O Belenenses é, desde que nasceu,
a sua equipa principal de futebol. Primeiro os jogadores, depois os adeptos. O
resto veio por acréscimo. Foi o futebol que lhe deu o estatuto de grande
(quarto grande já é descer) e é o futebol que lhe dá a importância que ainda
tem. Quando deixar de ser esse o norte, a essência do clube, o velho Belenenses
morreu. Desse Belenenses há-de ficar apenas uma memória, uma estátua, e um
banco no jardim do império. Aliás, ali bem perto temos o CIF (Clube
Internacional de Futebol) agremiação por quem tenho estima e que começou por
ser uma equipa de futebol, ombreando com os maiores, e é hoje um clube de ténis,
que mantém simbolicamente um campo de futebol. Será isso que queremos para o
Belenenses?!
Depois dos últimos
acontecimentos, surreais, é preciso que alguém, com sentido de responsabilidade,
relembre que o papel da direcção, dentro do actual regime bicéfalo, só se
justifica se for uma boa retaguarda, um ponto de apoio para o desempenho da
equipa de futebol. É nisso que deve consumir as suas energias. Se pelo
contrário se constitui como um obstáculo (cortes de luz que atingem a preparação dos
jogadores!) a sua existência deixa de fazer sentido. E em nome do amor ao clube que diz ter, deve afastar-se. Não é a prometida solução de apaziguamento, passou a fazer parte do problema.
O silêncio que entretanto se abateu
sobre o Restelo e calou os outros órgãos sociais do clube também é estranho. Se
é para não perturbar mais a equipa em vésperas de um jogo importante, até posso
compreender, mas se não for assim… estamos pior do que eu julgava.
Uma última palavra para aquilo que
interessa, para os rapazes que envergam a camisola com a Cruz de Cristo e hoje à noite vão
tentar manter viva a velha rivalidade contra o Sporting: - para eles vai a
minha esperança de um grande resultado. Um resultado que mantenha a chama que
alguns tentam apagar.
Saudações azuis
Nota: Aprecio sobremaneira as
boas exibições e resultados que o futebol de formação vem obtendo, fruto de um
trabalho que parece estar no bom caminho. Mas isso não pode ser utilizado como propaganda
ou arma de arremesso da direcção. É o que se espera que aconteça sempre no
Belenenses. Quando não acontece é que está mal. Mas que fique claro: - o
Belenenses pode subsistir sem a formação, mas não sobrevive sem uma equipa sénior
competitiva.
E a comprovar o que afirmo chamo
a atenção para dois factos: - no ano em que os nossos juniores obtiveram a sua última
grande perfomance (fomos vice-campeões nacionais) coincidiu com o ano fatídico
em que descemos pela primeira vez à segunda divisão. Um golpe quase mortal na
vida do Belenenses e do qual ainda não recuperámos. Esta evocação também serve para reflectirmos com o maior realismo sobre o seguinte: - em juniores, quem vai à frente é o Paços de Ferreira! Um forte
concorrente também em seniores e não me consta que disperse a sua actividade noutras
modalidades. Para bom entendedor…
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