quarta-feira, dezembro 30, 2015

Futebol - o retrato do país!

As notícias sobre os grandes negócios do futebol estão a enlouquecer o país! As operadoras de telecomunicações atropelam-se num entusiástico leilão e vão licitando a favor dos três grandes clubes que temos! Clubes únicos, enormes, maiores do que a Pátria, e a quem a Pátria tanto deve! Até porque dívidas é com eles.

Voltando às transmissões televisivas parece que desta vez é certo, os três grandes vão jogar sozinhos. O barulho da comunicação social por um lado, e o silêncio do governo, por outro, confirmam esta tese. A tecnologia avançou muito portanto já é possível desfocar os jogadores adversários nas suas tentativas de tocar na bola. Aliás o processo de eliminação dos outros clubes continua em marcha uma vez que os bons jogadores disponíveis são, desde que nascem, propriedade de Benfica, Sporting e Porto!

A partir daqui todos os sonhos são possíveis: - a Federação passa entreter-se exclusivamente com a selecção. A Liga passa a organizar campeonatos com três clubes e respectivos satélites! E o Governo continuará a fugir, repetindo que não se intromete no movimento associativo!



Saudações azuis 

terça-feira, dezembro 29, 2015

Mais audazes!

Do que vi, (não vi os primeiros vinte minutos da segunda parte) deu para ver que jogámos mais encostados ao meio campo contrário, com mais vontade de tirar a bola ao adversário, com mais capacidade de a segurar, embora neste aspecto ainda estejamos muito longe dos mínimos exigíveis. O jovem treinador ficou contente com a atitude do colectivo e tem uma certa razão. No entanto, a seguir ao dois a zero, dois golos nascidos do nada, temi o pior! Uma nova goleada. Mas a equipa reagiu, aguentou-se e na segunda parte, pelo menos na parte final (aquela que eu vi) até deu um ar da sua graça! Alguns movimentos atacantes bem explanados, até perigosos, que puseram a defesa bracarense em sentido.

Novidades: Traquina irreverente no lado direito do ataque; Fábio Nunes pouco confiante no lado esquerdo: o regresso de Miguel Rosa ao jogo e ao meio campo! Algumas aberturas bem gizadas; Tiago Caeiro não é novidade, entrou bem no jogo e marcou o golo de honra; Dias lutou muito mas perde bolas que não se podem perder; o guarda-redes nervoso e infeliz; a defesa não está habituada a jogar tão adiantada e por isso atrapalha-se; e fico-me por aqui. Confiança, muita confiança, precisa-se!
E alguns reforços.

Taça da Liga – Braga 2 – Belenenses 1


Saudações azuis

domingo, dezembro 27, 2015

Natal Azul, claro!

Um Natal azul clarinho já não é mau. Uma vitória para nos aquecer nas frias noites de Dezembro, melhor ainda! A esperança de um novo ano, com mais golos marcados e menos sofridos, são os meus votos. Uma SAD e um Clube mais azul são os meus desejos. Não sentir no Restelo o cheiro a tripas e a segunda circular, é a minha ambição! Para a que a brisa que vem do Tejo empolgue de novo as velas da Cruz de Cristo prontas para novas façanhas! É com este desígnio que me despeço de 2015 desejando as Boas Festas a todos os que visitam esta página.

Boas Festas

terça-feira, dezembro 22, 2015

Vitória sem sofrer golos!

Foi assim que se expressou o novo treinador do Belenenses, um jovem, tão jovem que só pode ser um predestinado para a função! Veremos. Para já ganhou, embalado pela chicotada psicológica e com pequenos retoques na equipa que foi derrotada em Coimbra.

Assim, numa primeira análise parece um adepto do futebol linear, clássico, sem grandes fantasias e uma grande preocupação em por toda a gente a correr. Correr bem isso já é outra questão e ainda é cedo para tirar conclusões. Há jogadores que estão irreconhecíveis para pior, caso de Kuca, e há outros em nítida melhoria, caso de Filipe Ferreira. André Sousa já se percebeu que tem que jogar sempre mas há ali muito trabalhinho psicológico a fazer. Desde logo precisa de ganhar confiança e ser mais mandão. E mais curiácio, evitando cair ao mais pequeno toque. Rúben Pinto que neste jogo foi perseguido pelo árbitro deverá aprender a lição – após o desarme deve evitar enrodilhar-se nos adversários. E por falar em faltas desnecessárias, atenção a Geraldes (muito precipitado) e a João Afonso. É que os livres laterais são demasiado perigosos para a nossa defesa anti-aérea.

Passemos ao ataque e às célebres transições, que acabam por decidir os golos que se marcam, ou não. Não é preciso ser grande treinador para perceber que o ataque do Belenenses vive ou tem que viver dos golos de Luís Leal. Caeiro também marca mas não em contra ataque. Ora Luís Leal só pode marcar se for lançado por forma a aproveitar a sua explosão e o forte remate que possui. Um trabalho simples, objectivo, que fica a cargo do meio campo e das assistências de Sturgeon e Kuca. Pois se eu vos disser que ontem só por uma vez se vislumbrou essa possibilidade fica tudo dito sobre o magro resultado final.

Resultado final: Belenenses 1 - Boavista 0
Marcador: Filipe Ferreira


Saudações azuis

quinta-feira, dezembro 17, 2015

O fim anunciado

Depois de Alvalade, e tal como escrevi, o Belenenses iria ressentir-se daquele inexplicável desaire. Pondo agora de parte o jogo europeu com a Fiorentina, um duelo atípico que não serve de modelo, a verdade é que as duas últimas derrotas no campeonato não têm uma explicação puramente futebolística. A equipa sempre sofreu muitos golos mas funcionava. Em Coimbra deixou de funcionar como equipa. Sá Pinto terá percebido isso e apresentou a sua demissão. Fica a marca europeia na memória.

A rapidez da substituição, que se elogia, não deixa de ser um sinal de que a SAD já adivinhava este desfecho. É espanhol e ainda bem. Atendendo ao clima de subserviência que se vive no futebol português pelo menos não ouvirei os comentadores a dizer que foi formado no Benfica, que nasceu em Alvalade ou que passa férias no Dragão. Conhece o Lopetegui, é normal. Mas que não lhe siga a estratégia.

Saudações azuis

quinta-feira, dezembro 10, 2015

Boa imagem em Florença!

Num jogo contra um adversário com outros argumentos, o Belenenses deixou uma boa imagem em Florença. Correu muito, lutou muito, esteve muito bem tácticamente, e foi uma equipa disciplinada. Sem cometer grandes erros, sem abrir brechas na defesa, conseguindo sair a jogar, faltou-lhe apenas algum poder de fogo. Mas na segunda parte e já a perder ainda teve forças para obrigar a Fiorentina a recuar no terreno. Ficámos pelo caminho mas a equipa sai de cabeça erguida.

Numa breve análise, pareceu-me que Sá Pinto acertou na escolha do onze inicial, e também acertou nas substituições. Na baliza Ventura esteve seguro e no quarteto mais recuado, uma nova dupla de centrais (João Afonso e Gonçalo Silva) que deu boa conta de si. Na lateral direita a aposta em João Amorim resultou em pleno. E quanto a Filipe Ferreira foi para mim o melhor do Belenenses neste jogo! No meio campo Dias esteve incansável melhorando com o decorrer da partida. André Sousa e Rúben Pinto impecáveis na cobertura e com naturais dificuldades na transição. Mas gostei de ambos, embora André Sousa tenha que ter mais critério na sequência a dar aos lances. Carlos Martins desta vez esteve mais rápido, mais concentrado e com isso lucra a equipa. Pena que uma pequena displicência no passe, já quase no fim, não tenha permitido que a bola chegasse ao seu destino - um companheiro desmarcado e pronto  rematar à baliza. Pormenores que fazem a diferença. Quanto o ataque, Luís Leal e Sturgeon estiveram sempre muito marcados. Na segunda parte Kuca entrou bem e ainda deu trabalho à defensiva italiana. Caeiro e Fábio Nunes só jogaram uns minutos.
Em suma,  Liga Europa acabou, o balanço acaba por ser positivo, mas agora há que virar a página e pensar no campeonato.

Saudações azuis

domingo, dezembro 06, 2015

Uma tarefa penosa

Revisitar um jogo em que fomos vencidos sem apelo nem agravo não é fácil. Em especial depois de tudo o que rodeou a inconcebível derrota de Alvalade. Mas é por aqui que devo começar. O empate em casa do líder, empate que esteve à vista, daria outro conforto e outro estímulo para o resto do campeonato. Não aconteceu e a verdade é que o jogo do Restelo contra o Vitória de Setúbal teve sempre essa sombra, essa necessidade de reabilitação, e isso normalmente pesa na cabeça e nas pernas dos jogadores. Que estavam nervosos, trapalhões, lentos a reagir, e assim abriram-se espaços inexplicáveis, vidé segundo golo dos setubalenses. Aliás só no último quarto de hora da primeira parte é que demos algum sinal de perigo.

Naturalmente que o treinador não escapou a esta onda de desacerto. Em lugar de adoptar o mesmo sistema (4-4-2) e colocar em campo o mesmo onze que tão boa conta deu em Alvalade, não, fez alterações e curiosamente todas elas foram um fiasco. A começar em Geraldes e a acabar em Carlos Martins. E como nestas coisas um azar nunca vem só, a entrada de Traquina coincidiu com o terceiro golo do Vitória, que arrumou definitivamente a questão.

Este jogo já faz parte da história e por isso há que olhar em frente. Mas olhar em frente com os números em frente dos olhos. Refiro-me naturalmente ao sistema defensivo que não pode continuar a sofrer golos como vem sofrendo! Somos a pior defesa do campeonato (mesmo sem contar com a goleada da Luz) e esta média de golos sofridos costuma dar descida de divisão. É preciso alterar isto e depressa.


Saudações azuis

sexta-feira, dezembro 04, 2015

A centralização dos direitos televisivos, uma novela portuguesa!

O enredo é sempre o mesmo: - três comparsas que se detestam têm no entanto uma paixão comum – gostam muito do bolo! O bolo é realmente bom e é dali que vem o músculo que faz a diferença. Não o podendo comer todo sozinhos, são obrigados a reparti-lo entre eles. Depois de muito regateio, o bolo é dividido em partes mais ou menos iguais pelos três. 

A assistir ao repasto e com direito às migalhas estão dois grupos de anões - um grupo de quinze mais à frente e um grupo um pouco maior mais atrás. Os anões observam em silêncio a comezaina até que entram em cena três sujeitos bem constituídos, aparentemente com poder e força, mas com voz muito fininha. O primeiro a falar é da FPF, dá as boas vindas a todos e vai-se embora! O segundo sujeito é da Liga, vira-se para os três comparsas e diz muito baixinho: - não foi isto que combinámos! Dá meia volta e sai também. O terceiro sujeito é do governo, diz que veio à boleia e não tem nada a ver com aquilo. Despede-se proclamando a igualdade! Os três comparsas aplaudem considerando que de facto a divisão foi justa.
O repasto termina e vai tudo para suas casas.

No dia seguinte um anão azul reúne-se com os outros anões e todos decidem fazer greve aos jogos enquanto não houver bolo para os anões!
Este capítulo da novela ainda não foi escrito.




Saudações azuis  

quarta-feira, dezembro 02, 2015

Quem defende o Belenenses?!

Não me revejo nas declarações do presidente da SAD, nem enfio a carapuça, acho até que são despropositadas pois não atendem às legítimas inquietações, e porque não dizê-lo, suspeitas, de muitos adeptos azuis, entre os quais me incluo. Uma palavra de compreensão neste aspecto defenderia mais o jogador do que as parábolas que escolheu para justificar um lance, no mínimo, insólito!
E o insólito não pode ser tratado como se fosse a coisa mais natural deste mundo!
Aliás sabe tão bem como eu que o Tonel, jogador do Belenenses, nunca mais deverá defrontar o Sporting, quanto mais não seja para o proteger de futuros insólitos. E com isto não estou a dizer que Tonel fez de propósito porque isso seria ser tão abusivo como aqueles que têm a certeza do contrário.
E chegamos às declarações do treinador Sá Pinto que aceito na exacta medida em que pretende proteger o seu atleta. Mas daí a colocar Tonel acima de qualquer suspeita como se a honestidade nele fosse congénita e nos restantes mortais meramente adquirida, isso acho um exagero! Acima de qualquer suspeita estamos todos nós.
Estou eu, está um ex-primeiro ministro que vive da generosidade alheia, está o actual primeiro-ministro que perdeu as eleições mas afinal ganhou o governo e está o mundo do futebol, nomeadamente a segunda circular, com acusações mútuas de corrupção. Crime que como se sabe é muito difícil de provar em Portugal!


Saudações azuis 

terça-feira, dezembro 01, 2015

O dia seguinte…

A comunicação social branqueou o assunto, diz que foi um penalty claro, normal, embora tivesse passado despercebido a muita gente! Sobre o jogo diz que o Sporting fez uma das piores exibições da época mas não relaciona esse facto com o mérito do Belenenses! Enfim, a nossa comunicação social no seu melhor.

Tenho outra visão do lance e do jogo.
Sobre o lance fatal há que dizer que a grande penalidade foi indiscutível, mas não foi um lance normal.
Comecemos pelo árbitro, demasiado lesto a assinalar a marca dos onze metros! Olho de lince sem dúvida num árbitro que sempre me suscitou muitas dúvidas.
Passemos a Tonel caído no chão, agarrado a um dos pés, e sem esboçar qualquer reacção! O normal nestes casos é o jogador faltoso protestar com o árbitro mas nada disso aconteceu!
Da parte do Belenenses, quer nos restantes jogadores, quer no banco, não senti a revolta habitual, mas uma grande compreensão pelo sucedido! Não é normal.

Sobre o jogo reafirmo algumas das ideias que ontem aqui alinhavei com os nervos à flor da pele. Foi excelente o comportamento táctico e estratégico da equipa num esquema muito bem montado por Sá Pinto. Um 4-4-2 utilizando os jogadores apropriados e pena foi que mais uma vez Sturgeon não tenha tido o golpe de asa que poderia fazer a diferença. Continua timorato, pouco intenso, e sem conseguir impor o seu futebol. A transição ofensiva, viu-se, é o nosso calcanhar de Aquiles. Luís Leal e Kuca correram e lutaram muito mas falta sempre alguém no apoio vindo de trás.
O sistema defensivo esteve quase perfeito com Dias a destacar-se nas alturas. Em terra firme é mais problemático. Atenção às faltas escusadas quando o adversário está de costas para a baliza.
Os centrais (Tonel e Gonçalo Brandão) exibiram-se bem até ao minuto fatal.
Os laterais fecharam caminhos e tentaram sempre subir no terreno. Neste aspecto é justo destacar o labor de Filipe Ferreira que juntamente com Ventura foram as exibições mais conseguidas. Mas a equipa valeu pelo seu todo, pelo espírito solidário!

Quanto ao resultado foi pena. Poderíamos estar hoje mais fortes em termos psicológicos afastando de vez o fantasma dos pontos (e dos jogos) perdidos nos últimos minutos.


Saudações azuis