domingo, janeiro 31, 2010

Os motores da equipa

Desculpem lá mas já me custa falar do Belenenses. Hoje vou escrever sobre futebol, sobre os problemas do meio campo ofensivo, e se alguma coisa aproveitar ao meu clube, tanto melhor. Não quero enveredar pelo negativismo, não quero opinar sobre aquilo que não sei, porque não conheço os bastidores nem os personagens que por lá se movimentam. Existe assim algum risco de errar, e o momento aconselha serenidade e bom senso.
Posto isto, e quando estamos à beira do fim das inscrições de Janeiro, vou falar-vos daqueles jogadores que fazem andar as equipas – os seus motores. E com isso alimentam o ataque, propiciam golos, ao mesmo tempo que criam muitas dificuldades às equipas adversárias.

Começo pelo jogo da Choupana onde o Porto ganhou com inesperada facilidade. É certo que houve um lance decisivo, penalty e expulsão que deixou o Nacional a perder e com menos um jogador. Também é certo que o penalty existiu, muito embora nos possamos questionar se em idênticas circunstâncias, mas na área portuense, o árbitro o teria assinalado!
Mas não foi isto que me interessou neste jogo. Prendi-me ao desempenho de Ruben Micael, um dos motores mais interessantes que tenho visto actuar! Inteligência de jogo, movimentação, técnica e certeza no passe, curto ou à distância, a melhor escolha no melhor momento, e ainda, terrivelmente perigoso perto da área adversária. E já sabemos que é um especialista nas bolas paradas. Em suma – um fenómeno! Impressiona ver como Ruben Micael vulgariza os restantes jogadores do Porto, quase todos! Alguns até parecem toscos!
Como já afirmei Ruben Micael chega tarde ao Porto tendo em vista as pretensões dos azuis e brancos à revalidação do título. Mas talvez chegue a tempo à selecção.

Outro motor que já conhecemos joga em Guimarães. Com alguns problemas extra futebol, Nuno Assis joga e faz jogar uma equipa. Foi ele, que mesmo na Luz e perante um Benfica fortíssimo (e cheio de soluções) conseguiu empurrar a sua equipa para a frente proporcionando algumas ocasiões de golo. E sem ocasiões de golo não se marcam golos.

E quem será o motor de Braga?!
Domingos Paciência não tem nenhum virtuoso do calibre dos dois já referidos. Por isso, para levar a água ao seu moinho, serve-se do talento de dois ou três, muito sincronizados, e que lançam rápidos contra ataques sobre a área adversária. E tem sobretudo um sistema defensivo quase inviolável – seis golos sofridos no total e apenas um golo sofrido em casa! E já vamos na 17ª jornada! É obra! Está aqui a explicação para o primeiro lugar.

Saudações azuis


segunda-feira, janeiro 25, 2010

Trocas e reforços

Tenho de confiar em António Conceição.
Sujeito naturalmente ao que a direcção lhe oferece, ele há-de aprovar o que mais lhe interessa para poder sair do último lugar. É desta maneira que aprecio os reforços já anunciados, bem como esta troca entre o Diakité e o Miguelito.
Começo pelos reforços: - dois centrais, Mustafá (que não conheço) e Marcos António, que me lembro (vagamente) de ter visto actuar pela União de Leiria. O centro da defesa era um sector fragilizado desde o início, e agora por maioria de razão face à prolongada lesão de Arroz e à intermitência de Beto. Portanto, até aqui tudo bem e só espero que correspondam às expectativas.

O caso Diakité é mais complicado de analisar: - jogava a central como solução de recurso, pois é mais médio defensivo que central, e isso nota-se na forma de entrada à bola (e ao adversário) sendo no entanto um pilar indiscutível no jogo aéreo. E por essa razão, um trunfo nos lances de bola parada na área adversária.
Diz-se que vai para o Marítimo e vai concerteza jogar no seu lugar, a trinco, onde destrói e corta muito jogo, sendo também capaz de galgar terreno com a bola nos pés. Em contra partida, nós vamos ficar reduzidos na posição de trinco ao Gomez e ao Pelé. Esperemos que chegue, que o Diakité não nos faça falta, até porque se trata de um jogador com um histórico de balneário pouco animador.
Vem Miguelito por troca e este jogador é sobejamente conhecido: defesa esquerdo de origem (mais ofensivo que defensivo, frágil mas tecnicista) tem vindo a subir no terreno ocupando muitas vezes o lugar de interior. Atendendo às actuais carências, penso que nos pode ser útil.

Passemos ao meio campo e aí a boa notícia (com alguns anos de atraso) é o regresso de Fajardo que andou a oferecer o seu talento a vários clubes mas não àquele que o formou. E este era um jogador de primeira Liga. Continua a saber construir, é inteligente, e aproveita todas as oportunidades para visar a baliza. Bem-vindo.

No entanto, em termos de reforços, parece-me que falta mais qualquer coisa…


Saudações azuis
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.Adenda:
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Já depois de ter publicado este postal surge a notícia que terão rescindido com o Ivan. Pois espero que saibam o que estão a fazer. Trata-se de um centro campista, jovem ainda, que actua num sector onde estamos carenciados e não é a contratação do Fajardo (e do Miguelito) que justificam a rescisão. Se foi o treinador que aconselhou, tudo bem, mas não me parece. Isto deve ter sido mais uma argolada muito comum no Belenenses. Vidé Fajardo quando era novo e foi dispensado. Nunca mais aprendemos - jogadores do meio campo nunca se dispensam, pelo menos desta maneira. Como se tivéssemos lá melhores. Quem?!

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Moralizador

Por motivos profissionais não vi o jogo completo. Na altura até achei boa ideia, escusava de sofrer, mas depois à medida que ìa sabendo das notícias, tive pena. Acabei por assistir aos últimos minutos do tempo regulamentar, ao prolongamento, e à maratona dos penalties. Não posso por isso fazer uma crónica sobre aquilo que não vi, mas posso adiantar alguma coisa sobre aquilo que vi. Parte dos acontecimentos já os tinha previsto, é um jogo em que todos dão o litro. E sobre a constituição da equipa também não andei longe. Apenas um lapso lamentável - esqueci-me do Barge na antevisão. Um jogador que tem algumas limitações, mas que não tem limites no esforço nem na raça com que se entrega ao jogo! Peço portanto desculpa ao atleta por não o ter mencionado.
Feita esta correcção, parece-me que jogaram os que tinham que jogar, e naquela parte do jogo em apreciação, gostei de ver o Belenenses agrupado e a sair com alguma classe para o contra ataque! Podia inclusive ter resolvido a partida a seu favor. Depois vieram as grandes penalidades e aí quem manda é a sorte… e algum sangue frio.
Mas nada de foguetes, foi um bom jogo, a equipa apesar de eliminada, moralizou-se, os adeptos ganharam uma nova alma, no entanto continuamos em último lugar no campeonato, e as carências da equipa foram disfarçadas mas estão lá. No meio campo, sempre o meio campo… e ainda querem mandar embora o Ivan… trocado por um defesa central?! Mas quando é que aprendemos que os motores (mesmo que não sejam os melhores) são aquilo que faz andar os automóveis… e as equipas. Daí não estarem ao alcance do Belenenses nem da maior parte dos clubes. Aliás, basta ver a maneira como o mal amado Ivan bateu os penalties para perceber que não é menino para falhar passes a três metros de distância, como é vulgar com os médios que vamos tendo. Mas lá está, dos bons jogadores (e com alguma ambição) os sócios não gostam, se calhar porque já não estão habituados.
Bem, fiz esta defesa do Ivan porque o nosso problema em termos de reforços é claramente o meio campo. O que sabe ‘ter bola’, não para andar com ela aos rodriguinhos, mas para lhe dar um destino útil. Uma das razões porque sofremos golos logo a seguir àqueles que marcamos é a ausência deste tipo de jogadores, jogadores que sabem esconder a bola evitando a reacção imediata do adversário. Repito, Ivan não será um craque mas com a necessária confiança pode ser uma opção. Dito isto, continuamos a precisar de um Marcinho, de um Maurício, de um defesa esquerdo, e de um…
E vamos aproveitar esta exibição contra o Porto para levantar a cabeça.

Resultado final: Belenenses 2 – Porto 2 (9-10 no desempate por grandes penalidades). O Porto segue em frente na Taça de Portugal.

Saudações azuis

terça-feira, janeiro 19, 2010

De faca na liga

Já se percebeu que este campeonato vai ser resolvido nos túneis, nas queixinhas do Benfica e nos castigos aplicados pela comissão disciplinar da Liga. Objectivo?! Trazer o título para Lisboa e de preferência para a Luz.
Então agora que o Vieira (não o pregador mas o dos pneus) associou o clube da águia (napoleónica) a Portugal, temos as confrarias em delírio, e temos todos a obrigação de apoiar.
É o que fazem os jornais diariamente, e uma das estratégias passa por abater os jogadores mais perigosos da concorrência - ontem era o Renteria que não devia ser emprestado ao Braga, hoje é o Vandinho (influente médio bracarense) que está na mira da comissão disciplinar da Liga. Porquê?! Porque o túnel de Braga já não é um túnel, foi promovido a metropolitano!
Mudando de túnel está a ser difícil provar que Falcão marcou o golo do empate com a mão, precisamos de mais tecnologia, pois nem as imagens repetidas mil vezes conseguem chegar à verdade desportiva! Será um daqueles casos (raros) em que se calhar foi mesmo de cabeça e eu que vi o lance na televisão, tal como milhares de espectadores pensa o mesmo. Mas lá está, quem somos nós para julgar um lance como este?! Isto é matéria para alta tecnologia... pelo menos.
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Quem não consegue sair do túnel é o Belenenses. Um labirinto de túneis onde andamos enredados e damos voltas e voltas e continuamos perdidos.
Esta semana, ao contrário do habitual, fiz dois ou três comentários na blogosfera azul (no blogue do Lacerda não consigo entrar, azelhice minha) e resolvi participar porque o tom derrotista era a regra geral: - frases como ‘já descemos’, ‘o melhor é começar do zero, descer à Vitalis para preparar a subida’, ou ‘poupamos dinheiro nas aquisições, dinheiro que tanta falta nos faz, porque as aquisições não vão servir para nada’!
A tradução não é literal, mas o tom é basicamente este. Impressionante, digo eu, o estado de espírito a que chegou o Belenenses. E pergunto: - mas o que têm os outros clubes a mais do que nós, se todos se reforçaram, se todos mantém viva a esperança de ficarem na primeira Liga?!
Estou tentado a refazer a pergunta pondo as coisas ao contrário – o que têm os outros clubes a menos do que nós, para irem a jogo, para estarem vivos, para não desistirem de lutar pelos objectivos a que se propuseram no início do campeonato?!
E lembra a alguém atirar a toalha ao chão quando estamos no início da segunda volta e a dois ou três pontos do pelotão?! E a vida dos outros clubes será ela um mar de rosas?! Claro que não é, só que não os vejo escondidos, a hibernar, nem devem ter associados tão derrotistas.
Vamos ter esperança que (até ao fim do mês) a direcção faça o que tem que fazer. Que é nem mais nem menos do que aquilo que todos fizeram – reforçarem-se.
No fim fazemos as contas.

Saudações azuis

segunda-feira, janeiro 18, 2010

O dia seguinte…

O acordar cinzento, a leitura do jornal desportivo que me trazem pela manhã, encarar a semana de trabalho, tudo isso com aquela impressão de que algo correu mal no dia anterior, que é preciso sacudir a pressão, afastar os maus pensamentos, se ao menos fosse capaz de não ler a página do Delgado! Mas li e estraguei tudo. O lampião está muito preocupado com os empréstimos… do Porto! Tem medo que o Renteria vá reforçar a concorrência, e aproveita para fazer troça (porque tem inveja) da excelente contratação do Porto.
Ruben Micael chega tarde ao Dragão, pode ser que já não dê para o título, mas é um jogador extraordinário. Com ele o Belenenses não descia. Bastava dar-lhe o comando do jogo e mandar de férias a direcção. Melhor seria um pacote de férias para uma série de forças vivas que andam a matar o Clube. Já fiz asneira, falei no Belenenses! Esta crónica era para distrair, não era para me lembrar do pesadelo, mas pior que o mau sonho de ontem, é que não vejo soluções. Nem no banco nem no mercado.
Ponto assente é que a direcção deve estar sossegada, deve dar carta branca ao treinador, porque já percebemos que todos os treinadores precisam de jogadores confiáveis pelo menos nos lugares chave. António Conceição não foge á regra.
Por isso se fala em Maurício que ele conhece do Estrela da Amadora. Eu fartei-me de falar no Anselmo, um avançado centro que faz agora uma perninha no Nacional e que não tivemos a esperteza de ir buscar. O rapaz é de Torres Vedras e não se importaria de marcar uns golitos pelo Belenenses. Mas não, andamos sempre à procura da galinha da vizinha.
E pensando já no próximo jogo (é contra o Porto para a Taça) se o centro da defesa está reduzido a Devic e ao improvisado Gomez (que pode fazer o lugar se não inventar passes em zonas proibidas) o lugar de trinco deve ser entregue a Pelé. Porém sem defesa esquerdo confiável, o melhor é inventar alguém com disponibilidade física, aquilo que actualmente não abunda! Em última análise poderia deslocar-se o Mano para a esquerda e pôr o André Almeida na direita - apesar de tudo um dos menos maus contra o Leixões e apenas substituído, estou em crer, por razões tácticas.
O resto do meio campo terá de ser o resto da equipa. Com o Lima e o Zé Pedro às deixas. Não me perguntem quem escolheria para o ‘resto’, porque não sei. Talvez o Ivan (tem pés) e o Celestino, este com ordens precisas de se desfazer da bola em meio segundo. Cândido Costa?! Só com as mesmas instruções mas mais rigorosas, ou seja, menos de meio segundo. O que o obrigaria a saber antecipadamente o que vai fazer com a bola. Como os grandes jogadores.
Yontcha no ataque?! Só se recuar Lima para o vai e vêm. O Freddy é para entrar e refrescar alguma coisa.
Falta alguém?! Há alguma alternativa milagrosa?
Mas não são estes jogos que servem de bitola, nestes jogos todos dão o litro, e tudo se desculpa… actualmente. Antigamente era o contrário.
Mas enfim, desculpem-me lá a intromissão na área técnica, ainda por cima de borla.

Saudações azuis

domingo, janeiro 17, 2010

Um jogo para esquecer

A primeira sensação desagradável foi o volume da aparelhagem sonora, ao gosto (por certo) daqueles que querem animar a malta mas que acabam por ensurdecer (e afastar) os poucos sócios (pagantes) que ainda aturam aquilo.
A segunda sensação desagradável foi a entrada faltosa do Diakité para remediar uma bola (perigosamente) perdida pelos nossos médios. Uma constante durante o jogo. Cartão amarelo merecido e com poucos minutos jogados já tínhamos um dos centrais condicionado.
Veio a seguir o lance para a grande penalidade, talvez exagerada, como foi exagerada e desnecessária a abordagem do lance por parte do mesmo Diakité. Grande penalidade, segundo cartão amarelo, expulsão e golo do Leixões.
Gomez recuou para central, estávamos a meio da segunda parte, sem soluções atacantes, com o defesa esquerdo André Pires a revelar verdura e pouca estaleca para segurar o corredor. E na iminência de ser amarelado o que veio a acontecer.
O nosso meio campo (com cinco jogadores de início!) mantinha a mesma pecha de sempre - não há ali ninguém que saiba segurar a bola e entregá-la em condições. Cândido Costa não pode filtrar as transições ofensivas porque emperra o jogo e serve mal quando joga sob pressão. E os jogos jogam-se cada vez mais sob pressão.
Entretanto, e já no final da primeira parte uma grande penalidade (caída do céu) foi inglóriamente desperdiçada por Zé Pedro.
Foi o canto do cisne.
Duas substituições a abrir a segunda parte – saiu André Pires e entrou para o seu lugar Pelé; saiu André Almeida e entrou Freddy.
O filme não melhorou, foi piorando, tivemos menos bola, mais surtidas perigosas dos leixonenses, que Pouga foi falhando ou Bruno Vale foi safando. Até que houve um cabeceamento em que não falhou. Estava feito o segundo golo dos forasteiros. O terceiro foi uma oferta de Gomez, algo que já só acontece na ‘liga dos últimos’. A partir daqui a história do jogo resume-se a uma equipa (com menos um jogador) que se arrastava em campo, sem reflexos, sem mordente, contra outra sempre mais organizada, mais rápida, e que dominava o encontro a seu belo prazer. Com o pesadelo mesmo a terminar, Pelé numa boa jogada individual entrega a Yontcha (que havia substituído Celestino) e este marca o golo de honra.

Resultado final: Belenenses 1 – Leixões 3

Comentário: - Ficou patente que precisamos de muita coisa para alterar o rumo dos acontecimentos. Desde logo jogadores com um mínimo de condições para alinharem na primeira Liga. Que está cada vez mais competitiva. Experiência, boa condição física e psicológica, e alguma classe, são atributos indispensáveis. Os jovens promissores que vieram da cantera não podem ser lançados às feras de qualquer maneira. Nem todos de uma vez. Devem ir entrando devidamente enquadrados pelos tais jogadores com nível de primeira Liga.
Não sendo assim, o futuro está comprometido.

Saudações azuis

quinta-feira, janeiro 14, 2010

As reformas adiadas

Pois é, o orçamento para o futebol é uma falácia, um truque contabilístico, um truque cada vez mais apertado, porque há cada vez menos artistas disponíveis para prolongarem a ficção. E a ficção chama-se Clube de Futebol "Os Belenenses". Que já não pertence aos sócios do futebol. Pertence a quem lá secciona ou tem emprego, pertence a alguns credores, e pertence a um conjunto de vaidades que fácilmente se identificam e cuja preponderância tem vindo a aumentar na exacta medida do declínio do Clube.

Nestas circunstâncias, e já o escrevi, as direcções acabam por ser eleitas pelas modalidades e como tal nunca têm condições para pôr em prática as reformas inadiáveis. E quais são as reformas inadiáveis? Reduzir drásticamente o eclectismo no Belenenses, e reduzir drásticamente a despeza fixa. Se nada se fizer vamos todos para o buraco, e as modalidades também.

Não é preciso repetir, porque toda a gente percebe, o Belenenses tem uma estrutura muito pesada, herança de um passado de grandeza, mas incompatível com a nossa actual realidade.

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E nesta estrutura pesada incluo não apenas as despezas fixas mas toda a orgânica da decisão. Quero dizer com isto que o poder está diluído, todos mandam e ninguém manda, é essa a sensação que passa para o exterior. E quando isso acontece, as sementes da confusão florescem sempre.

E já que abordei este assunto vou referir-me ao Conselho Geral enquanto órgão estatutário:
Sempre defendi a existência de um órgão com estas caraterísticas, uma espécie de memória colectiva, ultimo reduto em tempos de crise. Porém, atendendo à cada vez maior fragilidade dos corpos gerentes do Clube, a verdade é que começam a ter assento por inerência uma série de presidentes da direcção e da AG que mais não fizeram do que atirar com o Clube para a segunda divisão! Ou seja, estamos a encher um órgão com incompetentes!

Alteremos isto rápidamente. Sugiro que só devem ter assento (por inerência) no Conselho Geral quem conseguiu manter o Belenenses em lugares compatíveis com a sua antiga grandeza. Podem até ter doado um milhão ao Clube, mas se não conseguiram os mínimos estabelecidos, não podem fazer parte do órgão consultivo. Quem é mau director também é mau conselheiro.
É só uma sugestão.

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. Saudações azuis.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Está difícil…

Estou um pouco bloqueado, não tenho respostas, só me ocorrem perguntas:
Em jogo corrido… quantas oportunidades de golo criou o Belenenses? Uma oportunidade? Duas?
Nas bolas paradas, que foram muitas, quantas desaproveitou? Faço a pergunta ao contrário – houve alguma bola parada que causasse verdadeiro perigo? Houve, sim senhor. Um livre batido por Cândido Costa que Lima desviou de cabeça, com o keeper setubalense a defender para canto.
Mas continuemos com as perguntas:
Quantos cruzamentos falhámos durante o jogo? Faço a pergunta de outra maneira – quantos cruzamentos deveriam ter saído bombeados e saíram rasos?
Respondo: lembro-me apenas de um cruzamento na segunda parte em que Freddy (a jogar no lado esquerdo) conseguiu (com o pé direito) colocar a bola com perigo na área adversária. Na sequência deste lance, um alívio em dificuldade da defesa sadina, permitiu uma recarga de Barge que poderia ter resultado em golo. Penso, aliás, que foi uma das poucas oportunidades que criámos em termos de futebol corrido. O remate do Celestino do meio da rua não conta, porque foi um remate do meio da rua.
Não faço mais perguntas porque a próxima seria: na transição ofensiva, quantas vezes ligámos três passes seguidos sem perder a bola?

Este questionário vai ao encontro das nossas necessidades prementes. Claro que existe o factor psicológico, os jogadores estão nervosos, têm medo de falhar, por isso falham mais, mas há uma verdade indesmentível – em quinze jogos marcámos sete golos!
É sobre isto que temos que raciocinar, é a partir destes dados que temos que nos reforçar.
Precisamos de criar o triplo das jogadas de golo para podermos marcar alguns golos. Temos que aproveitar melhor as bolas paradas. Temos que saber cruzar da esquerda e da direita. E não podemos perder a bola com tanta facilidade.
António Conceição sabe melhor do que eu do que precisamos. Não há tempo a perder.

Resultado final: Belenenses 0 – Vitória de Setúbal 0

Saudações azuis

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Voto de confiança

É cada vez mais difícil escrever sobre o Belenenses, pelos motivos conhecidos, mas sobretudo pelas razões desconhecidas, que o adepto de bancada suspeita mas não tem a certeza. Mas vou dar um voto de confiança a este treinador. É um homem do futebol, já treinou equipas com dificuldades e não recusou a dificuldade acrescida que é treinar actualmente o nosso Clube… ainda por cima com o comboio em andamento.
Reforços?! Tenho lido alguma coisa sobre assunto, mas não há nada de concreto, e o jogo de hoje terá de ser disputado com aquilo que temos o que em minha opinião chega perfeitamente para derrotar o Vitória de Setúbal. Registe-se que se trata de uma equipa que consegue ter um goal-average pior que o nosso! É obra. Marcou os mesmos sete golos e sofreu vinte e sete, mais dez que o Belenenses.
Sei que Manuel Fernandes é treinador experiente, mas que gosta de atacar. Também sei que têm um jogador poderoso na frente, e essa propensão atacante, ligada por certo ao seu passado goleador, pode traí-lo se soubermos ripostar com velocidade e destreza.
Vai estar pouco público, as condições atmosféricas, o facto de jogarmos à segunda-feira (à noite) por causa da televisão, mas acima de tudo por estarmos nos antípodas do nosso código genético (longe da antiga ambição e grandeza) tudo isso somado fará do Restelo o deserto que conhecemos. Vamos ter que nos habituar o que exige do treinador um redobrado esforço de mentalização da equipa. Que terá de ser consistente e forte independentemente do público que estiver presente.
É também nesse sentido que dou um voto de confiança a António Conceição.

Saudações azuis

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Fotografia da Petição

Olhei o que tinha escrito e já imaginava, comparei com a fotografia que o jornal Record exibe em grande plano, e confere – a segunda circular representada em peso!
Que rica petição e que ricos peticionários!
Ah, claro, esqueci-me dos milhares de assinantes e assinaturas que sustentam tão verde rubra comissão de honra! Lembrei-me até que com outra farpela e uns quantos cravos disfarçados na lapela podiam ser aproveitados para as celebrações do centenário da república. Basta contabilizarem os quarenta e oito anos de ditadura, nem precisam de outros figurantes... mas afastei-me da petição, sem querer, já a retomo, cheio de novas tecnologias e novas oportunidades, mas com a memória gasta de ouvir as choradeiras leoninas de cada vez que não se marcavam os penalties que eles queriam e precisam. E deixo um alerta aos responsáveis pelo projecto: - se as novas tecnologias forem introduzidas em Alvalade, o jogo vai estar quase sempre parado para que o júri (deve haver um júri cheio de independentes) possa analisar em detalhe as jogadas (sujas) do Liedson ou as fitas do Moutinho.
Quanto ao outro lado da segunda circular as coisas estão mais avançadas. A tecnologia já está instalada nos corredores do poder e nos vários túneis e alçapões em que se decompõe este pequeno país. Assim seja.
Se é para a nossa felicidade colectiva... que remédio.

Saudações… do exílio.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Novo ano, nada de novo

Terminado mais um período de férias do nosso futebol entrámos em 2010 cada vez mais obtusos e com aquela sensação de que somos um país a fingir, fruto de interesses estranhos à nossa vontade (será que temos vontade!) e à nossa ambição, outra palavra estranha.
Como aperitivo, a tradicional açorda verde e encarnada, servida em futsal, e prato de substância, Benfica contra Nacional, cozinhado pelo mundial Benquerença. Os jornais falam disso mas relevam, e quanto a locutores nem o Carlos Manuel consegue escapar – um golo mal anulado ao Nacional, um penalty descarado cometido por David Luiz, numa entrada a varrer que não conseguiu arrancar do estupidificante Prates o único comentário possível – é penalty, mas não, repetições de vários ângulos e as dúvidas do costume. Pelo meio, agressões de parte a parte, mas como a mais descarada foi a do Luizão, Amuneque foi autorizado a agredir também. Para empatar alguma coisa houve que repescar um lance na área do Nacional, para que se pense que o Benfica também foi prejudicado pela arbitragem.
E pronto, a vitória sorriu a quem tinha que sorrir.

Por masoquismo, vi também o Sporting contra o Braga, e aconteceu o mesmo – locutores da SIC, SIC inclinada para o verde, SIC igual a si própria. E ainda quer o Rui Santos mais verdade desportiva do que esta?! Só se fechasse a SIC. E o resto da comunicação social.
Mas tenho pena do Braga, não podemos vender o melhor que temos aos adversários directos. Nós, no Belenenses, já fizemos isso, em tempos…
Curioso que nem Sporting nem Benfica têm necessidade de vender jogadores! Há petróleo na segunda circular, lembram-se?!

E numa coisa tenho que elogiar Pinto da Costa (e já agora o Alberto João, se o deixassem) porque é cada vez mais difícil lutar contra este centralismo asfixiante, contra este partido único que começa no espírito e sabe-se aonde acaba. Há muitos partidos, dizem-me. Mas eu respondo – pois há, mas são todos iguais.
Aliás, Pinto da Costa proferiu a frase do ano: - a única coisa que nunca hão-de levar para Lisboa, é o Futebol Clube do Porto!
Como eu gostaria de sentir isto a propósito do meu clube…

Porque o ‘Big Brother’ (excelente ‘imagem’ que li no Record) da Luz não descansa. E tem milhões de olhos vigilantes a trabalhar para ele. E vale tudo, até provocações de seguranças amestrados, pois se não os vencemos no campo terá de ser no túnel.

E a crónica vai longa e ainda não falei do Belenenses. Mas se repararem bem, até falei.

Saudações azuis