segunda-feira, março 07, 2016

Baixar expectativas…

Depois do Arouca o balão de entusiasmo foi-se esvaziando. Recebeu o golpe final com as últimas declarações sobre o objectivo – manutenção. Que pode ser muito legítimo face à realidade, e ao investimento que não se fez, mas não é para um clube como o Belenenses. Este é um postulado que precisa de ser entendido por quem queira ser dirigente do Belenenses. E aqui não faço distinções entre SAD e Clube.

O primeiríssimo investimento, aquele que não se pode falhar, é a escolha do treinador. E por muita Europa que tenha havido, e não foi assim tanta, a verdade é que caminhávamos a passos largos para a descida de divisão. Que ainda não está de todo afastada. Foi Velasquez que mudou alguma coisa, desde logo recuperando alguns jogadores, aliciando outros para o seu projecto, e assim conseguimos alguns triunfos fundamentais, especialmente fora de casa! Triunfos que nos vão dando uma almofada de alguma tranquilidade. Mas falei no Arouca porque era o jogo que nos poderia ter catapultado para outras metas, as tais que estão mais de acordo com o Belenenses que vale a pena. Falhámos porque o adversário tem um treinador sagaz, um dos que melhor sabe defender e aí vai ele (novamente) a caminho da Europa.

Mas deixemos o Arouca, falemos do nosso (pobre) campeonato dos trinta pontos! Será que chega?! Falemos então disso. Falemos do jogo na Madeira contra o União, onde de facto ganhámos um ponto. E tivemos sorte pois apesar de termos controlado a partida em muitos momentos do jogo, a nossa equipa é muito vulnerável ao contra ataque adversário. E este campeonato já demonstrou que é no contra ataque que se ganham os jogos. Efectivamente foi no segundo tempo, com o vento a favor, e numa altura em que mais atacávamos que estivemos mais perto de perder! Com efeito, aproveitando o envolvimento dos nossos laterais, nomeadamente Geraldes, em tarefas ofensivas, o União teve duas ou três oportunidades soberanas para acabar com o jogo. Vendo o perigo, Velasquez fez entrar mais dois laterais, Filipe Ferreira para a esquerda, e Tiago Almeida para direita, como falso extremo, mantendo Geraldes lá atrás. Seja por isto ou por aquilo, a verdade é que estancámos os contra ataques dos madeirenses e tivemos então as nossas grandes oportunidades para ganhar. Seria uma injustiça. Mas dessas injustiças esteve a jornada cheia.

Em termos globais, podemos concluir: - Não temos capacidade para manter o ataque continuado se não resolvermos o problema das dobras. Com laterais muito ofensivos, o que é bom, ficamos no entanto com um meio campo que não recupera: - Carlos Martins não defende, Aguilar é lento a recuperar, restando assim, no jogo de ontem, Bakic e Sousa, o que é curto. Acresce que quem faz mais falta nas acções ofensivas é Bakic. Perante esta equação, Velasquez tem que resolver o assunto lembrando-se sempre que este é o campeonato do contra ataque. Pois foi em contra ataque que o União jogou… na Madeira.


Saudações azuis



Nota: Foi com alguma surpresa que li as declarações do presidente do clube em defesa de Sturgeon e do seu ‘amigo’ Renato Sanches. Pareceram-me despropositadas e curiosamente não ajudaram o miúdo maravilha a conter-se e respeitar as regras do futebol. Intervenção pouco pedagógica, portanto.

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