Alguém disse que o futebol é a
coisa mais importante das coisas menos importantes! É uma definição curiosa e
tendo a concordar com ela. E por isso acho um pouco rebuscada e até ridícula a
sugestão da SAD para que se toque o hino nacional antes dos jogos! Não sei se a
sugestão se refere apenas aos jogos do campeonato, se também se alarga aos jogos
da Taça de Portugal, à Taça da Liga, aos jogos particulares, não sei, mas a
ideia continua a ser rebuscada.
A tradição é que se toquem os hinos dos clubes visitados quando as equipas entram em
campo. O hino nacional fica reservado para a selecção. E os hinos dos clubes
têm a sua importância, na medida em que vincam o carácter de cada agremiação
distinguindo-a de todas as outras. No caso do Belenenses há-de ter sempre uma
referência à Cruz de Cristo posta nas caravelas, caravelas que um dia partiram do
Restelo à descoberta do mundo. Essa referência identitária é algo a que nenhum
belenense fica indiferente. Quem é que não gosta de ouvir à entrada das equipas
o ‘canto do mar’ do Pedro Barroso! Não é esse o hino oficial do Belenenses mas
o facto de haver vários cânticos que se identificam com o Clube é sempre uma riqueza,
uma mais-valia.
Assim a proposta da SAD iria
apagar aquilo que mais do que nunca precisa ser realçado, ou seja, a diferença
entre as colectividades numa indústria cada vez mais abstracta e colonizada pelos interesses dos mais fortes. Sei
que não terá sido esse o argumento invocado mas os riscos são evidentes. A troco
de uma maior solenidade e envolvimento das duas equipas no espectáculo, ao
melhor estilo da Champions, perdia-se uma parcela da história.
Portanto, termino como comecei: -
a uniformidade é inimiga da diferença e é a diferença que faz os clubes.
Saudações azuis
Nota: Haveria sempre a hipótese de manter os cânticos clubísticos à entrada das equipas e no alinhamento tocar-se então o hino nacional. Ainda assim, discordo. Mas desta vez discordo por causa do hino nacional. Faz-me sempre lembrar a implantação da república.
Nota: Haveria sempre a hipótese de manter os cânticos clubísticos à entrada das equipas e no alinhamento tocar-se então o hino nacional. Ainda assim, discordo. Mas desta vez discordo por causa do hino nacional. Faz-me sempre lembrar a implantação da república.
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