segunda-feira, junho 23, 2008

A escolha do seleccionador…

Desde que matámos o Rei que persistimos órfãos e como todos os órfãos procuramos desesperadamente encontrar alguém ou algum sucedâneo que nos livre deste estado. Um pai adoptivo, que nunca estará á altura dos nossos sonhos e exigências, é matéria dada! E com todas as consequências, boas e más, incluindo as péssimas, quando nos dizem e lembram - ‘vai chamar pai a outro’!
Mas não desistimos do ‘gato por lebre’ e vá de erigir a "selecção" a cume constitucional, representativo de portugueses “d’aquém e d’além-mar’, uma espécie de realeza em calções e quinas, apta a substituir perfeitamente o presidente da república e demais órgãos de soberania. Só assim se percebe a preocupação colectiva com a escolha do futuro seleccionador nacional!
Daqui concluímos rápidamente duas coisas: em primeiro lugar - sempre é verdade que o futebol é um ‘desígnio nacional’; em segundo lugar - já levamos alguns anos com este ‘desígnio’ e continuamos a empobrecer alegremente!
O esquema de funcionamento do ‘desígnio’ não é novidade entre nós: obedece aos mesmos princípios (subsídios e derrapagens) em que assentam as desigualdades entre pobres e ricos, e no caso do futebol, entre os ‘três clubes do estado’ e os restantes clubes que disputam a mesma Liga.
Portanto, a filosofia política triunfante considera que é mais importante ter uma selecção que ganhe tudo lá fora a ter um futebol mais competitivo e verdadeiro cá dentro. Trocando por miúdos: podemos ter fominha cá dentro desde que a selecção ganhe lá fora.
‘E lá vamos cantando e rindo, levados, levados, sim…’
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Saudações azuis.

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