segunda-feira, abril 18, 2016

Foi-se a réstia de esperança…

Vamos começar por dizer que o Belenenses jogou bem e se a vitória fosse uma questão de mérito ganharíamos folgadamente. Mas ficámos pelo empate. Um empate perante uma Académica com a corda na garganta, que lutou muito, mas não mostrou muitos argumentos. Como o seu próprio treinador reconheceu desportivamente - tiveram sorte. A sorte chamou-se penalty, numa jogada onde Filipe Ferreira foi ingénuo na abordagem do lance, uma vez que Hugo Seco já tinha ganho a posição. E talvez não conseguisse concretizar. Já não estava em campo Gonçalo Brandão que talvez adivinhasse a dobra!

Seja como for o Belenenses sofreu de falta de eficácia, não conseguindo materializar em golos o domínio exercido. Faltou alguma inspiração a Miguel Rosa, e a Sturgeon continua a faltar o golpe de asa, quer no último passe, quer nos golos que não marca, isto apesar de ter feito uma bela exibição! Mas insisto, dois golos por época, é curto para um jogador com pretensões. E já agora aproveito para dar um recado à SAD – Sturgeon é, obviamente, para renovar.

Voltemos ao jogo e ao meio campo, de certo modo improvisado, uma vez que os habituais titulares (Aguilar, Bakic e Carlos Martins) estavam lesionados. Foi basicamente o meio campo que nos levou à vitória (na segunda parte) em Setúbal e que ontem voltou a controlar o jogo e a criar oportunidades para outro resultado. Portanto não foi por aqui. Neste aspecto apenas André Sousa esteve abaixo do esperado. Um tanto nervoso e a necessitar de rever a sua postura em campo. A ver se nos entendemos: - estar permanentemente estatelado na relva, e ao mais pequeno contacto rebolar-se com dores, não é bom caminho para quem quer assumir as rédeas do meio campo azul. Precisamos de mais endurance, e menos exagero. E nestes exageros acabou por prejudicar a equipa ao deixar-se expulsar num caso em que foi ele a vítima! O árbitro errou, é certo, mas não se espere dos árbitros portugueses, especialmente nesta fase do campeonato, grandes afirmações de coragem. E foi cartão amarelo para os dois. Só que o amarelo do Sousa era o segundo.

Últimas notas – a réstia de esperança, o sonho do sexto lugar, esfumou-se com este empate. Essa é, para mim, a grande desilusão de uma época. Uma época cheia de recordes, recordes europeus, recordes de golos sofridos, uma época em que chegámos a pairar sobre a linha de água! Uma época, melhor dito, uma segunda volta em que um treinador desconhecido revolucionou o futebol azul e nos colocou de novo na rota europeia. Rota europeia manchada por deslizes* e goleadas insuportáveis**. Uma época de instabilidade dentro do clube. Uma época para recordar e aprender.


Saudações azuis


*Deslizes: - Arouca, no Restelo, Tondela no último minuto, empate com a Académica - são sete pontos.
**Goleadas insuportáveis: - contra os nossos rivais.

Post Scriptum: - É evidente que o trabalho do árbitro nos prejudicou ficando até por marcar uma grande penalidade contra a Académica. Mas isso já os belenenses estão habituados. Isso só muda quando mudar o regime... republicano, com hino e tudo.      

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