonçalo Silva – pendular
Sasso – cumpriu mas escusa de dar uma fífia por jogo.
Reinildo – Cumpriu
Nuno Coelho – um dos melhores.
André Santos – foi considerado (justamente) o homem do jogo mas continua a deixar-se desarmar de forma infantil. Ao fim falhou um golo de forma incrível!
Lucca - teve participação no golo e pouco mais.
Fredy – está a subir de rendimento. Por estar mais concentrado e inventar menos.
Licá – marcou o golo e esperamos que isso o moralize.
Henrique – está aproveitar a oportunidade, teve alguns lances prometedores, mas precisa de acertar na baliza.
Eduardo – entrou bem para o miolo, passada larga, o jogo já estava partido e quase marcou.
Dramé – podia ter sido um dia de glória tantas as vezes em que foi lançado com boas condições para se isolar. Mas esteve ou infeliz ou disparatado.
Zacarya – substituiu Reinildo mesmo ao fim.

Resultado final: Belenenses 1 – Desportivo de Chaves 0


Saudações azuis


*Se o VAR foi introduzido em Portugal para beneficiar (ainda mais) as três equipas do costume não valia a pena gastarem tanto tempo e dinheiro.

quarta-feira, dezembro 05, 2018

A frase de Folha!

"Todos nós adoramos o futebol inglês mas não fazemos nada para ficarmos iguais a ele!" Uma frase simples, verdadeira e que só precisa de ser esmiuçada por alguém que não tenha medo de dizer a verdade a si próprio. E a verdade é que não queremos mudar. E não queremos mudar porque isso implicaria gostar da competição, do jogo em si, e nós só gostamos de ganhar. E quando o nosso clube deixa de ganhar durante algum tempo mudamos para outro que esteja a ganhar há já algum tempo. Daí os seis milhões de benfiquistas, os portistas de Lisboa, e os estádios vazios por esse Portugal fora. 

Descendo ao concreto e àquilo que de facto nos separa do futebol inglês podíamos dar como exemplo o recente jogo do Bessa. Aparentemente a intensidade estava lá, o próprio estádio é dos mais parecidos com os estádios ingleses, mas em Inglaterra os jogadores jogam a bola e não se vê aquele festival de agarrão! Que é anti desportivo e os árbitros ingleses não perdoam. Em Inglaterra o Boavista ao fim de cinco minutos já tinha pelo menos um jogador expulso.

Mas passando para outro nível comparativo, que é aquele que mais interessa a uma verdadeira indústria do futebol as diferenças são abissais. Começando pela centralização das transmissões televisivas e distribuição equitativa das receitas e acabando na independência e autoridade dos organismos que regem o futebol, tudo isso nos separa do futebol inglês.  O tal futebol de que tanto gostamos! Talvez seja só por masoquismo que continuamos a sofrer este pobre futebol lusitano! Um masoquismo que anda entranhado na tutela, na federação e na liga! E que assim se comunica aos adeptos. Talvez?!

segunda-feira, dezembro 03, 2018

A vitória nos Açores


Vitória importante, como são todas, que começou a ser desenhada durante a semana quer com o comunicado de Rui Pedro Soares quer com as declarações de Silas a um jornal desportivo. À sua escala, ambas valorizavam a equipa cumprindo o objectivo primário de a incentivar face ao difícil embate que a esperava nos Açores. E resultou. É claro que resultou porque há uma grande parte de verdade naquilo que foi dito. Não fosse assim e estava encontrada a receita do sucesso. Na verdade, como salientou o administrador da SAD, temos um plantel mais capacitado que o da época transacta, e também é verdade, como frisou Silas, que o Belenenses é das equipas mais consistentes da primeira Liga. Se isso chega para fazermos um campeonato tranquilo, não sei. Aliás não há campeonatos tranquilos pois tudo depende dos objectivos que se prosseguem. Neste caso o que eu espero sempre é que a intranquilidade do Belenenses resulte do facto de não ocupar os lugares cimeiros da tabela. E não o contrário.

Sobre o jogo propriamente dito não vale a pena alargar-me muito - sobressaiu o espírito de equipa, Silas esteve em evidência, mexeu bem ao intervalo e foi feliz nas substituições. Destaques para Muriel, Fredy (dois golos) e Dramé, que entrou muito bem. Menos bem - algumas transições que por deficiências técnicas e lentidão, não resultaram em jogadas perigosas.

Resultado final: - Santa Clara 2 - Belenenses 3

Saudações azuis


Nota: Em cima da hora do jogo tomámos conhecimento que Keita estava impedido de jogar por decisão da FIFA. Um castigo de quatro meses. Não é crível que o jogador ou o seu empresário não soubessem que corria um processo na FIFA e cujo desfecho seria sempre imprevisível. Dependia obviamente de uma sentença de um juiz. E portanto também não é crível que a SAD do Belenenses tivesse sido apanhada de surpresa. Sendo assim concluo que, avisado como é, Rui Pedro Soares já tenha uma solução para o que aconteceu. Mas que é desagradável, é. Estou a falar pelos adeptos. E pela tal percepção de esperança no projecto azul que ainda não existe. Que ainda não galvaniza. Tem a ver com as vitórias mas tem mais a ver com a credibilidade do projecto. O comunicado foi no sentido da credibilidade. O caso Keita vai no sentido contrário.