domingo, outubro 31, 2010

O Tulipa disse tudo

De vez em quando Tulipa, que comentava a transmissão do jogo, ía dizendo coisas que eu já escrevi… outras não… mas a maioria … sim!
Aquele ‘meio campo’… Balu e Pelé recebem a bola e demoram uma eternidade a pensar… e entretanto as linhas de passe perdem-se e o Belenenses perde a bola. (Balu perdeu bolas incríveis que só não resultaram em golo por mero acaso). Os avançados não fecham os flancos quando a equipa do Santa Clara ataca. Calé substituído… mas era dos mais inconformados! Barge é um jogador desaproveitado a defesa direito pois rende mais noutra posição. André Martins entrou apenas a vinte minutos do fim mas… não estou a perceber (!) foi-se encostar á extrema-esquerda! Mas ele é o centro campista que o Belenenses estava a precisar! Como eu te percebo, Tulipa! Purovic a ponta de lança! Onde se exige velocidade! Assim, só por milagre pode surgir um golo para o Belenenses. Purovic é jogador de área e para ser útil precisa de volume de jogo e muitos cruzamentos.
Falta intensidade ao jogo do Belenenses, jogam a passo, vão ter que passar a andar de… Mota.
Isto (ou mais ou menos isto) disse Tulipa. E Barge (nas entrevistas rápidas) completou – temos que mudar de atitude. Eu traduzo: - alguns jogadores têm mesmo que mudar de atitude. Ao que isto chegou!

Santa Clara 2 – Belenenses 0

Entretanto a moléstia estende-se às camadas jovens – nove a zero do Sporting! E não há consequências?! É de pequenino que se torce o pepino, portanto, deve haver responsáveis – despeçam-nos. E arranjem miúdos com coragem para vestir a camisola com a Cruz de Cristo.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Treinador Belenenses

Confesso a minha incapacidade para analisar este assunto neste momento! Aliás o Belenenses actual é um ‘case study’ no que a treinadores diz respeito! Este clube parece ter sido inventado para destruir as teorias mais bem concebidas, e eu até tinha uma, que não sendo genial, acreditava nela, já a escrevi, já a repeti, mas hoje já não digo nada e vou-me esquecendo dela! Num esforço de memória acho que se baseava numa dupla imbatível, uma dupla que partiu de baixo e fez história! Quem eram?! Pinto da Costa e Pedroto, presidente e treinador em grande cumplicidade, unidos num objectivo comum – vencer jogos e campeonatos… contra tudo e contra todos! E conseguiram!

Mas isso não se aplica ao Belenenses. Desde logo porque é preciso reunir algumas condições básicas que muito dificilmente se encontrarão hoje no Belenenses, e nem me vou referir às diferenças entre pessoas e capacidades.
É certo que a derrota, tal como a vitória, são hábitos que se adquirem com o tempo e nós já andamos a perder há muito tempo. É certo que os níveis de ambição vão descendo e vão-se adaptando à nova realidade. É certo que é muito mais difícil construir (ou reconstruir) alguma coisa com ambição e sacrifício do que deixar andar as coisas ao sabor da maré. É certo também que o Belenenses se dispersa por muitas actividades e isso prejudica um esforço focalizado num objectivo central e inquestionável. É certo que em Portugal os presidentes dos clubes que vingam têm necessariamente que dominar o meio futebolístico (Pinto da Costa sempre dominou essa matéria) e a verdade é que já não me lembro de um presidente com essas características no Belenenses!

É evidente que esta lacuna pode ser suprida pelo treinador ou por outro dirigente da confiança do presidente. Mas como agora se diz, poder pode, mas não é a mesma coisa. Mesmo assim, de memória, houve alturas em que utilizámos essa alternativa e progredimos alguma coisa, estou a pensar nos tempos de Rosa Freire, Barcínio Pinto e Marinho Peres, ou mais recentemente, com Cabral Ferreira e Jorge Jesus em que este desempenhava as funções de dirigente e treinador. Mas faltou sempre uma vontade (ou liderança) que sustentasse essa política pelo tempo fora. Digamos que foram momentos, excepções ao contínuo deslizar.

Para concluir, e esta é a minha opinião: - João Almeida (que não é do ‘milieu’ futebolístico) tentou construir, com um treinador da sua confiança, uma alternativa a longo prazo, o que é razoável. Simplesmente isso só poderia dar certo se os resultados não demorassem muito a aparecer. Os resultados ou as exibições. Mas demoraram, pelo menos é o que as pessoas pensam, e o mundo do futebol tem pouca paciência para esperar. Além disso era preciso ter sorte, ou ter a sorte de acertar num treinador jovem que ainda não tinha provado nada. E os jogadores sabem isso, sentem isso, o que pode dificultar as coisas. E se calhar dificultou. Foi uma aposta de grande risco e talvez tivesse sido preferível apostar num treinador experiente, sem nada a provar quer aos jogadores quer aos sócios.

Dir-se-á que não havia (nem há) dinheiro para chegar a tal treinador. Mas esse é o problema nacional! Não vale a pena fazer uma cura orçamental tão restritiva que acabe por matar o paciente. Tem que haver sempre espaço (dinheiro) para investir no futuro. E o treinador é uma peça muito importante nesse futuro.

Saudações azuis

Nota básica: Para quem se sentia incapacitado para analisar o assunto acabo de verificar que escrevi muito… sobre o assunto!

terça-feira, outubro 26, 2010

Bolas, só agora?!

Serpa, um dos donos da Bola escreve hoje uma crónica sobre a verdade desportiva! Não seria essa a intenção, mas quando se aborda o tema da distribuição dos dinheiros televisivos vamos sempre lá parar, tal é a diferença entre as verbas consumidas pelos ‘três clubes do estado’ e as migalhas distribuídas aos restantes.
Serpa terá percebido (finalmente) que o nosso campeonato é uma caricatura disputada entre três equipas que calçam botas cardadas e as restantes que jogam descalças! E parece ter sido acordado para esta realidade pelo presidente do Sevilha que alto e bom som protestou contra semelhante paradigma a propósito de Real Madrid e Barcelona.
Mas nada de confusões, em Espanha é a Liga que negoceia o bolo televisivo e que o distribui pelas equipas, baseando-se num critério eminentemente desportivo. É a tabela classificativa que determina (em grande medida) a fatia que cabe a cada equipa.
Por cá não, é cada um por si, e o que conta é a lei do mais forte.
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E pergunta-se – para que servem a Liga e a Federação?!
A resposta é simples: - a Liga não serve para nada e a Federação serve-se da selecção. Tanto lhes faz que o campeonato esteja falido como não, querem lá saber da sustentabilidade da indústria, e a verdade é que lá vão vivendo, e o dinheiro acaba por aparecer! Será milagre?! Economia paralela?! É uma coisa e outra e uma certeza – no fim das contas, quem paga a conta é o orçamento de estado. Sim, esse mesmo que está neste momento a ser negociado entre os grandes mecenas (com o nosso dinheiro) do futebol indígena – PS e PSD. E eu aposto que os ‘cortes’ não tocam no futebol!
Pão e circo meus amigos, velha receita republicana – aqui e na Roma antiga.

Saudações azuis

domingo, outubro 24, 2010

O medo de perder

Cheguei um quarto de hora atrasado ao sofá e quando me sentei estava a ver televisão! Mas não devo ter perdido o fio à meada, aquilo eram duas equipas preocupadas em não perder, muitos choques, muitas faltas, um jogo confuso. Isto na primeira parte.

O Belenenses joga sempre em contra ataque mas nem por isso percebe que o Purovic não é ponta de lança, mas sim avançado centro! Ando a explicar isto há séculos, o Purovic só é perigoso se for solicitado com cruzamentos à linha e não com pontapés por alto e para a frente (à segunda divisão e isso infelizmente corresponde!) porque nestas circunstâncias o seu jogo é inglório! Nem se aproveitam os ressaltos ganhos de cabeça!

Outra questão ou a eterna questão do meio campo – estive a reparar melhor no Miguel Rosa e cheguei à conclusão que não é centro campista. Joga de cabeça baixa, não tem portanto visão de jogo, procura sempre a jogada individual, mas sobretudo o remate. Embora venha do Benfica ainda está verde, e viu-se que poderia ter aproveitado melhor aquele lance em que se isola.

Mas já que falamos de centro campistas, e estou a repetir-me, os únicos que (até agora) me pareceram corresponder ao curriculum exigido são o Azeez e o André Martins. Estando o Azeez lesionado, o André Martins tem que jogar sempre. De início.

Calé e faixa esquerda merecem um apontamento especial: - dá a sensação que aquele corredor esquerdo ofensivo transforma o cérebro dos jogadores que ali actuam! Calé que até é bom jogador, mal recebe a bola, faz um compasso de espera e logo que está rodeado de adversários resolve começar a fintar! Resultado – jogadas embrulhadas, confusas, sarrafadas e riscos de acção disciplinar por parte do árbitro. Porque Cale é refilão e responde às provocações do adversário...
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Então, mas não há nada de bom?!
Há… a equipa lutou, o Tiago Gomes fez uma boa exibição (safou várias vezes o mau posicionamento dos centrais) e o guarda-redes Riça esteve seguro entre os postes.
E quem merecia ganhar? O Belenenses ou o Leixões?
O empate ajusta-se, embora o Leixões (na parte final e quando o jogo já estava partido) tenha criado oportunidades mais flagrantes. Mas poucas, pois como referi no início, a ideia comum era não perderem.

Resultado final: Belenenses 0 – Leixões 0

Saudações azuis

quinta-feira, outubro 21, 2010

Os dias da dívida

Não há dia em que me levante que não tome conhecimento de mais uma dívida do Belenenses! Parece sina ou mau-olhado, mas não é, foram anos e anos de irresponsabilidade e quem vier atrás que feche a porta. A comparação com o que se passa no país é inevitável e é inevitável encontrar (em tempos de vacas magras) soluções que não matem definitivamente o nosso Clube. Clube de futebol evidentemente e dimensionado para esse fim.

Mas a propósito de comparações não passa sem referência um excelente postal que li no Belém Livre que compara deputados e mordomias inglesas com as vigentes na nossa republicazinha centenária! Eu já conhecia as diferenças e já as tinha denunciado, diferenças patentes entre as monarquias e as repúblicas que convivem (mal) na união europeia. Fico contente que outros e num estilo mais terra a terra (e mais perceptível) também as denunciem. É que reina por aí muita confusão.

Saudações azuis

segunda-feira, outubro 18, 2010

Eliminados e armadilhados

Antes de começar a escrever sobre um jogo que não vi (nem sequer ouvi o relato), li com atenção a crónica de Miguel Amaral, um tripeiro azul que percebe de bola! A crónica corresponde a um sentimento de desconfiança em relação à equipa técnica e não me vou pôr agora em bicos de pés a dizer que sim ou que não, não é altura para isso. Apontei o problema na hora da vitória… mas nessa hora ninguém me acompanhou.

Também li alguns comentários, e desses comentários destaco dois que talvez expliquem muito do que se passa no Restelo: - um deles, anónimo, fazia a intriga habitual, evocando Baltemar Brito! O outro, assinado, lançava (em tom cordato) a ideia de umas ‘jornadas azuis’ para discutirmos o Belenenses! Não sei qual dos comentários me parece mais pernicioso! Discutir o que queremos para o Belenenses só pode vir das modalidades e de todos aqueles que acham que se pode pôr em causa a existência do futebol no Clube de Futebol “Os Belenenses”!
O Ribeirão não tem concerteza sócios a proporem este tipo de alternativas. Porque felizmente (para ele) não tem um eclectismo absorvente a desviá-lo permanentemente do seu objectivo Por isso está mobilizado em torno do futebol… e ganha.
E sobre o jogo é tudo.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Pelo paralelo de São Bento

Na ‘associação de republicanos em crise’ (a decorrer em São Bento) ou na consciência de cada belenense (a cismar com os seus botões) a pergunta é a mesma: - como foi possível chegarmos a este estado?!
Como foi possível chegarmos à situação de devedores inveterados?! Depois da quase impossibilidade de inscrição no campeonato, agora a possibilidade de perder pontos por dívidas! Sim, como foi possível?!
Tal como em São Bento não há resposta, nem há responsáveis! Em ambos os casos aqueles que agora fazem as perguntas também não souberam (no passado) responder! Um círculo vicioso, cheio de comendas por serviços prestados (em São Bento) ou emblemas com brilhantes no Restelo! Salvadores da Pátria e do Clube no mesmo paralelo e em naufrágio semelhante!
Mas nem todos se afundam, há quem disponha de salva-vidas, há quem tenha submarinos! Por isso há quem continue a falar em obras de vulto, no governo, ou em ir às compras em Dezembro… adivinhem! Mas também há quem se disponha a remar contra a maré, contando apenas consigo próprio!
Eu valorizo o esforço titânico desta direcção que vai pagando dívidas e vai mantendo a esperança num Belenenses com futuro.

Saudações azuis

quarta-feira, outubro 13, 2010

O futebol republicano!

Isto não está para grandes futebóis, nem para grandes crónicas, mas perante a descarada colagem do regime republicano ao desporto-rei (!) sou forçado a escrever umas lérias sobre o assunto:
Pois eu não sabia que o futebol era republicano, estava convencido que tinha sido inventado em terras de sua majestade britânica e divulgado em Portugal pela família Pinto Basto! E como eu, muita gente! E tudo isto aconteceu há mais de cem anos, antes de 1910. Aliás, não é por acaso que Benfica, Sporting e Porto andam em compita de antiguidade e já todos celebraram o respectivo centenário!

Mas faltava aparecer esta ‘coisa’ da AFL (associação de futebol de Lisboa) a comemorar o seu centenário… coladinho ao outro!
Mas a ‘coisa’ explica-se: - na linha das boas práticas republicanas, muda-se o nome a uma entidade que já existia (Liga Portuguesa de Futebol) e depois governamentaliza-se a ‘coisa’ através de uma organização piramidal. Organização que chega aos nossos dias, atravessando raios e coriscos, ditaduras e longas noites fascistas, para renascer a cada momento e em cada época, gerando os grandes dirigentes associativos que temos e me dispenso de nomear!

Explicada ‘a coisa’ percebe-se que quando toca a pôr o desporto ao serviço do regime, Salazar não se distinguia assim tanto de Afonso Costa nem este era muito diferente de Mário Soares. E percebe-se também porque se mudou o nome da Liga Intercalar para lhe chamar agora Liga Centenária! Que me desculpem os leitores que resistiram até este último parágrafo, mas isto não tem nada de centenário. Como não tem nada a ver com o livre associativismo que em república nunca existiu. É político, e infelizmente, paleolítico.

Saudações azuis

segunda-feira, outubro 04, 2010

Inevitável

Se há uns anos tivéssemos percebido que era preciso dar outro rumo ao Belenenses, até houve eleições para isso, talvez se tivéssem evitado as actuais medidas de emergência que para além de dolorosas nem sabemos se irão a tempo de resolver o problema. Esperemos que sim.

Mas se as medidas agora tomadas eram inevitáveis não me parece que seja inevitável andarmos a ser goleados por esse país fora e com as justificações do costume. Agora estava a chover e começou a fazer sol, o Desportivo de Fátima tinha lá uma dupla infernal (!) de atacantes, ou outra desculpa qualquer. Para quando uma dupla infernal de atacantes no Belenenses?! Para quando deixarmos de sofrer golos em catadupa?! E mais importante que tudo (não me escapou a alusão à entrada do Rui Baião) para quando um meio campo consistente que municie o ataque também de forma consistente e não apenas… de vez em quando?!
Tem a palavra o treinador.
Mas não vi o jogo e por isso só posso fazer perguntas. Aliás as crónicas voltam a salientar que fizemos uma exibição razoável!

Uma nota para o futebol jovem que parece estar a subir de rendimento. A provar o que digo uma vitória sobre o Benfica (3-1) o que dá sempre um certo prazer.

Inevitável fazer uma referência ao Futsal manifestando a minha admiração pela capacidade e competência da secção, pela inteligência do seu treinador, que ano após ano consegue, com menos recursos, fazer frente aos ‘clubes do estado’. O empate na Luz foi um bom resultado e foi um resultado que não caiu do céu.
É um exemplo de competência para o futebol do Belenenses.

Saudações azuis