segunda-feira, setembro 22, 2014

A crónica que falta

Fui ao Restelo, estava pouca gente, sócios pagantes ainda menos. O clube subsiste agarrado àqueles onze jogadores de camisola azul e cruz ao peito. O resto são capelinhas e (pequenos) jogos de poder.
Foi um bom jogo, na minha opinião, uma das exibições mais consistentes dos últimos tempos, incluindo aquele passeio triunfal pela divisão de honra. A explicação é simples: - senti que estava ali uma equipa, sem vedetas nem vedetismo, e isto que vos digo, não é coisa de somenos. É uma raridade no Restelo! Foi preciso chegarmos à estaca zero, foi preciso chegar um treinador de poucas falas e muita acção, que soube (e sabe) com quem pode contar para começarmos a construir uma equipa. Vícios antigos, que percorrem o clube em todas as direcções, que invadem o balneário, são os verdadeiros adversários de Lito… e do Belenenses. Contra eles luta, jogo após jogo, e a verdade é que tem ganho algumas batalhas! Eu faço ideia com que esforço!

Mas falemos do jogo e dos seus protagonistas: - ora bem, e como não me chamo jornal “A Bola”, órgão oficioso do nacional-benfiquismo, achei que o nosso melhor jogador, aquele que revelou mais classe chama-se simplesmente Palmeira! Meteu no bolso craques afamados, joga de cabeça levantada e, pelo menos do meio campo para trás, pode fazer qualquer lugar na equipa.
Quanto ao mais, ainda existem alguns restos de vedetismo que Lito terá que limar. Ainda se fazem algumas palermices nos lances de bola parada e ainda vislumbro algumas indecisões que o tempo e o treino saberão rectificar. Mas fica provado que afinal o problema não tem tanto a ver com a qualidade dos jogadores (que tínhamos) mas sim com a mentalidade (que não tínhamos). Relembremos a propósito que alguns dos nossos antigos jogadores têm lugar (com outra mentalidade, evidentemente) em outras equipas do nosso campeonato.E até marcam golos importantes! Ou que poderiam ter sido importantes.

As últimas linhas para sublinhar o regresso de Pelé, que fez um bom jogo embora me pareça um pouco pesado; a boa contratação de Nelson; os progressos de Deyverson e a acutilância de Miguel Rosa. Mas todos cumpriram.


Saudações azuis 

domingo, setembro 07, 2014

O futuro da Liga

Já se começa a perceber que a Liga de Clubes tem os dias contados. E tem os dias contados única e exclusivamente por culpa própria! Seja por incapacidade dos clubes em definirem um conjunto de interesses comuns, seja pela falta de vontade de os levar à prática.
De facto, não conseguimos romper com o passado e vamos gastando as nossas energias em querelas inúteis ou guerras infantis. A verdade é que não queremos mandar, preferimos ser mandados! E também não queremos mudar nada! Os grandes clubes devem continuar a ser grandes, os privilégios devem manter-se, as desigualdades também. E enquanto isto acontece continuamos a berrar, nas ruas, por mais democracia, por mais direitos, por mais igualdade!
Reparem que o que vos estou a dizer é tão verdade na cabeça de um adepto do Benfica como encaixa perfeitamente na de um qualquer adepto de um clube pequeno! Sabendo entretanto que esse tal adepto frequenta entusiasticamente o estádio da Luz, Alvalade, ou o Dragão!
Dir-se-á: - nós somos assim!

Poderíamos não ser. E houve quem tivesse alguma esperança nas organizações internacionais a que pertencemos. Que fossem elas um factor de mudança, um factor de desenvolvimento, um factor de maior equilíbrio! Puro engano, aconteceu precisamente o contrário. Pois quer união europeia, quer a sua congénere para o futebol, a UEFA, em lugar de ajudarem a diminuir o fosso entre ricos e pobres, e no caso, entre clubes grandes e pequenos, alargaram-no ao ponto de hoje podermos afirmar com segurança que estávamos melhor do que estamos!

E será possivelmente esse o nosso destino. Voltar a uma federação controlada pelo Estado, voltar a um futebol dirigido de cima para baixo. Pouca coisa mudará entretanto, mas assim fica toda a gente sossegada. Os grandes continuarão a ser grandes, eternamente, por decreto governamental.


Saudações azuis

quinta-feira, setembro 04, 2014

A guerra da televisão!

A comunicação social, pelo menos aquela que está ao serviço de interesses ocultos, vai jogando as suas cartas. Vai lançando as suas biscas. Hoje, por exemplo, um conhecido pasquim anunciava dificuldades financeiras na Olivedesportos! E adivinhava logo de seguida uma catástrofe para o futebol português! Não é preciso ser muito esperto para perceber de que lado vem esta 'notícia'! Podemos, inclusivé, relacioná-la com outra, essa real, que dava conta de mais uma providência cautelar para impedir a realização de eleições na Liga de Clubes! Autor da dita providência - o ainda e pelos vistos inamovível presidente da mesma. É a guerra pelos direitos televisivos e aqui não há inocentes. Mas há uma vítima:- o futebol português e a respectiva indústria. Que a continuar assim, continuará falida. Enquanto alguns salteadores, com o beneplácito dos poderes instituídos, continuarão a enriquecer ilicitamente.

Saudações azuis