Faz bem parar de fazer contas sobre a última jornada e nada melhor do que olhar para outras contas: o já célebre Anuário da Deloitte, que versa sobre as Finanças do Futebol Português!
É uma curiosa publicação, em compadrio com a Liga e o jornal “A Bola”, à qual me referi o ano anterior, avançando a hipótese de tão conclusivo Anuário ter o alto patrocínio do Senhor de La Palice!
Sem ironia, comportamento difícil de manter perante o estilo e alcance da obra, verifico apenas que se mantêm todos os défices, todos os traumas, todas as perplexidades e mistérios, que ensombram essa indústria de sucesso que se chama ‘futebol português’!
Não tenciono perder-me nos logaritmos do Anuário, que é preciso comprar, basta-me o resumo que o promovente jornal faz do mesmo, para tirar assinaláveis ilações, sobre os números e respectivos véus! Engenharia financeira, já se sabe.
Com ou sem engenharia, o Porto gasta no campeonato dos custos, qualquer coisa como 74,3 milhões de Euros, o Benfica 55,5 milhões e Sporting cerca de 45,6 milhões de Euros, naturalmente.
As receitas são todas para baixo, com o Sporting a despistar a realidade com estranhas mais-valias, que são afinal menos valias, a fazer fé na urgência de vender património!
Neste capítulo o Anuário parece entreter-se a fazer comparações com Real Madrid e Manchester United, e quando se envolve nas receitas da publicidade, lembra-se da tenista Sharapova! Será para branquear a situação!? Será para estupidificar a população!? Ou será uma homenagem à beleza russa!?
O que é certo é que os chamados três grandes, nomeadamente o Benfica, não se podem queixar muito das receitas da publicidade e da televisão. Se as compararmos com as receitas desportivas! E se a seguir nos lembrarmos de onde provêm os ganhos publicitários! Aqui não posso deixar de pensar nos organismos públicos e derivados!
Já escrevi sobre os Clubes do Estado, estão recordados concerteza!
Quanto às receitas da televisão só me lembro dos clubes da Liga de Honra!
Regressemos no entanto à realidade e ao desabafo do Major Valentim, que deve ter uma noção mais exacta do valor do dinheiro, e donde ele vem: “É necessário apertar os cordões à bolsa”... “O Estado não pode continuar a ser guarda-chuva”!
E termino em beleza, citando Cavaco Silva no discurso do 25 de Abril: “Portugal é no quadro da União Europeia, o país que apresenta maior desigualdade de distribuição de rendimentos. E é também aquele em que as formas de pobreza são mais persistentes”.
Enquanto escrevia estas ultimas frases, não pude deixar de pensar na desigualdade de tratamento que se verifica entre os três clubes ditos grandes e os restantes clubes da mesma Liga. E na forma persistente como o próprio Estado e seus intermediários, vai cavando esse fosso da desigualdade, ano após ano!!!
Se existe actividade económica representativa da desigualdade de condições, essa actividade chama-se pomposamente, indústria do futebol português!
O Anuário não fala nisso!
Saudações azuis.
É uma curiosa publicação, em compadrio com a Liga e o jornal “A Bola”, à qual me referi o ano anterior, avançando a hipótese de tão conclusivo Anuário ter o alto patrocínio do Senhor de La Palice!
Sem ironia, comportamento difícil de manter perante o estilo e alcance da obra, verifico apenas que se mantêm todos os défices, todos os traumas, todas as perplexidades e mistérios, que ensombram essa indústria de sucesso que se chama ‘futebol português’!
Não tenciono perder-me nos logaritmos do Anuário, que é preciso comprar, basta-me o resumo que o promovente jornal faz do mesmo, para tirar assinaláveis ilações, sobre os números e respectivos véus! Engenharia financeira, já se sabe.
Com ou sem engenharia, o Porto gasta no campeonato dos custos, qualquer coisa como 74,3 milhões de Euros, o Benfica 55,5 milhões e Sporting cerca de 45,6 milhões de Euros, naturalmente.
As receitas são todas para baixo, com o Sporting a despistar a realidade com estranhas mais-valias, que são afinal menos valias, a fazer fé na urgência de vender património!
Neste capítulo o Anuário parece entreter-se a fazer comparações com Real Madrid e Manchester United, e quando se envolve nas receitas da publicidade, lembra-se da tenista Sharapova! Será para branquear a situação!? Será para estupidificar a população!? Ou será uma homenagem à beleza russa!?
O que é certo é que os chamados três grandes, nomeadamente o Benfica, não se podem queixar muito das receitas da publicidade e da televisão. Se as compararmos com as receitas desportivas! E se a seguir nos lembrarmos de onde provêm os ganhos publicitários! Aqui não posso deixar de pensar nos organismos públicos e derivados!
Já escrevi sobre os Clubes do Estado, estão recordados concerteza!
Quanto às receitas da televisão só me lembro dos clubes da Liga de Honra!
Regressemos no entanto à realidade e ao desabafo do Major Valentim, que deve ter uma noção mais exacta do valor do dinheiro, e donde ele vem: “É necessário apertar os cordões à bolsa”... “O Estado não pode continuar a ser guarda-chuva”!
E termino em beleza, citando Cavaco Silva no discurso do 25 de Abril: “Portugal é no quadro da União Europeia, o país que apresenta maior desigualdade de distribuição de rendimentos. E é também aquele em que as formas de pobreza são mais persistentes”.
Enquanto escrevia estas ultimas frases, não pude deixar de pensar na desigualdade de tratamento que se verifica entre os três clubes ditos grandes e os restantes clubes da mesma Liga. E na forma persistente como o próprio Estado e seus intermediários, vai cavando esse fosso da desigualdade, ano após ano!!!
Se existe actividade económica representativa da desigualdade de condições, essa actividade chama-se pomposamente, indústria do futebol português!
O Anuário não fala nisso!
Saudações azuis.
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