segunda-feira, março 23, 2020

Horizontes

No meio da incerteza e da contenção convém pensar no dia de amanhã. Neste aspecto o futebol profissional, a respectiva indústria, uma indústria que dá espectáculos, não sendo uma actividade prioritária, a verdade é que também emprega muita gente, e por isso também faz parte da economia que se pretende proteger. E aqui vale a filosofia que se aplica ao restante tecido económico - em primeiro lugar é preciso salvar as pequenas e médias empresas, que são a maioria, e no caso do futebol profissional estamos a falar dos pequenos e médios clubes que são afinal quem justifica os campeonatos. Espero pois que as entidades responsáveis (Governo, Federação, Liga) não se equivoquem mais uma vez e pensem bem neste assunto. Um assunto que como venho repetindo passa por valorizar o futebol nacional em detrimento do internacional.*

E agora, sendo um bocadinho mais concreto preocupam-me os salários dos jogadores, treinadores e dos outros profissionais que neste momento temem o futuro, têm famílias para sustentar, contratos para renovar, etc. etc. Preocupam-me os direitos televisivos, receita fundamental nesta indústria, e talvez seja o momento para a maioria impor (finalmente) a centralização dos mesmos. Sem mas, nem meios mas!
Relativamente ao projecto do Belenenses SAD, atendendo a que não se fizeram loucuras**, espero que tenha a folga suficiente para resistir a este embate.

Uma última palavra para algumas 'generosidades' suspeitas e oportunistas que seria melhor que seguissem, a serem sinceras, um antigo exemplo caritativo - que a tua mão esquerda não veja o que dá a mão direita. Não sendo assim, acho estranho que suspeitos/arguidos de fuga ao fisco e branqueamento de capitais anunciem agora donativos ao estado!
Noutro plano, a notícia de que o Clube de Futebol 'Os Belenenses' disponibilizava as instalações do estádio do Restelo para 'acudir' ao 'corona vírus' também não me soou bem. No entanto acaba por ser uma confissão - sem futebol profissional, de facto, o estádio do Restelo perdeu grande parte da sua utilidade pública. E pode assim ser alocado a outras utilidades públicas.

*Eu já expliquei este assunto. Um assunto que é independente das pandemias.  Embora as pandemias me pareçam dar razão. A nossa casa é sempre o mais importante. 

**Na perspectiva do adepto leia-se 'grandes investimentos'.

quarta-feira, março 18, 2020

Morreu um belenense

Morreu Pedro Barroso grande trovador e grande belenense. O Belém Integral apresenta sentidos pêsames.

https://www.youtube.com/watch?v=Yr5MeD34GPo

sexta-feira, março 13, 2020

Generalidades

Campeonatos suspensos, refugiado em casa, que o vírus anda por aí à solta, nada melhor para matar o tempo que escrever sobre aquilo que a comunicação social portuguesa não escreve. Não escreve porque não lhe interessa. 

Começo pelo Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, e que, segundo o Ministério Público nada teve a ver com o 'ataque' a Alcochete! Cai assim por terra uma acusação, pelos vistos injusta, acusação que alguns sportinguistas perseguiam, todos os benfiquistas/cartilheiros defendiam, e que a comunicação social nunca se cansou de sugerir! Se eu fosse adepto da teoria da conspiração e se quisesse mesmo saber a verdade sobre aquele triste episódio teria obviamente que investigar não o Bruno de Carvalho mas sim os seus mais encarniçados detractores. E a pergunta sobre a motivação era essencial: - afinal porque é que ele incomodava tanto, tantos benfiquistas?!

Outra notícia que também passou quase despercebida foi a confirmação por parte do autor (Adão Mendes) que a referência a 'padres e missas' que consta nos e.mails entretanto denunciados significa - 'árbitros e jogos'! Ficamos esclarecidos. Quanto à necessidade de usar linguagem cifrada isso cabe à polícia judiciária apurar. 

O campeonato parou mas ainda não se extinguiram os ecos da última jornada, aquela em que o Belenenses empatou mas podia ter ganho, o Benfica empatou com as ajudas habituais, ajudas que não se estenderam ao Porto. Que fica assim com algumas razões de queixa da arbitragem. Mas não convém exagerar. Pois quem não tem nenhum avançado entre os melhores artilheiros da Liga... o melhor é queixar-se de si próprio.

Finalmente algumas das ideias que temos aqui desenvolvido começam a tomar corpo embora por caminhos ínvios! Em primeiro lugar o regresso das fronteiras, o fim da livre circulação, o que vai por certo valorizar o campeonato nacional em desfavor das provas internacionais. Por muito que custe a alguns megalómanos. E a muitos negociantes que vivem à custa da paixão dos outros. Vamos caminhar para um regresso às origens, no futebol e no resto, sem desaproveitar aquilo que o progresso tecnológico nos trouxe. Mas sem desvirtuar o essencial. Para o Belenenses e para mim, que gosto de futebol, vai ser bom.

Saudações azuis

segunda-feira, março 09, 2020

Crónica de segunda!


Começamos pelo Jamor onde o Belenenses realizou mais uma exibição consistente face a uma equipa muito perigosa e que comandou largas semanas o campeonato. Com efeito não é fácil manter as redes invioladas contra o Famalicão. Têm 38 golos marcados (o dobro dos nossos) e julgo que só ontem é que ficaram em branco. No entanto para além dos aspectos defensivos, que os treinadores adversários vão enaltecendo, a equipa de Petit está sempre pronta a ferir o opositor... seja ele qual for. O golo anulado, de forma incrível, diga-se, é prova disso. E disse 'incrível' porque na realidade não é só a norma do fora de jogo que precisa de afinação. Esta que deu origem à anulação também precisa. De qualquer modo, e face à turbulência arbitral em que vivemos, sempre é melhor haver uma norma imperfeita, mas objectiva, do que procurar uma perfeição cheia de subjectividades.

Ainda sobre a evolução nota-se que os jogadores subiram todos de forma, estão empenhados, concentrados, e o melhor sinal, como venho dizendo, é o facto de entrarem e saírem jogadores (casos de lesões e castigos) e o conjunto não se ressente. E agora já posso ver o Belenenses a jogar em qualquer campo, sem ameaça de surpresas indesejáveis ou sustos permanentes. Quem sabe se não vou um destes dias ao estádio nacional!

Abro aqui um parêntesis nos elogios ao actual treinador para esclarecer o seguinte: - eu sempre apoiei o treinador do Belenenses, fosse ele qual fosse, tal como apoio os jogadores que envergam aquela camisola, tenham eles mais ou menos jeito para a profissão que escolheram. E por feitio ou crença acredito que podem melhorar, aperfeiçoar-se, e serem melhores amanhã. No caso de Petit, as coisas são diferentes. Estamos perante um treinador com provas dadas embora, como o próprio já confessou, nunca lhe tenham dado as condições de uma pré-época, de um projecto, acabando por transformar-se em bombeiro ao serviço de equipas em situação difícil. Situações que tem conseguido reverter e essa é a minha esperança maior neste momento. Mas também espero que lhe sejam dadas as condições que o seu trabalho merece, e está à vista de todos. Aconteça o que acontecer.

Este tema liga-se com outro que também está na ordem do dia, e tem a ver com a ética e com a esperteza saloia. E com a hipocrisia geral. Diz-nos Salvador, grande protagonista do G15, que está preocupado com o que se passa no futebol português, onde é possível um treinador, na mesma época, comandar uma equipa e a sua rival, com a maior das naturalidades. Está preocupado mas nunca se lembrou de propor a alteração da norma aos clubes que fazem parte da Liga! Nem se coibiu de contratar outro treinador, sem o nível exigido pela lei, estipulando até uma cláusula de rescisão exorbitante, na mira, só pode, de um novo negócio do arco da velha! É caso para perguntar: - Quo vadis futebol português?!


Saudações azuis


Nota: Desta vez tenho que fazer justiça a André Moreira, está mais confiante, salvou-nos de um derrota certa, com uma defesa impossível. Chima também merece destaque noutro lance decisivo. Em sentido contrário espero que Petit, de uma vez por todas, aperte com o André Santos e lhe explique que há zonas do campo onde é proibido fazer disparates. Onde é obrigatório despachar a bola. É que ele é reincidente.


https://www.zerozero.pt/video.php?id=1034960

https://www.zerozero.pt/video.php?id=1034961

sexta-feira, março 06, 2020

Portugal está podre!

Para memória futura e para que não se diga que Portugal é um país decente. Há um ano estas palavras mantêm toda a actualidade. Soltem o Rui Pinto, dêem-lhe uma medalha, mas não igual aquelas que dão aos trastes que sabemos, e tenham vergonha na cara.


https://www.youtube.com/watch?v=WHa29sg_y3g

https://www.youtube.com/watch?v=RXKUXAdTVW8

quarta-feira, março 04, 2020

Lavandaria república investigada!


Forçadas a investigar, face ás revelações de Rui Pinto e ao escândalo que a respectiva inércia já suscitava, as autoridades portuguesas levantaram-se hoje mais cedo e dirigiram-se às instalações dos principais clubes do futebol português. Como se sabe o país tem sido até á data um pacífico centro de lavandaria e branqueamento de capitais, de corrupção nacional e internacional, onde o futebol, cujo poder ninguém se atreve a contestar, acaba por ser o biombo ideal para todas as trafulhices possíveis e imaginárias. É por isso que vemos tanta mosca à roda do mesmo.

A estragar o arranjinho apareceu este Rui Pinto, que como era previsível, foi logo metido atrás das grades, mas, porque a pegada informática é difícil de apagar, não pode ser simplesmente calado como antigamente. Mas nada de grandes expectativas, já estamos habituados a estas mega operações, os factos dizem respeito ao ano de 2015 (!), e quando se trata de bola a clubite vence sempre. Admito no entanto que alguma coisa irá mudar quer no comportamento dos clubes, quer dos agentes desportivos, quer inclusivé no comportamento do próprio regime face ao crime organizado. Porque é fundamentalmente disso que estamos a falar. Não sendo assim, se for só para inglês ver, ou para entreter o pagode alimentando o monstro televisivo, então não vale a pena tanto estardalhaço. E já agora condecorem o Rui Pinto.



terça-feira, março 03, 2020

Faltam onze jornadas...


Vamos entrar no último terço do campeonato e, quer em baixo, quer em cima, está tudo por decidir. Entretanto, pelo meio, vamos assistindo às habituais anormalidades em que o nosso futebol é fértil. Mas vamos começar por baixo, onde difícilmente haverá salvação para o Desportivo das Aves faltando ainda encontrar o seu parceiro de descida. Que sairá de um lote em que não posso excluir o Belenenses, pese as recentes boas indicações que tem dado.

Mas pior está o Portimonense, que Paulo Sérgio, nosso antigo jogador, tenta tirar do penúltimo lugar. Não sei se o vai conseguir mas desde que chegou os algarvios estão mais sólidos quer em termos defensivos quer em termos psicológicos. Depois é o eterno problema da eficácia. Os outros emblemas que terão de lutar até ao fim serão por certo, para além do Belenenses, o Paços, também em fase ascendente e muito reforçado em Janeiro, e o Tondela, que parece menos seguro. Marítimo, Boavista e Vitória de Setúbal também têm que ter cuidado. Daqui para cima, mais longe da descida e longe dos lugares europeus situam-se três equipas – Gil Vicente, Santa Clara e Moreirense. Uma nota para este último, que ontem conseguiu empatar na Luz, está a produzir bom futebol, mas tem pendências graves com a justiça que ainda não estão resolvidas. Aguardemos, portanto.

Na parte de cima, o Porto recuperou a liderança mas não dá garantias de consistência. E tem sempre enormidades dificuldades em criar situaçãos de golo. Valem as bolas paradas por enquanto. Estranho que Sérgio Conceição insista num modelo de jogo tão previsível, quando dispôe de uma solução criativa que poderia render outros dividendos. Refiro-me a Nakagima, um jogador único, que deveria ser o centro do futebol portista, espécie de jogador vagabundo, e sem obrigações de marcação. Dêem-lhe a bola que ele inventa e resolve. Ai, Sérgio, Sérgio, que desperdício!

Quanto ao Benfica, melhor apetrechado para o campeonato português, onde a maioria das equipas se fecha e por isso são necessários atacantes e centro campistas com grande qualidade, eu diria que está melhor colocado para ser campeão. Cria mais oportunidades e acaba por marcar mais golos. É contudo menos forte perante adversários que também sabem atacar. Mas desses há poucos, muito poucos no nosso campeonato.

Os outros lugares europeus serão discutidos entre Braga, Sporting, Rio Ave, Guimarães e Famalicão*. E por esta ordem.

Saudações azuis

*Logo à noite joga-se o Famalicão-Sporting, um jogo que pode definir a trajectória de cada equipa até final.

segunda-feira, março 02, 2020

Trocar os Bês pelos Vês!


É a pronúncia do norte mas hoje em dia é dialecto nacional. Para além das viroses que nos afectam, podes dizer Voucher e Benfica, enquanto comes umas ostras, que a pronúncia é a mesma. Podes dizer Vieira e 'operação Lex' e não notas a diferença. O que notas é uma justiça corrupta e para isso não precisas de dizer nada! Ficas calado e atónito a olhar. Olhas para a televisão e nos intervalos do covid-19, regressas em força ao nacional-benfiquismo, uma virose brutal e genuinamente portuguesa. E cujos sintomas são fáceis de detectar: - defendem a normalidade da vida corrupta, acham que os mensageiros devem apodrecer na prisão quando divulgam notícias prejudiciais aos interesses da águia, e negam infantilmente a evidência dos factos. Mas se ainda houver dúvidas no diagnóstico, basta perguntar ao 'cartilheiro' o que é que ele pensa de Bruno de Carvalho, antigo líder leonino!

Neste ponto a reacção encarnada é sintomática: - um olhar de ódio, dizem cobras e lagartos do homem, que segundo eles destruiu o Sporting, mas ao mesmo tempo têm um pavor que ele regresse! Uma contradição que a psiquiatria não consegue resolver. A não ser através dos Vouchers que Bruno denunciou: - afinal, a ponta do icebergue. E sem trocar os bês pelos vês.


Saudações azuis

domingo, março 01, 2020

A arte de defender!


A grande revolução que está a acontecer no Belenenses ficou ontem demonstrada em Vila do Conde. Um treinador para quem o futebol não tem segredos, que sabe e percebe o que pode fazer com o plantel que tem à sua disposição, que não se queixa, mas sem papas na língua, está a conseguir levar a equipa para lugares menos perigosos. O perigo ainda não passou pois é visível o equilíbrio do campeonato e a dificuldade em marcar golos. Mas já estivemos piores. Basta comparar com o jogo da primeira mão, contra este mesmo adversário, onde fomos batidos sem apelo nem agravo. Eu bem sei que jogar no Jamor é sempre mais complicado.

Pois bem, o que ainda falta, e Petit colocou o dedo na ferida, é reduzir os 'erros não forçados' na transição ofensiva. Ou seja, é não perdermos a bola infantilmente depois de a recuperarmos. Aliás este é o problema central do plantel, um problema que vem de trás, temos poucos centro campistas com qualidade. A qualidade define-se quando um jogador consegue surpreender o espectador (e normalmente o adversário) com o destino que dá à bola. Um centro campista não perde tempo com a bola, ganha tempo com ela. Petit sabe disso melhor do que eu, e esta semana aposto que vai insistir nesse aspecto com Silvestre Varela (demasiadas perdas de bola), com André Santos (apesar de tudo mais 'esperto' que o costume) e com o médio defensivo disponível, Show ou Nuno Pina. Este último com a desculpa de ter sido o primeiro jogo a titular. É claro que também há mérito do Rio Ave que sabia como abafar aqueles jogadores que só depois de receberem a bola é que começam a pensar no que fazer com ela.

Mas foi um ponto precioso e há que elogiar o trabalho incansável de toda a equipa sendo que desta vez o meu destaque vai para Cassierra, a fazer progressos, e novamente para Chima. Embora Danny Henriques tenha reentrado na equipa com grande à vontade! Reticências apenas no que diz respeito á forma física de Keita. Precisa de mais tónus muscular porque este campeonato joga-se a cem à hora.

Resultado final: Rio Ave 0 – Belenenses 0