domingo, agosto 26, 2007

Lances capitais

No campo não consegui perceber, vi uma vez o lance na televisão e continuei sem perceber, Jorge Jesus achou o penalty forçado, mas Bruno Paixão não teve dúvidas e marcou falta. Até aí, o golo do Braga não se adivinhava, uma vez que o jogo estava repartido, e sem grandes lances de perigo, quer numa quer noutra baliza. Reconheça-se no entanto que a máquina bracarense está mais afinada, tem outro ritmo, é mais perigosa. Ainda antes de começar esta despretensiosa croniqueta, quero dizer que não gosto do esquema que Jesus vem ensaiando, com uma linha de quatro médios e dois pontas de lança. Prefiro o 4-3-3, mas isso é com o treinador, agora não existem dúvidas que perante uma dupla de centrais fortíssima, poucas hipóteses teríamos de ganhar vantagem nessa guerra, e por isso, melhor seria ter um flanqueador parecido com o irrequieto jogador do Qatar, esse mesmo que fez a vida negra ao Rodrigo Alvim, e não só. É uma opinião que assenta também na visível dificuldade que os pontas de lança (João Paulo e Silas) tinham em tabelar as bolas provenientes dos médios. A verdade é que na segunda parte, com a entrada de Mendonça e Roncatto, agitaram-se as águas, Cândido subiu mais vezes em apoio do ataque, fizémos alguns cruzamentos, ganhámos alguns cantos, sem consequências práticas, é certo, muito por culpa do guarda-redes do Braga que é alto e dominou nas alturas. Continuamos no entanto a falhar clamorosamente o último passe. Lembro-me de três ocasiões durante a primeira parte em que ganhámos vantagem numérica e posicional, e fomos incapazes de colocar a bola ao alcance do jogador que se desmarcava! Assim fica difícil marcar golos. Outro lance capital aconteceu na segunda parte e teve a participação de Rolando! O ponto de exclamação porque Rolando, um dos melhores azuis, resolveu complicar o que era fácil perdendo a bola para o perigoso Hussaine. Este não se fez rogado, entrou pela área e cruzou dando origem ao segundo golo bracarense. Estávamos a meio da segunda parte e o jogo ficou sentenciado.
Numa análise global, constatamos que nos falta uma referência no sector defensivo, que imponha a necessária autoridade, assim como necessitamos de outra referência no ataque que consiga receber a bola de costas para a baliza, temporizando a jogada e entregando a bola jogável. E claro está, mais ritmo, e outro discernimento.
Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Contratações e preços

Só acredito quando vir o preto no branco. Aliás a actual Direcção tem funcionado de forma inteligente no capítulo das contratações, driblando a comunicação social e empresarial do estado que, como é visível, tem a seu cargo a colocação, valorização e desvalorização de jogadores (all over the world) de acordo com os superiores interesses dos clubes do mesmo estado…de sítio. Mas eu tinha avisado, e nem era preciso, que quando se vende, fica-se com o dinheiro, mas fica-se sempre sem o jogador. E acrescentei que não era fácil substituir Nivaldo, como verificámos, infelizmente, na Figueira da Foz. Quanto a Dady a situação é semelhante, também não é fácil encontrar um jogador que chega e marca. Esses, só aparecem de vez em quando. Mas não é caso para desanimar, mantenho a confiança na equipa técnica e estou convencido que as lacunas serão preenchidas, mais tarde ou mais cedo.
Relativamente à política de preços de bilhetes penso que deveríamos caminhar para preços mais em conta, reduzindo e simplificando o esquema. Por exemplo, para não sócios, um bilhete de 5 euros com a excepção de um sector especial (central) para quem pudesse e quisesse pagar 15 ou 20 euros. Os sócios pagariam um bilhete único de 2,5 euros por jogo, exceptuando os que pagam a quota azul. É a base de uma proposta a estudar porque a vida está muito cara e há muito futebol na televisão.
Finalizo com um comentário sobre a eterna lamúria de que o Restelo não enche, que estão lá sempre meia dúzia de pessoas, que é preciso promover o espectáculo, etc. Este é um assunto demasiado importante para ser tratado pela rama ou através do humor do momento. Enquanto não combatermos a asfixia que a comunicação social sujeita todos os clubes que não sejam os três clubes do estado, a situação não se inverte, nem que a equipa jogue maravilhas. Claro que é melhor andar nos lugares de cima da tabela. Mas a grande verdade mantém-se, perder estatuto é fácil, recuperá-lo é muito difícil.

terça-feira, agosto 21, 2007

A sério é mais complicado

A maioria dos jogos vão ser assim, habituem-se, vamos viver a transição entre o Belenenses do ano passado, que tentava pontuar fora e já era bem bom, e a equipa actual, que tem outras pretensões, mas ainda não as consegue pôr em prática. O furacão Dean visitou a Figueira mas isso não é desculpa, afectou as duas equipas, e diga-se que a Naval até soube pôr a bola no chão em envolvimentos pela direita, a cargo de Saulo, e pela esquerda através de um extremo habilidoso que na segunda parte pôs a cabeça em água ao nosso Cândido. Mas a diferença esteve sobretudo nos defesas laterais, os da Naval foram mais atrevidos, e mais enérgicos a apoiar o ataque, enquanto que do nosso lado, Alvim continua longe da forma que o notabilizou e Cândido, embora mais solto que o seu colega, teve que refrear ímpetos face à desenvoltura do tal extremo esquerdo. O segundo desequilíbrio verificou-se a meio campo, aquilo não engrenava de maneira nenhuma, jogadores muito estáticos, lentos, previsíveis, sem conseguirem ligar os passes. Salvou-se a iniciativa de Mendonça, codicioso, inconformado, ainda conseguiu abrir algumas brechas pelo lado direito, mas sem resultados práticos. Pensámos que na segunda parte, a favor do vento, tudo seria diferente, mas não foi, a Naval continuou mais ligada, mais afoita e só a entrada de Hugo Leal, por troca com Gavilan, conseguiu serenar o nosso meio campo, invertendo-se então a tendência do jogo. E veio o livre superiormente marcado por Fernando, que seria o golo da vitória, pois faltavam dez minutos para o fim do jogo, e uma boa altura para tirarmos partido do natural adiantamento do adversário na busca do empate. Não sucedeu assim, recuámos, e quando assim é, pode acontecer o que aconteceu. Alvim cedeu um canto, Paulão saltou nas costas de Devic, e deu justiça ao resultado.

Algumas notas individuais:
Costinha regressou bem e quase que evitava o golo, mas o cabeceamento feito à queima-roupa era muito difícil de travar;
Gavilan aprendeu mais com a Naval do que com o Real Madrid. Neste campos e contra estas equipas não há tempo para respirar, a técnica está lá, mas as rotações precisam de ser mais altas;
Hugo Leal entrou e fez a diferença, durante alguns minutos conseguimos controlar o jogo e o adversário;
Silas jogou no seu lugar, próximo do ponta de lança e tentou levar algum perigo para a área adversária. Foi substituído depois de ver um cartão amarelo evitável;
Mendonça foi o mais perigoso durante a primeira parte. Muito individualista, baixou um pouco de rendimento na segunda, mas ainda assim penso que foi mal substituído;
Rolando – o melhor do Belenenses;
Devic está a ambientar-se, alguma ingenuidade nos confrontos aéreos (e físicos) com Paulão, como aconteceu no lance do golo do empate. Paulão não podia aparecer nas suas costas, ainda que a marcação directa não lhe coubesse;
João Paulo Oliveira – durante largos períodos, o Belenenses não conseguia sair do seu meio campo e por essa razão João Paulo Oliveira esteve muito desacompanhado. Sofreu também uma marcação cerrada (e muitas vezes faltosa) do intratável Paulão. Também terá que aprender a lidar com este tipo de adversários; no golo da Naval era suposto marcar Paulão;
Fernando entrou para ao lugar de Mendonça e foi encostar-se à esquerda onde a bola nunca chegava, ou se chegava era sob a forma de balões sem nexo. Marcou o livre que deu o golo, um grande remate, bem longe da baliza! O seu lugar é no meio do meio campo;
Ruben Amorim – na primeira parte foi o que mais trabalhou e por isso fez muitas faltas. Recuou com a saída de Gavilan, e na parte final tentou a sua sorte em remates de longe, mas não era esta a sua noite; levou um cartão amarelo por discutir uma decisão do árbitro;
Zé Pedro – noite não, com reflexos em toda a construção ofensiva;
Rafael Bastos – pouco tempo em jogo;
De Cândido e Alvim já falei;

Resultado final: Naval 1º de Maio - Belenenses (1-1).
Contra o Braga é mais fácil.
Saudações azuis.

domingo, agosto 19, 2007

A concorrência

Aí estão os primeiros pontapés a sério, a jornada é longa, alarga-se por cinco dias, originalidade portuguesa que só tem paralelo no tamanho dos nossos telejornais, outro caso a pedir reflexão, próprio de alcoviteiros sem emenda.
Mas regressemos ao esférico e àquele jogo de solteiros e casados que decidiu a super taça! Ganharam os casados mas completamente divorciados do bom futebol e não fora um tiro imprevisto de um homem de leste, estou convencido que a coisa só se resolveria na marca das grandes penalidades. E por falar em penalidades, começou um novo campeonato, sem apitos, cheio de promessas, mas a tradição ainda é o que era: Elmano, que não tem nada de sadino, lá fez vista grossa a um daqueles penalties que só não se marcam em Alvalade! À noite, no indescritível programa da TVI que só fala dos clubes do estado, o assunto foi naturalmente desvalorizado, mas se fosse ao contrário, se o Sporting precisasse do rigor da lei para conseguir um bom resultado, o chinfrim que não seria!!!
Vamos até Braga onde os arsenalistas receberam os azuis e brancos com Jesualdo no fio da navalha. Valeu-lhe Quaresma em ‘livre sim’, porque correr e lutar não chegam para ganhar na cidade dos Arcebispos.
A quem não chegou jogar em campo neutro para ganhar, foi ao Benfica! Equipados a rigor, cor-de-rosa, os pupilos de Fernando Santos até nem jogaram mal na segunda parte, Katsouranis elevou-se bem na marcação de um canto e desviou para Petit ganhar vantagem, mas as equipas de Carlos Brito só se rendem no fim e o Leixões conseguiu empatar no fim. Ezequias, o mesmo que quase comprometia a equipa em lance faltoso não sancionado, num último fôlego, lançou o seu ataque e a bola cruzada para o coração da área acabou no fundo da baliza encarnada. O Benfica sem o Veiga não é tão perigoso.
Se é isto a concorrência, o Belenenses pode estar descansado. Do que vi e não vi parece-me que os ‘clubes do estado’ estão mais frágeis, porque o estado está também mais frágil. Uma boa oportunidade para o Belém se aproximar do cimo da tabela.
Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 17, 2007

A minha selecção – O segundo anel

“Jesus tem convite”
“O treinador do Belenenses Jorge Jesus foi convidado pelo presidente da SAD, Cabral ferreira, a prolongar pelo menos por um ano o contrato que o liga ao clube até ao final da época. A resposta ainda não surgiu, uma vez que o técnico pediu algum tempo para pensar, mas os dirigentes do Restelo estão optimistas…”
Fonte: Jornal “Record” de 17/08/07.

Comentário: Jorge Jesus parece talhado para o Belenenses e essa empatia é mais importante que muitos atributos que se queiram contabilizar. Jesus vive o futebol com paixão, gosta de semear para colher, e embora seja um treinador com grande leitura de jogo, é um corredor de fundo, não se satisfaz com intervenções cirúrgicas na busca do êxito imediato. Por outro lado, a frontalidade e uma auto estima acima da média, são qualidades pouco apreciadas nos chamados clubes onde existe muita gente a mandar, e onde a pressão de ganhar a qualquer preço é enorme. Não é esse felizmente o caso do Belenenses. Por fim e baseando-me nas declarações que diversas vezes tem proferido penso que Jorge Jesus gostaria de ficar ligado a um projecto de futuro e com futuro. Se é assim, aí está o casamento perfeito.

“Paulo Duarte deixa críticas à televisão”
“Senti-me português de segunda. Fui enxovalhado. Como unionista, estou orgulhoso pelos meus jogadores. Mas como patriota senti-me desiludido. A União de Leiria não representa nada para Portugal. Andam a dar torneios e jogos amigáveis que não contam para nada e nós, que estamos numa competição europeia, não merecemos atenção…”!
Fonte: Jornal “Record” de 17/08/07

Comentário: Sem comentários.

“Apito Encarnado”
Fonte:
www.sendspace.com/file/tmrb2o

Comentário: Li o dossier e comentarei em próximo postal.

Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Import/Export

Hoje tenho três ideias na cabeça, o que é um número muito razoável nos tempos que correm! A primeira tem a ver com a Academia do Restelo e com a espantosa valorização que ali se produz! Com efeito, seja a partir da prata da casa, seja através de rastreio no mercado sul-americano, começam a aparecer no Belenenses jovens jogadores a quem são ministrados ensinamentos, uma espécie de cursos intensivos, e que ao fim de pouco tempo passam a ser cobiçados por outros emblemas! A alma desta academia é Jorge Jesus mas o mérito alarga-se à direcção do futebol bem como a tudo o que sustenta a prospecção em curso!
A segunda ideia diz respeito à capacidade de negociação que a Direcção tem revelado face aos imensos obstáculos e artifícios que hoje em dia transformam a gestão dos activos (digo, jogadores) de um clube de futebol numa tarefa complicadíssima.
Por isso, a concretização dos negócios Nivaldo e Dady, especialmente deste último, foi uma excelente notícia para todos os belenenses!
A terceira ideia reflecte o clima mercantilista em que se está a transformar o futebol, associado a duas outras realidades que nos dizem respeito e que não podemos ignorar: a facilidade com que tudo se vende e a disponibilidade para vender tudo ao primeiro impulso, tudo aquilo que custou a construir ou que resultou de um anterior negócio bem conseguido, mas que não é vulgar repetir-se, veja-se a dificuldade em substituir Nivaldo, essa disponibilidade, penso eu, é perigosa, porque é sinal da profunda crise em que estamos mergulhados, crise espiritual e de valores mais consistentes que o dinheiro, e que antecipa sempre a outra, a mais visível e que todos os dias sentimos na carteira. Ainda compramos barato nalguns mercados como o sul-americano porque aí a crise é maior e de certa maneira ilude a nossa, mas a facilidade com que um clube como o Osasuna, de Pamplona, ou o Atalanta, de Bérgamo, e mesmo o Everton, de Liverpool, concorrem com êxito por jogadores vinculados aos melhores clubes nacionais, espelha bem a decadência (há quem lhe chame divergência) em que vivemos. “Vão-se os anéis ficam os dedos”, dirão alguns antes da falência definitiva. Eu prefiro recordar outra frase, julgo que de Henry Ford, que traduz o caminho inverso, ou seja, aponta para o crescimento e desenvolvimento – “Não vendo, compro”.
Saudações azuis.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Abertura

É só para aves migratórias, mas o jejum é tanto que hoje disparo a tudo o que mexe, rolas, pardais, aves de capoeira, cucos, com pena, sem pena nenhuma. Sem me esquecer também das aves de rapina, espécie muito protegida entre nós!
Ora vejamos, se bem me lembro, tinha eu aventado a hipótese de que tínhamos o apito entornado a partir do momento em que todas as baterias apontavam a norte esquecendo lamentavelmente que as melhores perdizes se caçam a sul, e que a capital sempre foi o local de nidificação de muitos passarões! Também apontei em devido tempo o erro fatal cometido pela procuradoria, e pela procuradora adjunta, ao utilizar como elemento de prova um livro e uma personagem de romance barato.
Por isso, quem aqui vos escreve, verificou sem espanto que existe um novo dossier secreto para consulta dos interessados. Nele se conta que o “marido de Morgado trabalhava para Filipe Vieira” e mais à frente informa que “ Luís Filipe Vieira é acusado de pagar elevadas quantias a várias pessoas – entre as quais, Carolina Salgado, Fernando Seara e a Saldanha Sanches, marido da procuradora Maria José Morgado. Em 26 páginas com o timbre aparentemente original da Directoria Nacional da Polícia Judiciária, os autores do dossier dizem ser elementos da PJ, que não querem por agora identificar-se, para não colocarem as carreiras em risco. Afirmam ter como provas imagens, sons e documentos. Entre as várias acusações, dizem que Luís Filipe Vieira, ainda como presidente do Alverca, pagou a Fernando Seara cerca de 100 mil contos para que o clube satélite do Benfica ficasse na 1ª divisão, numa jogada que prejudicou o Gil Vicente…”! As revelações prosseguem envolvendo os nomes de Maria José Morgado, Saldanha Sanches, Carolina Salgado, Leonor Pinhão, etc.
Afinal também existe um apito encarnado e andava tudo a apitar para o lado, e se formos justos, também haverá por certo um apito verde, porque como tenho inúmeras vezes denunciado a verdadeira e única suspeição está há muito definida, tem mais de meio século, “em Portugal ganham sempre os mesmos” e como isso não se verifica em parte nenhuma do mundo, é por aí que a procuradoria e a procuradora têm que começar a investigação. Não adianta investigar um e deixar os outros dois de fora.
Depois, e com método, hão-de verificar que o poder político está comprometido com a popularidade e com a propaganda gerada pelo futebol o que obsta a que possa fiscalizar o autêntico biombo em que se transformou a chamada indústria da bola, para onde têm convergido ultimamente homens de negócios, construtores civis, advogados, magistrados, e tantos outros arrivistas, que já estou como o poeta – “são tantos que não podem ser tantos”!
Como se vê matéria para investigação não falta.

Fonte: Jornal “24 horas” de 15/08/07.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Apresentações…

E golos para todos os gostos, mas lá está, eu prefiro os do Fernando! Por isso é preferível que o rapaz jogue em posição mais frontal à baliza, não o atirem para a extrema que ele não é extremo, o que ele tem é um remate forte e sem balanço. Bela apresentação da equipa, com muitas soluções, e das novas aquisições adivinha-se a titularidade de Gavilan e Mendonça! Quanto ao João Paulo Oliveira, tudo é possível. Rafael Bastos revelou as qualidades promissoras que já lhe havíamos assinalado: não tem tipo de jogador brasileiro, é mais geniquento, muito determinado a arrancar para a baliza, rematador, gosta de fazer o último passe, embora ás vezes não acerte, é uma promessa para seguir atentamente. Hugo Leal foi subindo de rendimento. Mano é cada vez mais uma certeza. Devic também se impôs aos avançados contrários. Mas todos brilharam, merecendo especial saliência uma das grandes armas de Jesus – a excelente preparação física que ministra aos jogadores! Já foi assim o ano passado. Lembrar-me de equipas que em épocas anteriores se arrastavam em campo… não tem nada a ver, é o dia da noite.
Bonita apresentação também por parte de Marco Aurélio, um jogador sério que sempre honrou o Clube! Bem mereceu os aplausos da noite.
Voltando à festa, eu bem sei que a equipa árabe não era grande opositora, mas existem pormenores que são independentes do adversário, como por exemplo – a já referida preparação física, o entrosamento, a disciplina de jogo, a concentração, e o respeito que todos os jogadores manifestam em relação ao treinador, o que é sinal, não de medo, mas de confiança nos seus ensinamentos. Já todos perceberam que podem valorizar-se, e nós, simples associados, também já percebemos que temos a funcionar, ali no Restelo, uma verdadeira academia, escola que se alarga aos jogadores adultos, que chegam por tuta-e-meia e passado pouco tempo são jogadores valiosos! O que desejamos é que esta academia do Restelo se conserve por muitos e bons anos! Claro que há sempre quem seja pobre e mal agradecido ou então quem esteja a ser vítima dos cucos, aves que gostam de aproveitar o esforço dos outros para conseguirem os seus objectivos.
Aguardemos pelo desenrolar de mais uma telenovela, na certeza de que os interesses dos clubes têm que ser defendidos, porque sem clubes não há futebol…nem sindicatos dos futebolistas, nem empresários de futebol, nem outros espécimes que vivem á volta do futebol mas que só contribuem para a sua extinção.
Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Impressões de Verão

Vi o jogo com o Atalanta, já não via jogar o Belenenses desde o Pragal, onde defrontámos o Estoril, e as apreciações que fiz na altura a propósito das novas aquisições, estão escritas, não as posso alterar. Mas parece que acertei, são muitos anos a correr atrás da bola!
Vejamos então: Na primeira meia hora não tínhamos guarda-redes na baliza, por isso, analisar a actuação da defesa, nomeadamente dos centrais, torna-se tarefa complicada, sabendo que a insegurança se transmite a todo o bloco defensivo. O guarda-redes é o primeiro e o último baluarte numa equipa de futebol, e quando não transmite confiança, está tudo estragado. Mesmo assim, com a prestimosa colaboração do Gavilan, que ía acorrendo aqui e ali, as coisas lá se foram aguentando. Falando de Gavilan, para confirmar que se trata de um verdadeiro reforço como já tinha vaticinado. Está mais ligeiro, mais solto, boa leitura de jogo, e muito importante, quando recebe a bola já sabe que destino lhe vai dar! Chama-se a isto, sentido de passe, e não é para todos. Aproveito esta deixa para falar de Cândido Costa, que também está mais solto e tem feito alguns progressos na arte de dar sequência ao jogo! Para continuar assim, sem inventar.
Bem, ainda estou na primeira parte e aquele meio campo, de facto, continua a falhar muitos passes! Não pode ser. Rafael Bastos está incluído, mas tem mais atenuantes que Silas e José Pedro. Até porque marcou um golo pleno de oportunidade e fez, na segunda parte, a assistência para o golo de Roncatto.
Mas de quem eu gostei mais durante os primeiros quarenta e cinco minutos foi do João Paulo Oliveira! Tem estilo de ponta de lança, faz umas infantilidades, a corrigir, mas é jogador. Com treino e trabalho pode surpreender.
Na segunda parte com a entrada de Amorim para o meio campo e Roncatto para segundo ponta de lança, o futebol azul tomou conta do jogo, mesmo antes do Atalanta ficar reduzido a dez unidades por expulsão de um dos seus defesas. Roncatto deu nas vistas, marcou um bonito golo e lesionou-se a seguir. Está menos individualista e assim terá de continuar se quiser ultrapassar uma barreira que o tem impedido de expressar, no colectivo, toda gama dos vastos recursos que possui.
Mendonça entrou bem e será por certo uma das apostas mais fortes de Jesus para criar perigo, especialmente pelos flancos. Fernando esteve intermitente, mal a auxiliar a defesa, por isso Alvim viu-se muitas vezes em desvantagem numérica. Eu, do meu sofá, puxava o Fernando para o centro do terreno. Esta época tem que ser a sua época. Termino com o nosso Mano, belíssimo jogador, não é para emprestar, é para jogar, de preferência, solto, vagabundo. E façam-lhe um contrato de futuro.
Saudações azuis.

Post-Scriptum: Deixo para melhor oportunidade uma apreciação quer a Devic quer a Weverson. Munoz actuou pouco tempo.

terça-feira, agosto 07, 2007

Também eu…

É uma das polémicas do defeso, tem a ver com a carga fiscal portuguesa, mais propriamente com o IRS, versa sobre a competitividade do futebol português face a outros futebóis, nomeadamente quando nos comparamos com ‘nuestros hermanos’, que ganham mais do que nós e pagam menos imposto sobre o rendimento. Na perspectiva da indústria do futebol, isto significa que o mesmo ordenado bruto corresponde a vencimentos líquidos muito diferentes, beneficiando claramente os jogadores que actuam em Espanha. É verdade, terminou em Portugal o período de transição, em que apenas parte do vencimento auferido pelo futebolista estava sujeito a imposto. Neste momento já não é assim, o que quer dizer que em termos fiscais os futebolistas estão equiparados a todos os outros portugueses. E não podia ser de outra maneira, pese o argumento que reclama tratar-se de uma profissão de desgaste rápido a merecer um tratamento diferenciado por parte do Fisco. Mas não é por aqui que podemos avançar, numa altura em que se pedem sacrifícios a todos, com o país endividado, com a classe média a afundar-se e sem terra à vista! A questão prende-se uma vez mais com a política, com uma carga fiscal insuportável, que atinge níveis que dificultam, quando não impedem, o próprio desenvolvimento. Não é um problema dos clubes portugueses nem dos futebolistas a actuar em Portugal, é um problema nacional. De que serviria aligeirar o IRS aos futebolistas, só para que três ou quatro clubes em Portugal continuassem a alardear uma competitividade externa que não existe para o resto da comunidade! De que serviria, por exemplo, conseguirmos concorrer com o Recreativo de Huelva na disputa de um jogador, se não conseguimos concorrer, nem de perto nem de longe, com o salário mínimo espanhol! E ficamos ainda mais cientes da nossa realidade quando olhamos para a tabela de preços do 'Tereza Herrera', torneio a disputar por estes dias na Corunha e em que participa o Belenenses: - os preços mais baixos rondam os cinquenta euros, mais de cem euros para ver dois jogos de futebol na Galiza!
Na nossa terra já nos custa dar 20 euros para ver futebol!...
Nós, portugueses, é que não somos competitivos.
Saudações azuis.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ecletismo de fachada

Há quem diga que é psicose, mania da perseguição, inveja, mau perder, talvez tenham razão, mas não consigo evitar, é mais forte do que eu! Em minha defesa argumento com a coerência dos princípios que venho proclamando, seja qual for o clube que insista em tal prática. Sugeri, em escritos anteriores, que deveria ser o Governo a impedir que os clubes de futebol profissional utilizem atletas de outras modalidades em termos que apenas visam auferir tempo de antena extra, com os correspondentes ganhos publicitários. Quando não são os próprios subsídios públicos que estão em causa, a coberto da formação e fomento de determinada modalidade com expressão olímpica!
Reajo assim à notícia entusiástica de que Telma Monteiro, judoca de reconhecidos méritos, assinou ontem contrato com o Benfica! Benfica que até ontem não tinha secção de Judo; Telma Monteiro que até ontem pertencia a outro clube, que lhe deu formação e a lançou na modalidade; clube que entretanto, na lógica da globalização, foi incorporado no Benfica sob a forma de aluguer até 2010 com a aparente finalidade de explorar a participação de Telma Monteiro nos jogos olímpicos de 2008! Ora bem, eu acredito que a legalidade esteja a ser cumprida, calculo que estão todos satisfeitíssimos, desde a Telma, ao clube do Feijó, desde a federação de judo, ao comité olímpico português, acredito até que haja quem acredite que tudo isto é inovador, e bom para o país. Em termos financeiros não tenho dúvidas que é bom para o Benfica e para os outros grandes clubes do futebol português, dado que todos eles têm enveredado por este caminho.
Mas esta prática não é comum na europa a que fazemos questão de pertencer, não é comum nos países desportivamente mais desenvolvidos, aqueles que ganham as medalhas, nesses países vigora com sucesso o clube/modalidade, e é nesses países que vivem e treinam os atletas de alta competição portugueses que assinaram contratos com os grandes clubes do futebol português!
Daí o meu espanto perante a persistência neste ecletismo de fachada, ao sabor dos apetites e dos dissabores do futebol profissional, o que deixa no ar uma imagem de negócio de ocasião verdadeiramente preocupante. Por fim, o alheamento e a permissividade governamentais dão a ideia da redescoberta de uma velha fórmula de propaganda política que já julgávamos ultrapassada, mas que pelos vistos não está, e que passa pela utilização e manipulação da actividade desportiva!
Saudações azuis.