quarta-feira, janeiro 28, 2009

À volta dos Estatutos

Sobre este importante assunto não me atrevo a sentenciar para além de alguns princípios e generalidades. E os grandes princípios a que devem obedecer os Estatutos do Clube de Futebol “Os Belenenses”, são os seguintes:

Os estatutos, quaisquer estatutos associativos, ganham em ser sucintos e claros. Cingindo-se naturalmente ao quadro legal vigente não devem espraiar-se em muitos artigos, recusando sempre a tentação de regular tudo e mais alguma coisa. Lembro nesse sentido, que as constituições políticas mais duradouras, são as de menor articulado e não as outras.

Depois deve ficar claro que o futebol é a razão de ser do clube, como o nome indica e porque assim quiseram os respectivos fundadores.
Naturalmente que o clube é dos sócios, mas de todos os sócios, e se ‘hoje a vigília é nossa’ cabe-nos a responsabilidade de transmitir um Belenenses mais forte aos vindouros.

Neste ponto chamo a atenção para os riscos de considerarmos como sócios os simples utentes de alguns dos equipamentos que disponibilizamos, e posso dar o exemplo das piscinas, mas também podia referir outras situações. Estamos a falar de utentes/praticantes que são na sua maioria sócios dos nossos rivais no que toca ao futebol e pode acontecer que um dia por ‘conveniência de serviço’ venham a votar a subalternização (ou extinção) do nosso futebol.

Em sentido contrário os estatutos também devem impedir que o Clube fique refém de um pequeno núcleo de pessoas, a quem já apelidei de ‘sócios do Restelo’, grandes responsáveis pela decadência do Clube, pois são eles que elegem e são eleitos, da mesma forma que destituem e são destituídos, ao sabor de interesses que pouco têm a ver com os interesses do Belenenses.
Como a actual situação do Clube amplamente demonstra.

Para obstar a tudo isto, deverá haver o cuidado em não afastar ainda mais quem vive longe concedendo-lhe a oportunidade de ‘votar por correspondência’ ou por outra forma que se entenda legítima.

Com esta questão relaciona-se a antiguidade e o seu peso nos votos eleitorais. Vamos por partes: em primeiro lugar já escrevi sobre como se deveria adquirir a ‘antiguidade’ – através da carreira contributiva que se obtém somando todos os meses (seguidos ou alternados) de quotas pagas. Nesse postal afirmei (e reafirmo mais uma vez) que a ‘ininterruptabilidade’ do pagamento de quotas não é um dogma mas é, infelizmente, um desincentivo ao regresso de antigos sócios.

Quanto ao número de votos atribuído a cada sócio penso que o leque deve ser reduzido e a proposta da actual Comissão de Revisão parece-me aceitável – um voto por cada dez anos, num máximo de cinco. Que corresponderia a cinquenta anos de carreira associativa. E não, repito, a cinquenta anos de pagamento ininterrupto de quotas.
Se querem premiar o ‘sócio ininterrupto’ ofereçam-lhe um emblema com um ‘I’ maiúsculo!

E o essencial está dito, concordando obviamente com o alargamento dos mandatos para três anos.

Saudações azuis.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Daniel conta histórias…

A televisão pública é do Daniel… nome bíblico associado à cova dos leões e por simpatia ao ninho das águias. Ontem, no programa que faz as vezes (do antigo) Domingo Desportivo, Daniel lança a entrevista de Paulo Assunção contra o Porto, como se o Porto fosse a ‘baixada fluminense’! Depois promove o ‘minino’ à selecção nacional com passagem ( e provável estadia) na pacífica capital do império! A seguir, ou entretanto, analisa com requintes técnicos os erros de posicionamento dos jogadores de Benfica e Sporting que, no seu entender, terão contribuído para os respectivos empates. O Belenenses e o Nacional não interessam. Debruça-se também sobre o Braga preocupado desta vez com os erros de posicionamento dos jogadores do Braga que deixaram o Dragão vencer!
Por fim convida os ‘especialistas’ a decretarem o prejuízo do Benfica no jogo com o Belenenses – falta não assinalada sobre Suazo e cartão amarelo a Baiano que ficou por mostrar, e aqui também eu posso concordar; num segundo lance, e segundo os ‘especialistas’, Suazo deveria ter-se atirado para o chão quando roçou em Júlio César, porque assim - continuar a correr e depois cair - é mais difícil marcar penalty… e concordo mais uma vez; e Daniel tentou equilibrar as coisas, falaram então num fora de jogo mal assinalado ao Zé Pedro, onde quem deveria ter sido punido (pelo Jaime Pacheco) era o Zé Pedro à conta daquele absurdo passe lateral! Andaram nisto para trás e para a frente a ver se passavam rápidamente pela jogada do Porta. Aqui, opinião unânime dos ‘especialistas’ e através de uma única repetição – ‘Porta atira-se para o chão tentando enganar o árbitro’!!!
Escrevi em anterior postal sobre a ingenuidade de Porta mas ingénuos somos todos nós quando consentimos estes malabarismos. Porta foi empurrado por Reyes no preciso momento em que tentava rematar e tinha portanto apenas um pé em apoio no solo. Daí ter-se estatelado imediatamente e o toque do espanhol teve a intensidade necessária naquelas condições. Escamotear isto ou fingir que não houve motivo para a grande penalidade são histórias da carochinha, neste caso do Daniel.
E Daniel continuou a contar histórias, devidamente auxiliado pelos ‘especialistas’: - lavaram como puderam as grandes penalidades contra o Sporting e anunciarem a grande história da noite (que tive o cuidado de não ouvir) – os efeitos da reprimenda de Quique Flores ao seu jogador Reyes e a influência que isso pode ter na crise económica nacional!
Histórias do Daniel num país imbecilizado.

Saudações azuis.

sábado, janeiro 24, 2009

Canal história…

Trabalho felizmente nestes dias/noites mas ainda que pudesse ver o jogo, estes jogos já não são para mim. A malta nova não percebe isto, mas quem viveu o antigo equilibrio, quando jogávamos de igual para igual, não aguenta ver aquilo. E fizemos um excelente jogo! Mas não há crise, ‘somos poucos e com tendência para desaparecer’, como bem diz, a propósito de outras coisas, um velho amigo… que não gosta de futebol.
Ouvi o relato, melhor dito, partes do relato, e respirei fundo no fim dos intermináveis cinco minutos de compensação! Hoje, mais tranquilo, visionada a repetição da SportTv, aqui deixo a habitual croniqueta:

Pois é, o Belém fez um grande jogo! Um jogo disputado debaixo de chuva e vento, com o terreno pesado e as naturais dificuldades que isso acarreta… para ambos os lados. E confirmam-se as melhorias, os jogadores contratados no início da época confirmaram também que estão agora mais adaptados ao futebol português (alguns são jovens e têm ainda muito que aprender) e quanto às novas aquisições parece que acertámos em cheio!
Mas é a aquipa no seu conjunto que está mais coesa, mais raçuda, mais equilibrada. E como já tudo foi dito sobre este jogo vou limitar-me a alguns desabafos, ao jeito de apreciações individuais:

Guarda-redes (Júlio César) - nervoso e ao mesmo tempo displicente teve alguns lances maus que poderiam ter comprometido a equipa, e outros bons que garantiram o nulo no marcador. Entre os maus, lembro um pontapé falhado que pôe a bola nos pés de Aimar, redimindo-se de seguida com excelente defesa; lembro também uma falsa saída que permitiu um perigoso cabeceamento ao mesmo Aimar; e ainda uma defesa incompleta num livre marcado por Suazo.
Os bons momentos revelaram-se na hábil saída aos pés de Suazo evitando cometer uma grande penalidade! Mas sobretudo uma grande defesa a remate de Maxi Pereira.

Dupla central (Arroz-Carciano) – bem protegida pelos trincos azuis, e porque não dizê-lo, sem necessidade de estar sistemáticamente a dobrar os laterais, a dupla central voltou a fazer um bom jogo, especialmente Arroz, muito sereno, mesmo quando obrigado a cometer falta para não deixar fugir os avançados do Benfica.
Carciano sofreu mais com Aimar - ludibriado em lance de génio valeu-lhe o remate frouxo do argentino que proporcionou uma defesa fácil a Jùlio César. Quanto à grande abertura que isola Suazo seria difícil resistir ao arranque do hondurenho!
No mais lutaram e cortaram tudo e mais alguma coisa. E não é fácil parar o ataque encarnado.

Trincos (Diakité e Mano) – grande jogo, luta tremenda contra o rolo compressor que a cada momento ameaçava asfixiar o Belenenses! Mas não, a golpes de engenho e raça, Diakité e Mano garantiam o oxigénio que permitia manter viva a chama do contra ataque, melhor dito, do contra golpe.
Nesta tarefa foram muito bem auxiliados pelos laterais, Tininho (um jogador fundamental) e Baiano (ainda um tanto ingénuo) e depois pelo seu substituto Cândido Costa. Este, apareceu mais desenvolto nos últimos minutos, explorando a faixa direita… e o facto do Benfica ter ficado reduzido a dez unidades.

Motores (Silas e Zé Pedro) – Nenhum deles é motor genuíno, mas são jogadores de qualidade e que se tornam perigosos quando se aproximam da área adversária. Nesse aspecto Silas transportou muito jogo e abriu algumas clareiras no campo contrário que infelizmente não conseguimos aproveitar. Uma boa exibição.
Zé Pedro vindo de uma lesão superou as expectativas, mas ainda não foi desta que fez o gosto ao pé. E o Belenenses precisa de golos como de pão para a boca. Há quanto tempo não marca um golo de livre?!

E entramos na zona crítica – o ataque e os golos.
Volto a repetir, Marcelo correu até à exaustão, mas foram raríssimas as ocasiões de remate de que desfrutou. Muito castigado com faltas, pouco apoiado, a verdade é que também existe mérito dos centrais do Benfica. De qualquer modo não me parece que esteja vocacionado para jogar de costas para a baliza. A ver vamos.
Porta que entrou no fim a substituir Marcelo revelou a mesma ineficácia – em lance decisivo, isolado, não conseguiu nem rematar, nem sofrer uma falta clara com direito a grande penalidade! Assim é difícil.
Para o fim ficaram os avançados de ligação (Wender e o seu substituto Maykon) – avançados encostados à esquerda por onde era suposto conseguirmos triangular a fim de desposicionar a defesa benfiquista. Ora bem, Wender, que esteve melhor que na Luz, foi muito bem marcado por Maxi Pereira (um dos melhores benfiquistas) e durante a primeira parte foi práticamente emparedado. Melhorou na segunda e e dois lances poderia ter facturado. Não aconteceu, fica para a próxima.
Maykon entrou bem mas lesionou-se de imediato e talvez por isso tenha desperdiçado um remate que merecia melhor sorte.
Enfim, haja esperança.

Saudações azuis.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Critérios de desempate

Não me vou alongar sobre o ‘goal average’, um critério de desempate como outro qualquer, perfeitamente regulamentado pela FIFA, que já o utilizou (sem dúvidas matemáticas ou existenciais) nas várias provas que organiza. É verdade que entretanto deixou de utilizar aquele critério, mas ninguém pode assegurar que não o venha a reutilizar no futuro. A única certeza que temos nesta matéria é que se a FIFA quiser voltar ao critério de desempate por ‘goal average’ escreverá isso mesmo no regulamento, ou seja – ‘goal average’!
Porém a questão que me traz a estas linhas é outra, também sobre critérios de desempate, mas aqueles que mais se aplicam em território nacional. São regras não escritas, permitindo um variado leque de interpretações, e derivam todas de um conhecido axioma nacional – na dúvida, a favor dos grandes.
Neste sentido os árbitros portugueses dispõem de um manancial de critérios de desempate que pode ir da grande penalidade marcada ao contrário, ao golo anulado ao adversário, evitando assim o empate!
Para a história ficam aqueles jogos que só terminavam quando os 'grandes' conseguiam desempatar!

Saudações azuis

quarta-feira, janeiro 21, 2009

O insuportável peso da segunda circular

Já uma vez expliquei que o nacional-benfiquismo, ou doença do partido único, contempla em termos futebolísticos (e por razões óbvias) dois clubes para entreter a populaça. Os restantes servem para justificar um campeonato que dê acesso aos fundos europeus, indispensáveis para disfarçar os gastos sumptuários destes clubes do estado. Esta doença, chamemos-lhe assim, está portanto intimamente ligada ao poder político e só não consta da constituição da república por lapso do legislador.
O sistema tem no entanto uma falha… e um terceiro clube!
Nos seus excessos contra a segunda república (vulgo Estado Novo) a terceira república deixou crescer desmesuradamente um clube sediado no Norte, mais própriamente no Porto, o que veio trazer enorme transtorno ao campeonato e por consequência ao país. E a crise está aí a comprová-lo.
Hoje, é o próprio chefe dos árbitros quem denuncia o nervosismo reinante uma vez que este ano só existem subsídios europeus para o campeão, e com sorte, para o segundo classificado! Conclui ele, que assim não se pode trabalhar!
Entretanto os organismos encarregues de gerir os interesses do futebol português multiplicam-se em iniciativas para arranjar dinheiro para os pobres coitados. Neste âmbito surgiu a Taça da Liga e tudo se encaminha para que Benfica e Sporting cheguem à final. E ai de quem se atravesse no caminho…
Por falar em Sporting ficámos contentes por saber que o 'interface' continua a ser uma fonte de receitas inesgotável! É caso para dizer - quem tem interface tem tudo, e quem não tem não tem nada.
Quanto ao Benfica, esse não tem (nem precisa) de interface, mas tem agora um canal de televisão (não lhe chegavam os outros!) e aproveita-o para ‘explicar’ determinados lances em que foi escandalosamente beneficiado pelas arbitragens.
Isto está lindo!
E ficamos por aqui. Haverá tempo para conversar sobre mais uma jogada da Federação e do Governo que temos - a União Ibérica e o Mundial de 2018. Pelo andar da carruagem, estou convencido que nessa altura já viveremos em monarquia… mas com rei castelhano.

Saudações azuis.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Melhorias

Verificámos pela televisão que Pacheco começa a agarrar na equipa e o jogo da Luz confirma um progresso sustentado, algo em que se pode acreditar. E as melhorias, tal como vimos referindo há muito, têm a ver fundamentalmente com um novo ânimo incutido no espírito dos jogadores e também com o preenchimento de lacunas que até à data ninguém queria admitir.
Mas Jaime Pacheco sabe o que quer e introduziu uma velha ‘novidade’: - precisamos de ‘jogadores de trabalho’, jogadores consistentes e não de artistas ou falsos artistas.
Dito e feito, desde logo laterais que saibam defender e ao mesmo tempo assumir com segurança (sem perder a bola) o início da transposição atacante. Tininho neste aspecto fez um jogão na Luz e no lado direito quer Baiano, quer Mano, também cumpriram.
A questão seguinte prende-se com o meio campo, tem a ver com as bolas que salpicam da nossa defesa e com aquelas que os laterais (e os médios recuperadores) fornecem. Aqui o pressing do Benfica destapou a realidade: - faltou na Luz um centro campista a sério, alguém que saiba esconder a bola do adversário e depois passá-la pela certa, lançando assim o ataque organizado.
Não quero com isto diminuir o mérito de Silas que transportou muito jogo. Nem do jovem Pelé que surpreendeu mais uma vez pela positiva. Mas Silas não tem aquelas características e Pelé, que jogou mais recuado, (ainda) não é um armador de jogo.
E antes de nos debruçarmos sobre o ataque, opinemos sobre a dupla de centrais, prato forte dos comentadores de bancada (como eu), e para muitos a grande responsável pelo estado da nação azul!
Pelos vistos a tese dos ‘piores centrais do mundo’ caíu por terra na Luz!!! Com efeito, defrontámos um ataque valioso, sofremos cantos e livres que cruzaram a área, e no cômputo geral, consentimos apenas um golo!
E que me lembre, para além de um fora de jogo mal assinalado a Suazo, nem Júlio César teve muito trabalho, nem o Benfica criou outras oportunidades para marcar.
E os centrais eram – Arroz e Carciano!
Com isto não estou a dizer (porque já o disse) que não precisemos de um central mais adaptado ao futebol português, que domine sem dificuldades o jogo aéreo. Mas daí à tese da ‘culpa central’ vai uma grande distãncia.
Aliás numa curta análise ao trabalho de Arroz e Carciano, direi que o segundo esteve sempre bem, e que o primeiro foi dos melhores azuis falhando apenas no lance do golo. Com a defesa desposicionada, Arroz não conseguiu neutralizar a entrada de cabeça de Katsouranis, uma especialidade do médio benfiquista. Não esquecer no entanto que Arroz é um jogador inteligente e que sempre que pode acorre com perigo à área adversária.
Mas falemos do ataque e da finalização: - porque temos um problema de finalização.
Marcelo é combativo mas falha muito e neste jogo falhou um cabeceamento que não se pode falhar. Porta chegou a prometer mas parece desmoralizado. Quanto a Wender tem sido uma desilusão – falta-lhe força e velocidade.
Em relação aos restantes intervenientes: - Vinicius entrou bem no jogo; Maykon está diferente para melhor e deveria ter jogado mais tempo; de Júlio César já falei, teve pouco trabalho e saíu-se bem. O lance do golo, sendo repetitivo, não deixa de ser uma bola difícil para qualquer guarda-redes. Já tinha sido batido em lance idêntico contra o Trofense.

Notas sobre as ‘novidades’:

Depois de Diakité (deixem o homem casar! – só no Belenenses!!!) e Tininho, duas excelentes aquisições, foram entretanto contratados um jovem (e desconhecido) central argelino (Zarabi) e o extremo Saulo, que havia rescindido com a Naval. Sobre este último confesso que sempre o achei um jogador interessante, habituado a jogar sozinho lá na frente e que pode ser útil ao Belenenses.

Saudações azuis.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Jogos e jogadas

Para começar todos os árbitros (e os jornalistas também) deveriam fazer registo dos seus interesses afectivos (leia-se clubísticos) e na primeira Liga só deveriam actuar aqueles que pertencem a Associações que tenham clubes a disputar a mesma primeira Liga. Nestas condições, árbitros da Associação de Portalegre, como o Paulo Baptista, teriam que se contentar em dirigir jogos distritais.

E por falar em Associações, o melhor é excluir definitivamente da indústria do futebol profissional toda uma série de corporações e indivíduos que ganham (oficialmente) uns tostões e acabam por decidir o destino de um negócio de milhões.

Diakité quer casar no Domingo, dia de jogo com o Benfica! Não conheço os pormenores da notícia mas uma coisa vos garanto, não seria notícia se o jogador estivesse vinculado aos três ‘clubes do estado’ e se por qualquer razão a cerimónia interferisse com os respectivos interesses. Por aqui se vê também a distância (a diferença de tratamento) a que estamos dos nossos antigos rivais.

O futebol português (com a preciosa ajuda dos ‘legisladores da bola’) caminha rápidamente para a negação da verdade desportiva, aquela que se vive nas quatro linhas e é testemunhada pelo público. Não estou a pensar nos desmandos das equipas de arbitragem que por erro ou ‘distracção’ interferem com o resultado final. Estou, sim, a referir-me aos constantes ‘casos’ e ‘pseudo casos’ que em crescendo, ano após ano, transferem para a secretaria a decisão dos jogos e campeonatos. Se isto continua assim, quem estará interessado em pagar bilhete para ver um jogo que pode não ser verdade?!
Mas também se pode olhar para esta questão com algum optimismo e imaginar os clubes de futebol transformados em agências de investigação e espionagem.

Saudações azuis.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Felizmente, há lógica…

O futebol não sendo uma ciência exacta não deixa contudo de ter a sua lógica e nesta ordem de ideias temos que admitir que aquela primeira parte do jogo de Braga já indiciava um Belenenses colectivamente capaz de subir na tabela classificativa.
O Sporting de Braga não era uma equipa qualquer, tinha e tem imensas soluções atacantes (e quem as tem na Liga portuguesa tem também enorme vantagem competitiva), e mesmo assim viu-se e desejou-se para marcar o primeiro golo. Acabámos vencidos por um adversário indiscutívelmente mais forte e a quem concedemos algumas ‘incompetências’ que não estavam no programa.
Em Vila do Conde apresentámo-nos dominadores e face a um Rio Ave sempre difícil no seu terreno, conseguimos uma vitória justa e muito importante. Diga-se que Jaime Pacheco foi feliz (e corajoso) nas alterações (forçadas) que introduziu no plantel mas isso também faz parte da lógica do futebol. Saúde-se nesse aspecto a exibição de Diakité, um reforço com provas dadas no futebol português, e ainda o junior Pelé que vi actuar no Pragal onde me deixou óptima impressão. E por uma questão de justiça salientar a actuação de Organista (finalmente com pedal) numa zona do campo crucial para as aspirações de qualquer equipa.
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Resultado final: Rio Ave (0) – Belenenses (1). Golo de Diakité.
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Como não há regra sem excepção, na segunda circular o futebol é de facto uma ciência exacta: - ontem, por exemplo, o país inteiro pôde verificar que apenas Benfica e Sporting estão autorizados a candidatarem-se aos ‘fundos europeus’ servidos anualmente na chamada ‘Liga milionária’! O Braga foi desta vez a vítima ocasional, mas isto é um recado para todos e naturalmente para o Belenenses. E o recado é simples: enquanto não acabarmos com esta vergonha nacional ninguém deveria queixar-se das arbitragens. Deveria, sim, perguntar aos poderes públicos se vale a pena realizar um campeonato nacional a fingir, um campeonato de ‘cartas marcadas’?!

Saudações azuis