O Belenenses às vezes faz-me
lembrar a TAP! Por um lado é preciso privatizá-la, colocá-la no mercado, ser
competitiva, mas por outro queremos controlá-la, mandar nela, em suma, mandar
no dinheiro dos outros, uma velha doença socialista. Mas há uma diferença
importante e em prejuízo do Belenenses. Enquanto a TAP quer continuar a ser só
companhia aérea o Belenenses insiste em dedicar-se a uma série de
actividades/modalidades que ocupam tempo, espaço e recursos.
Noutra perspectiva, a relação
entre o Clube e a SAD também não é brilhante! Lembra-me a conflitualidade
latente entre o senhorio e o inquilino, em qualquer caso uma relação
inapropriada para um clube de futebol onde é suposto (todos) vestirem a mesma
camisola.
Nestes dois equívocos que em nada
beneficiam o Belenenses reside a problemática que temos que resolver.
Para isso será preciso conciliar
os interesses da indústria do futebol, que é um negócio e obedece às leis do
mercado, com as expectativas dos adeptos que se movem por outras leis como a afectividade
e a emoção. Não é fácil harmonizar os dois pontos de vista a não ser que se
perceba que no fim das contas, e desde que o Belenenses ganhe mais vezes do que
perca, todos ganham. Ganha o investidor e ganham os adeptos.
E já que estou em maré de recordações vou recuar aos anos da última vitória na Taça de Portugal! Foi
contra o Benfica no tempo de Mário Rosa Freire. Nessa altura o campo de treinos
era o estádio nacional e os equipamentos eram transportados num triciclo
motorizado! Passaram quase trinta anos e a pergunta impõe-se: desde aí o que
fizeram as variadíssimas direcções, a de Mário Rosa Freire inclusivé?! Onde é
que investiram, onde é que gastaram o dinheiro?! Até havia Bingo a dar dinheiro a rodos!
A melhor resposta é andarmos para
a frente e pormos de lado querelas inúteis.
Saudações azuis
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