segunda-feira, janeiro 30, 2006

Crónica alegre

‘Só faço estas loucuras pelo Belenenses’! Dizia à minha frente um desconhecido consócio, que se abrigava como podia da intempérie, tentando alcançar a escadaria redentora.
Já dentro do estádio ambos verificámos que a fúria dos elementos prosseguia, o que não impediu o ‘sócio da bandeira’ de envergar o tradicional tronco nu!
Mas olhemos para o relvado onde vinte e dois magníficos, mais o trio do costume, se entregaram ao jogo como se o tempo fosse primaveril!
E veio o primeiro golo de Ahmada, antecedido de uma boa finta!
E veio o segundo de Rolando, antecedido de um bom cruzamento de Rui Jorge!
E veio o terceiro, o primeiro de Romeu no campeonato, antecedido de um excelente canto de Rui Jorge!
E veio o intervalo, o tempo melhorou!
Para meditar na expulsão exagerada de Sandro Gaúcho, quando ainda havia dois a zero.
A segunda parte trouxe um Penafiel a dar tudo por tudo nas substituições, e houve um lance duvidoso na nossa área. O árbitro olhou para o bandeirinha, eu apanhei um susto, mas o lance seguiu. Na resposta marcámos o quarto golo e o segundo de Ahmada! E veio o quinto fechando o hat-trick de Ahmada!
Rui Jorge saiu entre aplausos e eu fui hoje de manhã à praia da Caparica para contratar mais um jogador, pois pelos vistos são bons e treinam melhor!
Depois das substituições o Penafiel agarrou o meio campo e tentou marcar o golo de honra, o que quase conseguiu.
Um reparo do técnico de bancada: Couceiro bem poderia ter feito as substituições de outra maneira evitando expor faísca à comparação inevitável com Rui Jorge. Eu teria feito entrar Amaral e deslocava Sousa para o lado esquerdo da defesa, afinal onde tem jogado ultimamente.
Se queria moralizar Faísca punha-o a jogar em lugar que ele conhece ou onde se sente mais à vontade.
E não há mais nada a dizer sobre o jogo, a não ser que temos que pontuar contra os dois próximos adversários – Guimarães, fora, e Porto, em casa.
Saudações azuis.

domingo, janeiro 29, 2006

(de)...Retido na neve

Fiz as continhas todas para chegar a Lisboa a tempo de ir ao Restelo só que durante a viagem, e após ouvir incrédulo as noticias na rádio sobre as excepcionais condições climatéricas em Lisboa, deparei com uma imagem igualmente excepcional, afinal não era nascido há 52 anos…


Alentejo, entre Grândola e Lisboa.
Não foi a breve paragem para tirar estas fotografias que me impediu de chegar a tempo de ir ao Restelo mas fiz o resto da viagem a menos de 50 Kms/hora com algum receio de patinar o que felizmente não veio a acontecer.
Quem também não patinou foi o Belenenses que aproveitou para golear o Penafiel por 5 a 0, grande resultado e muitíssimo importante.
Segundo o que fui ouvindo pela rádio parece que a equipa, a defesa em particular, está mais equilibrada e confiante com a entrada de Rui Jorge, o Ahamada fez três golos como já o tinha visto fazer num jogo particular contra o Barreirense, e por fim o jogo terá sido bom com o Romeu e o Rolando também em destaque. Foi o que pude apurar enquanto fervia por não estar no Restelo.
O que um pormenor pode modificar numa equipa …, bem, mas vou ficar à espera das notícias de quem assistiu ao jogo e que se o ponto de viragem aconteceu na jornada passada, que esta esteja agora definitivamente consumada.
Saudações Azuis.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Desfazendo equívocos

Num curioso artigo de fundo publicado na passada terça-feira no jornal ‘A Bola’, Miguel Sousa Tavares reafirma-se um diligente guardião da ‘revolução dos cravos’ com o sonoro título – ’25 de Abril sempre’!
E alerta para os sinais, já visíveis a sul, centrados na capital e irradiantes da 2ª circular que segundo sugere, indiciam a conspiração das forças obscuras do antigamente!
Ora bem, eu costumo acompanhar Sousa Tavares naquele percurso em que identificamos o mesmo inimigo principal – o nacional-benfiquismo – mas depois, desço daquele comboio e sigo um caminho diferente.
É o caso em apreço.
E senão, vejamos: - Com o tempo que tenho de casa, (leia-se, ‘país’), já percebi que nestas coisas de 25 de Abril cada um tem o seu!
E por isso vou tentar adivinhar qual é o que corresponde ao famoso jornalista e escritor. Não deve andar muito longe daquele que provocou uma autêntica indigestão na maior parte dos clubes das Associações de Futebol de Lisboa e de Setúbal e que por via disso, faliram e desapareceram da 1ª divisão. Compreende-se que com o seu desaparecimento, desapareceu também a força dos dois grandes clubes de Lisboa, que jogavam sempre em ‘casa’, além de controlarem com os votos das duas citadas Associações, a Federação e obviamente a arbitragem!
Porque é assim que se ganhavam e ganham os campeonatos em Portugal, nada mudou nesse aspecto.
Ou por outra, mudou sim senhor com o outro 25 de Abril, que se calhar Miguel Sousa Tavares não quer deslindar: - o que fez emigrar o dinheiro para o Norte do País, que manteve empresas e emprego, e que foi muitíssimo bem aproveitado por Pinto da Costa, recriando a Norte a estrutura de poder que antes existia a sul.
Tudo igual, incluindo o poder sobre a arbitragem!
E não vale a pena falar no campeonato ganho pelo Boavista. Sem querer tirar mérito a Jaime Pacheco e aos jogadores, não nos podemos esquecer das crónicas que o ilustre comentador escreveu a propósito. Refiro-me à complacência com um tipo de futebol que roçava a violência, à onda de suspeição, aos processos sobre ‘apitos e derivados’ que se seguiram, etc.etc.etc.
Bem gostaria que Miguel Sousa Tavares se interessasse por algumas questões que já vi formuladas nos seus artigos de opinião, mas que infelizmente ficaram sem resposta:
Porque é que não existem clubes de dimensão média no futebol português?
Porque é que existe um diário desportivo que precisa de ter duas versões para as mesmas notícias, consoante se dirige ao público do norte ou do sul?
É por aqui que passa a grande conspiração a fazer, a tal revolução que beneficie o futebol português no seu conjunto e não apenas os três clubes, que à vez, o utilizam a seu belo proveito.
Mas para isso precisávamos de jornalistas, escritores ou não, que deixassem de ser facciosos, que descobrissem por si, que sem verdadeiros adversários não há verdadeira competição.
Saudações belenenses.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Ai flores, ai flores do verde pinho...

Trazeis-me novas do Belenenses? Notícias que acalmem o meu coração?
O silencioso pinhal não respondeu. El-Rei D.Dinis, também não. Do sobranceiro castelo, contemplou longamente o frio e deserto Magalhães Pessoa mas desinteressou-se da peleja. Quando quis saber o resultado, Isabel, Rainha Santa, sorriu e disse – foi milagre! Os de Belém conseguiram empatar! Como assim, replicou o monarca um tanto descrente!? Isabel explicou: de um lado estava Jesus, do outro, estava a sua Cruz, ninguém podia perder.
Esta é a explicação do resultado à luz da História e da Lenda.
Quanto ao que vislumbrei na SportTV, as coisas são um pouco diferentes.
Antes do mais volto a repetir aquilo que já uma vez afirmei: - Joaquim Rita é um excelente comentador, que ‘lê’ em tempo real, e bem, o que se vai passando no terreno de jogo, para além de arriscar soluções para os problemas que vai detectando. Soluções que, diga-se, se revelam muitas vezes acertadas.
Por isso, não vou acrescentar uma vírgula à análise técnico-táctica proferida pelo citado comentador, nem sobre o acertado diagnóstico que proferiu, no que concerne ao estado anímico dos jogadores.
Resta-me realçar os pontos positivos numa ordem de ideias que tem em vista os embates futuros: a recuperação de um resultado negativo é sempre um tónico precioso, que fortalece também e especialmente os jogadores que estiveram no cerne da reviravolta. Refiro-me não apenas aos que entraram, mas também aos que marcaram, ou estiveram na origem desses lances.
A equipa transfigurou-se nos últimos minutos, quando passou a acreditar e porque passou a acreditar. Os jogadores eram práticamente os mesmos!
Assim se aproveite a embalagem para o próximo jogo com o Penafiel.
Mas falta-me qualquer coisa a meio campo.
Saudações Azuis.

domingo, janeiro 22, 2006

Ataque ou contra-ataque?

O treinador de bancada que há em mim, de vez em quando acorda e reaparece, sem eu próprio dar por isso! Hoje é um desses dias.
Estava eu a ver o Porto-Naval na televisão, a acompanhar o desempenho de algumas nulidades que o FC Porto tem na sua equipa, e dei comigo a pensar no Belenenses!
A questão é esta: - Existem jogadores que se destacam em equipas pequenas, habituados a jogar em contra-ataque, com a bola colada aos pés, normalmente pelas alas, mas que se mostram incapazes de assumir o ataque continuado, que impõe colectivismo, visão periférica, precisão no passe e noutros movimentos do jogo. Neste aspecto nunca é de mais salientar a importância do último toque, que é muitas vezes um centro, e que deve ser bem medido e causar perigo na defensiva adversária.
Estamos a falar daquele universo de jogadores muito bem pagos, cujas transferências custaram fortunas e que afinal parece que não se pode contar com eles para os efeitos desejados!
E quais são os efeitos desejados?
Em relação ao Porto, não temos dúvidas que se exigem jogadores de fácil adaptação ao tal ataque continuado porque é esse o estilo de jogo que os objectivos da equipa e do Clube impõem. E regresso assim ao início desta crónica para concluir que muitos dos jogadores que o Porto tem vindo a adquirir, não têm as características para ali jogarem – são jogadores vincadamente de contra-ataque, alguns sem a categoria apregoada.
Quanto ao Belenenses a história é outra.
Desde a última subida de Divisão, se a memória não me atraiçoa, a nossa equipa reuniu-se à volta de um bloco defensivo muito sólido, com bons jogadores, como por exemplo, Cabral, Wilson, Filgueira, Lito, Pedro Henriques, Tuck, Marco Aurélio, para citar os que me lembro. A partir daqui construímos uma base de jogo que explorava o contra-ataque, sistema que ‘pedia’ para a linha avançada o concurso de jogadores rápidos e possantes. O último que tivemos com esse perfil foi, como todos sabem, o Antchouet.
Ora bem, nós ainda não nos ‘libertámos’ desse estilo de jogo, nem é fácil fazê-lo, diga-se de passagem.
Para que possamos adoptar um sistema de futebol apoiado, consistente ao nível da posse de bola, precisaríamos de ter um ou dois jogadores que há muito tempo não conseguimos adquirir. Refiro-me ao tal nº10, ao condutor de jogo, ao elemento que assume a bola e a faz girar, sem medo e com classe.
E só para me referir à história mais recente, posso afirmar o que todos os adeptos do Belenenses também sabem – que Neca apenas prometeu, que Petrolina falhou, e que neste momento ainda não temos esse problema resolvido.
Claro que estamos a falar de jogadores que têm muita procura e que não são fáceis de encontrar ou contratar.
Portanto, e para concluir, a situação é esta: - estamos a tentar mudar o estilo de jogo, faltando para isso o tal elemento do meio campo, e ainda por cima fizemos contratações para a frente de ataque, caso de Meyong e Romeu, nessa mesma perspectiva de mudança.
Mas é assim a vida, e será com os ovos que temos que teremos de fazer uma boa omoleta. Tem a palavra Couceiro...e Daddy que me pareceu que tem pinta de ponta de lança.
A ver vamos.
Saudações azuis.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

O carrossel da batota

Eu devo viver no mundo da Lua, devo ser muito ingénuo, talvez um pobre diabo com a mania da perseguição?! Estas são as minhas dúvidas, mas ele há coisas tão estranhas a passarem-se no nosso futebol que me admira ser só eu a reparar nisso!
Um exemplo é esta prática, ao que parece absolutamente normal, de aliciar jogadores de outros clubes com quem se vai jogar a seguir, e que depois efectivamente não jogam contra o clube aliciador, alterando assim a verdade desportiva. A mim parece-me um caso de polícia, mas a verdade é que ninguém se importa com isso, nem o clube propositadamente enfraquecido, nem os outros clubes concorrentes, nem a Liga ou o seu aparelho jurisdicional, nem a Federação Portuguesa de Futebol, nem, por incrível que pareça, o próprio governante da tutela!!! Repararam que nem sequer me referi à comunicação social?!
Os pontos de exclamação poderiam continuar mas não vale a pena. Para quem tem a memória curta, relembremos os casos mais recentes do jogador Fonte, ex-Vitória de Setúbal, e do Marcel, ex-Académica de Coimbra. Tanto num caso como noutro o Benfica acabou por conseguir enfraquecer essas equipas nas vésperas do respectivo confronto para o campeonato!
Acresce que no caso de Fonte, veremos o que acontece com Marcel, o Benfica nem sequer precisava desse jogador para os seus quadros, já que o emprestou de imediato ao Paços de Ferreira.
E por aqui passa uma outra fraude qualificada do nosso futebol a que dei o nome de ‘carrossel da batota’, e que ameaça subverter completamente o quadro competitivo em que supostamente nos inserimos, transformando-se o futebol numa espécie de jogo de xadrez dos três Grandes, com os outros clubes a servirem de peões, nessa suprema luta pelo poder.
Neste casino, onde tudo é artificial, o jogo é também com fichas, sem entrada de dinheiro fresco, a não ser o que vem do orçamento de Estado pelas vias já conhecidas – urbanizações, bombas de gasolina, aluguer dos estádios que ainda não estão pagos, anúncios na PT, etc, etc.etc.
Os jogadores, esses, são propriedade de dois ou três patrões e rodam consoante os interesses desportivo-financeiros dos mesmos patrões, numa lógica de engenharia de empréstimos que chega a ser ridícula.
Claro que num quadro destes não existe qualquer liquidez, nem existem receitas que paguem o espectáculo, tornando-se por isso forçoso assegurar a indispensável classificação que dê acesso aos tostões das ligas européias. Por isso esses lugares são cativos e ai de quem se tente intrometer... Com esse dinheiro encobre-se a falência técnica das sociedades desportivas, consegue-se o apoio patriótico das massas associativas e os nossos governantes ficam muito contentes por mais uns quantos serviços à Pátria, mais umas medalhas, mais uns dinheiros a escorrer do orçamento, e, quem sabe...... mais uma reeleiçãozinha!
Neste filme, a minha pergunta é simples: - onde é que fica o Clube de Futebol “Os Belenenses”?

domingo, janeiro 15, 2006

‘São os loucos de Lisboa...’

‘Que nos fazem duvidar se a terra gira ao contrário, se os rios nascem no mar...’!
No fim do jogo com o Sporting, um sócio do Belenenses, visivelmente transtornado, vociferava contra a Direcção do Clube, e inconformado com a realidade ía repetindo para quem o quisesse ouvir – ‘eles não se importam de ir para a Liga de Honra, mas eu não quero’.
Os que por ali passavam, como eu, abanavam a cabeça em sinal de desaprovação pela triste figura, mas no fundo pensavam que o homem podia ter razão!
O jogo, seguiu a linha tradicional. Medo na primeira parte, o Belenenses a jogar sem avançados de raiz, talvez para surpreender o Sporting (!), e sofremos o golo também na forma que já vem sendo tradicional – em resultado de uma falha do capitão de equipa!
Espicaçados ao intervalo, o Belenenses equilibrou o jogo e foi conseguindo empurrar o Sporting para a sua grande área. Os arranques de Sousa e as variações de flanco para Paulo Sérgio e Amaral foram fundamentais para conseguir esse ascendente. Já com Romeu em campo e depois com José Pedro, podíamos ter chegado ao empate, afinal um desfecho mais de acordo com o que se terá passado ontem no Restelo. Na hora da verdade, o estado psicológico da equipa veio mais uma vez ao de cima – Ruben Amorim atirou por cima, no penalty que igualava o marcador.
Não vale a pena estar agora a especular sobre o assunto mas entregar a decisão do jogo a um jovem jogador, diz bem do estado mental dos jogadores mais experientes! Este é aliás o maior problema do Belenenses.
Couceiro tem aqui o seu desafio – ou transmite firmeza e coração a alguns jogadores ou então a profecia daquele sócio transtornado, pode cumprir-se.
A finalizar uma explicação - o título deste texto não se destina a ofender ninguém. Lembrei-me dele quando no fim do jogo, olhei em volta e reparei nos semblantes desanimados e ausentes de quem me rodeava!...
Saudações azuis.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Contas em dia

Vale a pena? Há alguém que as tenha? Quem é que sabe das contas dos Grandes? Os jornais todos os dias detectam buracos financeiros nos clubes pequenos, mas nos Grandes está sempre tudo em ordem! Talvez no Porto haja qualquer coisa.
Mas digam-me lá, vale mesmo a pena pagar os impostos, ter os salários em dia (sem o mês e meio de atraso), quando se sabe que poucos cumprem neste País?
Ainda por cima com os clubes satélites a fazerem concorrência desleal?!
Esta é a dúvida do dono do estabelecimento, que paga licença para ter a porta aberta e ali mesmo à sua frente está um vendedor ambulante, que não paga licença, a vender o mesmo produto que ele! Coitado de mim, dirá o vendedor ambulante, então como é que eu governo a minha casa?!
Pois é, mas o futebol não é uma actividade essencial à vida humana. É um jogo. Um espectáculo desportivo, às vezes! E diz o povo e com razão – quem não tem dinheiro não tem vícios.
Em Portugal a coisa funciona assim: o campo é da Câmara ou está hipotecado, e os jogadores nucleares, são emprestados pelo Benfica, Sporting ou Porto. Resta tentar pagar uma pequena parcela do salário!
No leilão que se estabelece ao longo do campeonato, os clubes candidatos a satélites tem a seu favor um único trunfo: podem escolher entre a guerra santa que se trava entre o Porto e o Benfica, entre Lisboa e o Porto, guerra que atravessa todos os corredores do poder, do futebol à política, e que é afinal a única coisa que anima o povoléu.
O nosso campeonato decorre debaixo destes princípios e não se vê ninguém com vontade de os alterar!
Nestas condições, vale a pena ter as contas em dia?
Saudações Azuis.

terça-feira, janeiro 10, 2006

‘Os filhos de um deus menor’

É o título do segundo melhor artigo de fundo que Vítor Serpa, Director do jornal ‘A Bola’ alguma vez escreveu! Foi no Sábado, dia 7 de Janeiro de 2006.
Tenho sido bastante crítico em relação às posições que este jornal vem assumindo ao longo do tempo, na linha de um nacional-benfiquismo alienante e redutor. Desta vez, porém, tenho que realçar a inversão de marcha.
Bem sei que o sistema está falido, não sendo portanto necessário ser sábio para constatar isso mesmo. Porém, uma coisa é constatar um facto, outra coisa é denunciá-lo na qualidade de director de um jornal de grande circulação. Esse mérito não posso negar-lhe.
Transcrevo apenas um excerto – ‘...A queda na II Divisão, sobretudo quando os clubes ou as suas SAD têm, necessariamente, contratos profissionais que visam a competição principal, é a queda no abismo. A Liga sabe isso, os clubes e as suas SAD sabem isso, os jornais, sobretudo os especializados, sabem isso, os governos e os seus departamentos que cuidam da área desportiva sabem isso e a verdade é que é rara a coragem de pôr o dedo na ferida e dizer que as competições profissionais no futebol português são autofágicas, porque assentam numa realidade absolutamente artificial, que apenas se mantém porque, no fundo, permite e fomenta a subserviência e a dependência dos pobres e dos pequenos em relação aos maiores, garantindo-lhes o domínio de áreas de influência que se tornam decisivas para o exercício efectivo do poder no futebol português...’!
Há mais, mas isto já é bom.
Porém, fica a faltar o melhor artigo de fundo de sempre de Vítor Serpa. Ainda não está escrito. Nele se dirá simplesmente que esta ditadura dos Grandes só terminará quando...
Eu tenho paciência para esperar.
Saudações azuis.

sábado, janeiro 07, 2006

Meia Crónica

Esta é uma daquelas tarefas que só com muito esforço vou levar até ao fim. Tarefa penosa para um belenense, e na circunstância, singularmente difícil, até para um treinador de bancada.
Afinal, ainda consegui ver a primeira parte na televisão. Até à expulsão do Rodolfo Lima, que deixou o Gil Vicente a jogar com dez. Fui então a correr para o trabalho, e na curta viagem, imaginei que, com a sorte com que estávamos, talvez conseguíssemos não perder! Mas era pedir muito. O telefonema no fim do jogo confirmou isso mesmo.
Aquela primeira parte... meu Deus! Inacreditável. Um retrocesso tremendo em relação aos pequenos progressos que pensávamos minimamente consolidados. Pura ilusão.
Não vale portanto a pena ‘bater mais no ceguinho’, e assim, relativamente ao jogo propriamente dito, e bastou meia parte para ver tudo, não acrescento mais nada.
Quanto ao futuro, sim.
E posso começar pelas declarações do treinador, na parte que interessam ao futuro – ‘terei de conversar com os jogadores e com os responsáveis do clube, pois há situações que não são novas e voltaram a acontecer nesta partida’. De facto, desde há muito que acontecem coisas que só acontecem no Belenenses!
O Restelo é um conhecido ‘cemitério’ de treinadores. Os jogadores, por mais referenciados que sejam, quando vêm para cá, tornam-se vulgares. Outra curiosidade – os que são idolatrados pela massa associativa, quando daqui saem, não têm lugar nas outras equipas! Enfim, tudo muito estranho.
Sabe-se que no competitivo futebol de hoje, para se triunfar, se exigem altos níveis de profissionalismo e uma simbiose perfeita entre a equipa técnica e os jogadores. A relação de confiança entre os jogadores e o treinador é fundamental nos êxitos desportivos. E responsabilizável. Pela Direcção, naturalmente.
Nada disto me parece que venha a acontecer no Belenenses há largos anos.
Estou preparado, como qualquer adepto do futebol, para aceitar os três resultados possíveis de um jogo. Mas não estou preparado, nem quero estar, para assistir impávido a esta agonia.
Saudações azuis.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Faltam quatro horas

Para começar o jogo com o Gil Vicente. Segundo Couceiro e eu concordo, é um daqueles jogos charneira que faz de trampolim para outro estado de espírito. Não vou poder estar presente, estou a trabalhar nessa altura, mas tenho gente na bancada a controlar a situação. Estou convencido que vamos ganhar, ao contrário do costume, quando se trata de jogos decisivos. Não é pois disso que interessa falar. Aproveitemos então estas horas que faltam para pensar noutras coisas.
Por exemplo, no Antchouet que regressou a Guimarães. O que é que me dizem sobre isto?! É estranho.
Outro assunto: Então afinal havia dinheiro para pagar ao Fonte! E mesmo assim o homem rescindiu! Não dava para aguentar mais um bocadinho e jogar contra o Benfica? E esta emigração em massa para o Standard de Liége? O Norton não terá nada a ver com isto?
Li a entrevista que o deputado Frasquilho deu hoje a um jornal desportivo. Preto no branco ali estão as contas do Vitória de Setúbal nas últimas épocas. Aconselho a leitura da entrevista e a reflexão sobre as mesmas contas para não termos ilusões sobre o estado da Liga. Incluo no estado da Liga todo este conjunto de movimentações suspeitas, nomeadamente a actuação dos treinadores empresários, e outros cavalos de Tróia do sistema.
De facto, como bem me dizia alguém versado sobre o assunto, treinadores portugueses, só à ‘rédea curta’.
Ainda sobre o tal diário desportivo – não é aquele que tem duas versões sobre os acontecimentos, consoante se passem no Porto ou em Lisboa – é outro, convém ler alguns dos colunistas mais antigos. Para não perdermos o fio à meada.
Ainda não adivinharam qual é? Bem, vou dar-vos uma pista: é aquele que funciona como director de imagem do clube da águia. Nesta altura andam muito preocupados em livrarem o Benfica de responsabilidades no Aeroporto e no Estoril.
E já que falamos no Estoril (o Alverca já está esquecido?), assim vai o futebol português...
Não conheço os bastidores do futebol, mas penso que o Belenenses poderia interessar-se pela situação do Marco Paulo, atleta que sempre nos representou com brio e dignidade.
Por fim, a notícia de que Pinto da Costa quer ter uma palavra a dizer sobre o futuro da Liga. Outro assunto a seguir com interesse.
E ficamos por aqui. Já só faltam três horas.
Saudações azuis.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Jagunços e Figueiredos

Agora é assim?
Parece que sim!
A lei benfiquista entrou em vigor no aeroporto de Lisboa. A partir de agora, quem não for benfiquista ou atentar contra os superiores interesses da nação, sujeita-se a ser intimidado ou agredido, até que seja reposta a legalidade. Isto tanto pode acontecer num aeroporto, numa esquina, em qualquer parte, onde o Vieira dos reboques e os seus jagunços, estejam autorizados a actuar. No aeroporto já sabemos que existe a referida autorização uma vez que a polícia de serviço se desinteressou do incidente.
Então o que é que aconteceu?
Na sequência da guerra pela contratação de Moretto, e ainda em território brasileiro, um agente ao serviço do Porto, Vítor Dinis de seu nome, terá incomodado Vieira quando este se preparava para embarcar no avião com destino a Lisboa. O que é que o homem foi fazer!?
Vítor Dinis, que tomou o mesmo avião em que seguiam Vieira e Moretto, mal desembarcou na Portela levou um estalo de um dos jagunços disponíveis para lhe tratar da saúde. Executada a sentença foi deixado em liberdade.
Não se sabe ao certo o que terá acontecido no aeroporto de Congonhas. Conhece-se a versão de Vieira, acolhida por toda a comunicação social como a verdade absoluta, enquanto o agredido ainda não falou nem se sabe se será autorizado a falar.
Quem ainda não disse nada foram as autoridades deste País! Também é verdade que não sabemos se existem.

Outro assunto, que também mete benfiquistas ocorreu na zona do Estoril.
O Figueiredo, que gosta de jogar no Algarve, ficou muito chateado porque o Belenenses parece que terá contratado um jogador que já tinha rescindido por falta de pagamento de salários.
Não gosto que o meu Clube se aproveite das debilidades alheias, ainda quando seja um emblema assaltado pela cáfila dos ex-dirigentes do Benfica. Mas que fique claro que não gostamos de andar sempre a fazer o papel de otários.
Se tivesse sido o Benfica a ir lá buscar o jogador, ficava tudo caladinho e se calhar ainda davam uma medalha ao Veiga!
Por isso não me parece que o Figueiredo tenha legitimidade para refilar.
Saudações azuis.