É difícil escrever sobre o
Belenenses depois de se ter lido - ‘O meu amigo Matateu’! Uma descrição
extraordinária sobre uma época e sobre um enorme jogador!
Mas a primeira meia hora contra o
Estoril, medindo as distâncias e as circunstâncias, até que nem envergonha
ninguém. Os jogadores correram, desmarcaram-se, jogaram para a frente e
marcaram dois golos! Nessa meia hora o Estoril, que precisava de ganhar para
manter aspirações europeias, apenas incomodou num cruzamento atrasado que Matheus
cabeceou para Ricardo Ribeiro fazer uma grande defesa! E a minha crónica devia acabar
por aqui, dar os parabéns ao grupo e ao treinador, pois cumpriram o objectivo (final)
que formulei: - ficar na primeira metade da tabela!
Porém, não seria justo para quem
me lê se não falasse na fase da asneira! Foram dez minutos incompreensíveis!
Desatámos a jogar para trás, Ricardo Ribeiro passou a ser cada vez mais solicitado
a jogar com os pés, e claro, asneira da grossa – uma tentativa de passe mais
difícil, bola nos pés de Bonatini que isolado marcou como quis! E depois
sucedeu o que normalmente sucede – uns crescem enquanto os outros minguam. Com
um golo caído do céu o Estoril acreditou. E as asneiras sucederam-se: – Filipe Ferreira
entra mal a um cruzamento e toca na bola com a mão! O árbitro, também
contaminado pela asneira, marca penalty e mostra-lhe o cartão encarnado!
Penalty ainda se admite, até
porque o Filipe Ferreira descontrola-se muito na área de rigor, mas cartão
encarnado parece-me um exagero, uma vez que não havia nenhum estorilista próximo
da bola e na iminência de marcar! Do mal, o menos, Ricardo Ribeiro defendeu a
grande penalidade! E fomos para intervalo a ganhar por duas bolas a uma, mas com
dez jogadores.
Na segunda parte a equipa recompôs-se,
e foi segurando o jogo e o adversário, como pôde. Adversário que carregava na
busca do empate e que viu a vida facilitada com as saídas forçadas de Aguilar e
Bakic, um por cansaço, outro por lesão. Estavam a ser peças importantes na posse
de bola e na retirada de iniciativa às pretensões canarinhas. Em boa verdade,
Aguilar, foi quanto a mim e no cômputo geral o melhor jogador azul!
E houve um novo momento da
asneira. Ricardo Dias que havia entrado há pouco tempo, toca duas vezes na bola,
faz duas faltas e leva dois cartões amarelos! O Belenenses fica reduzido a nove
jogadores e ainda havia algum tempo para jogar.
É um facto, Ricardo Dias tem que
rever a sua forma impetuosa de jogar, seja com os braços quando disputa a bola
de cabeça, seja nas outras formas de jogo perigoso. Mas o árbitro (eu diria os
árbitros) também tem que rever o seu critério na apreciação destes lances. Até
parece que Ricardo Dias é um jogador violento, e não é. Aliás nenhum dos dois
lances me pareceu violento e a prova é que, ao contrário do que sucedeu na
entrada por trás sobre Bakic, ninguém se magoou.
Com nove jogadores cerrámos os
dentes, foi a vez de sofrer. Inclusivé sete minutos de compensação! Este último
esforço valeu uma vitória importante mas que poderia ter sido alcançada de
outra maneira.
Saudações azuis
Sem comentários:
Enviar um comentário