Depois do Arouca o balão de
entusiasmo foi-se esvaziando. Recebeu o golpe final com as últimas declarações
sobre o objectivo – manutenção. Que pode ser muito legítimo face à realidade, e
ao investimento que não se fez, mas não é para um clube como o Belenenses. Este
é um postulado que precisa de ser entendido por quem queira ser dirigente do Belenenses. E aqui não faço distinções entre SAD e Clube.
O primeiríssimo investimento,
aquele que não se pode falhar, é a escolha do treinador. E por muita Europa que
tenha havido, e não foi assim tanta, a verdade é que caminhávamos a passos
largos para a descida de divisão. Que ainda não está de todo afastada. Foi
Velasquez que mudou alguma coisa, desde logo recuperando alguns jogadores, aliciando
outros para o seu projecto, e assim conseguimos alguns triunfos fundamentais,
especialmente fora de casa! Triunfos que nos vão dando uma almofada de alguma tranquilidade.
Mas falei no Arouca porque era o jogo que nos poderia ter catapultado para
outras metas, as tais que estão mais de acordo com o Belenenses que vale a
pena. Falhámos porque o adversário tem um treinador sagaz, um dos que melhor
sabe defender e aí vai ele (novamente) a caminho da Europa.
Mas deixemos o Arouca, falemos do
nosso (pobre) campeonato dos trinta pontos! Será que chega?! Falemos então
disso. Falemos do jogo na Madeira contra o União, onde de facto ganhámos um
ponto. E tivemos sorte pois apesar de termos controlado a partida em muitos
momentos do jogo, a nossa equipa é muito vulnerável ao contra ataque
adversário. E este campeonato já demonstrou que é no contra ataque que se
ganham os jogos. Efectivamente foi no segundo tempo, com o vento a favor, e
numa altura em que mais atacávamos que estivemos mais perto de perder! Com
efeito, aproveitando o envolvimento dos nossos laterais, nomeadamente Geraldes,
em tarefas ofensivas, o União teve duas ou três oportunidades soberanas para acabar
com o jogo. Vendo o perigo, Velasquez fez entrar mais dois laterais, Filipe
Ferreira para a esquerda, e Tiago Almeida para direita, como falso extremo,
mantendo Geraldes lá atrás. Seja por isto ou por aquilo, a verdade é que estancámos
os contra ataques dos madeirenses e tivemos então as nossas grandes
oportunidades para ganhar. Seria uma injustiça. Mas dessas injustiças esteve a
jornada cheia.
Em termos globais, podemos concluir:
- Não temos capacidade para manter o ataque continuado se não resolvermos o
problema das dobras. Com laterais muito ofensivos, o que é bom, ficamos no
entanto com um meio campo que não recupera: - Carlos Martins não defende,
Aguilar é lento a recuperar, restando assim, no jogo de ontem, Bakic e
Sousa, o que é curto. Acresce que quem faz mais falta nas acções ofensivas é
Bakic. Perante esta equação, Velasquez tem que resolver o assunto lembrando-se
sempre que este é o campeonato do contra ataque. Pois foi em contra ataque que
o União jogou… na Madeira.
Saudações azuis
Nota: Foi com alguma surpresa que
li as declarações do presidente do clube em defesa de Sturgeon e do seu ‘amigo’
Renato Sanches. Pareceram-me despropositadas e curiosamente não ajudaram o
miúdo maravilha a conter-se e respeitar as regras do futebol. Intervenção pouco
pedagógica, portanto.
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