Para além da poeira que um dia há-de assentar a crise que atinge hoje determinado clube é um fenómeno generalizado e que afecta todo o futebol português. O problema da representação, a desactualização dos estatutos, as relações entre os clubes e as SAD’s, as modalidades versus futebol, as claques e o público, tudo isso está a passar à frente dos nossos olhos como num filme mas um filme censurado onde só se mostra aquilo que dá jeito! E agora o que vende e dá jeito são as feridas na careca de um jogador e a violência das claques, última descoberta nacional!
Nem de propósito, escrevi há pouco tempo um postal onde concluía
que a representação do actual Belenenses não estava nem na Direcção, nem na
SAD. E também não estava nos actuais adeptos divididos entre o clube e a SAD, mas que estava sim na equipa de futebol e nos símbolos que ostenta. Mantenho.
E mantenho porque o ponto de partida se mantém. Quem invoca o passado glorioso
do Belenenses não se pode pôr em bicos de pés e fingir que está a representar
essa quimera.
Portanto seria um erro de palmatória confundir o que eu disse
com as teses televisivas ou octavianas que reduzem um clube ao seu treinador
e aos actuais jogadores admitindo até a possibilidade de poderem ser eles a
decidir quem deve ser o respectivo presidente! Isto é coisa de idiotas.
Totalmente diferente é falar na equipa que entra em campo independentemente
dos jogadores que pontualmente a sirvam. Ou o treinador que pontualmente a
oriente. A equipa, sendo real e devendo ser a mais forte possível, é neste
sentido uma entidade abstracta e intemporal. Nomeadamente em época de crise, em
que ninguém se entende.
Estamos no início de uma nova época e seria bom que não confundíssemos
as coisas. Ninguém está acima da equipa de futebol. Quando recuperarmos a
grandeza perdida, os que a recuperarem, então a conversa já pode ser outra. Mas
até lá… Temos todos que trabalhar nesse sentido. Todos.
Saudações azuis
Nota: Na imagem, a equipa do Belenenses que foi campeã em 1927.
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