terça-feira, abril 29, 2008

Decisão esperada

No fundo todos esperávamos por este desenlace, o contrário é que seria uma verdadeira surpresa! Imaginem um órgão de justiça da federação portuguesa de futebol, pese a sua proclamada independência, a produzir um veredicto que pusesse em causa a competência da própria federação! Mas o argumento maior, não foi esse, foi o facto de ter sido infringida uma norma da FIFA. Aqui sim, aqui se abrigaram os doutos conselheiros para manter a decisão da comissão disciplinar da liga, salvaguardando por essa via, a incapacidade, a irresponsabilidade, e porque não dizê-lo, a inutilidade da estrutura federativa! Que serve apenas como peça de propaganda do regime, com a sua selecção de emigrantes de luxo. Organizar o futebol português, torná-lo credível e rentável, isso não interessa, nem é ‘desígnio nacional’!
E agora?! Agora teremos de acatar a decisão e com a maior serenidade mas também com a maior firmeza, prosseguir na luta pela credibilidade das instituições que gerem o futebol português. Podemos e devemos aproveitar os argumentos que por certo constam do nosso recurso, para expor perante as entidades que regulam o futebol, a necessidade de alterar leis e regulamentos por forma a garantir mais certeza nas relações jurídico-desportivas, protegendo ao mesmo tempo a boa fé dos vários intervenientes. Isto que se diz conta para o futuro, agora interessa mostrar a nossa têmpera nos dois jogos que faltam, pois é nos momentos difíceis que homens e instituições definem a sua grandeza.
E recebamos também a nossa lição: para a próxima estaremos mais atentos para não sermos surpreendidos.
Saudações azuis.

segunda-feira, abril 28, 2008

Regresso à normalidade


O país sossegou, o ambiente está mais desanuviado, as nuvens que pairavam sobre a segunda circular, dissiparam-se, e sendo assim, os milhões da europa já não correm o risco de ir parar ao bolso de algum paraquedista ou aventureiro!
A questão ainda não está totalmente resolvida, mas a forma rápida como os juizes de campo decidiram sobre a marcação das faltas dentro da área ou nas suas proximidades, deixa adivinhar que os intrusos não terão sorte nenhuma!
Lucílio, em Alvalade, e Soares Dias na Luz, encarregaram-se de esclarecer dúvidas, se dúvidas houvessem. O primeiro, assinalando uma grande penalidade inabitual na nossa Liga! O segundo, não permitindo qualquer contacto naquela zona onde os encarnados têm especialista afinado. A alegria de Rui Costa quando Di Maria 'arrancou' o livre que viria a resultar no segundo golo, não engana ninguém. Claro que também existem responsabilidades, quer de Gregory (estava avisado do jogo anterior), quer de Amorim, ambos deviam saber que somos todos iguais, mas uns são mais iguais do que os outros!
Os subsídios da europa, no que respeita ao futebol seguem a regra geral, são para os grandes, e tal como os outros subsídios europeus, ajudam a cavar o fosso entre ricos e pobres, e nós gostamos que seja assim!
Saudações azuis.

sábado, abril 26, 2008

Ai Jesus, Jesus...


Tu que não nasceste em Belém mas que puseste o meu Belém a jogar tão bem!
Tu que sabes treinar como ninguém, que em poucos meses transformaste um grupo de jogadores numa grande equipa, com uma defesa em linha impecável, um pressing que não deixou o Benfica jogar, um futebol apoiado que confundiu e calou o 'terceiro anel'... que necessidade tinhas de estragar tudo por causa daquela ponta de vaidade que estraga sempre tudo!
Qual a necessidade de mexer numa equipa que tinha tomado conta do jogo, recuperava as bolas rápidamente, e ameaçava a cada jogada chegar ao empate!!! Ninguem percebeu, nem eu!
Se por hipótese chegássemos aos 80 minutos de jogo na mesma situação, então sim, arriscava-se tudo. Aos 65 minutos, não.
Costuma dizer-se: 'quem tudo quer, tudo perde', e nós apressámos a derrota sem necessidade nenhuma. Jesus deve ter-se lembrado da última goleada, só que o Benfica na Luz não é o Vitória de Setúbal no Restelo. Ainda por cima o Gabriel Gomez estava a realizar uma grande exibição! Ele saíu, trocaram-se posições, a equipa desuniu-se, e para cúmulo, tinha que ser o Amorim a provocar uma falta desnecessária numa zona proibida! O Gavillan na primeira parte já tinha cometido esse erro, mas felizmente a bola foi desviada na barreira. Cardozo não desperdiçou uma segunda oportunidade e acabou com o jogo. A partir daí nunca mais fomos os mesmos.
É fácil falar depois do jogo, e eu aceito. Mas desta vez toda a gente viu que Jesus errou nas substituições. Ninguém é perfeito e todos temos as nossas limitações.
Enfim, o jogo acabou, acabámos com dez porque Alcântara fez das suas, e hoje não vou dar os parabéns a ninguém, porque estou farto de derrotas honrosas. Dito isto, espero que Jorge Jesus cumpra o contrato e continue a ser o treinador do Belenenses.
E mantenho o que disse ontem: este era o jogo mais importante do campeonato.
Resultado final: Benfica 2 – Belenenses 0.

sexta-feira, abril 25, 2008

Amanhã...


Amanhã é o jogo mais importante do campeonato! Jogamos na Luz contra o Benfica, jogamos contra a nossa inferioridade, jogamos contra o próprio campeonato! Se ganharmos... se ganhássemos... e nunca estivemos tão ombro a ombro... sei lá, desde os tempos... já nem me lembro! Tempos do Yaúca, também ganhámos, e eu estava lá... ainda de igual para igual, no limite... Amanhã não vou, já não vou. Se ganharmos, estava eu a dizer, esqueço a novela Jesus, esqueço tudo, não me interessa quem tem razão, bela palavra, no futebol não há razão, quem tem razão é o golo, única verdade, a ele todos se rendem, todos se contradizem, ao menos valha-nos isso!
Noto que estou inconcreto, acontece, amanhã é o jogo mais importante do campeonato!
A dar-me razão, (afinal o futebol tem razão) Jesus convocou todo o plantel, e em jogada de antecipação, protegeu o Amorim! Dupla fatalidade – se o rapaz jogar mal, fico com pena pelo Belém! Se o rapaz jogar bem, fico com pena pelo Belém!
O melhor é dar um fim à crónica.
Até amanhã.

quarta-feira, abril 23, 2008

Belém à consignação!

Confesso que tinha alguma esperança que esta Direcção (intercalar) não alterasse as regras do jogo a meio do jogo, ou seja, antes do fim da época. Refiro-me básicamente ao dossier treinador, que concentrava e concentra algum poder, talvez exagerado, mas que as circunstâncias assim determinaram e que o próprio fez questão de assegurar com êxito. Também por isso encaixou sem pestanejar o contratempo 'Meyong', vestindo a camisola em deslize alheio, o que convenhamos tem que ser realçado!
Mas não, apressada, querendo de imediato instalar-se e instalar os seus conceitos, a Direcção terá ajudado a criar um ambiente de desconfiança, que é sempre mútuo, e a partir daí as coisas começaram a correr mal e pelos vistos estão em vias de descarrilar!
Em anterior postal evidenciei a consonância que deve existir entre o treinador e o presidente, pois seja o clube que for, é meio caminho andado para o sucesso; também estou convencido, e isto vale igualmente para qualquer clube, que o problema nunca é do treinador mas sim da Direcção, e no caso do Belenenses, conhecido cemitério de treinadores, esta afirmação parece ainda mais indiscutível. Seria uma razão acrescida para ter algum cuidado no relacionamento com Jorge Jesus, que se adaptou ao peculiar funcionamento de um clube “à consignação” (!), ganhou a simpatia dos adeptos, conseguindo ainda obter bons resultados desportivos!
“Clube à consignação” é isso mesmo que estão a pensar, é a realidade de muitos clubes da primeira Liga, em que o clube funciona como entreposto dos negócios dos outros, cobrando pelo espaço uma pequena comissão!!! O que não se esperava é que o Belenenses caísse nessa ridícula situação! Pelos vistos, jogadores e até o treinador não são nossos, podem sair livremente sem recebermos nada em troca! Por isso alguns nos atingem com o insulto de 'clube virtual'! E mesmo assim o nosso discurso pouco tem mudado, é ele também um discurso virtual! Hoje como ontem é o discurso das 'contas certas'... e elas, as marotas, sempre incertas! Damos agora o mau exemplo do Boavista mas esquecemo-nos do bom exemplo do Boavista quando ousou ganhar um campeonato nacional!
A ver se nos entendemos, toda a gente é pelas contas certas, mas a justificação é que tem que ser outra, e afirmada alto e bom som: temos que ter as contas certas porque não queremos sofrer na pele aquilo que 'outros' (vocês sabem quais são) nunca sofrerão em igualdade de circunstâncias. E podemos acrescentar - por isso somos obrigados a aceitar uma concorrência desleal permanente. Este, e não outro, é o discurso certo para as contas certas, a ser proferido no local certo - na Liga, na Federação, e na Secretaria de Estado. E deixem o Boavista em paz.
Saudações azuis.

terça-feira, abril 22, 2008

A força do colectivo

Boa exibição, bons golos, mas tenham calma, não descobri nenhum craque a caminho do Real Madrid! Como é habitual só hoje consegui ver o jogo na Sport Tv, e dada a celeuma sobre a debandada do plantel, ao que parece requisitado por meio mundo, estava curioso para ver que exibições esplendorosas tinham acontecido e da parte de quem! Afinal, só vi um enorme trabalho colectivo, tudo em movimento, atentos às marcações, trocando a bola pacientemente, recuperando-a depressa, à espera do momento mais propício para desferir três, como poderiam ter sido quatro estocadas mortais. Isto aconteceu na primeira parte e foi realizado com grande eficácia, e já agora, com grande beleza! Bonitos golos, sim senhor!
E como cada equipa joga o que a outra deixa jogar, está explicado o sucesso azul e o insucesso sadino.
Claro que também vi as insuficiências dos intérpretes, as deficiências conhecidas, menos evidentes porque tudo correu bem, e reconheçamos, o Vitória está em quarto minguante, como aliás outras equipas da Liga. Nós felizmente estamos em quarto crescente!
Antes da análise individual quero referir que não me passou despercebida a ausência no onze inicial de Gavillan, desta vez Jorge Jesus optou por uma brigada mais ligeira a meio campo tirando partido do bloco habitualmente muito recuado do Vitória de Setúbal, e ganhou a aposta, apenas em dois cantos se notou que faltavam centímetros na nossa área, mas com o avolumar da derrota o Vitória foi desaparecendo. Pitbull estava demasiado só.

Destaques:

Paulo César com muito pouco trabalho, teve uma noite descansada;
Amaral tácticamente bem, precisa de ganhar confiança e um bocadinho mais de atrevimento;
Rolando impecável;
Hugo Alcântara fez um grande jogo e teve uma excelente e decisiva intervenção no segundo golo;
Alvim sempre esforçado e raçudo;
Amorim jogou a trinco e foi um dos melhores;
Rafael Bastos confirmou que está a adaptar-se, mexido, com iniciativa, um grande passe na origem do terceiro golo, merece continuar na escola de Jesus;
Silas o problema das recepções continua, mas esteve em todo o lado, é um pilar do nosso sistema de jogo;
Zé Pedro é o outro pilar, para o melhor e para o pior, mas neste jogo a palavra pior não se aplica. Apesar de alguns passes falhados, gostei de o ver comandar a equipa!
Roncatto também merece ficar na escola de Jesus, porque ainda é um jovem jogador;
Weldon bisou, dois belos golos, é um jogador feito, veio emprestado para render e rende, se houver capacidade financeira tudo bem, se não houver, paciência.
Gavilan entrou nervoso mas serenou e é sempre útil;
Cândido Costa cumpriu, cruzou bem para o quarto golo;
João Paulo querer, raça, e dois golos espectaculares!

Saudações azuis.

Presidente e treinador


Ainda falta algum tempo para ver a repetição do jogo na SportTV, tenho assim uns minutos para comentar o teor das controversas declarações de Jorge Jesus no final do desafio com o Vitória de Setúbal!
Em primeiro lugar a oportunidade, pouco feliz, sabendo-se que esta será a semana de todas as cabalas, de todos os golpes, advinhando-se uma última golpada no 'caso Meyong', cuja decisão está agendada para a próxima segunda-feira!
Em segundo lugar a questão do vencimento do treinador, uma falsa questão que esta Direcção terá abordado de uma maneira também pouco feliz. Digo, terá, porque não conheço os bastidores do assunto, mas não nos podemos esquecer que Jorge Jesus tem desempenhado várias funções, que correspondem em condições normais a vários ordenados, nomeadamente o de Director Desportivo, e nessa perspectiva não sei se o seu vencimento é caro ou barato. Pode questionar-se que independentemente de ser caro ou barato, o Belenenses não tem condições de suportar tal despesa e sendo assim haveria que tentar renegociar o respectivo valor. Ora é precisamente aqui que pode estar a chave do problema, a saber: estou convencido que Jorge Jesus seria (será) sensível a esse problema desde que não lhe tocassem no poder que desfruta na parte desportiva própriamente dita. E na qual tem tido sucesso indiscutível! Melhor seria (será) aproveitar esta questão para mobilizar ainda mais o treinador dando-lhe a importância (e confiança) que até à data tem merecido.
Noutro sentido e se a Direcção entende rever o conceito e as funções do treinador do Belenenses, deve deixar isso para melhor oportunidade, evitando dar qualquer motivo a especulações.
Por último, há quem desconfie de Jesus, sugerindo que este se oferece constantemente ao Benfica ou a qualquer clube que tenha um projecto desportivo mais aliciante! Bem, eu sou insuspeito nesta matéria, não há nada que me irrite mais do que subserviências aos três clubes do estado! Mas por isso mesmo quem contrata um treinador com cláusulas de rescisão que lhe permitem sair a custo zero para o mercado nacional, não se pode admirar de incutir essa mesma mentalidade nos seus eventuais empregados.
Em suma, o sucesso de qualquer clube assenta sempre numa grande simbiose (e cumplicidade) entre Presidente e Treinador. Querem exemplos?!
Saudações azuis.
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Post Scriptum: E a talhe de foice vem a utilização de Amorim no jogo contra o Benfica! Convenhamos que o timing (por certo escolhido pelo Benfica) para anunciar a transferência não terá sido o melhor para proteger o jogador!

segunda-feira, abril 21, 2008

Goleada no Restelo

O Belenenses bateu esta noite o Vitória de Setúbal por 5-0 desalojando assim o seu adversário do quinto lugar da tabela classificativa! Ao intervalo já ganhávamos por 3-0 com os golos a serem apontados por Weldon (2) e Zé Pedro (de grande penalidade). Na segunda parte João Paulo bisou estabelecendo o resultado final.
Saudações azuis.

sexta-feira, abril 18, 2008

Desabafo

Depois de ler alguns comentários na blogosfera azul, preciso realmente de desabafar. Entrego a esta folha de papel esse sentimento de frustração que há-de ser, espero, partilhado por uns quantos belenenses que não se conformam com o fado que nos tocou em sorte!
A questão não é a venda do Ruben Amorim e do Rolando, todos os clubes vendem jogadores, aquilo que me preocupa é esta certeza íntima de que continuaremos paulatinamente a vender ‘Rolandos’ e a receber uns trocos com as justificações do costume, as Direcções desculpando-se umas com as outras (a lembrar os governos da república) e não saímos disto. Se calhar estou a ser pessimista e agora é que é, agora é que vamos arrancar para um futuro risonho... Mas qual é o projecto, suficientemente ambicioso e arrojado, que nos pode tirar deste poço sem fundo?! Que receitas podemos ambicionar com a venda de jogadores da formação, se nem dinheiro temos para os agarrar com bons contratos que no futuro possam trazer retorno financeiro! Sim, porque para investir e correr riscos precisamos de ter liquidez, dinheiro para apostar em jovens jogadores que podem nunca chegar a ser craques. Foi esse dinheiro que por certo faltou na altura própria à Direcção (nem sei qual) que deveria ter renegociado os contratos do Ruben e do Rolando, ou de outro qualquer. Porque não vale a pena enganarmo-nos, ir buscar um investidor que avance com o dinheiro e se torne dono dos passes dos futuros craques isso não interessa ao Belenenses. Na hora da venda esses empresários ficam com a parte de leão. Este é afinal o fado dos clubes sem projecto, em que toda a gente ganha menos o Clube!
Este cenário, só de o imaginar, desmoraliza-me, e hoje, nem a perspectiva da UEFA me anima. Aquilo acaba por dar prejuizo, só com muita sorte, apanhando alguma ‘truta’ pelo caminho, poderá ser interessante em termos financeiros. Em termos desportivos é outra coisa, mas aí, para termos êxito, fazem-nos falta os ‘Rolandos’. A Liga dos Campeões... desculpem a ousadia.
Haverá dias melhores, com outro optimismo.
Saudações azuis.

quarta-feira, abril 16, 2008

Certezas e previsões

Começo com as certezas, Rolando e Amorim já eram. Esta Direcção não tinha alternativa e penso que terá defendido os interesses do Belenenses. Se negociou 'bem' uma futura venda para o mercado exterior, tanto melhor! Outras contrapartidas, veremos.
Lições a tirar? A ver se não caímos nos mesmos erros do passado e conseguimos 'prender' com mais força os jovens da cantera, por exemplo, o Mano, e não só. E a ver se um dia deixo de ouvir a conversa das - 'pernas cortadas'!
Previsões: sobre o 'caso Meyong' estou convencido que será decidido na semana em que formos defrontar o Benfica. É apenas uma previsão.
A outra previsão diz respeito à previsível falência do Boavista! Não acredito. Em Portugal só vai à falência quem não for do sistema, leia-se regime, que é a mesmíssima coisa.
E nós, belenenses, de que regime é que somos?! Pergunta complexa, não é para responder, é para pensar.
E um aparte, que não é certeza nem previsão: O recém eleito presidente da Académica diz que vai construir um estádio novo em Coimbra! Crise! Qual crise!
Saudações azuis.

sábado, abril 12, 2008

Vitória na Reboleira

O Belenenses venceu esta tarde o Estrela da Amadora por 2-0, com os golos a serem marcados por Rolando e Zé Pedro, um em cada parte. Tratou-se de uma vitória categórica que nos enche a todos de alegria.
Por não ter ido à Reboleira é me impossível fazer a habitual crónica, recorro portanto às impressões do meu companheiro de regatas (SPM) que esteve lá, e me disse o seguinte: Marcámos cedo numa jogada estudada, defensivamente fortes, fomos muito eficazes e matámos o jogo aos 52 minutos com um golo do Zé Pedro, a passe de Rafael Bastos. A curiosidade maior foi saber que tal se tinha portado o substituto de Silas! O rapaz parece que jogou bem, mas a falta de rodagem, de ritmo competitivo, impede que tenhamos substitutos que entrem e cumpram os noventa minutos a cem por cento. Falta uma prova intercalar ( de reservas) onde possamos rodar estes jogadores. O exemplo é Amaral, bem mais solto e entrosado, segundo soube também.
E hoje não existem 'críticas' ao treinador azul que afinal... foi profeta na sua terra!
Saudações azuis.

terça-feira, abril 08, 2008

Lavandaria nacional

Começo com uma adivinha – qual é coisa qual é ela que usa detergente verde rubro, cheira a papel de jornal e limpa a seco qualquer nódoa que possa sujar o bom nome dos clubes da segunda circular?! Não faz mal se não adivinharam. Vem isto a propósito da notícia do jornal Record, notícia de primeira página, em toda a sua largura, e com letras garrafais: “Rui Costa inocente”! E eu perguntei aos meus botões – mas inocente de quê?! Sabemos que alguns dirigentes do Benfica digeriram mal o empate no Bessa; sabemos também que houve desaguizados no túnel que dá acesso aos balneários; e a própria televisão deu conta que um dos mais inconformados era precisamente Rui Costa; portanto, nada mais natural que o capitão benfiquista estivesse envolvido nos acontecimentos cuja gravidade não sabemos qual foi, a não ser que o sucedido venha a constar de algum relatório oficial. Até aqui tudo normal.
O que não é normal é esta preocupação doentia de retirar logo do centro das responsabilidades o nome de Rui Costa, como se pertencesse a uma casta (ou a um conjunto de interesses) acima de qualquer suspeita! Mal ‘acomparado’ faz-me lembrar a impossibilidade que parece existir no nosso país que os deputados, pelo facto de serem deputados, ou ministros, não possam ser acusados de pedofilia ou suspeitos de algum crime! Triste terra, inferior e subserviente, incapaz de fazer justiça com igual peso e medida, quer se trate de gente vulgar ou de alguém com poder.
Rui Costa é provávelmente o menos culpado nesta história, história onde nem sequer existem ainda culpados ou inocentes.

Adjunto oferece-se

Ofereço os meus préstimos para comentar e corrigir, no dia seguinte, as graves deficiências que ocorrem quando nos encontramos em vantagem no marcador, especialmente durante a segunda parte. Pede-se sigilo, uma poltrona razoável, e um razoável aparato técnico que me mantenha on-line.
Junto oferta de uma análise grátis.

Começo pela actuação do trio de arbitragem de forma a afastar os habituais fantasmas:
1. O primeiro golo do Belenenses, o primeiro de Weldon neste jogo, é irregular embora o movimento de recolocação tentado por um defesa do Leixões possa ter enganado o fiscal de linha. O facto da bola ter vindo de um adversário, em segundo ricochete, não altera o espírito da lei, que inviabiliza nestes casos, o aproveitamento de uma vantagem posicional ilícita.
2. Ainda na primeira parte, Hugo Alcântara toca a bola com o braço dentro da área, uma infantilidade, e ficou uma penalidade por marcar a favor do Leixões.
3. No final da segunda parte e com o Belenenses a ganhar pela vantagem mínima, o árbitro equivocou-se e assinala um penalty a favor do Leixões quando na realidade o que se tratou foi de uma normal disputa de bola pelo ar, em que existe contacto, mas em que Cândido Costa ganha posição e ganha o lance de cabeça. O árbitro terá decidido compensar o Leixões pela penalidade não assinalada na primeira parte, pois se tivesse dúvidas, e o lance era no mínimo duvidoso, deveria ter favorecido o réu, ou seja, quem defende.
4. A última grande penalidade, assinalada já em tempo de compensação, também não existiu. Com efeito, visionando a repetição do lance verifica-se que nem Júlio César nem o outro jogador do Belenenses que acorre ao lance, tocam no avançado do Leixões que entretanto simula a falta. Mas aqui seria difícil ao árbitro não marcar porque numa primeira análise parece haver contacto e é um lance típico para penalty.
5. Por fim ressalve-se que o encontro foi disputado quase sempre debaixo de chuva intensa, com o terreno pesado e propício ao choque, dificultando assim a actuação do trio de arbitragem.

Quanto ao jogo propriamente dito a minha análise será mais contida:
Uma primeira parte excelente, uma equipa personalizada, a chegar à vantagem com naturalidade, a desperdiçar ocasiões para aumentar o score, e pode dizer-se que Jorge Jesus conseguia mais uma vez surpreender o adversário.
Para o segundo tempo, a perder por uma bola, o Leixões fez entrar Paulo Machado para o meio campo, e a seguir Diogo Valente para a ala esquerda, mas seria o primeiro que se evidenciaria, começando então um verdadeiro torneio de tiro ao alvo! O alvo era Júlio César, e a baliza azul.
O Belenenses, no entanto, foi mantendo, e bem, a sua linha de jogo, controlando, com maior ou menor dificuldade, o ascendente dos donos da casa, e conseguiu inclusivamente chegar ao segundo golo, novamente por Weldon!
Mas Jesus estava nervoso e resolveu mexer na equipa: sai Amaral, que fez um bom jogo, e entra Cândido Costa para o seu lugar. Não contente, substitui Roncatto por Rafael Bastos, numa aparente tentativa de refrescar o meio campo ofensivo, e por fim, aos oitenta minutos, retira Silas, o nosso melhor jogador de campo (e que não vai poder jogar na Amadora), e faz entrar Evandro Paulista. Parecia a repetição do jogo contra o Porto. Se estávamos a recuar, ainda recuámos mais, o jogo ficou partido, mas sem vantagens para o nosso lado. E nunca ninguém se lembrou de fazer entrar um médio defensivo que se opusesse aos disparos consecutivos de Paulo Machado! Que marcou o golo do Leixões (um míssil indefensável) e está na origem do segundo penalty!
E sobre o jogo é tudo, faltando apenas realçar que Júlio César defendeu as duas grandes penalidades garantindo assim a vitória do Belenenses no estádio do Mar!
Resultado final: Leixões 1 – Belenenses 2.

sexta-feira, abril 04, 2008

Abriu a caça!

A outra hipótese são as barracas da feira com tirinhos às gasosas, lembram-se! É o que me fazem lembrar esta caterva de jornalistas, adidos aos clubes do estado, (vá lá, vocês sabem que nestas artes o Benfica é campeão), quais formiguinhas trabalhadeiras que vão fazendo o carreiro dos respectivos interesses. No auge está a ‘encomenda’ de Ruben Amorim para o Benfica, ao que parece atrapalhada pelo Porto, para desespero dos media encarnados! E então é vê-los, diariamente, a fazerem conjecturas, a darem palpites, sugerindo que o melhor que o Belenenses tem a fazer é negociar o mais depressa possível com a águia, baixando o preço, para não corrermos o risco do rapaz aceitar a nossa proposta!
Bem, neste assunto, espero que a recém eleita Direcção azul esteja à altura das circunstâncias, que não desvalorize o Ruben Amorim a troco de um prato de lentilhas, porque ele é, a par de Rolando, o mais valioso activo do clube – veio da formação, apostámos nele quando ele não valia nada, e além disso, é um jogador que actua numa zona onde é muito difícil arranjar um substituto capaz. Sei do que escrevo, quando se trata de construtores de jogo, os grandes clubes compram tudo o que há no mercado, e se não os utilizam, fazem o possível para que ninguém mais os utilize, cumprindo assim uma regra de ouro da concorrência negativa!
Por isso também, e a ser transferido, preferia que fosse transferido para um clube estrangeiro. Se ficar por cá, e dentro da mesma lógica, o Porto é sempre melhor destino que o Benfica – porque é doutra cidade e não se fortaleceria tanto com a ida do Ruben.
No entanto, e aconteça o que acontecer, precisamos de estar muito atentos aos poucos jogadores ainda livres que sabem carregar com o piano, que sabem passar a bola… e que não estão sempre no estaleiro.
Saudações azuis.

quarta-feira, abril 02, 2008

Replay

Li e recomendo a leitura que Freitas Lobo faz hoje no jornal “A Bola” sobre as incidências técnico-tácticas do jogo que realizámos no Domingo. Trata-se de uma análise curiosa que tenta explicar as dificuldades que sentimos na segunda parte, especialmente para sairmos a jogar depois de recuperarmos a bola defensivamente. Segundo o conceituado comentador, essas dificuldades não se prendem só com este jogo, mas com uma pecha enraizada e que tem a ver com a demora ‘ a sair da zona escura’ por parte dos recuperadores azuis, que assim comprometem toda a transição ofensiva.
Mas há mais e aí entram as minhas crónicas – Jesus é um emérito treinador, ninguém melhor do que ele prepara as equipas durante a semana, e por isso consegue frequentemente surpreender o treinador adversário! O pior é quando este reage e se reage a propósito. Jesualdo percebeu ao fim de quarenta e cinco minutos que tinha que arranjar alguém para desbloquear a estratégia de Jesus, que sacrificou Roncatto para tapar Paulo Assunção, fonte do jogo atacante portista. E assim surgiu Meireles recuado para resolver o problema. A partir daí Jesus nunca mais se entendeu. É certo que lhe falta qualidade de passe a meio campo, é certo que o Porto acelerou começando a dar menos espaço, e tempo, quer a Ruben quer a Gabriel Gomez para se libertarem da bola, para retirarem a iniciativa ao adversário, mas por isso mesmo havia que reagir não enfraquecendo o núcleo central da equipa. Verdade que subimos no terreno, estabilizando um pouco o jogo, mas nas substituições teria sido preferível reforçar o meio campo esticando depois até ao fim (e doesse a quem doesse) o equilíbrio que ainda se mantinha.
Freitas Lobo não é treinador, não corre esses riscos, eu tão pouco, (já vi foi muitos jogos), e estes comentários (inofensivos) são comentários de bancada, mas que temos um problema com as segundas partes (leia-se ‘rigidez táctica’) isso não há dúvida que temos.
Saudações azuis.

terça-feira, abril 01, 2008

Nova Direcção

Será uma Direcção nova?! Esperemos que sim e aproveitamos a oportunidade para desejar ao Presidente Fernando Sequeira, e a todos os que o acompanham, as maiores felicidades no desempenho de uma tarefa sempre difícil.
Fernando Sequeira não disse muito até agora, assume uma transição inesperada, tem pouco tempo à sua frente para mostrar obra, mas pode evidentemente abrir caminhos e traçar rumos que necessáriamente clarifiquem a pergunta inicial. Pela nossa parte o contributo a dar consiste num conjunto de propostas e considerações que temos vindo a divulgar neste espaço, e que acreditamos serem em prol do Belenenses.
Sem pretender ser exaustivo destaco os seguintes pontos:

O futebol é a razão de ser do Clube e por causa dele todos os sacrifícios se justificam; e quando falamos de futebol estamos a pensar no primeiro lugar… da primeira liga; se não puder ser hoje terá que ser amanhã; e quando falamos de sacrifícios significa que se for preciso acabar com todas as modalidades para que o futebol sobreviva, acabam-se as modalidades; incluindo nas modalidades as excrescências que se mantêm viçosas enquanto o futebol vai decaindo!

Mas não chegam os sacrifícios, temos que encarar a realidade na sua dupla vertente: por um lado estamos em Portugal, onde como se sabe vigora a batota e a corrupção; por outro, vivemos numa conjuntura globalizante, cada vez mais redutora, onde só vingam uns quantos protegidos pelo Estado e pelos seus tentáculos mais conhecidos. Os media, que por sua vez amplificam até à exaustão o sistema em vigor, terão de ser denunciados e corrigidos. Pelo menos a comunicação social pública que é paga com os impostos de todos os portugueses. Desaconselham-se portanto meios-termos e meias tintas.

Para enfrentar o handicap em que nos constituímos, ou seja, para recuperar o estatuto perdido, será necessário firmeza e não ter medo de estar de mal com quem nos empurra para baixo, de forma consciente ou não. Pensamos, e já o exprimimos, que o Belenenses está vocacionado para liderar um movimento de regeneração do futebol português afastando-se rápidamente da política que vem seguindo e que se resume: ou fazer-se de vítima, ou tentar passar pelos intervalos da chuva! Esta postura não serve os interesses do Clube nem está de acordo com a respectiva ‘certidão de nascimento’.

Relembre-se entretanto que o Belenenses dispõe de um invejável património que infelizmente tem vindo a desvalorizar transformando um espaço onde devia reinar a qualidade numa sucessão de abarracamentos! Está na hora de enfrentarmos esta questão, calejados e instruídos com as lições do passado.

Sabemos hoje que nem o Bingo, nem as piscinas, nem as bombas de gazolina, resolveram o nosso problema e também temos obrigação de saber porquê! Porque foram projectos aleatórios e que serviram objectivos distintos do objectivo sagrado, a saber – recolocar o Belenenses na rota do título. Por isso, o complexo desportivo que se antevê também de nada servirá se não estiver subordinado àquele objectivo. Mas também por isso há que discuti-lo, de forma serena, e nestas condições nada melhor do que recuperar o ponto de partida, um plano aprovado em 1999 em Assembleia-Geral e que permanece na gaveta.
Descobri-o aqui.

Por fim, pede-se estabilidade, pois nenhuma empresa (ou organização) consegue progredir se estiver sempre a mudar de gerência e por consequência de gerentes e de política. Neste sentido, a revisão estatutária é uma tarefa essencial de forma a garantir melhores condições na gestão do Clube, procurando ao mesmo tempo assegurar outro equilíbrio (e outra justiça) entre os direitos e deveres dos associados.
Saudações azuis.