A nudez forte da verdade! Foi a
frase do Eça que me ocorreu depois de um jogo de aparências, em que dominámos
as operações durante quase toda a primeira parte, em que não consentimos qualquer
oportunidade ao Rio Ave, em que até podíamos ter marcado um golo e mesmo assim
chegámos ao intervalo a perder por uma bola a zero! E usando a gramática do
Vieira, pergunto: - que passou-se?!
É simples, falharam as investidas
pelas alas, arma que levámos (juntamente com os três centrais) para surpreender
o vila-condenses e estes, aos poucos, foram-se apossando da bola e do jogo. O
golo é uma infelicidade completa mas encerra algumas lições: - um passe errado
de Gonçalo Silva, segue-se uma falta desnecessária e infantil de Juanto, a
barreira é pouco afirmativa e para cúmulo a bola sofre um desvio no corpo de
Tomás e trai Muriel. Domingos tem razão quando diz, que foi o único lance de
golo (!) do Rio Ave durante a primeira parte.
E veio o segundo tempo que
revelou as forças e fraquezas do Belenenses actual: - sem bola, passámos
demasiado tempo a correr atrás dela, ficámos demasiado tempo lá atrás, atrás da
barreira que erguemos de cinco defesas, e que só se transfigurou em 3-5-2 nos
últimos minutos do desafio. Nessa altura o jogo directo contra a ventania foi
tarefa inglória e os defensores da casa agradeceram. Não havia mais nada a
fazer.
Resumindo, a táctica e o empenho
não chegam quando não se tem bola nem capacidade para a conquistar. Sobra
talvez o empate e ainda assim é preciso uma ponta de felicidade. Desta vez não
houve.
Resultado final: Rio Ave 1 –
Belenenses 0
Saudações azuis
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