Hoje os jornais nem preciso de os
ler – ‘Uma boa segunda parte do Belenenses’, ‘Porto sofre para ganhar no
Restelo’, ‘Carlos Martins em grande’, etc., etc., etc.!
Mas perdemos! Perdemos mais uma
vez em casa e sofremos mais uma vez golos que não se podem sofrer. Nem me
refiro ao autogolo de Tonel, uma infelicidade, mas sim ao primeiro, uma disputa
de bola, um ressalto bem no coração da área, onde não aparece ninguém para
impedir Brahimi de rematar à vontade! Pouco depois a jogada repete-se, há mais
um cruzamento atrasado, os médios, os trincos, ninguém acompanha Brahimi, só
que desta vez a bola sofre um desvio e não entra. Seria os três a zero antes da
meia hora de jogo! As goleadas começam assim.
Só a partir daqui é que o sistema
defensivo começou a melhorar, com os médios a encaixar-se na manobra portista, cuja
pressão baixou, deixando de asfixiar as laterais por onde o Belenenses insistia
em sair a jogar! E até poderíamos ter reduzido antes do intervalo - num livre
directo de Carlos Martins que foi ao poste ou num remate de Juanto já dentro da
área do Porto e que merecia melhor sorte.
Veio a segunda parte e com ela,
algumas alterações decisivas na melhoria azul: – saiu Tonel, Rúben Pinto recuou
para o seu lugar, Miguel Rosa entrou para o flanco esquerdo, derivando Juanto
para o eixo do ataque. Mas a grande mudança aconteceu quando Bakic, jogador
fundamental na organização da equipa, foi ocupar o centro do terreno. O Porto
então foi obrigado a recuar. E foi então que marcámos e pusemos Peseiro à beira
de um ataque de nervos!
Entretanto, e como é natural, expusemo-nos
aos contra ataques do Porto, alguns bem perigosos. É o preço de andarmos sempre
atrás do prejuizo.
As análises individuais nas
derrotas serão sempre escassas e pouco abonatórias, especialmente para os
jogadores intangíveis. Aqueles que é suposto resolverem os jogos a nosso favor.
Ainda assim os que estiveram mais perto do seu valor foram – Juanto, sempre
perigoso, Bakic, sempre influente, Sturgeon, menos errático do que o costume, e
Geraldes (na segunda parte) mais afoito do que o costume. Carlos Martins quis
fazer tudo mas nem tudo o que fez lhe saiu bem. E era fundamental que saísse.
Quanto a Velasquez tem que pensar
bem no assunto: - ou quer continuar a perder em casa ‘muito orgulhoso dos seus
jogadores’ ou quer ganhar em casa com métodos menos brilhantes, com jogadores
menos brilhantes, mas mais eficazes! É uma escolha.
Resultado final: - Belenenses 1 –
Porto 2
Saudações azuis
Nota final: Para que Bakic possa
ser efectivamente o organizador de jogo do Belenenses, aparecendo mais vezes na
área adversária, Velasquez tem que cobrir os seus avanços com jogadores rápidos
na retaguarda. O que neste momento não existe. É a minha opinião.
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