terça-feira, setembro 19, 2006

Intervenção Administrativa, já!

Estou com o jornalista Miguel Sousa Tavares, que hoje, nas páginas do jornal ‘A Bola’, propõe a intervenção do Governo no futebol, para acabar de vez com o clima de suspeição que a impunidade sempre gera.
De facto, ainda agora começou o campeonato, e já se notam os sinais da desconfiança, a polémica a propósito de tudo e de nada, a enorme pressão sobre os árbitros, afinal, o elo mais fraco desta cadeia de cumplicidades em que inegávelmente está submergido o futebol português!
Agora já não vale a pena balbuciar ‘que toda a gente é inocente até prova em contrário’, porque já se sabe que neste país, a justiça é incapaz de julgar alguém, desde que esse alguém possa recorrer a um bom advogado!
No limite, existem ‘constitucionalistas’ que entendem que a nossa Constituição prevê a impunidade para a corrupção desportiva!!!
E esta, deve ser apenas a ponta do iceberg da outra!!!
Nestas condições, não sendo admissível que o Estado, como pessoa de bem, queira continuar a patrocinar ‘jogos de batota’, só vejo uma saída para a crise: uma intervenção administrativa para pôr as coisas no são.
Como?
Demissão compulsiva dos presidentes da Liga e da Federação, nomeando uma Comissão de Saneamento (básico) de modo a reverter este espectáculo desportivo aos parâmetros normais e regulares para esta actividade.
Consequências?
A FIFA, alegando justamente a irregularidade invocada pelo Governo, aproveitaria a oportunidade para suspender o futebol português das competições internacionais até que tudo estivesse sanado, o que bem vistas as coisas seria também a oportunidade para reformar de vez este futebolzinho a ‘três mais um’, completamente viciado e viciante, ou seja, seria uma ‘quarentena’ mesmo a calhar.
É natural que se ouvissem os berros dilacerantes dos clubes do estado, o choro pungente dos adeptos do futebol a fingir, as reacções acaloradas dos políticos da bola, mas o futebol português agradecia.
Quero lembrar que no tempo em que se valorizava o campeonato interno (o contrário do que agora acontece), os estádios enchiam-se de público, e público mais exigente, pela simples razão de que gostava de futebol e não apenas de ganhar a qualquer preço.
Saudações azuis.

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