Quando vou comprar o jornal desportivo o dono da tabacaria, homem muito compreensivo, sabendo que eu sou do Belenenses, faz-me sempre um grande desconto atendendo ao espaço e ao nº de linhas que as notícias sobre o meu Clube ocupam no referido jornal. Aquele ou qualquer outro. Estou-lhe agradecido por isso. Mesmo assim, lido o jornal, fico sempre com a sensação estranha de ser um intruso, penso sempre que aquele espaço podia ser melhor aproveitado para dar mais uma notícia sobre o Mantorras ou sobre a família do treinador do Sporting. Em última análise uma bicada no Pinto da Costa é sempre uma boa notícia. Tenho estes pensamentos todos (!) no Café onde costumo ir de manhã tomar o pequeno-almoço e à saída, lida e relida a notícia sobre o dia de folga do nosso plantel, pratico sempre o meu acto de generosidade: ofereço o jornal ao cliente que, sentado defronte, vai fazendo ginástica tentando desesperadamente apurar, entre os movimentos da minha leitura, se a capa traz o Liedson ou o Simão.
Afasto-me com o sentimento do dever cumprido. Afinal aquele jornal é muito mais dele do que meu.
Afasto-me com o sentimento do dever cumprido. Afinal aquele jornal é muito mais dele do que meu.
JSM
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